Parece que a tempestade está chegando ao fim. É possível que a pajelança que a desencadeou esteja saciada. Nunca houve sentido nessa discussão, desde o primeiro momento. E quem disser que há um só culpado por tudo isso, está com problemas.
Alvos de ilações fizeram ilações. Deve servir para mostrar que qualquer um pode fazê-las. Não vejo aonde se chega pondo as pessoas sob o microscópio das nossas idiossincrasias. Até onde vai o direito de alguém de julgar o outro pelo que acha que ele pensa?
A blogosfera se dividiu. Quem quiser que vá aos principais blogs envolvidos nessa história e verá que há quem prefira os argumentos de um ou de outro, talvez com algum desequilíbrio para algum lado, mas isso não importa.
O lúcido é capaz de pensar: será que o errado não sou eu? Mas quem é capaz de conviver com tal dilema?
Se tiver essa coragem de olhar para dentro de si mesmo e decidir se não pesou a mão, se o seu orgulho não foi mais forte do que a razão, és um adulto. Pobre de quem, em algum momento, não pára, respira e reflete. E avalia até aonde vale a pena ir para provar que está certo.
Pergunto-me se é possível fazer a blogosfera voltar a se reunir sem que um arranque a orelha do outro a dentadas. Ou será que descobriríamos que toda essa barafunda não envolveu nem a quarta parte dos mais de trezentos blogueiros que se reuniram em São Paulo em agosto?
Do que é que você tem certeza? E até aonde ela vai? Chega ao ponto de abolir qualquer possibilidade de estar errada? Será que há alguma certeza desse jaez?
Espero que seja feito um estudo sobre por que pessoas que pensam a mesma coisa sobre tanta coisa divergiram de forma tão virulenta sob uma desculpa, uma mera desculpa, pois ninguém cometeu crime algum que não tenha sido contra si mesmo, em tudo isso.
É fácil acusar alguém e conseguir adeptos para tal acusação. Aliás, tem sido a pior praga do país durante a era Lula. Os dois últimos posts que escrevi mostram isso cabalmente.
Enfim, penso que nos acostumamos tanto com o “inimigo” comum que, ao derrotá-lo, ficamos sem saber com quem lutar. Disse isso no primeiro post que escrevi sobre esse assunto e continuo achando a mesma coisa.
Se você defende a igualdade entre os gêneros, entre as etnias, enfim, a igualdade de direitos e oportunidades para todos, sou seu aliado. Você pode achar que não sou tão perfeito quanto você, mas, se assim for, em vez de me execrar, ensine-me.
Foi só nisso que consegui pensar ao fim desse episódio todo. Em pregar para os outros e adotar para mim o saudabilíssimo comportamento de duvidar das certezas, pois são abusivos os riscos que elas nos oferecem.
blog da cidadania
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