sexta-feira, 27 de março de 2015

Senadores do PSDB pretendem expulsar médicos cubanos do Brasil

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Os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) | 
Imagem: Agência Senado



Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) apresentaram projeto que proíbe cubanos no Mais Médicos. Senadores ignoram a importância desses profissionais na vida de quem antes não tinha acesso a médicos, além da excelência do atendimento humanitário relatado pelos pacientes.

Os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) apresentaram um projeto de decreto legislativo para sustar o acordo que viabilizou o ingresso de milhares de profissionais cubanos no Programa Mais Médicos.
Ao justificarem o projeto, os senadores citam reportagem da revista Veja, segundo a qual funcionários do Ministério da Saúde e da Opas admitiram que o termo de ajuste foi usado para evitar o exame do tema pelo Congresso Nacional, o que seria indispensável caso se celebrasse um acordo bilateral.
“O referido termo de ajuste, firmado entre as partes, constitui ato normativo que exorbita do poder regulamentar próprio do Poder Executivo. Além disso, usurpa competência legislativa do Congresso Nacional em matéria de tratados, acordos ou atos internacionais”, concluem os senadores. O projeto será analisado, inicialmente, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

A importância dos cubanos

A relevância do programa Mais Médicos e, principalmente, dos profissionais cubanos que integram o programa já foi relatada por centenas de pacientes. O início, porém, não foi de elogios.
Vítimas de uma resistência orquestrada por grandes veículos de comunicação e bastante hostilizados pelos partidos de oposição e por boa parte da classe médica brasileira quando chegaram ao Brasil, os médicos cubanos mostraram que têm muito a ensinar.
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em Feira de Santana. O cubano Isoel Gomes Molina foi afastado da Unidade Básica de Saúde em que trabalhava após uma médica brasileira denunciar que o profissional teria receitado um remédio errado para uma criança de 1 ano. Toda a comunidade se mobilizou em defesa do profissional.
“Queremos ele de volta. Meu filho melhorou logo graças a ele. Estão com raiva porque os cubanos estão fazendo o trabalho que eles não querem fazer, pois os médicos brasileiros tratam a gente como se fôssemos animais”, relatou a mãe de um menino atendido por Isoel.
Uma sindicância foi aberta para apurar o caso e concluíram que o profissional de Cuba não havia cometido erro.

Benção

Moradores de Jiquitaia, um povoado do interior cercado por cactos, bodes e gado esfomeado, antes viajavam 46 quilômetros em estrada de chão para consultar um médico.
“Foi uma benção de Deus”, disse o agricultor Deusdete Bispo Pereira, depois de ser examinado por dores no peito pela médica Dania Alvero, de Santa Clara, Cuba. “Mudou 100 por cento. Todo mundo está gostando. A gente tem medo que vão embora”, disse ele.
Idosos e mulheres grávidas lotavam o centro de saúde da família esperando ser examinados por Dania, que é especializada em medicina preventiva, como a maioria dos médicos cubanos.
Em municípios do Piauí, historicamente castigados pela ausência de médicos, a mortalidade infantil chegou a zero após a aparição dos profissionais cubanos. As mudanças radicais foram celebradas pela população. “O médico cubano dá atenção a gente, pergunta, fica ouvindo, explica o que gente deve fazer, orienta os exames. Eu achei melhor do que os outros, já fui atendido por vários”

Desistência

Dos médicos estrangeiros e brasileiros que trabalham no Programa federal Mais Médicos, os cubanos foram os que menos abandonaram a missão até agora, com 0,2% de desistências. O índice de abandono de médicos de outras nacionalidades é de 0,8%. Em relação aos médicos brasileiros que participam do programa o índice de desistência ultrapassa os 8%.

A medicina cubana

Internacionalmente aclamada, a medicina cubana tem outra visão de saúde.
“A chave [da medicina cubana] está na prevenção. Tenha bons hábitos. Em Cuba, existe o chamado doutor comunitário. Como um amigo, ele acompanha as pessoas de uma determinada região e visita os pacientes de surpresa. É por isso que é comum, em Cuba, você ver idosos se exercitando na praia. O resultado é que a expectativa de vida em Cuba, a despeito das limitações econômicas impostas pelo duríssimo embargo americano, é uma das maiores do mundo”, diz o jornalista Paulo Nogueira.
No Brasil, a chegada dos médicos cubanos provocou mudança de comportamento em outros profissionais. A explicação para a mudança está na formação acadêmica: a medicina cubana incentiva laços mais estreitos com os pacientes. “Os médicos que vêm de fora colhem material para preventivo. Alguns não faziam isso. Mandavam sempre a enfermeira. Já ouvi muitos dizendo que agora vão fazer o procedimento”, conta uma funcionária de uma unidade de saúde do Rio de Janeiro.
Cuba desenvolveu há sessenta anos uma medicina única no mundo, que alia a medicina moderna à medicina natural e tradicional. A ilha caribenha obtém hoje os melhores resultados do continente em matéria de saúde. No Brasil, como já foi relatado, os cubanos estão mudando a vida de milhares de brasileiros e transformando as relações entre médicos e pacientes; são esses profissionais que os senadores Cássio Cunha Lima e Aloysio Nunes querem expulsar do Brasil.

Existe uma corrupção que vale mais e outra que vale menos?



Os dois únicos  apontados até agora nos jornais como envolvidos no esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os de Paulo Roberto Cortez e Edison Pereira Rodrigues, são auditores-fiscais da Receita Federal.

Não dá, por isso, para imaginar que todos os auditores sejam corruptos, não é?

Se é assim com servidores de carreira, concursados, porque deve ser diferente quando se trata de ocupantes de cargo em comissão, como se faz hoje?

Não era grana pouca: dizem estar confirmados R$ 5 bilhões e o valor levantado pode chegar a R$ 19 bilhões.

Dez vezes mais que a Lava-Jato, segundo os números do MP do Paraná.

E igualmente dinheiro público, mais ainda que o da Petrobras, que é semi-estatal.

Processos de nove empresas as “aliviaram” de R$ 5 bilhões lançados em impostos e multas.

R$ 1,3 milhão foram apreendidos, em espécie.

Não se dá o nomes das empresas nem ninguém preso, ao que se saiba. Apenas apreensão de documentos e computadores. E dinheiro, muito dinheiro. Há um video com um cofre cheio dele, sem indicação de onde ou de quem.



Que diferença com o espalhafato de Sérgio Moro!

O Globo não chama na capa do site. A Folha, uma notinha minúscula.

Apesar do volume de dinheiro, só o Estadão dá destaque.

chamando para o fato do pai do líder do PP — que anda mais sujo do que pau de galinheiro – , Eduardo da Fonte de Albuquerque Silva, ser um dos integrantes do Conselho externos à Receita.

Se seu pai Francisco, tiver algum envolvimento, vai ser outro “podemos tirar, se achar melhor”, porque ele é Conselheiro pelo menos desde 2001, como registra o Diário Oficial.

Ambos são nojentos, praticado por pessoas que deveriam defender o dinheiro público, mas agora me digam: “o maior escândalo de corrupção da história do Brasil”, qual é?

O que a mídia quer que seja.

Fernando Brito
No Tijolaço,via http://www.contextolivre.com.br/2015/03/existe-uma-corrupcao-que-vale-mais-e.html

Os políticos da lista do HSBC


Do uol:

Pelo menos 11 políticos brasileiros ou pessoas ligadas a políticos estão na lista de clientes da agência do HSBC em Genebra, na Suíça.

Entre outros, fazem parte dessa relação o empresário bilionário e suplente de senador Lirio Parisotto (PMDB-AM), o integrante da Executiva Nacional do PSDB Márcio Fortes, o vereador Marcelo Arar (PT-RJ), o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira e um assessor, o presidente nacional do PTC, Daniel Tourinho, e duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Procurados pelo UOL, todos negam irregularidades ou se recusam a comentar. Nos casos de políticos que disputaram eleições recentes, foi possível comprovar que nenhum declarou à Justiça Eleitoral ter contas no banco HSBC no exterior.

As informações para esta reportagem foram obtidas por meio de extensiva análise dos arquivos da agência de “private bank” do HSBC em Genebra, na Suíça. O vazamento dos dados, conhecido como SwissLeaks, refere-se a informações dos anos de 2006 e 2007, extraídas do banco em 2008 por um então técnico de informática da instituição, Hervé Falciani. Em 2014, o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) firmou uma parceria com o jornal francês “Le Monde” para investigar o caso. No Brasil, o UOL e o “Globo” têm exclusividade na apuração.

Equipes de reportagem do UOL e do “Globo” fizeram nas últimas semanas uma minuciosa varredura na base de clientes do HSBC na Suíça para verificar a eventual presença de políticos. Entre outros bancos de dados usados nesse cruzamento, foram analisados todos os atuais 513 deputados federais, os 81 senadores titulares, os 162 senadores suplentes, a presidente da República e todos os seus antecessores, o atual vice-presidente da República, os integrantes das Assembleias Legislativas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além das Câmaras de Vereadores das cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio.

(…)

Na relação de clientes do HSBC na Suíça consta o nome do primeiro vice-presidente do PSDB no Rio, Márcio Fortes. Também integrante da Comissão Executiva Nacional do PSDB e deputado federal por 3 mandatos, Fortes, de 70 anos, atuou como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banerj e foi secretário-geral do Ministério da Fazenda.

Conforme os dados do SwissLeaks, o tucano tinha o seu nome relacionado a 3 contas no HSBC em Genebra em 2006 e 2007, sendo que uma delas ainda estava ativa naquela época –com um saldo de US$ 2.413.260,28. Fortes é do ramo de construção civil e é um tradicional doador para campanhas eleitorais.

No ano de 2000, por exemplo, Fortes foi a pessoa física que mais doou dinheiro ao PSDB –o equivalente a 21% do total arrecadado pela legenda nessa modalidade de financiamento.

Em 2010, Fortes concorreu ao cargo de vice-governador do Rio na chapa encabeçada por Fernando Gabeira (PV). À Justiça Eleitoral, o tucano comunicou que tinha na época um patrimônio de R$ 4.442.412,71, sendo 13 imóveis, um carro e R$ 117.342,03 na CEF. Assim como Lirio Parisotto, o peessedebista não declarou possuir conta no HSBC.

Na eleição de 2010, Fortes fez uma doação de R$ 500 mil para a campanha ao governo do Rio. Dias antes, Gabeira havia dito que os partidos aliados o apoiavam “muito mal” e que, por esse motivo, poderia “dar uma banana” se fosse necessário.

Em 2006, Fortes concorreu a deputado federal pelo PSDB fluminense. À época, sua conta identificada como “Aframfran Holdings Limited” tinha um saldo de US$ 2,413 milhões no HSBC da Suíça. Esse bem, entretanto, não aparece na declaração de patrimônio que o tucano entregou à Justiça Eleitoral.

O petista Arar aparece ligado a duas contas no HSBC. Uma havia sido aberta em 1990 e fechada em 1998. A outra, identificada pelo código alfanumérico “29821 BB” foi criada em 23 de março de 1998 e permanecia ativa até 2007, com saldo de US$ 247.812. Também estavam ligados a essa conta André Arar e Eliane Bagrichevsky Arar, parentes do vereador.

No ano seguinte, em 2008, Marcelo Arar disputou o cargo de vereador na cidade do Rio de Janeiro, filiado então ao PSDB. Na sua declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral não consta uma conta no HSBC da Suíça.

Quatro anos depois, na eleição de 2012, Marcelo Arar declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 251.395,29, composto de imóvel, carro, depósitos em instituições financeiras brasileiras e R$ 30 mil em espécie . Não foi feita menção a contas no exterior. Antes de ingressar na política, Arar atuou como promotor de eventos e radialista."

(…)

Vídeo da Nasa mostra como a poeira do Saara fertiliza a Amazônia


O ecossistema amazônico depende da poeira do Saara para reabastecer suas reservas de nutrientes.
Do Ciclo Vivo 

"Uma quantidade significativa de poeira do deserto do Saara “viaja” mais de dois mil quilômetros chegando até a Amazônia, é o que mostra um vídeo divulgado recentemente pela Agência Espacial Americana (Nasa). A informação, no entanto, não é exatamente uma novidade.

Os dados da Nasa que mostram a relação entre o deserto e a floresta foram coletados entre 2007 e 2013, apesar de o fato já ser conhecido por muitos cientistas anos antes. Agora se tem mais dados exatos sobre o fenômeno. 

Estima-se que cerca de 182 mil toneladas de poeira cruzam o Oceano Atlântico chegando ao continente americano - cerca de 27,7 milhões caem na floresta. Deste total, 0,08% corresponde a fósforo (importante nutriente para as plantas), segundo pesquisadores da Universidade de Maryland (EUA), o que equivale a 22 mil toneladas.

Esta quantidade de fósforo, ainda segundo o estudo, é suficiente para suprir a necessidade de nutrientes que a floresta amazônica perde com as fortes chuvas e inundações na região.

“Todo o ecossistema amazônico depende da poeira do Saara para reabastecer suas reservas de nutrientes perdidos”, afirma o coordenador do estudo, Hongbin Yu. Ele confirma o que muitos, mesmo sem bases científicas, repetem há tempos: "Este é um mundo pequeno e estamos todos conectados".

A poeira rica em nutrientes sai principalmente de uma região conhecida como Depressão Bodele, localizado no país africano Chade, que foi formada após o maior lago da África secar – há cerca de mil anos.

A maior parte da poeira, entretanto, permanece suspensa no ar, enquanto que 43 milhões de toneladas chegam até o mar do Caribe. O estudo, que só foi possível graças a coleta de dados do satélite Calipso, da Nasa, foi divulgado na revista científica Geophysical Research Letters, veja aqui. A agência divulgou uma animação em 3D que ilustra como tudo acontece, confira:


CONTAS SECRETAS HSBC: ATÉ AGORA, SÓ A PONTÍCULA DO ICEBERG



              Ilustração desconforme: a ponta do iceberg é bem menor.

Repórter do UOL se recusa a entregar dados do caso HSBC a parlamentares

O repórter Fernando Rodrigues, do portal UOL, primeiro jornalista do país a divulgar o escândalo das contas secretas de brasileiros existentes no HSBC da Suíça, afirmou hoje (26), durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado criada para investigar o caso, que tentou um contato com representantes do governo, por meio de órgãos como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Receita Federal, em 2014. Mas, segundo contou, encontrou atitudes que considerou como “desídia, preguiça e má vontade” por parte dos integrantes destes órgãos para entrar nas apurações.

Rodrigues classificou as conversas mantidas com representantes destes e de outros órgãos de “epidérmicas”. Sem entrar em muitos detalhes, o jornalista afirmou que para divulgar as informações precisa atender aos critérios estabelecidos pela associação internacional de jornalistas investigativos – que primeiramente teve acesso à lista – e que os nomes dos correntistas só serão divulgados se forem de pessoas sobre as quais exista um “interesse público” de divulgá-los. Acrescentou que, mesmo assim, essa divulgação só ocorrerá após todos serem ouvidos e prestarem seus esclarecimentos.

Ele criticou a divulgação de alguns nomes pela Receita Federal para determinados veículos, feita recentemente. Destacou que as informações foram “seletivas” e ainda por cima “apresentaram imprecisões quanto aos valores existentes nas contas dos correntistas que tiveram seus nomes expostos”.

‘Conheço as CPIs’

Diante da solicitação de vários dos senadores para que entregasse a lista e os dados de que já dispõe à CPI com o compromisso de que as informações seriam mantidas em caráter sigiloso, como forma de ajudar nas apurações destes parlamentares, o jornalista se recusou. Disse que ficava até mesmo “sensibilizado” com o pedido dos parlamentares e que acredita na intenção deles de manter a tutela dos dados com responsabilidade.

Mas em função da sua profissão, já acompanhou muitas CPIs, nos últimos anos, e considera “uma temeridade” da sua parte atender ao pedido, “sabendo como funciona o Congresso Nacional e as CPIs”. Fernando Rodrigues argumentou, ainda, que os dados estarão disponíveis para os parlamentares por meio do governo francês que não se opõe a oferecer todos os nomes.

‘Responsabilidade e obrigação’

O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-BA), rebateu Fernando Rodrigues diante da sua recusa. Rocha afirmou que não tem problema ele negar a lista, porque a presidência da comissão tem “a responsabilidade e a obrigação” de requerer a relação, independente da vontade dele e do critério da associação internacional de jornalistas investigativos para dar publicidade a tais nomes.

Rodrigues disse que entende a posição do senador Paulo Rocha e que ele está certo. Ressaltou que os senadores “têm obrigação de solicitar estas informações” e repetiu que a forma “mais correta, célere e produtiva para a CPI” é a busca pelo governo francês.

Rocha reiterou que o Senado tem o compromisso de guardar toda informação sigilosa com responsabilidade e que, no encaminhamento dos trabalhos da comissão, vai atuar no sentido de fazer com que qualquer informação não seja divulgada com o intuito de ser utilizada “por interesses de disputa política ou de qualquer outro tipo”.

Durante a instalação da comissão, na última terça-feira, Paulo Rocha já tinha dito que irá fazer de tudo para evitar que a CPI seja “palco de espetáculos”. “É preciso que as investigações aconteçam com equilíbrio, segurança, serenidade e responsabilidade e é por isso que vou lutar”, acentuou.

A reunião teve início às 8h30 e durou mais de três horas. Foi dividida em duas etapas, de forma a possibilitar que, além do depoimento dos convidados, os senadores também pudessem
apreciar requerimentos. Eles aprovaram, antes de ouvir Rodrigues e o jornalista Chico Otávio, de O Globo, um plano de trabalho para a CPI para os próximos 180 dias. (Fontes: aqui e aqui).

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Felizmente - ainda que com grande atraso -, o ministério da Justiça já solicitou ao governo francês os dados que o jornalista se recusou a fornecer à CPI. Curiosamente, mídias de outros países, a exemplo da Grécia, já divulgaram a relação completa com as informações sobre "correntistas secretos" de seus países. 

De qualquer modo, vale a pena aguardar a verdade completa. Qual será o conteúdo da lista de mais de 8.500 "correntistas secretos" brasileiros? Diante da reação de quem detém o monopólio local sobre a lista, os dados podem - eventualmente, por óbvio, só eventualmente - envolver revelações esclarecedoras de muitos episódios pretéritos...
http://domacedo.blogspot.com.br/2015/03/contas-secretas-hsbc-ate-agora-so.html

quinta-feira, 26 de março de 2015

Pode o asteroide 2014 YB35 atingir a Terra na sexta-feira?


Um asteroide com cerca de 700 metros de comprimento passará próximo da Terra na sexta-feira dia 27 e caso atinja nosso planeta poderá provocar um mega tsunami ou devastar cidades do porte de São Paulo. Mas será que corremos algum risco de impacto?
Asteroide 2014 YB35
Clique para ampliar
Sempre que um grande asteroide cruza as cercanias da Terra, diversos sites lançam matérias com títulos alarmistas, sempre na expectativa de criar um fato bombástico na tentativa de render algumas visitas extras. E dessa vez a história não foi diferente.
De fato, o grande asteroide 2014 YB35 passará nas vizinhanças do nosso planeta na próxima sexta-feira e devido ao seu tamanho e massa tem enorme capacidade destrutiva caso ocorra um impacto, mas para alívio geral isso não vai acontecer.


Veja o vídeo com a orbita de 2014 YB35

Muita Energia
2014 YB35 tem cerca de 700 metros de comprimento e pesa mais de 600 milhões de toneladas. Neste momento, sua velocidade é de 36 mil km/h e se atingisse a Terra, liberaria energia equivalente a 7 milhões de toneladas de TNT. Isso é 350 vezes mais forte que a primeira bomba atômica lançada sobre o Japão em 1945.

Caso 2014 YB35 atingisse o oceano, a liberação dessa energia poderia provocar ondas gigantes capazes de inundar cidades litorâneas. Se atingisse cidades populosas, a perda de vidas e prejuízos materiais seria incalculável.
Embora o cenário não seja nada animador caso ocorresse um impacto, ele não passa de um exercício de pensamento, digno de um filme de ficção.
Os cálculos mostram 2014 YB35 passará muito longe da Terra, a cerca de 4.4 milhões de km de distância. Isso é quase 12 vezes a distância da Terra à Lua. O momento da máxima está previsto para acontecer na sexta-feira às 03h20 pelo horário de Brasília e segundo as efemérides calculadas, até o ano de 2200 não há qualquer possibilidade de impacto. Até lá, durma tranquilo.

Bons céus!

 sugado do: http://www.apolo11.com/cometa_73p.php?titulo=Pode_o_asteroide_2014_YB35_atingir_a_Terra_na_sexta-feira_&posic=dat_20150325-175509.inc

Os 10 comerciais mais preconceituosos dos últimos meses

A série de desastres produzidos pela publicidade brasileira inclui, entre outras coisas, objetificação da figura feminina, culpabilização da vítima e culto ao padrão branco de beleza. Confira as 10 propagandas mais machistas e racistas do último ano

Anna Beatriz Anjos e Jarid Arraes, Revista Fórum
Palmolive – “Longo Sedutor”
A propaganda voltada ao cuidado com os cabelos reforça a mensagem de que as cantadas seriam profundamente desejadas pelas mulheres. Fazendo um trocadilho com o ato de cantar uma música, o vídeo mostra uma mulher sendo abordada, incluindo até mesmo toques físicos, por causa de seu belo cabelo. O tema das cantadas tem ganhado força no Brasil, evidenciando a prática como algo invasivo e violento, que constrange e amedronta mulheres. A Palmolive, no entanto, prefere não acompanhar o avanço social.
TRESemmé – “Selagem Capilar”
propaganda tresemme preconceito negro racismo
Com a frase “meu cabelo liso ressalta o melhor de mim”, a marca de produtos capilares exibe uma modelo negra como símbolo de sua propaganda. A mensagem é clara: o melhor que uma mulher negra pode possuir em si é algo que se faz notar apenas com a aproximação ao padrão de beleza branco. É verdade que algumas pessoas de pele escura têm os cabelos naturalmente lisos, mas basta um pouco de consciência e responsabilidade social para perceber, preferencialmente antes de aprovar a peça publicitária, que vivemos uma epidemia de alisamentos e que o cabelo crespo ainda é alvo dos mais agressivos tipos de rejeição e preconceito.
Mr. Músculo
propaganda mr. músculo mulher machismo
Para vender produtos de limpeza, a marca recorre à antiquíssima ideia de que os afazeres domésticos são tarefas femininas. Em suas peças publicitárias, são exibidas mulheres cuidando da limpeza, preocupando-se com a manutenção da casa e caindo de exaustão após uma faxina. Para piorar, a empresa chegou a publicar uma peça afirmando que a mulher só poderá buscar seus objetivos e sonhos depois de limpar a casa.
Posto Ipiranga
Na campanha lançada neste início de 2015, a rede de postos de combustível expõe uma imagem completamente estereotipada e infiel dos povos indígenas brasileiros. Primeiro, porque os retrata com características claramente trazidas da América do Norte – exemplo é o cocar dos índios apaches, nativos dos EUA, que nada têm a ver com os adereços utilizados por nossas comunidades tradicionais. Além disso, ridiculariza os indígenas, utilizando-se do velho e preconceituoso clichê de que são burros e menos civilizados do que o branco ocidental.
Skol
propaganda skol publicidade machista carnaval
O anúncio da marca de cervejas trouxe à tona os aspectos mais machistas e violentos do Carnaval. Ignorou, sobretudo, a noção de consentimento, algo que ocorre corriqueiramente em nosso país, mas é levado às últimas consequências no feriado em questão. A peça dá a entender que a negação da mulher às investidas sexuais alheias pouco importa, principalmente se tiver consumido bebidas alcoólicas – como a divulgada pela propaganda – ou se estiver vestida com roupas curtas, encaradas por si só como “convite” e “permissão” à invasão de seu corpo.
Ministério da Justiça – “Bebeu, Perdeu”
propaganda ministério da justiça peça publicitária
Em campanha para combater o consumo de álcool por parte de crianças e adolescentes, o Ministério da Justiça acabou produzindo uma peça extremamente machista, que culpabiliza a mulher vítima de atos praticados sem o seu consenso, desde um estupro à divulgação de vídeos íntimos – o famoso revenge porn. Dessa forma, insinua, ainda, que as mulheres que bebem, por exemplo, pedem para ser abusadas e, por isso, não têm direito a nenhum tipo proteção. Depois da desastrosa repercussão da propaganda nas redes, o órgão a retirou de circulação e pediu desculpas em sua página no Facebook.
Itaipava – “Verão”
Mais um anúncio machista que, acima de tudo, objetifica e hiperssexualiza a figura da mulher. Ao fazer a comparação entre o volume de cerveja contido nos recipientes comercializados pela marca e o silicone dos seios da modelo, a peça a coloca à disposição dos homens, que podem, teoricamente, escolher a “embalagem” de sua preferência. Além disso, ainda exalta o padrão de beleza branco e esbelto, que dificilmente deixa espaço a quem não corresponde a ele, como as mulheres gordas e negras (estas, quando atingem visibilidade, aparecem de maneira ainda mais sexualizada).
Fast Shop – Semana da Mulher
propaganda fast shop semana mulher
Uma das mais catastróficas peças produzidas para “comemorar” o último Dia Internacional da Mulher, reforça o estereótipo sexista de que as tarefas relacionadas à vida doméstica são responsabilidades exclusivamente femininas. Como se não bastasse, sugere a compra de uma máquina de lavar para que a mulher, vista sempre como uma dona de casa, “tenha mais tempo livre”. A loja responsável por tal infelicidade parece ter esquecido que a “jornada dupla” socialmente imposta às mulheres trabalhadoras, é um fardo enorme que lhes toma tempo e as impede, muitas vezes, de manter maior foco em questões profissionais, como podem fazer os homens sem nenhum impeditivo.
Always – 0% Vazamentos
Em um dos maiores desastres da publicidade brasileira, a marca de absorventes tentou engatar uma campanha de conscientização sobre fotos e vídeos íntimos publicados sem o consentimento das mulheres. O equívoco foi imenso: até mesmo a ONG Safernet, que deveria ser responsável pelo conteúdo informativo e legal, reforçou a ideia de que as mulheres são culpadas pelas fotos vazadas, indicando que não tirem fotos íntimas caso não queiram aparecer na internet. Em nenhum momento a propaganda falou sobre a responsabilidade dos homens que divulgam o conteúdo sem permissão e de forma criminosa. Para completar o desastre, a Always exibiu a modelo Sabrina Sato como atrativo sexual para chamar atenção da audiência durante a campanha.
Risqué – “Homens que amamos”
propaganda rique campanha homens machismo
Com o objetivo de “homenagear” os homens por comportamentos sexistas, a marca de esmaltes achou que seria uma boa ideia reforçar o clichê do “homem que ajuda” ao lançar sua nova coleção – porque para um homem basta cozinhar o jantar ou lavar alguns pratos sujos de vez em quando para conquistar o amor das mulheres. Entre outras máximas sexistas, a marca de esmaltes não promove nenhum conteúdo positivo para o público feminino, além de propagar uma heteronormatividade equivocada, já que muitas mulheres nem sequer se sentem sexualmente atraídas por homens.
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Do fanatismo à barbárie



E assim caminhamos nós em pleno século XXI: rumos às trevas do fanatismo religioso. Ao retrocesso, ao preconceito, ao obscurantismo. Denis Diderot (1713-1784), o autor da frase do quadro, foi filósofo e escritor, e uma das principais figuras do Iluminismo francês. Hoje, 231 anos depois de sua morte, a estupidez, a burrice, a ignorância e a intolerância ainda brilham vívidas neste mundo insano. Apesar de todos os avanços que a humanidade alcançou nos últimos dois séculos, a barbárie sobrevive.



No Interrogações

A hipocrisia dos EUA diante de Cuba, na visão do sobrinho do ex-presidente estadunidense Kennedy



25 verdades de Robert F. Kennedy Jr. sobre Cuba e os Estados Unidos.

Por Salim Lamrani no Opera Mundi

1. O presidente Obama decidiu restabelecer as relações diplomáticas com Cuba “após cinco décadas de uma política equivocada pela qual meu tio John F. Kennedy e meu pai Robert F. Kennedy são responsáveis e que reforçaram depois do estabelecimento de um embargo americano pela administração Eisenhower em 1960”.

2. O pretexto da democracia e dos direitos humanos para justificar a hostilidade com Cuba não é crível. De fato, “há verdadeiros tiranos no mundo e inúmeros países com uma situação de direitos humanos pior do que a de Cuba [...], onde a tortura, os desaparecimentos forçados, a intolerância religiosa, a supressão da liberdade de expressão e direito a reuniões, a opressão medieval das mulheres, as eleições fraudulentas e as execuções extrajudiciais são práticas governamentais, e que, no entanto, são aliados dos Estados Unidos.

3. “Enquanto acusamos Cuba de encarcerar e maltratar presos políticos, nós submetemos à tortura presos – muitos dos quais eram inocentes, segundo os próprios depoimentos do Pentágono –, inclusive com o ‘submarino’, as detenções ilegais e o encarceramento sem juízo nas prisões de Guantánamo”.

4. “É irônico ver que os responsáveis políticos que acreditam que devemos castigar Castro por violações dos direitos humanos e maus-tratos nas prisões cubanas afirmam, por outro lado, que os Estados Unidos têm razão para maltratar nossos próprios presos nas prisões cubanas”, em Guantánamo.

5. “Enquanto acusamos Cuba por não permitir que seus cidadãos viajem livremente para os Estados Unidos, impedimos que nossos próprios cidadãos viajem livremente para Cuba”.

6. "Parece absurdo perseguir uma política exterior repetindo uma estratégia que foi um fracasso monumental durante seis décadas”.

7. “A definição de loucura é repetir a mesma ação uma outra vez e esperar resultados diferentes. Neste sentido, o embargo é uma loucura”.

8. “Fica claro para todo o mundo que o embargo [...] castiga injustamente os cubanos mais simples”.

9. As sanções contra Cuba constituem o principal obstáculo “para o desenvolvimento econômico ao fazer com que toda mercadoria e todo tipo de equipamento sejam, por sua vez, astronomicamente caros e difíceis de conseguir”.

10. As sanções econômicas são responsáveis pela atual situação em Cuba.

11. As sanções econômicas “lembram constantemente o valente povo cubano que nossa poderosa nação, que organizou uma invasão em sua ilha, que conspirou durante décadas para assassinar seus líderes, que sabotou sua indústria, mantém uma campanha agressiva para destruir sua economia”.

12. A política de sanções, cujo objetivo é derrubar a ordem estabelecida em Cuba, é um fracasso total. Trata-se da “maior da história, e o regime de Castro ainda está no poder”.

13. “O embargo desprestigia claramente a política exterior dos Estados Unidos, não apenas na América Latina, mas também na Europa e em outras regiões”.

14.  A comunidade internacional condenou por unanimidade o estado de sítio contra Cuba, como também o fez a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos e a União Africana.

15. As sanções contra Cuba causam danos a “nosso prestígio mundial e nossa autoridade moral” e fazem que “o restante do mundo considere os Estados Unidos hipócrita”.

16. Se o presidente Kennedy não tivesse sido assassinado, ele teria acabado com as sanções contra Cuba.

17.  “O presidente Kennedy disse a Castro, através de seus intermediários, que os Estados Unidos acabariam com o embargo “se Cuba deixasse de exportar a revolução para a America Latina.

18. Os soviéticos abandonaram Cuba em 1991, “porém o embargo americano ainda continua acabando com a economia cubana”.

19. “Se o objetivo da nossa política exterior em Cuba é promover a liberdade para os cidadãos oprimidos, deveríamos abrir-nos para eles e não fecharmos.”

20.  As sansões econômicas contra o povo cubano estão condenadas a “desaparecer”.

21. “Imagine que um presidente dos Estados Unidos, como foi o caso de Castro, tivesse tido que enfrentar mais de 400 tentativas de assassinato, milhares de atos de sabotagem organizados por uma potência estrangeira contra nosso povo, nossas fábricas, nossas pontes, uma invasão armada apoiada por países estrangeiros e cinquenta anos de guerra econômica que tivessem privado nossos cidadãos das necessidades mais básicas e tivesse estrangulado nossa economia”.

22. Apesar de seus recursos limitados e do estado de sítio econômico que Washington impõe, Cuba conseguiu “resultados impressionantes” com a taxa de alfabetização mais elevada do continente, acesso universal e gratuito à saúde e “mais doutores por habitantes do que qualquer outra nação das Américas”.

23. Os médicos cubanos possuem um excelente nível de formação.

24. “Diferentemente das outras ilhas do Caribe, onde a pobreza é sinônimo de fome, todos os cubanos recebem uma caderneta de alimentação que lhes permite cobrir suas necessidades”.

25. “Temos muito que aprender com Cuba”.

Salim Lamrani é Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos na Universidade Paris Sorbonne-Paris IV, é professor titular da Universidade de la Reunión e jornalista, especialista em relações entre Cuba e os Estados Unidos. 

Tradução: Mari-Jô Zilveti.
suguei do: http://blogdoitarcio.blogspot.com.br/2015/03/a-hipocrisia-dos-eua-diante-de-cuba-na.html

Paixão mexe com o cérebro como a cocaína, dizem cientistas


Juliana Vines, Folha de S. Paulo


"Não é obra do destino nem resultado de uma conjunção astral. Segundo a ciência, o que faz uma pessoa se apaixonar por outra é uma mistura de fatores biológicos e sociais, já testados e comprovados por estudos no mínimo curiosos.

Por exemplo: para provar que opostos se atraem, um trabalho de pesquisadores suíços descobriu a capacidade humana de "farejar" diferenças genéticas até em camisetas suadas.

As voluntárias relatavam que o cheiro dos homens com o sistema imunológico mais diferente era mais agradável. Inconscientemente, ao buscar parceiros com tal característica, estamos fazendo com que nossos filhos tenham um arsenal imunológico mais variado, e assim sejam mais resistentes a doenças.

Outro estudo, do psicólogo americano Arthur Aron, foi mais ousado: propôs nada menos que uma receita para deixar duas pessoas apaixonadas. Trata-se de uma lista de 36 perguntas, várias bem pessoais, que os voluntários deveriam fazer um para o outro. Sua teoria: a rápida transição do desconhecimento para a sensação de intimidade está fortemente ligada à paixão.

Entre as perguntas, estão coisas como "quando foi a última vez que você chorou na frente de alguém?", "qual é a maior conquista que você já conseguiu?" e "diga algo que você gostou em mim que você não deveria dizer a alguém que acabou de conhecer". Veja a lista.

A receita funcionou para a professora americana Mandy Len Catron, que recentemente relatou seu final feliz em um artigo no jornal "The New York Times". Ela própria, porém, faz uma ressalva à fórmula: se duas pessoas se dão ao trabalho de sentar numa mesa e testar uma receita de paixão, afinal, é porque elas já estão no mínimo bem dispostas sobre a possibilidade.

No campo da bioquímica, vários pesquisadores tentam rastrear quais substâncias fazem o cérebro emitir a sensação de paixão.

São várias: a ocitocina, hormônio relacionado à maternidade, mas também ao vínculo entre um casal, a dopamina, neurotransmissor liberado durante atividades prazerosas –ou durante o uso de cocaína–, e os opioides, também ligados ao prazer e... bom, ao uso de heroína.

"O sistema de recompensa do cérebro faz uma conexão entre características do parceiro e as sensações. É como se nos tornássemos viciados no nosso amante", afirma Larry Young, professor da Universidade Emory (EUA) e autor de "A Química entre Nós" (Best Seller, 350 págs., R$ 45).

Fatores Sociais 

 Se a biologia quer puxar a brasa da paixão para o seu lado, a antropologia estuda as consequências da natureza humana na sociedade.

Josefina Pimenta Lobato, autora de "Antropologia do Amor" (Autêntica, 144 págs., R$ 44), aponta várias características sociais comuns em relacionamentos amorosos.

"O sucesso econômico, no caso dos homens, exerce atração nas mulheres; já a beleza das mulheres é um fator importante para eles. A atração por pessoas da mesma classe social é outro ponto a ser considerado, a maior parte dos casamentos se faz assim."

O psicólogo Ailton Amélio, professor da USP especializado em relacionamentos amorosos, lembra que diversos estudos já mostraram que o amor acontece entre pessoas próximas, tanto no aspecto físico (entre moradores de um mesmo bairro, por exemplo), quanto ideológico, social e econômico. 
"Em geral, o amor está mais perto do que você pensa, ou seja, em um certo raio de distância", afirma.

Para a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Instituto de Psiquiatria da USP, mais do que proximidade, é preciso aceitar perder o controle da situação.

"Para se apaixonar é necessário um grau de desprendimento e entrega. Conheço pessoas completamente refratárias à paixão. Se você estiver no controle o tempo todo, é possível passar pela vida ileso a esse sentimento." 
Apesar de tantas teorias, o psicanalista Jorge Forbes acredita que o fator mais interessante da paixão não esteja ao alcance da ciência: "Não nos apaixonamos por quem queremos e as pessoas das quais gostamos nem sempre nos apaixonam por nós. Isso é o mais inquietante e insolúvel."

Porque a vida sem sonho é o pior pesadelo


André J. Gomes, Revista Bula

"Prepara-te. A qualquer instante, quando menos esperares, alguém fará pouco de teus sonhos. Virá de um canto insuspeitado, do seio de tua família, do campo de teus amigos, da multidão de teus estranhos e fará coro com um bando descrente, rasteiro, numeroso e empenhado em manter a rasa normalidade das coisas.

Juntos, rirão de tuas ambições e teus desejos e intenções essenciais. Tentarão diligentes, aplicarão forças com empenho em seu intento brutal. Como quem laça nas ruas o pescoço de cachorros sem dono e os lança em jaulas frias de ferro e sangue, caçarão teus sonhos mais fundos até arrancá-los de tua alma.

Revela querer o mundo, vai, e dirão que a ti mal cabe o teu quintal. Confessa a tua busca por enxergar além e apontarão a tua cegueira. Defende a luz que te orienta e voltarão a ti um olhar de sombras. Experimenta celebrar a fantasia e julgarão tua loucura como a peste.

Sob tuas narinas ardendo com a fuligem de tanto sentimento baixo, arrastarão casa afora teus velhos propósitos de leveza que o tempo e os deveres de cada dia tornarão pesados como antigas cômodas e penteadeiras e aparadores. Olha ao redor. Tem gente levando teus sonhos embora.

Assim, escarnecendo do que tu queres, tentarão fazer-te desistir, fraquejar, esquecer que tens o tamanho de tua coragem, a gravidade de teus valores e a riqueza de teus sonhos roubados aqui e ali. Aos poucos, sorrateiros como os ratos e as cobras, levam-te o que tens de mais sublime. E tu nem percebes.

Quando te deres conta, serás só uma criatura miserável extorquida de tuas possibilidades, largada à rua da amargura, envolta nos trapos da rotina, racionando tua comida e teus anseios, mendigando atenção falsa.

Antes, defende teus sonhos. Os fáceis e os impossíveis. São eles que nos salvam das vidas cretinas e certezas burras, dos gênios arrogantes, da perfeição idiota, da paralisia barulhenta. É o sonho que nos mantém em movimento. Sonhando, cumprimos nossa vocação essencial de pessoas simples, seres perplexos, criaturas operosas olhando a vida com espanto e humildade."

PARA ENTENDER COMO É FEITO O JORNALISMO




"'Os cidadãos não dormiriam tranquilos se soubessem como são feitas as leis e as salsichas.'

A frase, atribuída ao chanceler do império germânico Otto von Bismarck (1815-1898), poderia receber uma paródia muito a propósito: “Os cidadãos dormiriam mais tranquilos se soubessem como é feito o jornalismo”. Seria uma maneira de dizer que o noticiário pessimista induzido pela imprensa diariamente teria menos efeito no ânimo dos cidadãos se eles soubessem como é produzido.

Eventualmente, um vacilo da redação torna pública a manipulação de reportagens e entrevistas, como aconteceu no dia 8 de fevereiro deste ano, quando circulou nas redes sociais cópia de mensagem enviada pela diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, recomendando aos chefes de núcleo da emissora que retirassem qualquer referência ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso do noticiário sobre o escândalo da Petrobras.

Segundo o jornalista Luís Nassif, que divulgou o fato em seu site noticioso (ver aqui), o texto trazia como assunto: “Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato” (sic) e alertava: “Revisem os vts com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.

A confissão explícita de que o mais influente telejornal da emissora que domina as audiências é condicionado de cima para baixo não surpreende quem sabe como a salsicha é feita: o Grupo Globo deve ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso o saneamento de suas dívidas, obtido com um empréstimo do BNDES, no valor de R$ 600 milhões, concedido em 2002, no fim do seu segundo mandato. Além disso, a parceria tem outras raízes: a jornalista que constrangeu o ex-presidente com um filho que não era dele – e que FHC, inadvertidamente, reconheceu num cartório da Espanha (ver aqui) – era funcionária da TV Globo e foi premiada com um exílio na Europa há vinte anos.

A vida privada de políticos não deveria interessar ao jornalista, desde que os eventos particulares não interfiram nos fatos públicos. Não é o caso: a cumplicidade entre a principal emissora do país e um ex-presidente que segue influenciando a política e a economia nasce de ato indecoroso do então ministro do governo Itamar Franco, acobertado pela empresa de comunicação e que, possivelmente, criou as condições para uma decisão de Estado – o favorecimento num empréstimo do banco estatal de desenvolvimento.

Autobiografia terceirizada

Nesta semana, as entranhas da salsicha midiática voltam a ser expostas à visitação pública por um ato falho do correspondente-chefe da agência de notícias Reuters, Brian Winter, que em sua edição brasileira publicou entrevista com o ex-presidente, na qual Fernando Henrique Cardoso afirma que seu sucessor, Lula da Silva, tem mais responsabilidade no escândalo da Petrobras do que a atual presidente, Dilma Rousseff.

Às 9h08 de segunda-feira (23/3), a entrevista assinada por Brian Winter trazia uma afirmação de Fernando Henrique segundo a qual a corrupção se tornou mais intensa durante o governo Lula. Mas logo adiante, no sexto parágrafo, podia ser lido o seguinte: “Entretanto, um dos delatores do esquema, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, disse que o esquema de pagamento de propinas começou em 1997, durante o governo tucano”.

A pérola é o que se segue – entre parênteses, o autor faz uma ressalva ao editor: “(Podemos tirar, se achar melhor)”. Ou seja, o jornalista inseriu informação que relativizava a declaração do entrevistado e, em seguida, recomendou que a referência à origem da corrupção na Petrobras, durante o governo FHC, fosse cortada do texto final.

Após alguma repercussão nas redes sociais, o site da Reuters republicou a entrevista, sem a recomendação de Winter, mas deixava uma pista também entre parênteses: “(Reenvia texto publicado originalmente na segunda-feira para excluir nota do editor no fim do 6º parágrafo)”.

Este observador pediu explicação à agência de notícias e até a manhã de quarta-feira (25/3) não obteve resposta.

O correspondente Brian Winter, no Brasil desde 2010, publicou quatro livros, três dos quais são biografias: uma de Pelé, outra do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, e a terceira de Fernando Henrique Cardoso. O livro intitulado O improvável presidente do Brasil, publicado em 2007, originalmente em inglês, foi ditado pelo ex-presidente ao jornalista Brian Winter, que aparece como coautor, o que permite ao modesto sociólogo falar de si mesmo na terceira pessoa.

Deu para entender como é feita a salsicha?"


(De Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa, artigo intitulado "A receita da salsicha" - aqui).
via http://domacedo.blogspot.com.br/2015/03/para-entender-como-e-feito-o-jornalismo.html