Radicais agora culpam usinas
por não terem reservatórios
Sérgio Barreto Motta (*)
Fábula Greenpeace e Belo Monte |
Na semana passada, Dilma Rousseff foi criticada por defender as usinas para obter energia. Nesta segunda-feira, em Washington, foi alvo do movimento Xingu para Sempre. Mas, por incrível que possa parecer, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia da ONG holandesa Greenpeace que as novas hidrelétricas da Amazônia “não têm segurança energética, por usarem fio d”água em vez de reservatório, ou seja, dependem do fluxo do rio. “Se ele está cheio, tem energia, do contrário, não” – afirmou ele a Giovanna Girardi, da Agência Estado.
E adivinhem quem impediu o Brasil de criar usinas com amplos reservatórios? Justamente as ONGs internacionais, tendo à frente a holandesa Greenpeace e a inglesa WWF. Verifica-se aí um enorme absurdo: dificultaram ao máximo a construção de usinas como Belo Monte e, como vitória parcial, impuseram a limitação dos reservatórios. Agora, acusam as usinas de serem ineficientes, por não terem reservatórios. É como se o lobo acusasse o cordeiro de poluir o rio. É um absurdo e deveria ser criada uma CPI, para saber se tais ONGs defendem mesmo uma posição ideológica natural ou refletem tão somente a preocupação de grandes potências, de que, agora e para o futuro, seja o Brasil uma potência com energia predominantemente gerada pela barata e ecológica água, enquanto o resto do mundo dependeria de um petróleo cada vez mais caro e escasso.
Em março, o consumo de energia no país subiu 8,4% em relação ao mesmo mês de 2011. Mesmo a fio d”água, Belo Monte é boa para o país. Vai gerar energia todo o tempo e, em fase de escassez, só aí, exigirá o acionamento de usinas termelétricas a gás, petróleo e carvão. Sem Belo Monte, as termelétricas poluentes teriam trabalho todo o ano. E mais: Itaipu tem enorme reservatório, que hoje é verdadeiro parque ecológico, com preservação de uma grande área e cultivo crescente de espécies marinhas, além de prover ajuda ao clima da região, através da evaporação.
A propósito, o escritor francês Gilles Lapouge relata que, na Alemanha e França e até na eficiente China, a energia solar e a eólica estão em crise, pois constatou-se que a geração e principalmente a interligação da energia à malha elétrica custam mais do que o previsto.
Essas novas formas de energia – que hoje representam menos de 1% do consumo mundial – exigem subsídios crescentes de seus governos, pois não comprovaram eficácia para uso industrial e da sociedade. Embora com 89 anos, Lapouge está lúcido e revela que a alemã Q-Cells, uma das quatro produtoras de energia solar a falir na Alemanha, tinha ações cotadas a 80 euros que hoje valem 50 cents da moeda da comunidade. Lapouge passou três anos no Brasil e gosta do país, pois é autor do Dicionário Amoroso do Brasil.
(*) publicado em 11 de abril no Monitor Mercantil de 2012
Caraca, excelente texto!!!! É exatamente isso que ocorre, Sérgio Barreto Motta colocou muito bem a questão!
ResponderExcluirE desde o começo dessa discussão, em torno de BM, digo isso, que essas ONG's vão mais contra do que a favor, defendem interesse privato (e extrangeiro!), os quais as bancam... Tem um vídeo no youtube pró-BM que bate bem nessa tecla.