“Quando o tradicional banco americano Lehman Brothers anunciou sua falência em setembro de 2008 e, consequentemente promoveu o início da crise do Subprime, o Brasil vivia um momento de crescimento acelerado.
O aumento na oferta de crédito, associada às políticas de distribuição de renda e a austeridade fiscal fortaleceram o mercado interno. A expansão da classe-média promoveu um forte consumo e o PIB brasileiro já registrava taxas de crescimento de 7 a 8% nos primeiros meses do ano.
Mas a falência de outros bancos americanos expôs a fragilidade do mercado. A aposta dos grandes acionistas em transações arriscadas e o forte déficit sob o qual as potências europeias operavam colocou todo o sistema em risco. A bolha imobiliária americana desencadeou a crise. E as relações interbancárias mundiais, essenciais para um sistema financeiro saudável, alastraram o problema por toda a Europa, derrubando país por país.
No Brasil, os mercados operavam apreensivos. As conseqüências da crise pareciam irremediáveis. O então presidente Lula chegou a mencionar que a crise seria "apenas uma marolinha” no país. Porém, o impacto foi muito forte, afirma o professor Paulo Levy, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
“A produção industrial foi o setor que mais sofreu naquele momento. Com a crise, a produção caiu em 20% em apenas três meses, e os investimentos diminuíram muito”, afirma.
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