domingo, 30 de junho de 2013

É um vale-tudo, Dilma, vale tudo, então



Com tudo o que o país vem passando nestes últimos dias, esse terremoto que a turma do contra vem promovendo com a inestimável ajuda dos leais companheiros da "extrema esquerda" e, é claro, da prestimosa imprensa, um chefe do Executivo ainda contar com a aprovação de um terço do eleitorado, como diz essa pesquisa Datafolha, até que não é mau resultado.
A gente tem de lembrar que a pior parte da sova que a presidenta Dilma Rousseff levou, tudo indica, ficou para trás. 
Agora, no intervalo dessa luta na qual quase é nocauteada, ela se encontra no seu córner, onde recebe instruções para sobreviver e, quem sabe, virar o combate nos próximos rounds, e é ajudada pelos segundos - e terceiros - que tentam estancar o sangue de seus ferimentos.

Dilma, porém, não é nenhuma neófita nos ringues da vida, principalmente os da política, que ela frequenta com notável intimidade desde muito tempo, desde quando neste país quem ditava as regras do jogo eram os mais destacados representantes da violência, da força bruta e do vale-tudo, não este de hoje, cheio de regras, mas aquele em que, literalmente, qualquer golpe estava liberado para derrotar o inimigo - não o adversário.
Todos sabem que a condução da crise institucional - não só governamental - nos próximos dias poderá determinar o futuro do governo trabalhista que, apesar de tudo, fez o Brasil mover-se para adiante nesses últimos dez anos, com inegáveis conquistas sociais e econômicas.
Não vai ser uma briga fácil esta que a presidente terá de enfrentar assim que soar o gongo para o próximo round.
É bem provável que ela volte com a visão ainda abalada pela saraivada de golpes que recebeu, e, como tantos outros lutadores, ainda confunda a sombra do rival a desafiando à sua frente com a realidade de seu poderoso corpo, uma máquina de destruição que soma a massa bruta de músculos e ossos a um planejamento estudado desde a sua última derrota, no longínquo 2002.
A plateia, certamente, verá um combate de tirar o fôlego.
Não foram poucas as vezes em que a astúcia, a habilidade, a técnica refinada,  e, principalmente, a coragem e a determinação, venceram o brutamontes que confiava demais na potência de seus punhos.
Da mesma forma que as recentes manifestações nas ruas foram conduzidas por uma minoria, que deveria estar se preparando há muito tempo para este momento, os 30% da assistência que se arriscaram a aplaudir e não a vaiar a lutadora Dilma podem, no decorrer do combate, contagiar aqueles que, no calor do momento, torcem para o favorito.
Mas para que o alarido da turma do contra seja abafado pelo clamor de mudanças verdadeiras é preciso que Dilma não só se esquive dos murros da besta-fera. 
Ela deve contra-atacar fortemente, com precisão, e se lembrar que, para ganhar um vale-tudo, vale tudo, até infringir regras que os árbitros veem ou não, à sua conveniência, à conveniência de seus interesses.
cronicasdomotta

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