terça-feira, 27 de novembro de 2012

Artigos mostram contradições da mídia no caso Cachoeira



Vem em muito boa hora o artigo do jornalista Pedro Rogério Couto Moreira que faz reflexões sobre o poder da imprensa e a responsabilidade dos jornalistas. Luís Nassif e Mino Carta também tratam do poder da imprensa e da campanha contra o relatório final da CPI do Cachoeira.
No Observatório da Imprensa, Pedro Rogério – profissional experiente e com passagens por alguns dos principais veículos de comunicação do país – aborda diretamente as ligações do jornalismo com o esquema Cachoeira.
Ele cita o caso do jornalista Policarpo Júnior, da Veja, que se recusa a “esclarecer o motivo de ter sido escolhido por Cachoeira, um dos atuais Mariscot, para ser o depositário das bombásticas informações do fora da lei”. Policarpo é um dos investigados pela CPI do Cachoeira.
“Não entendo o motivo da enxurrada de artigos de proteção ao jornalista alçado ao posto, quiçá não almejado, de queridinho do fora da lei”, acrescenta Pedro Rogério.
“Ora, o que se quer saber é muito simples: por que o Cachoeira escolheu o jornalista de Veja, e não outros bambambãs de O Globo, da Folha, do Estadão, da TV Globo, do Correio Braziliense ou de qualquer outro veículo?”
Luís Nassif também trata da CPI e diz que o relatório final da comissão mostra um cenário mais perigoso do que o escândalo do The Sun – que se envolveu com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o direito à privacidade de cidadãos ingleses.
Nassif diz que a CPI revelou “ligações diretas entre jornalistas e o crime organizado”. Segundo ele, “o relatório mostra, com abundância de detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos obtidos por métodos criminosos”.
E, em editorial na CartaCapital, Mino Carta critica "a tradicional ladainha" sobre o "assalto à liberdade de imprensa" feita pela grande mídia, para tentar abafar o caso Policarpo Júnior
“Situações similares em outros países provocaram a expulsão de jornalistas não somente de suas redações, mas também, e sobretudo, das próprias entidades da categoria. Por ter formulado acusações falsas, um diretor de redação italiano pagou recentemente pela culpa do seu jornal e foi condenado a alguns anos de reclusão. No Reino Unido, Rupert Murdoch teve de sair do país por ter praticado façanhas muito parecidas com aquelas cometidas pela Veja de Policarpo Jr”, afirma Mino.
No Blog do Zé

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