Terça-feira à noite, três raios caíram quase simultaneamente nas redes de transmissão de energia elétrica, segundo o ONS, órgão privado, formado por todas as empresas geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia.
Ontem à noite, três dias depois, três vigas de concreto, usadas na construção do Rodoanel, caíram de 20 metros de altura sobre a pista da Rodovia Régis Bittencourt (foto ao lado), produzindo um cenário de bombardeio. Milagrosamente, apenas três pessoas saíram feridas, aparentemente sem maior gravidade.
No dia seguinte ao apagão, a imprensa e a direita vociferavam sobre a culpa do Governo e, especificamente, da pré-candidata Dilma Roussef.
Não se ouviu deles uma crítica ao Governador de São Paulo que, até agora, disse o óbvio: “houve uma falha”. Claro que houve uma falha, ora. Provavelmente, aliás, duas: de quem fez a obra e de quem a fiscalizava.
Óbvio que ninguém pode culpar o Governador Serra até que surja alguma evidência de que a fiscalização do Estado, que administra a obra através da Dersa, deixou de verificar a segurança do que fazia a empreiteira contratada para construir e instalar as vigas. Mas não houve, ao que parece, nenhuma razão fortuita para o desastre: as vigas já estavam instaladas há dias, não foi um cabo de guindaste que rompeu, nem raios caindo sobre elas.
Não é correto culpar, a priori, o Governo Serra por falta de segurança nas obras públicas, embora haja o antecedente da cratera do Metrô, este sim um acidente fatal, que sugou carros e pessoas há menos de dois anos.
Mas o Governador José Serra não hesitou, na quinta feira, em dizer que não podemos ter um sistema elétrico que tenha acidentes “por causa de raios e ventanias”. Deitou falação sobre como deveriam ser os investimentos, o controle e a fiscalização do setor elétrico. Está tudo lá, na página do PSDB, para quem quiser ver.
Enquanto Serra falava, as vigas do Rodoanel, responsabilidade de seu governo, iam se enfraquecendo para, um dia depois, caírem em cima de carros e de pessoas.
Imaginem se Dilma desse uma entrevista e dissesse: “não podemos ter viadutos cujas vigas caiam em cima das pessoas”. Seria ridículo, apelativo, desclassificante.
Mas José Serra pode dizer. Ele é um homem, sério, equilibrado e responsável, não é?
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