Encerrando os comentários sobre “O mito da Aristocracia Operária”, de Charles Post, é importante destacar o que o autor considera ser o ponto de partida para a criação das condições materiais e ideológicas no enfrentamento do reformismo entre os explorados.
Trata-se da necessidade de promover a auto-organização dos trabalhadores e sua auto-atividade. Principalmente, nas lutas iniciadas nos locais de trabalho, mas não limitadas a eles. Uma atividade que deve incluir também o combate a valores conservadores como racismo, machismo, homofobia, xenofobia...
Além disso, é preciso superar os obstáculos criados pela burocracia sindicais, partidárias e de outras organizações populares. Ainda que utilizem um discurso combativo, a estes setores interessa a manutenção da ordem para a perpetuação de seus privilégios.
As maiores ameaças continuam a vir do institucionalismo paralisante. De um lado, pesadas estruturas que engessam a luta. De outro, a priorização da atuação eleitoral.
Estamos falando, claro, do bom e velho trabalho de base, de baixo para cima. Sempre acompanhado da disposição de estar presente em todas as frentes de luta contra a opressão e a exploração capitalistas. Não apenas nas lutas econômicas, mas em defesa dos direitos e da ampliação das liberdades para amplas maiorias.
Na verdade, foi essa combinação que permitiu que as grandes revoluções acontecessem, desde a Comuna de Paris até as jornadas revolucionárias mais recentes.
Tudo isso, porém, implica respeitar a capacidade crítica de que são capazes os setores explorados e oprimidos. Estes, quando se mobilizam, avançam para muito além do que podem nossas vãs teorias. Somente assim seremos capazes de tornar a luta por reformas um caminho sem volta pela revolução.
http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2016/12/contra-o-reformismo-trabalho-de-base.html
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