quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Circo tucano: depois da bolinha de papel de Serra, a farsa do processo de Alckmin contra a Siemens



Agora, falando sério.

Quem, pelas pedras pisadas do cais, deu essa ideia de jerico ao governador Geraldo Alckmin? Em que mundo vivem os tucanos de São Paulo, ainda crentes da possibilidade de enganar um país inteiro com uma maluquice dessas? Não aprenderam NADA com o episódio da bolinha de papel de José Serra? Nada, nada?

A meu ver, a única explicação para uma saída indecente e patética como essa – o suspeito de ser corrupto processar o corruptor que está colaborando com a Justiça – é a plena confiança que essas lideranças do PSDB têm na submissão e na cumplicidade dessa velha e carcomida mídia nacional. Não tem outra explicação.

Quando li essa informação na coluna de Mônica Bergamo, a quem admiro como ótima jornalista que é, juro que pensei que era mais uma sacanagem de José Simão. Mas não era. 

A notícia de que Alckmin, um dos principais suspeitos de ter montado e se beneficiado do esquema de propinas da Siemens, irá processar a empresa alemã foi dada de forma séria, como se isso fosse possível, como se fôssemos, todos nós, idiotas ligados aos tubos da Matrix.

Eu compreendo os conservadores, essas pessoas que têm uma visão individualista do mundo, das relações sociais, que imaginam ser o liberalismo econômico a única saída para o pleno desenvolvimento social. A vida seria insuportável se todos pensassem da mesma forma – e eu não teria com quem quebrar o pau no Facebook. A direita deve ter seu encanto, senão não teria tanta gente com ódio do Bolsa Família e com tanta saudade da ditadura militar.

Mas eu acho que, agora, essa discussão deve se sobrepor ao posicionamento político de cada um. 

O grupo político que arrota austeridade, choques de gestão e aponta o dedo na cara de mensaleiros e petralhas é este que, agora, está sob a mira da Justiça suíça e do Ministério Público de São Paulo, embora deste último não se deva esperar muita coisa contra os tucanos.

Este grupo político, há quase duas décadas no governo de São Paulo, inclui, além de Geraldo Alckmin, o falecido Mário Covas e o vivíssimo José Serra. 

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