sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Relações entre política e igreja voltam à tona com eleições municipais


É sob "a proteção de Deus" que os
vereadores de São Paulo trabalham

Entre o direito ao credo e a violação do conceito de um Estado laico, caso do brasileiro, uma linha tênue que muitas vezes é rompida em prol de interesses pessoais

Eduardo Maretti, Rede Brasil Atual

Na campanha eleitoral de 2012 em São Paulo, o candidato líder nas pesquisas de intenção de voto até o momento, Celso Russomanno (PRB), é conhecido por sua estreita ligação com o todo poderoso bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. 

Em busca de votos, José Serra e Valdemiro Santiago, fundador e líder da Igreja Mundial do Poder de Deus (IMPD), celebraram um acordo, executado pelo prefeito Gilberto Kassab, suspendendo um projeto urbano (o prolongamento de uma rua em Santo Amaro, zona sul de São Paulo) para não atrapalhar a construção de um templo. Para tanto, o prefeito enviou um projeto de lei que a Câmara Municipal aprovou em primeira votação. O segundo turno, marcado para ontem (5), foi adiado pelo Legislativo municipal após forte pressão em torno do tema. 

A interferência da religião na política, como mostram esses e outros exemplos, envolve todas as vertentes ideológicas, da direita à esquerda. Em sua campanha para vereador, o petista Arselino Tatto espalha panfletos pela cidade identificando-se como “um candidato cristão católico”. Em 2010, bispos financiaram a impressão de panfletos contra a candidatura de Dilma Rousseff (PT) por conta de uma falsa polêmica em torno do aborto.”
Foto: Mozart Gomes. CMSP
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