A mídia está querendo transformar o novo Papa em aliado de sua luta contra os governos populares da América Latina (berço da Teologia da Libertação). Pode vir a ser, mas acho difícil. Essa luta não é o foco atual da igreja Católica e um escorregão nessa direção pode atrapalhar na sua questão principal, que é a luta contra o avanço dos evangélicos, basicamente os pentecostais e neopentecostais. Ao contrário do medievalismo católico, que oferece como única alternativa “concreta” a felicidade no Reino do Céu, os evangélicos acenam com riquezas bem terrenas a seus fiéis. A partir dessa diferença básica e com uma estratégia de marketing bem mais agressiva, os evangélicos arrebanham fatias cada vez mais expressivas das estatísticas católicas (principalmente nas áreas urbanas, com suas franjas lumpen). No Brasil, o maior país católico do mundo, de 1970 para 2010, a participação do catolicismo caiu de 91,8% para 64,6%, enquanto a participação dos evangélicos pulou de 5,2% para 22,2%. (Destacamos que, na Argentina, as estatísticas de 2008 mostram 75,5% de católicos contra 9% de evangélicos – mas com grande crescimento desses últimos, o que também ajuda a explicar um Papa argentino.)
Diante dessa realidade infernal, à igreja Católica – agora sob nova direção –, interessa muito mais aliar-se aos governos populares do que forçá-los a uma aproximação do universo evangélico. Se o Papa Francisco nos tempos das ditaduras foi conivente ou omisso, é uma questão que vai se tornar um “não foi nada disso”. E em vez de oferecer riquezas imateriais, a igreja Católica passará a acenar com riquezas mais palpáveis, capazes de abafar o canto da sereia evangélico. Para isso, terá que apoiar as políticas sociais e fugir como o diabo foge da cruz da política de terra arrasada dos neoliberais. "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”, como diz Lucas 6.20? Nem pensar. O mote é outro, surge a possibilidade de uma nova aliança popular. E quem saltou na frente estendendo a mão para esse novo acordo político-religioso foi o presidente Maduro, da Venezuela, que atribuiu aos conselhos do “apóstolo” Chávez a escolha do novo Papa. Apesar desse Papa estar sendo visto (com razão) com certa desconfiança por parte da esquerda, pode estar sendo lançada a Nova Igreja Católica Popular da América Latina.
(“Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis.” Lucas 6.24 e 25)
Diante dessa realidade infernal, à igreja Católica – agora sob nova direção –, interessa muito mais aliar-se aos governos populares do que forçá-los a uma aproximação do universo evangélico. Se o Papa Francisco nos tempos das ditaduras foi conivente ou omisso, é uma questão que vai se tornar um “não foi nada disso”. E em vez de oferecer riquezas imateriais, a igreja Católica passará a acenar com riquezas mais palpáveis, capazes de abafar o canto da sereia evangélico. Para isso, terá que apoiar as políticas sociais e fugir como o diabo foge da cruz da política de terra arrasada dos neoliberais. "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”, como diz Lucas 6.20? Nem pensar. O mote é outro, surge a possibilidade de uma nova aliança popular. E quem saltou na frente estendendo a mão para esse novo acordo político-religioso foi o presidente Maduro, da Venezuela, que atribuiu aos conselhos do “apóstolo” Chávez a escolha do novo Papa. Apesar desse Papa estar sendo visto (com razão) com certa desconfiança por parte da esquerda, pode estar sendo lançada a Nova Igreja Católica Popular da América Latina.
(“Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis.” Lucas 6.24 e 25)
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