sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Palhaço, eu?



Campanha contra os cavaletes que
‘emporcalham’ a cidade. Saudades de 64?
Matheus Pichonelli, CartaCapital

“Você já chutou seu cavalete hoje? Se já chutou, curta. Se vai chutar, compartilhe”. Quem entrou ao menos uma vez na internet na última semana fatalmente esbarrou com essa mensagem, ilustrada por um bonequinho distribuindo pontapés sobre um cavalete em que se lê a mensagem de “vote em mim”.

O tempo é de indignação. No Facebook, incitações ao “vote nulo” vêm acompanhadas por animações bem sacadas de uma nova forma de consciência e juventude. Num deles, uma mulher armada de escopeta aponta o revide em direção ao dublê de candidato: “Não me vê há quatro anos e agora vem pedir meu voto, é?”

Noves fora a brincadeira, o engajamento virtual possibilitado pelas redes sociais é sintomático ao escancarar o descontentamento com o atual modelo de representação. É uma espécie de ativismo da má vontade: a indignação, sempre seletiva, é compartilhada aos pares e seguida por um alívio quase imediato de dever cívico cumprido. Um dever que vê na obrigação do voto um estorvo bianual.

Para entender esse engajamento às avessas é necessário ao menos conjecturar sobre a lógica desse eleitor a se manifestar. Uma primeira pergunta seria: os candidatos e futuros políticos são ruins porque o eleitor é preguiçoso ou o eleitor é preguiçoso porque os candidatos e futuros políticos são ruins?

Antes é preciso definir: ruim por que e para quem? A resposta parece óbvia. Ruim porque as propostas e bandeiras se repetem. Os jingles são medonhos. Os sorrisos forçados afrontam. O debate infantiliza a própria campanha. Exemplo disso é que tudo o que de pior surge na música nas vésperas da votação aterrissa aos montes na campanha eleitoral. Assim os “tchu e tchás” e “tchê tcherere tchê tchês” da rádio transformam candidatos, sérios ou não, em meros postulantes de Teletubbies.”
Artigo Completo, ::AQUI::

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