Durante cerimônia no Rio Grande do Sul, onde o governo repactuou o Programa Brasil sem Miséria com o RS Mais Igual, a presidente condenou analistas que defendem o desaquecimento do mercado de trabalho como forma de combater a inflação; principal exemplo é o ex-diretor do Banco Central Ilan Goldfajn; "Tem muita gente que fica dizendo por aí que nós temos que reduzir o emprego. Essa gente está equivocada", afirmou Dilma
RS247 – A presidente Dilma Rousseff condenou nesta sexta-feira 12 a fórmula de muitos analistas, que pregam o desaquecimento do consumo e do mercado de trabalho como forma de reduzir a inflação. Segundo ela, "essa gente está equivocada". A presidente participou nesta manhã de cerimônia de repactuação do Programa Brasil sem Miséria, do governo federal, com o RS Mais Igual, do governo do Rio Grande do Sul, além de formatura do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), em Porto Alegre.
"Tem muita gente que fica dizendo por aí que nós temos que reduzir o emprego. 'Ah, tem de desempregar'. Tem muita gente falando isso, muita também não é, é pouca, mas faz barulho. Essa gente está equivocada", declarou Dilma, em seu discurso, depois de comemorar a baixa taxa de desemprego do País. "O Brasil tem hoje uma das menores taxas de desemprego do mundo", disse. Segundo o IBGE, o índice se manteve estável nos dois primeiros meses do ano, ao subir de 5,4% para 5,6% de janeiro para fevereiro.
Um dos ferrenhos defensores desse modelo econômico é o economista-chefe do Itaú-Unibanco Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Talvez seja necessário, hoje, desaquecer por um tempo o consumo e o mercado de trabalho", escreveu ele, num artigo publicado no início de março no jornal O Estado de S.Paulo. Outro defensor da fórmula é o economista Alexandre Schwartsman, que também prega com vigor a elevação dos juros pelo Banco Central.
RS Mais Igual e Pronatec
Com a repactuação do Programa Estadual de Erradicação da Pobreza Extrema – RS Mais Igual, por meio de assinatura de termo aditivo ao acordo de cooperação com a União, o governo eleva a renda mensal de R$ 70 para R$ 100 por integrante de famílias com filhos de zero a seis anos no Estado. "Hoje é dia de comemorar o fim do mito que a população fica acomodada com o Bolsa Família. Não fica e os formandos aqui são prova disso", discursou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, se referindo à formatura de 2.223 alunos do Pronatec.
A presidente Dilma disse ter "orgulho" do Pronatec, segundo ela, "uma combinação das melhores escolas" e resultado da "inequívoca competência do Sistema S". Num conselho aos estudantes, Dilma sugeriu que nunca parassem de estudar e de se preparar. "O Brasil tem de ter trabalhadores técnicos de qualidade. Isso é superfundamental para o Brasil. Esse país precisa disso como nós precisamos de ar para respirar", afirmou. Os estudantes qualificados faziam parte do Cadastro Único de programas sociais do governo federal e eram beneficiários do Brasil Sem Miséria.
Metrô em Porto Alegre
Dilma disse ainda acreditar muito no projeto do Metrô para a capital gaúcha, e em seguida foi aplaudida. "Prefeito, eu tenho muito interesse no metrô", disse a presidente se dirigindo a José Fortunati (PDT), prefeito de Porto Alegre. Segundo ela, trata-se do "único meio racional" para o transporte de população em massa e afirma ainda que a obra deveria ter sido construída antes na cidade. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), também discursou durante a cerimônia.
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