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5/03/2019, foi lançado o manifesto “Feminismo para os 99%”, por Nancy Fraser, Cinzia Arruzza e Tithi Bhattacharya.
Em entrevista publicada no portal Outras Palavras, a professora estadunidense Nancy Fraser afirma que o objetivo é substituir “o feminismo corporativo de elite” por um “feminismo das classes trabalhadoras”.
Afinal, diz ela, o capital baseia-se:
...na reprodução social do trabalho não assalariado. Algo que as mulheres fazem: criar filhos, criar laços e vínculos sociais e afetivos, educar meninos e meninas que sustentam a força do trabalho. Assim, as relações de classe não são constituídas apenas na fábrica, elas se formam nos e através dos espaços desse trabalho social reprodutivo.
Para Nancy:
...as mulheres são parte integrante do que chamamos de classe trabalhadora. O fato de não receberem um salário não significa que não estejam trabalhando. Elas trabalham no absolutamente essencial, sem o qual você não pode pensar na ideia padrão do trabalhador assalariado ou do capitalismo.
Seria um movimento anticapitalista que inclua o feminismo para os 99%. Envolva os movimentos operário, ambientalista, antirracista, em defesa dos migrantes...“Se não tivermos uma alternativa, é claro que parte desses grupos sociais caminhará politicamente à direita”, afirma Nancy. E conclui:
Não acho que o feminismo possa fazê-lo por si só, mas penso que, por razões conjunturais, é a força mais visível, crescente e radical que vemos. Mas tem que se aliar às correntes antissistema de outros movimentos sociais e aos partidos de esquerda que estão em cena e abertos a expandir sua ideia da luta da classe trabalhadora, rejeitar o dogmatismo sectário e colocar as mulheres no centro.
Parece muito bom!
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