Luis Nassif, GGN
Entre as críticas principais, o fato de Dilma ter deixado de formular um projeto para o país; de ter nomeado uma equipe ministerial medíocre; de ter centralizado as decisões tirando o poder dos MInistérios; de ter abandonado as reformas estruturais.
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Não se duvida de seu espírito desenvolvimentista. Tanto que alguns deles temem que, com Aécio Neves, por exemplo, volte o padrão de FHC, de não articular nenhum forma de política industrial. Mas a maioria demonstra desconhecimento sobre o que pensam e o que fariam Aécio e Eduardo Campos.
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Dilma tem, portanto, a vantagem (para esse meio) de depender apenas dela para ganhar o jogo. É reconhecida como desenvolvimentista, séria, patriota e bem intencionada. Mas com uma teimosia e uma insensibilidade política tal, que gera ou desânimo ou revolta.
O último voluntarista que morou no Planalto foi Itamar Franco. Apesar de um ser humano agradabilíssimo, um tio neurastênico e querido, a irracionalidade de sua teimosia gerava um desânimo profundo.
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Como as críticas contra ela não são de fundo, mas de forma, esperar-se-ia que, mudando o estilo, Dilma pudesse ser melhor aceita. Mas o dado mais desanimador da pesquisa é que apenas 3 dos 15 entrevistados acreditam em um segundo governo Dilma melhor que o primeiro.
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Esse mesmo sentimento de desânimo é compartilhado por outros setores da sociedade e até mesmo pelos corpos técnicos do governo - sempre dispostos a abraçar grandes causas legitimadoras. Até agora, Dilma não deu o menor sinal de que entendeu as vulnerabilidades gerenciais de seu estilo de governar.
Esta semana, por exemplo, assinou um conjunto de decretos institucionalizando comissões de cidadãos para ajudar a opinar em temas ligados às políticas sociais. Poderia ser um grande avanço para aprofundar a democracia social.
Qual o significado desse gesto? Com toda sinceridade, nenhum. Em momentos críticos, de desgaste, Dilma apelou recorrentemente para encontros com empresários, sindicalistas e até líderes de movimentos sociais. Mas foram encontros sem continuidade, como se bastasse a mera honraria de serem recebidos pela Presidente da República para aplacar mágoas e desesperanças.
Esse método não cola mais.
Terá que mostrar intolerância para com os auxiliares medíocres, entender a necessidade de montar um Ministério com oficiais generais, e não com cabos e sargentos que não sabem dizer não."
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