domingo, 27 de janeiro de 2013

O vestido vermelho de Dilma



A turma do contra não gosta que Dilma use vermelho
(Foto: José Cruz/Abr)
A presidente Dilma Rousseff gosta das roupas vermelhas. Em muitas muitas ocasiões ela usou vestidos dessa cor. Ninguém, porém, teve a curiosidade de perguntar-lhe o motivo dessa preferência.
Dilma pode gostar de usar vermelho por razões variadas - ou por nenhuma razão em particular.
É isso que acontece com todos nós - temos preferências, apreciamos uma comida e rejeitamos outra, simpatizamos com uma pessoa que mora longe e não podemos nem ver o vizinho do lado, escutamos Chico Buarque e desligamos o rádio quando ele toca Ana Carolina, torcemos para o Palmeiras e odiamos o Corinthians.
Nada mais normal, assim é a vida.
O fim do mundo seria se não pudéssemos externar as nossas preferências, tivéssemos de esconder os nossos gostos, se fossemos obrigados a nos privar da leitura de Graciliano Ramos apenas porque alguma autoridade qualquer prefere Paulo Coelho.
No pronunciamento que fez na quarta-feira em rede nacional de rádio e televisão, a presidente Dilma estava de vermelho.
Não se sabe se por causa da cor escolhida, sua fala foi vigorosa, ela se  mostrou confiante, segura, como devem se apresentar os presidentes quando se dirigem à nação.
Algumas pessoas - a turma do contra - não gostaram de vê-la dizer as coisas que disse. 
É um direito delas, ninguém nega.
Essa mesma turma reagiu de modo absolutamente infantil ao discurso, como se não fosse algo perfeitamente normal a presidente se dirigir aos cidadãos de seu país para informá-los de uma determinada medida ou para prestar contas de seus atos. 
Não satisfeitas em expor publicamente todo o seu ridículo, elas foram além, ultrapassaram com sobra a barreira que delimita o homem de bom senso do completo idiota. 
Poderiam simplesmente dizer que acharam abominável o vestido vermelho usado pela presidente.
Em vez disso, como nunca antes na história deste pais, querem provar na Justiça que o vermelho usado por Dilma é uma exteriorização de sua índole ditatorial, de suas intenções maléficas, uma atualização de seu passado de guerrilheira - ou como preferem, "terrorista".
Ah, como seria bom para o país se essa turma do contra fosse daltônica...
cronicasdomotta

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