Deu tudo errado na campanha de José Serra ao tentar roubar para si a bandeira do conservadorismo (aliás, um assunto deslocado dos problemas que precisam ser tratados nas eleições municipais).
Segundo a pesquisa do Datafolha, Fernando Haddad (PT) também venceria o tucano entre os eleitores conservadores. No fim de setembro Haddad tinha apenas 12% destes votos (a maioria votava em Russomanno). Hoje, ele ganha de Serra por 46% a 33% nesse eleitorado.
Certamente há várias explicações para isso mas, provavelmente, o principal motivo é Haddad tratar o eleitor com seriedade e respeito, enquanto a campanha de Serra beira a galhofa, irritando e ofendendo a inteligência do eleitor.
Serra errou e continua errando a mão ao atacar o adversário acima do tom. Quando a crítica ultrapassa os limites do bom senso, depõe contra si, pois começa a grudar em si próprio a pecha de mentiroso e falso.
Quando as críticas ao adversário beiram o xingamento, o eleitor vê como falta de argumentos e de propostas de Serra.
Quando a campanha de Serra desembesta para a baixaria, o eleitor começa a ver falta escrúpulos, e ambição pessoal desmedida pelo poder.
O eleitor também não gosta quando José Serra foge das responsabilidades pelo mau desempenho da gestão Kassab. Um político honesto deveria explicar o que pretende fazer para resolver tudo o Kassab e próprio Serra prometeram fazer e não fizeram em 8 anos de governo, em vez fazer oposição à gestão de Marta que terminou há 8 anos, e foi bem avaliada pela população.
Também ofende a inteligência do eleitor quando Serra mistura a eleição de prefeito com a de governador. Serra não fala nada sobre ônibus, uma atribuição da prefeitura, e só fala se Metrô, uma atribuição do governador. Ora, se o plano de governo dele é passar 15 meses só assistindo o trabalho de Alckmin, elogiando o Metrô (que, por sinal, anda com super-lotação e precisa melhorar muito), então ele quer ser prefeito para fazer o quê? Para ficar usando a prefeitura como palanque para um candidatura presidencial de novo?
Se o eleitor é cético quanto às promessas de muitos políticos, também é cético no excesso de denúncias pelos adversários, de tão acostumados que estão com este discurso em épocas eleitorais. Lula foi vítima disso desde 1989, e a maioria do povo percebeu, desde 2002, que esse discurso contra ele não passava de picaretagem da oposição demotucana.
Nenhum partido, nenhum político é perfeito. O eleitor vê melhores e piores, mas só uma minoria de "eleitores torcedores" enxergam uma luta do bem contra o mal, quando se trata de dois políticos disputando um cargo em eleições democráticas.
Segundo a pesquisa do Datafolha, Fernando Haddad (PT) também venceria o tucano entre os eleitores conservadores. No fim de setembro Haddad tinha apenas 12% destes votos (a maioria votava em Russomanno). Hoje, ele ganha de Serra por 46% a 33% nesse eleitorado.
Certamente há várias explicações para isso mas, provavelmente, o principal motivo é Haddad tratar o eleitor com seriedade e respeito, enquanto a campanha de Serra beira a galhofa, irritando e ofendendo a inteligência do eleitor.
Serra errou e continua errando a mão ao atacar o adversário acima do tom. Quando a crítica ultrapassa os limites do bom senso, depõe contra si, pois começa a grudar em si próprio a pecha de mentiroso e falso.
Quando as críticas ao adversário beiram o xingamento, o eleitor vê como falta de argumentos e de propostas de Serra.
Quando a campanha de Serra desembesta para a baixaria, o eleitor começa a ver falta escrúpulos, e ambição pessoal desmedida pelo poder.
O eleitor também não gosta quando José Serra foge das responsabilidades pelo mau desempenho da gestão Kassab. Um político honesto deveria explicar o que pretende fazer para resolver tudo o Kassab e próprio Serra prometeram fazer e não fizeram em 8 anos de governo, em vez fazer oposição à gestão de Marta que terminou há 8 anos, e foi bem avaliada pela população.
Também ofende a inteligência do eleitor quando Serra mistura a eleição de prefeito com a de governador. Serra não fala nada sobre ônibus, uma atribuição da prefeitura, e só fala se Metrô, uma atribuição do governador. Ora, se o plano de governo dele é passar 15 meses só assistindo o trabalho de Alckmin, elogiando o Metrô (que, por sinal, anda com super-lotação e precisa melhorar muito), então ele quer ser prefeito para fazer o quê? Para ficar usando a prefeitura como palanque para um candidatura presidencial de novo?
Se o eleitor é cético quanto às promessas de muitos políticos, também é cético no excesso de denúncias pelos adversários, de tão acostumados que estão com este discurso em épocas eleitorais. Lula foi vítima disso desde 1989, e a maioria do povo percebeu, desde 2002, que esse discurso contra ele não passava de picaretagem da oposição demotucana.
Nenhum partido, nenhum político é perfeito. O eleitor vê melhores e piores, mas só uma minoria de "eleitores torcedores" enxergam uma luta do bem contra o mal, quando se trata de dois políticos disputando um cargo em eleições democráticas.
O povo está vendo que José Serra disputar eleições de 2 em 2 anos prometendo resolver problemas da saúde, e a saúde pública continua muito deficiente em São Paulo. Não adianta Serra mostrar um ou outro hospital ESTADUAL novo, numa cidade do tamanho de São Paulo, porque está muito aquém do necessário e do déficit de leitos. É preciso muito mais comprometimento com o SUS para a população pobre e de idosos que não tem condições de pagar um plano de saúde e, em 8 anos, Serra e Kassab deixaram a desejar.
José Serra já teve todas as oportunidades de ocupar cargos no passado e não soube aproveitá-los para deixar um legado que inspirasse confiança para merecer outro cheque em branco do eleitor.
Com Haddad acontece o contrário. Ele foi Ministro da Educação por 6 anos e meio nos governos melhores avaliados de Lula e de Dilma. Ele aproveitou a oportunidade para deixar um legado na educação: ProUni, o ENEM substituindo o antigo vestibular elitista, ampliou vagas nos cursos noturnos das Universidades Federais para estudantes mais pobres que precisam trabalhar durante o dia, além de aproveitar melhor a própria estrutura dos campus universitários, ampliou vagas no ensino técnico, investiu como nunca da creche à pós graduação.
José Serra já teve todas as oportunidades de ocupar cargos no passado e não soube aproveitá-los para deixar um legado que inspirasse confiança para merecer outro cheque em branco do eleitor.
Com Haddad acontece o contrário. Ele foi Ministro da Educação por 6 anos e meio nos governos melhores avaliados de Lula e de Dilma. Ele aproveitou a oportunidade para deixar um legado na educação: ProUni, o ENEM substituindo o antigo vestibular elitista, ampliou vagas nos cursos noturnos das Universidades Federais para estudantes mais pobres que precisam trabalhar durante o dia, além de aproveitar melhor a própria estrutura dos campus universitários, ampliou vagas no ensino técnico, investiu como nunca da creche à pós graduação.
Não adianta a propaganda de Serra falar mal de Haddad como ministro, porque toda família de classe média ou pobre conhece alguém beneficiado pelo ProUni, pelo novo FIES, pelo ENEM e o SiSU, pelo REUNI. São Paulo, uma cidade de imigrantes, tem muitas famílias que conhecem parentes que tiveram escolas técnicas federais e campus universitários criados em suas cidades de origem.
E a má vontade de Serra com o governo federal fica evidente em sua própria propaganda. Ele é incapaz de citar uma única política pública que ele queira desenvolver em conjunto com o governo federal. No Rio de Janeiro, o prefeito não cansa de dizer e mostrar resultados do quanto dão certo estas parcerias.
O governo federal alocou sim verbas para 170 creches em São Paulo. A prefeitura de São Paulo não firmou os convênios como outras prefeituras fizeram. Não adianta apresentar ofícios declarando interesse, porque na hora de firmar convênios, a prefeitura de São Paulo refugou, e não dá para entender por que, pois se houvesse algum tipo de perseguição do ministério, era o caso até de entrar na justiça para garantir as verbas.
Mas Haddad não trás debaixo do braço apenas seu trabalho no ministério da educação. Para sair candidato ele promoveu reunião com pessoas que conhecem os problemas de São Paulo, desde o início do ano, para fazer um plano de governo atacando de frente os problemas de São Paulo.
É óbvio que o eleitor, conservador ou não, mas que quer uma cidade melhor, passa a avaliar melhor a candidatura de Haddad do que a de Serra, diante de tudo isso.
Para complicar, a eleição de 2010 ainda está fresca na memória, quando a mesma campanha de baixarias, com o mesmo José Serra, foi feita contra Dilma. Hoje Dilma e seu governo são bem avaliados pelo eleitor paulistano, demonstrando que as críticas feitas a ela, inclusive via imprensa amiga dos demotucanos, durante a eleição passada, eram falsas e picaretas.
Uma semana às vésperas da eleição é uma eternidade e, tudo pode acontecer. Não devemos nos acomodar e confiar nas pesquisas só porque os números são confortáveis, da mesma forma que ninguém deve desanimar com pesquisas em cidades onde os números são desfavoráveis.
Mas Haddad não trás debaixo do braço apenas seu trabalho no ministério da educação. Para sair candidato ele promoveu reunião com pessoas que conhecem os problemas de São Paulo, desde o início do ano, para fazer um plano de governo atacando de frente os problemas de São Paulo.
É óbvio que o eleitor, conservador ou não, mas que quer uma cidade melhor, passa a avaliar melhor a candidatura de Haddad do que a de Serra, diante de tudo isso.
Para complicar, a eleição de 2010 ainda está fresca na memória, quando a mesma campanha de baixarias, com o mesmo José Serra, foi feita contra Dilma. Hoje Dilma e seu governo são bem avaliados pelo eleitor paulistano, demonstrando que as críticas feitas a ela, inclusive via imprensa amiga dos demotucanos, durante a eleição passada, eram falsas e picaretas.
Uma semana às vésperas da eleição é uma eternidade e, tudo pode acontecer. Não devemos nos acomodar e confiar nas pesquisas só porque os números são confortáveis, da mesma forma que ninguém deve desanimar com pesquisas em cidades onde os números são desfavoráveis.
Pesquisa não ganha eleição. O que ganha é mobilização, o debate, na forma de conversa, entre os cidadãos bem informados uns com os outros, e isso precisa continuar sendo feito até domingo que vem em todas as cidades, até porque campanha eleitoral é também um momento cívico para reflexão, para pensar na cidade que queremos, na política que queremos, independente do próprio resultado soberano das urnas. Cada cidadão tem o direito de votar em quem acredita ser o melhor, mas o mais importante é que ninguém vote enganado, comprando gato por lebre, e isso que todos nós temos que falar com nossos amigos e parentes, mesmo os distantes, por telefone ou pela internet. Saber ouvir e saber mostrar os pontos positivos e negativos de cada candidatura, com o conhecimento e informações que dispomos, e lembrar que política não é só uma guerra de baixarias, há uma discussão sobre o futura da cidade nos próximos 4 anos.
É lamentável que José Serra ainda não entendeu que o eleitor, conservador ou não, não é burro, não é ignorante, e a grande maioria não aceita mais o "cabresto" que a rede Globo, a revista Veja, a Folha e o Estadão sempre quiseram impor, se achando donos da formação da "opinião pública".
Eis a matéria da Folha:
Voto conservador amplia liderança de Haddad em SP
Líder nas pesquisas em SP, Fernando Haddad (PT) também venceria o tucano José Serra entre os eleitores conservadores -segmento no qual tinha o pior desempenho no Datafolha no fim de setembro (12% dos votos). Hoje, ele ganha de Serra por 46% a 33% nesse eleitorado. No conjunto das intenções de voto, o petista lidera a disputa por 49% a 32%
Apoio conservador garante liderança folgada de Haddad
É lamentável que José Serra ainda não entendeu que o eleitor, conservador ou não, não é burro, não é ignorante, e a grande maioria não aceita mais o "cabresto" que a rede Globo, a revista Veja, a Folha e o Estadão sempre quiseram impor, se achando donos da formação da "opinião pública".
Eis a matéria da Folha:
Voto conservador amplia liderança de Haddad em SP
Líder nas pesquisas em SP, Fernando Haddad (PT) também venceria o tucano José Serra entre os eleitores conservadores -segmento no qual tinha o pior desempenho no Datafolha no fim de setembro (12% dos votos). Hoje, ele ganha de Serra por 46% a 33% nesse eleitorado. No conjunto das intenções de voto, o petista lidera a disputa por 49% a 32%
Apoio conservador garante liderança folgada de Haddad
Datafolha mostra que petista vence Serra em 4 de 5 segmentos ideológicos
Grupo identificado com valores conservadores é o maior de SP; nesse universo, Haddad ganha por 46% a 33%
Ricardo Mendonça
Na simulação de segundo turno da eleição paulistana, o candidato do PT, Fernando Haddad, vence o tucano José Serra mesmo entre os eleitores classificados como conservadores numa escala de posicionamento ideológico criada pelo Datafolha.
Nesse grupo, Haddad tem 46% das intenções de voto contra 33% de Serra. No conjunto, vence por 49% a 32%.
O dado chama a atenção porque em pesquisa semelhante feita pelo instituto em setembro o petista tinha o pior desempenho entre os conservadores, com 12%.
Naquela ocasião, o líder isolado nesse grupo, com 41%, era Celso Russomanno (PRB), hoje fora da disputa. Serra tinha 21%.
Os que se identificam com valores conservadores representam 33% dos paulistanos, o maior contingente na escala do Datafolha que agrupa os eleitores em cinco grandes lotes ideológicos.
Extremamente liberais são 6%. Liberais, 28%. Medianos (nem conservadores, nem liberais) somam 23%. E extremamente conservadores, 9%.
Haddad bate Serra em 4 dos 5 agrupamentos, principalmente entre os liberais.
Na pesquisa, o Datafolha usou como referência os métodos e a tipologia política do Pew Research Center em estudos sobre o voto americano.
Cada entrevistado na pesquisa de intenção de voto foi convidado a responder questões sobre valores sociais, políticos e culturais.
Os resultados revelam as opiniões dos paulistanos em vários temas da atualidade.
Pendendo ao conservadorismo, 62% acham que a maior causa da criminalidade é a maldade -34% a atribuem à falta de oportunidades iguais para todos.
Para 71%, adolescentes infratores devem ser punidos como adultos. Entre os mais conservadores, a opinião é compartilhada por 95%.
A maioria também é conservadora em questões sobre drogas e religião. Para 79%, acreditar em Deus torna as pessoas melhores. Para 81%, o uso de drogas deve permanecer proibido.
Pendendo ao lado liberal, 68% associam a pobreza mais à falta de oportunidades do que à preguiça, e 69% dizem que o homossexualismo deve ser aceito pela sociedade.
Grupo identificado com valores conservadores é o maior de SP; nesse universo, Haddad ganha por 46% a 33%
Ricardo Mendonça
Na simulação de segundo turno da eleição paulistana, o candidato do PT, Fernando Haddad, vence o tucano José Serra mesmo entre os eleitores classificados como conservadores numa escala de posicionamento ideológico criada pelo Datafolha.
Nesse grupo, Haddad tem 46% das intenções de voto contra 33% de Serra. No conjunto, vence por 49% a 32%.
O dado chama a atenção porque em pesquisa semelhante feita pelo instituto em setembro o petista tinha o pior desempenho entre os conservadores, com 12%.
Naquela ocasião, o líder isolado nesse grupo, com 41%, era Celso Russomanno (PRB), hoje fora da disputa. Serra tinha 21%.
Os que se identificam com valores conservadores representam 33% dos paulistanos, o maior contingente na escala do Datafolha que agrupa os eleitores em cinco grandes lotes ideológicos.
Extremamente liberais são 6%. Liberais, 28%. Medianos (nem conservadores, nem liberais) somam 23%. E extremamente conservadores, 9%.
Haddad bate Serra em 4 dos 5 agrupamentos, principalmente entre os liberais.
Na pesquisa, o Datafolha usou como referência os métodos e a tipologia política do Pew Research Center em estudos sobre o voto americano.
Cada entrevistado na pesquisa de intenção de voto foi convidado a responder questões sobre valores sociais, políticos e culturais.
Os resultados revelam as opiniões dos paulistanos em vários temas da atualidade.
Pendendo ao conservadorismo, 62% acham que a maior causa da criminalidade é a maldade -34% a atribuem à falta de oportunidades iguais para todos.
Para 71%, adolescentes infratores devem ser punidos como adultos. Entre os mais conservadores, a opinião é compartilhada por 95%.
A maioria também é conservadora em questões sobre drogas e religião. Para 79%, acreditar em Deus torna as pessoas melhores. Para 81%, o uso de drogas deve permanecer proibido.
Pendendo ao lado liberal, 68% associam a pobreza mais à falta de oportunidades do que à preguiça, e 69% dizem que o homossexualismo deve ser aceito pela sociedade.
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