Toda vez que sai um resultado de exames do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o Brasil aparece lá na zona de rebaixamento. No último, em 2015, ficou em 60º lugar, entre 76 países avaliados em leitura, matemática e ciências.
Constatado o fracasso, como sempre surgiram os discursos dos principais envolvidos a justificarem o fiasco, a eximirem-se das responsabilidades e a colocar a culpa nos antecessores. Os antecessores são eles mesmos, apenas em postos diferentes. Quem hoje é ministro, ontem era governador ou prefeito e assim segue.
Também estou entre aqueles com dificuldade para encontrar as saídas. Mas, seguindo os demais, a responsabilidade é dos outros. Minha não é. Ledo engano. Todos somos responsáveis pela melhora, ainda que não sejamos diretamente pelo desempenho nos Pisa's.
Começamos mal pela cobertura que a mídia dá à educação. Ninguém tem dúvida quanto à influência da televisão aberta na cultura brasileira. Mas, duvido que alguém conheça um programa em algum desses canais, que trate da educação formal. Nem sei se ainda existe o quadroSoletrando no programa do Luciano Huck. Era uma iniciativa boa, na ausência absoluta de outras.
Os responsáveis pelas televisões dizem que programas sobre educação não dão audiência. Por isto, faltam patrocinadores.
Mas, o público precisa ser construído com a habitualidade. É preciso existirem os programas para possibilitar o surgimento de um público-alvo.
Quem sabe uma delas poderia substituir algum dos concursos de comida ou de música, a febre atual, por um programa que tratasse seriamente de educação.
Mesmo as reportagens em programas de notícia, jornais e revistas só falam de números, sejam de escolas caindo aos pedaços, de ônibus aos frangalhos, de falta de merenda, de quantidade de escolas invadidas. Vão além, apenas, quando é para falar dos tais planos, metas e reformas do governo.
A grandes imprensa não obedece às regras estipuladas por especialistas em educação. Qualquer jornalão, quando se abre sua página na internet, estará expondo de forma errada a abreviatura de horas (exemplificando, o certo é 23h e depois 23h01). Eles seguem o raciocínio de que o nosso erro é sempre irrelevante ou muito simples.
Professores são preguiçosos na sua grande maioria. P. ex., é comum ameaçarem alunos se aparecerem na escola naquelas pontes entre feriados e fim de semana. Aulas de verdades só existem após semanas do início do ano letivo e acabam um mês antes da data oficial de encerramento.
Alunos brasileiros não aprendem porque não estudam. Decoram itens, números e até conceitos apenas para fazerem prova. Quem consegue nota máxima sabe tanto quanto quem zera nas provas.
Ninguém tem orgulho por aprender algo, mas todos se orgulham das notas altas que tiramcolando.
Por Pedro Cardoso da Costa |
Só o espanto e a grita geral com os resultados causam estranheza. E a novela fracasso & desculpa continua como única receita de quem não se desenvolve em nada.
PS: Para os devidos fins, desde o dia 7 de dezembro de 2016 o Brasil passou a ter um novo Supremo... e este, sim, éSoberano!
"Que saudade da professorinha/ que me ensinou o beabá!"
https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2016/12/o-brasil-e-um-fracasso-permanente-na.html
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