Antigamente se dizia que o Brasil vivia um dilema: ou ele acabava com a saúva ou a saúva iria acabar com ele. A saúva continua aí, firme e forte, e o mesmo acontece com o Brasil. Hoje, no lugar da saúva, os do contra, aquela turma que não se conforma em ver o país progredir, elegeu a inflação como o bicho-papão que invade os sonhos de prosperidade desta jovem democracia. E para tais arautos da desgraça, não existe outra forma de combater a alta de preços, para eles galopante, a não ser aumentar o juros e desempregar as pessoas, como forma de "arrefecer" o consumo.
Lá na África do Sul, onde foi participar da 5ª reunião de cúpula dos países que integram o grupo chamado de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidenta Dilma Rousseff disse, numa entrevista coletiva, ser contrária a medidas de combate à inflação que comprometam o ritmo de crescimento econômico do país.
“Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico, até porque nós temos uma contraprova dada pela realidade. Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado, você entende? Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso daí está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, afirmou.
Ela ressaltou que o governo está atento e acompanha “diuturnamente” a questão da inflação. “Não achamos que a inflação está fora de controle, pelo contrário, achamos que ela está controlada e o que há são alterações e flutuações conjunturais. Mas nós estaremos sempre atentos."
Bastou ela dar essa declaração para as agências de notícias espalharem a informação de que o governo não iria permitir que o Banco Central aumentasse a taxa de juros básica, a Selic, como o mercado financeiro espera que faça, para engordar seus lucros já estratosféricos, e que o seu governo havia trocado o combate à inflação pelo crescimento econômico - como se as duas coisas fossem excludentes.
O pessoal do contra se assanhou, e foi imediatamente à luta, por meio dos inúmeros agentes que tem espalhados pelas redações país afora. A ordem foi clara: descer a lenha na presidente e no Banco Central, criar o máximo de confusão possível. Afinal, onde já se viu um governo ir contra as determinações dessa entidade sagrada chamada "mercado"?
A reação, porém, foi quase imediata. Dilma, por meio do Blog do Planalto, foi enfática em dizer que suas declarações haviam sido mal interpretadas pelo mercado financeiro. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo.” Segundo o Planalto, “agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação”.
Hoje, o Banco Central divulgou o seu relatório trimestral de inflação, no qual projeta uma taxa de 5,7% neste ano, acima da previsão de 4,8% do relatório anterior. Também estima que o Produto Interno Bruto aumentará 3,1% neste ano.
Não é o melhor dos mundos, mas está muito, mas muito distante daquele que a turma do contra, esse pessoal que não se conforma com os avanços do país, insiste em dizer, apesar de todas as evidências em contrário, que é o real, que é este em que vivemos.
cronicasdomotta
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