O problema da destinação do lixo em Ubatuba já vem se arrastando a muito tempo, sem uma solução econômica e ecologicamente viável e sustentável por parte da Administração Municipal.
Entretanto, tal solução deverá custar aos cofres municipais a bagatela de R$ 12 milhões, segundo as estimativas mais otimistas da Secretaria de Arquitetura e Urbanismo para o ano de 2011. O valor é tão elevado que a arrecadação da taxa de lixo, instituída pela Lei Municipal nº 3.145 de 12/12/2008, não é e não será suficiente para pagar a respectiva despesa.
Não há como negar que a cidade passa por um processo de crescimento populacional e de urbanização acelerada e desorganizada - por culpa da administração municipal - , que, no curto prazo inviabilizará o transbordo do lixo para o aterro sanitário de Tremembé, tendo em vista que as finanças municipais não suportarão a elevação dos gastos como prevê a Secretaria Municipal de Arquitetura e Urbanismo.
Entretanto, como o problema da destinação do lixo é um tema recorrente, o mesmo deve estar na pauta da Câmara Municipal e do Ministério Público de Ubatuba, principalmente, quando a Administração Municipal não possui mecanismos para conferir a quantidade de resíduos sólidos que são transportados para o aterro sanitário de Tremembé.
É a mais pura verdade, a Administração Municipal paga de acordo com a pesagem realizada no aterro sanitário de Tremembé. A informação foi dita pelo Sr. Paulo Tobiezi, diretor da Resitec, empresa responsável pelo transbordo do lixo, quando, no dia 20 de janeiro deste ano, um caminhão à serviço da Resitec acabou tombando na Rodovia dos Tamoios.
Naquele momento, alguns poucos atentaram para a questão. Mas, quando o Sr. Paulo foi indagado pela reportagem da Vanguarda News, o mesmo informou que não tinha a peso do lixo transportado, que era entre 18 e 20 toneladas, pois a pesagem não era realizada em Ubatuba, a pesagem somente era realizada quando da entrada do caminhão no aterro sanitário de Tremembé. Veja a matéria publicada na imprensa local. Aqui também.
A pergunta que não quer calar: Como é que a Administração Municipal paga milhões de reais a uma empresa, ou melhor para duas empresas, uma para realizar a coleta (Sanepav) e a outra para o transbordo do lixo (Resitec) sem ter mecanismos de pesagem? Quem confere a pesagem? “É como entregar ao lobo a responsabilidade pelo galinheiro”.
Mas vejamos, como se atinge o valor de 12 milhões de reais ao ano para o transbordo do lixo para o aterro sanitário de Tremembé.
Segundo a Secretaria de Arquitetura e Urbanismo, a coleta de lixo gira em torno de 60 a 100 toneladas de lixo por dia (estimativa), totalizando 2000 toneladas mês (estimativa), com exceção dos períodos de temporada quando chega a ser recolhido em torno de 300 toneladas de lixo nos fins de semana (estimativa), o que eleva o montante mensal para 3000 toneladas.
Com base nestes estimados números podemos concluir que a empresa Resitec deve realizar em média de 5 a 6 viagens de transbordo de lixo por dia, para o aterro sanitário de Tremembé, sob pena de não ter espaço físico para acomodar os containers de transporte de lixo.
A Prefeitura Municipal paga o valor de R$ 296,00 por tonelada para o transbordo do lixo, o que gera por dia o valor a pagar entre R$ 29,6 mil e R$ 35 mil, contabilizando o total de R$ 888 mil a R$ 1,08 milhões ao mês. Efetuando a multiplicação do valor mensal por 12 meses, obteremos um valor entre R$ 10,656 milhões e R$ 12,960 milhões ao ano.
Outra pergunta: Estamos gastando milhões ao ano para o transbordo do lixo, será que não teríamos condições de investir parte desse valor na implantação de um aterro sanitário em Ubatuba?
Mais uma pergunta: Porque não implantar a coleta seletiva em nossa cidade? Ela não reduz a quantidade de lixo a ser transportado para o aterro sanitário de Tremembé? Ou a redução da quantidade de lixo não interessa a Municipalidade?
Fonte: blog do PT/Ubatuba
Recentemente a administração municipal deixou, ou melhor, desdenhou de um projeto com a implantação de duas usinas de reciclagem, em um aporte total de R$ Hum milhão e setecentos mil, simplesmente ignorando o prazo para a entrega do projeto e deixando-o vencer, com uma finalidade de difícil distinção sobre o que de fato ocorre na consciência de quem detém o poder. Mais uma inconsistência entre propaganda e desempenho.
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