Faz parte da lógica do marxismo que os indivíduos cedam ao partido, o partido ceda ao Estado, e o Estado, a um monstruoso ditador.
Esta é outra crítica que Terry Eagleton busca responder no livro “Marx estava certo”, lembrando que no terceiro volume de “O capital”:
Marx afirma que o Estado como corpo administrativo continuaria a existir. Era o Estado como instrumento da violência que Marx esperava ver pelas costas. Conforme diz no Manifesto comunista, o poder público sob o comunismo perderia seu caráter político
(...)
A ordem social corrente é inerentemente injusta, nesse ponto o Estado também é injusto. É precisamente isso que Marx quer ver chegar ao fim, não os teatros públicos ou os laboratórios da polícia.
(...)
O que Marx rejeitava era o mito sentimental do Estado como uma fonte de harmonia, pacificamente unindo diferentes grupos e classes.
Afinal, o próprio Estado deixou de crer nisso:
A polícia que surra trabalhadores grevistas ou manifestantes pacíficos nem se dá mais ao trabalho de fingir ser neutra. Já, policiais que evitam que canalhas racistas surrem uma jovem asiática até a morte não estão agindo como representantes do capitalismo.
(...)
A democracia precisa ser local, popular e disseminada por todas as instituições da sociedade civil. Se estender tanto à vida econômica quanto à vida política. Precisava significar genuíno autogoverno, não um governo entregue a uma elite política.
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Homens e mulheres têm que reivindicar em suas vidas cotidianas os poderes que o Estado lhes confiscou. O socialismo é a completude da democracia, não sua negação.
Qualquer coisa diferente disso não é o socialismo marxista.
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