Altamiro Borges, Blog do Miro
“A Justiça Eleitoral de São Paulo determinou nesta terça-feira (20) a cassação do mandato do prefeito de Taubaté (SP), José Bernardo Ortiz Júnior, do PSDB. A decisão respinga com força em Geraldo Alckmin, que já andava cabisbaixo com a eclosão do escândalo do propinoduto do metrô. Taubaté é uma das principais bases de apoio do governador e o prefeito cassado sempre foi muito ligado ao grão-tucano. Ele foi acusado de ter usado recursos da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) em sua campanha eleitoral. Seu pai, José Bernardo Ortiz, presidiu essa bilionária autarquia do governo estadual nos últimos anos. A Justiça Eleitoral avalia que vingou um negócio de pai para filho!
Segundo a sentença da juíza Sueli de Oliveira Armani, Ortiz Junior se aproveitou da condição de seu pai para arrecadar dinheiro para sua campanha por meio de licitação fraudulenta. Em 2011, um ano antes de ser candidato à prefeitura de Taubaté, ele facilitou a participação de "empresas previamente conluiadas" em uma licitação para a aquisição de mochilas e recebeu em troca uma "comissão destinada a constituir recurso para a posterior campanha política". O Ministério Público moveu a ação contra Ortiz Junior após um ex-funcionário de uma das empresas ter denunciado o cartel, por não ter recebido a sua parte no acordo - 30% do lucro da empresa, algo em torno de R$ 2 milhões.
O velho Ortiz já havia sido afastado da FDE e teve seus bens bloqueados sob a acusação de ter superfaturado inúmeras licitações – inclusive na compra de mochilas escolares, numa negociata que rendeu R$ 11,5 milhões. No comando do órgão, ele também distribuiu cerca de R$ 700 milhões em bolsas universitárias, o que enriqueceu muitos donos de faculdades, famosos por financiarem campanhas eleitorais. Apesar das denúncias, Alckmin sempre apoiou o pai e o filho tucanos. Agora, além de explicar as propinas pagas pelas multinacionais do setor de transporte, como Alstom e Siemens, o governador precisará se distanciar da família Ortiz.
Mas o calvário do PSDB não para. Nesta quarta-feira, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, acatou pedido do Ministério Público e autorizou a abertura de investigação contra o deputado Carlos Roberto de Campos (PSDB-SP), que movimentou R$ 21 milhões em sua conta corrente entre janeiro de 2011 e outubro de 2012. A estranha movimentação foi flagrada num relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e foi considerada pela Receita Federal como incompatível com a renda de parlamentar. Apenas num dos casos citados, o deputado recebeu depósitos de duas empresas do setor de plásticos que totalizam R$ 7,1 milhões. Depois os tucanos ainda posam de éticos. É hilário!
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