domingo, 1 de abril de 2012

África: Continente negro se partirá em dois



A depressão de Afar, na África Oriental, dividirá o continente ao meio e se tornará o leito de um novo mar. Por enquanto, a região mostra-se espetacular, cheia de vulcões, lagos de lava, depósitos de sal e fontes quentes e coloridas

Luis Pellegrini, Revista Oásis / Brasil 247

Há poucos anos, descobriu-se na Etiópia um lugar realmente único em nosso planeta: uma gigantesca fratura, situada numa remota área desértica. Ali, um novo oceano começa a se formar. Tratava-se de uma fenda que se abriu entre setembro de 2004 e os primeiros meses de 2005, no deserto de Afar, 990 quilômetros a nordeste da capital, Adis Abeba. Ela tinha 60 metros de comprimento por 4 metros de largura quando surgiu. Desde então, não para de crescer e de se alargar.

O lago de lava no fundo da cratera do vulcão Erta Ale. Toda a região de Afar, no Leste da Etiópia, é cheia de fenômenos sísmicos como vulcões, terremotos, fontes térmicas de águas sulfurosas

Ali nascerá um oceano

“Esta fissura é o início da abertura de um novo mar que, dentro de alguns poucos milhões de anos, se formará entre a África Ocidental e uma nova ilha gigante, a qual se moverá em direção ao Oceano Índico”, explica Dereje Ayalew, geólogo da Universidade de Adis Abeba. “Ninguém, até agora, teve a chance de estudar in loco o nascimento de um novo oceano. Conhecemos aqueles que já estão formados, mas nunca pudemos observar um que estivesse na sua fase primordial”, disse Ayalew.

As rochas se magnetizam

Ayalev acompanha no momento uma equipe de pesquisadores da Missouri University of Science and Technology empenhada na investigação desse fenômeno raríssimo. A primeira coisa que se descobriu é que, na região, já há 1,8 milhões de anos grandes quantidades de magma se espalharam na crosta terrestre. O processo, portanto, se iniciou muito tempo antes que aparecessem as primeiras fendas que hoje estão aparecendo. Outra descoberta interessante é que “o ferro presente nas rochas derivadas daqueles filões tomou a direção do campo magnético existente naquele tempo, e isso comprova que o Polo Norte se encontrava na região onde hoje está o Polo Sul”, explica David Brideg, chefe da equipe da Missouri University.
Sabe-se que no leito oceânico as rochas derivadas do magma estão magnetizadas em faixas alternadas, indicando que o campo magnético terrestre mudou no passar do tempo. Mas, no caso da Etiópia, é a primeira vez que essa situação é encontrada num continente. Em outras palavras, será possível estudar essa situação antes que a área se transforme num oceano, e toda a região desapareça sob a água – o que ocorrerá dentro de 2 milhões de anos.”
Fotos: Divulgação
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