sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O PIB, as desigualdades sociais e o bem-estar do brasileiro



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Segundo o britânico Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR), em 2022 — portanto daqui a dez anos —, o Brasil será a quinta maior economia do mundo, ultrapassando as europeias Reino Unido, França e até a poderosa Alemanha. Seu PIB deverá ter crescido 92% comparado aos números atuais. Interessante. Afinal, insuspeito. Não é?

Mas alguns críticos (sempre tão argutos) lembram que o Brasil ainda é inferior em muitos aspectos a diversos países europeus, inclusive, notadamente até, aos supracitados. Mas aí, danou-se! E é milagre, é? Como se as mazelas — históricas! — acaso desmerecessem as conquistas dos últimos dez anos! Engraçado é que essas mesmas vozes, antes (quando o Brasil ainda dormia em berço esplêndido, ou seus ministros tiravam os sapatos no aeroporto de Tio Sam), não davam um piu. Piu. É, nem isto.

Outros lembram que o crescimento da economia em 2012 foi muito inferior ao previsto pelo próprio governo. Em suma: um “PIBinho”. Bom, é verdade que alguns outros países emergentes, e até do próprio Brics, tiveram um “produto interno bruto”, digamos, mais avantajado. Mas não o é menos que o Brasil está em seu melhor momento no quesito, importantíssimo — permita-me, “até umas horas!” —, da redução das desigualdades sociais.

Com efeito, segundo o presidente do Instituto de Pesquisas Aplicadas – IPEA, nosso gigante ex-adormecido(!) — agora definitivamente acordado — está atualmente no menor nível de desigualdade da história, que tem estreita relação, olha só, com o crescimento da renda “per capita” nas diversas classes sociais. Para que você tenha uma ideia, caro leitor, nos últimos dez anos a renda dos 10% mais pobres cresceu mais de 90%, enquanto que a dos mesmos 10% mais ricos cresceu pouco mais de 15%. Vale dizer: o “PIBinho” verificado neste ano que finda é notoriamente relativizado quando tomada em consideração a histórica redução das nossas vergonhosas desigualdades sociais. Em suma, concluiu: para um PIB tímido tem-se, de outro lado, um crescimento chinês na base.

Calma. Essa relação ainda nos diz mais. Num universo de 150 países, o Brasil foi o que apresentou “maior ganho de bem estar” nos últimos cinco anos, considerados 51 indicadores econômicos e sociais (conforme a Boston Consulting Group – BCG). Por “bem estar” entenda-se “oportunidades, renda familiar, acesso aos bens de consumo, saúde, educação, etc.”

Haveria mais a dizer, mas o espaço é de menos. Então, que fiquem esses dados, contrapondo-se ao ambiente catastrófico dos “calunistas” de plantão da chamada grande imprensa (ou da “midiazona”, como diz o Cadu Amaral).
Publicada no jornal Gazeta de Alagoas, pág. A4, n/dataPublicada no jornal Gazeta de Alagoas, pág. A4, n/data

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