sábado, 29 de janeiro de 2011

O cenário político


Na noite de 31 de outubro do ano passado, ninguém imaginava que os primeiros passos do governo Dilma Rousseff pudessem ser o que têm sido. Imaginava-se que os seus embates políticos com a mídia começariam já neste mês e que a oposição sumiria do mapa até a própria derrota ser digerida e uma estratégia ser engendrada.
A oposição submergiu, como era de esperar. Apesar de ter eleito governos estaduais importantes, sofreu uma grande derrota no Congresso. Estadualizou-se, pois. O que ninguém esperava era que a candidata Dilma se transformasse em uma presidente tão sem gosto pela política.
Contudo, pensando bem, errou quem não imaginou que estava elegendo alguém de perfil técnico. Alguém que, até a sexta década de vida, jamais se envolvera em política partidária e que, portanto, já demonstrava, desde a juventude, não ter apreço pelo debate político, ainda que sempre tenha tido apreço por ideais políticos.
O resultado da estratégia de Dilma, até o momento pode ser visto sob dois ângulos. Um, do apaziguamento da mídia, ao não provocá-la com anúncios de medidas para lhe impor regras; o outro, da ansiedade que a postura cordata da presidente está causando entre os setores da sociedade que ajudaram a elegê-la.
Isso porque governistas e oposicionistas sabem que não há uma forma de Dilma manter a paz com a mídia. A não ser que se renda a ela, transformando-se em uma espécie de José Serra de saias.
A direita midiática quer entregar o pré-sal às multinacionais através do sistema de concessão e Dilma, supostamente, não fará isso, fazendo prevalecer o sistema de partilha, pois, em um caso, os estrangeiros extraem o petróleo e nos dão uma comissão e, no outro, recebem a comissão pelo serviço de extração prestado.
Esse é só um exemplo de tudo o que separa – ou deveria separar – o governo Dilma da mídia e da oposição. Poderia escrever mais algumas laudas só com esses pontos de atrito entre os atores políticos, mas o exemplo basta para mostrar que não há paz possível com a direita brasileira. A única possibilidade é a capitulação de um dos lados.
A eleição do ano passado provou que só o bem-estar social não garante apoio político na hora H do escrutínio eleitoral. Lembremo-nos do segundo turno.
Há que travar, pois, o debate político. Sobretudo quando a oposição tem uma máquina de propaganda tão formidável quanto a Globo e os seus tentáculos na imprensa escrita.
Note-se que a mídia tem podido despejar toda a sua fúria sobre Lula sem qualquer reação do PT ou de Dilma. Se não traírem suas promessas de campanha, em breve virarão alvo também. Ou alguém acha que a mídia fustigou Lula por tantos anos só por achá-lo feio e sem modos? Claro que não. Seu projeto é que não era palatável.
Nesse aspecto, portanto, foi um susto, ontem, notícia plantada pelo Estadão de que o governo teria desistido de proibir a propriedade cruzada de meios de comunicação, ou seja, que um único empresário seja dono de vários tipos de meios de comunicação de massa – rádio, TV, imprensa escrita ou internet.
Alentou que o ministro das Comunicações tenha dito que não houve decisão alguma, o que permite concluir que a mídia pode estar apenas tentando desgastar o governo Dilma justamente com os setores da sociedade que o apóiam mais decididamente.
Apesar de o ministro Paulo Bernardo ter desmentido o Estadão, um grupo de leitores se manifestou neste e em outros blogs julgando insuficiente tal desmentido, desconsiderando que foi feito nos 140 caracteres do Twitter e sem autorização da presidente Dilma, que certamente ainda não optou por divulgar a sua decisão sobre o assunto.
Só isso já dá a dimensão do clima político negativo que vai se formando. Há ansiedade exagerada? Há, sim, mas esse governo pouco tem colaborado para diminuí-la, ou para impedir que siga aumentando. A simples hipótese de que o fim do projeto de proibição da propriedade cruzada esteja sendo cogitado, é assustadora.
O cenário político, portanto, configura-se nebuloso e preocupante. A postura do governo Dilma é de risco. O apoio político que vier a perder do seu lado agora jamais será compensando por uma trégua fugaz concedida pela mídia, que só dura até ela sofrer a primeira contrariedade. Se é que virá a sofrer.
blog da cidadania

Gregorian - Stairway To Heaven ao vivo em Praga feat. (Led Zepellin)

AÉCIO E GERALDO CHUTAM SERRA





Não poucas vezes a blogsfera advertiu que Serra seria jogado aos crocodilos pelo próprio partido, por causa de seu temperamento cruel e por passar por cima da própria mãe para obter o poder. É sabido nos meios políticos que Serra é perigoso e não tem ética.

Pois mal acabaram as eleições, das quais o bonitão saiu fragorosamente derrotado, perdendo para uma pessoa que jamais disputou cargo algum na vida, e o processo de fritura do sem ética se iniciou.

A Folha mesmo, o jornal que sempre o endeusou, comenta a jogada aos leões. Alckmin e Aécio, ambos vítimas do trator pesado do pupilo de FHC se uniram pra dar um basta no que virou o PSDB de São Paulo. Uma república totalitarista.

E quem ainda tem dúvida de que Serra é assim mesmo, basta rememorar os confrontos dele com os jornalistas. Serra não admite questionamentos. Ele se acha verdadeiramente, acima do bem e do mal.

Alckmin foi mais vítima que Aécio. Aécio jogou um bom xadrez dando o troco em Serra por tê-lo feito esperar meses para saber quem seria o candidato tucano à Presidência. Serra queria segurar até o último minuto e caso visse que não dava, jogava a bomba pra outro. Aécio saltou fora e disse "se vira, neném". Serra olhou pra trás e viu que não tinha mais ninguém ao seu lado. Coisa semelhante que fe com Alckmin em 2006. Serra não suportava a idéia de que Alckmin pudesse vencer as eleições pois se isso acontecesse, ele jamais assumiria o poder.

Agora, o troco chegou. E bem mais robusto. Serra será excluído da república tucana e sumirá da midia que também já o abandonou. Nem presidente do partido ele conseguirá ser. Não tendo cargo político a consequência é a morte.

Ja vai tarde, Nosferatu!
Anais politicos

FOLHA DISTORCE NOTÍCIA PARA ATACAR DILMA


Este blog já falou trilhões de vezes sobre a questão das manchetes. Os jornalões e as tvs sabem que o grande público se contenta com a manchete. Seja pela falta de tempo em ler tudo, seja pela ingenuidade de achar que os veículos não farão pilantragem e colocarão na capa uma coisa, e na história, outra totalmente diferente.

Então, como o único propósito de vida do quarteto fantástico da mídia brasileira, é destruir a imagem do governo de esquerda e enaltecer o da direita (quem não lembra que foram todos esses quatro fartamente beneficiados pelos governos militares?), e com isso, novamente se refestelar nas gordas verbas publicitárias e nos favores oficiais, a imprensa segue seu rumo tosco.

Assim, não abrem mão de toda sorte de golpes baixos e sujos. Na data de hoje, só na Folha pela manhã, nada menos que 3 matérias diziam uma coisa na manchete e outra na história. Todas elas caceteando o "governo". E quando você ouve falar em "governo" a quem você remete? Ao governo central ou o de uma prefeitura?

No caso, você remete à Dilma. Do mesmo modo que antes dela, você remetia a Lula. Antes dele, você remeteria a FHC, mas naquela época, as manchetes eram bem menos maldosas. Afinal, quem pagava o salário dessa corja?

Na foto acima, vemos que o tal "governo" paga pensão a familiares distantes de Tiradentes. Você quando vê a manchete, já vai achando que é um absurdo. Essa Dilma é uma pilantra, mesmo. Foi torturada então deve achar que todo parente de um torturado deva entrar nas tetas leiteiras do governo. Mesmo que isso já tenha ocorrido há 200 anos e ninguém mais, torturador ou torturado, estejam vivos. Nem seus filhos. Nem seus netos.

Só que quando você se dá o trabalho de ler o conteúdo da matéria, vai ver que não só Dilma não tem nada a ver com isso, como nota que os últimos a sancionarem as pensões foram Sarney e FHC. Justamente FHC, o príncipe do neoliberalismo vamos-vender-tudo, caótico nacional.

A Folha continua sua estrada rumo à total descredibilização. Mas é compreensível. Sua audiência já cai a cada dia, as verbas públicas já não pagam a dinheirama que pagavam antes e os veículos alternativos de internet vão tomando todo o espaço da imprensa tradicional... todo mundo se agarraria com unhas e dentes ao que tem, mesmo.

Clique aqui para ver Dilma esculachando a Folha.

anaispoliticos

Superávit primário encerra 2010 acima dos R$ 78 bilhões

Correio do Brasil

“O governo central registrou superávit primário de R$ 14,44 bilhões em dezembro, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira. O superávit acumulado em 2010 somou R$ 78,966 bilhões, o equivalente a 2,16% do Produto Interno Bruto (PIB). O governo central compreende Tesouro, Previdência e Banco Central. O Tesouro Nacional registrou superávit de R$ 10,81 bilhões em dezembro e de R$ 122,37 bilhões em 2010.

A Previdência teve superávit de R$ 3,47 bilhões no mês, mas déficit no ano, de R$ 42,89 bilhões. O BC teve superávit R$ 152,6 milhões em dezembro, mas fechou o ano com déficit de R$ 519,9 milhões.”

Julian Assange afirma que manipulação por parte da mídia é pior do que a praticada por governos


“O fundador do controverso site Wikileaks, Julian Assange, afirmou que a manipulação pela mídia é pior do que a praticada por governos.

Em entrevista a internautas brasileiros por intermédio do blog da CartaCapital, editado pela jornalista Natalia Viana, Assange expôs sua opinião sobre a omissão da mídia ao manipular informações.

"A manipulação das informações pela mídia é perigosa, porque quando a própria mídia se afasta do seu papel crítico, não somente os governos deixam de prestar contas", afirmou Assange.

Para exemplificar sua teoria, o jornalista citou a Guerra do Iraque, iniciada em 2003, como o exemplo mais claro de manipulação alavancada pela grande mídia, no caso, a dos Estados Unidos.”
Matéria Completa, ::Aqui::

A história sionista (The Zionist story) parte 1



(Israel, 2009, 75 min. - Direção: Berek Joselewicz)
Árabes e judeus viveram em uma grande harmonia em qualquer dos lugares e continentes que estivessem por mais de 1.700 anos. Mas com a criação do sionismo, que buscava unir o povo judeu em um só lugar, as coisas mudaram. Nas palavras de Teodoro Herzl, fundador do sionismo, em 1895, tratando de estabelecer o que seria a política sionista na Palestina, meio século antes de tomá-la, até os dias de hoje: “Vamos tratar de afugentar a miserável população local para fora das fronteiras”.
Através do documentário de Berek Joselewicz, um ex-soldado israelense - arrependido pela sua participação nas ocupações - conheça a truculência do sionismo que aterroriza todo o estado Palestino e boa parte do mundo árabe. (docverdade)

Comentários do diretor: "(...)A História Sionista, tem o objetivo de apresentar não apenas a história do conflito entre Israel e a Palestina, mas também a principal razão para isso: a ideologia sionista, seus objetivos (passado e presente) e sua dureza, não só na sociedade israelense, mas também, cada vez mais, sobre a percepção das questões do Oriente Médio e nas democracias ocidentais.

Esses conceitos já foram demonstrados no excelente documentárioOcupação 101, feito por Abdallah Omeish e Sufyan Omeish, mas meu documentário aborda o assunto sob a perspectiva de um ex-soldado israelense da reserva, e alguém que passou toda a sua vida na sombra do sionismo.

Eu espero que você possa encontrar um momento para assistir a história sionista e, se gostar, por favor, sinta-se livre para compartilhar com os outros. (Tanto como o documentário e as imagens arquivadas utilizados são apenas para fins educacionais, o filme pode ser distribuído livremente).”


Documentários de verdade

"BBB11" é pornô soft em horário nobre!

THALES DE MENEZES - da Folha.com

A missão: assistir a uma transmissão do "Big Brother Brasil". Como se chama isso? Episódio? Capítulo? Não sei se essas nomenclaturas de seriado servem também a um reality show.

Enfim, uma hora da noite de quinta-feira seria dedicada à tarefa. Algo estranho para mim, porque o último (e único) BBB que mereceu alguma atenção de minha parte foi um dos primeiros, aquele vencido por um baixinho chamado Domini (ou algo assim).

LCD TV E LSD TV

Acusan a la CIA de estar tras las revueltas sociales en Túnez, Egipto y Yemen

Las revueltas y protestas populares que se han escenificado en Egipto, Túnez y Yemen a juicio del periodista estadounidense, Webster Tarpley, tiene una misma raíz, la nueva revolución de los colores de la CIA (Agencia Central de Inteligencia por sus siglas en inglés).

TUNÍSIA - As manobras de Washington.

As manobras de Washington face à cólera do povo tunisino.


As grandes potências não gostam das perturbações políticas que escapam ao seu controle e contrariam seus planos. Os acontecimentos que desde há um mês fazem vibrar a Tunísia não escapam a esta regra, muito pelo contrário.

Por Thierry Meyssan [*] 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um clareador de dentes da porra


Eu falo...uma pesquisa da respeitadíssima Universidade de Cambridge descobriu que sêmen humano é um excelente clareador de dentes...eita noticiazinha da porra!!!
Soube da novidade através de Jilozinho que me ligou lá de Calçado, pois leu a notícia e como não sabia o significado da palavra sêmen estava todo enrolado com Ritinha Boca de Seda, sua ficante, que quer porque quer experimentar a novidade. Expliquei que sêmen é esperma, ele ficou meio cabreiro e, com sua exemplar delicadeza, disparou:
-Ô Jarrão quer dizer que o tal de sêmen ou esperma é nome abestado que dão pra porra?! É isso?
- Sim, Jilozinho é isso mesmo- respondo.
- Então, pelo que li, se o Jilozinho aqui quiser clarear os dentes vai ter de fazer gargarejo com um copo de...esperma...gostei do nome...é... Jarrão, adoro meus dentes amarelos como são e agora acho que descobri porque a Ritinha e a Maria Gargarejo, ficante do Totó, têm os dentes tão branquinhos. Mas, Jarrão, se o troço for verdade nós tamos feitos, essas empresas grandes de higiene bucal vão abrir punhetodromos por todo canto e vamos arrumar um troco sem fazer força...quer dizer...sem fazer muita força....hahaha...Vou lá falar com a Ritinha que o tal tratamento ela já faz há muito tempo...hahaha...Fui...
A notícia
Vocês devem achar que se trata de mais uma brincadeira minha mas dessa vez não é não!!! O sêmen humano ajuda no clareamento dental e isso foi provado.
Os pesquisadores da University of Cambridge que publicaram na edição de janeiro da Revista Science um estudo que aponta o sêmen humano como eficiente clareador dental. A pesquisa foi realizada com um grupo de 2.000 mulheres entre 16 e 46 anos e apresentou níveis de clareamento dental semelhantes aos alcançados com o uso do peróxido de carbamida.
Os dentistas responsáveis pela pesquisa não indicam o uso indiscriminado do sêmen humano para esta finalidade, pois o mesmo além de ser vetor de contaminação de diversas DST´s é também dotado de elevados níveis de calorias, o que comprometeria uma dieta equilibrada.
A técnica de clareamento dental a base de sêmen exige que a pessoa deixe o liquido seminal na boca por um intervalo de 15 a 20 minutos para alcançar os níveis plenos de eficiência. A Drª Tiffany Gollinger Field revela no estudo que as mulheres pesquisadas fizeram o tratamento 3 vezes por semana durante 21 dias, e obtiveram níveis de clareamento na ordem de 46%, alcançando assim a tonalidade marfim nigeriano.
Algumas faculdades já pretendem incrementar na grade curricular técnicas de abordagem ao paciente e posterior aplicação do material na área de trabalho. Mas tudo ainda é muito novo e nenhuma quis comentar sobre o assunto.
A grande novidade para o Brasil é que a Colgate já pensa em implantar esta técnica em sua linha de produtos Max White. A Colgate-Palmolive Brasil aguarda apenas um parecer da ANVISA para começar os testes com humanos.
Imagine aí o quanto seria constrangedor o slogan do produto: “Use Colgate e tenha um sorriso bonito da porra”
By: Interrogações

Alguém aí está mentindo

By: Brasil, mostra a tua cara

Charge do Bessinha

“Quem vota em político corrupto está votando na morte”

O vídeo abaixo trata-se do discurso de Dom Manuel Edmilson da Cruz, bispo de Limoeiro do Norte, Ceará, durante cerimônia Comenda Direitos Humanos D. Helder Câmara.

Em seu discurso, o bispo faz um balanço crítico sobre a política brasileira: ao mesmo tempo em que reconhece os avanços do governo Lula e aponta o que ainda precisa melhorar no país, faz uma crítica dura ao Parlamento. Em dado momento faz até mesmo ironias com jogos de palavras, ironizando termos como parlamentar- ‘para lamentar’, põe em cheque o aumento salarial dos parlamentares e a vergonhosa relação deste salário com o salário mínimo e as aposentadorias.
Sua perspectiva cristã, quase franciscana, não deixa de ser interessante diante do exercício que ele propõe aos nossos congressistas e senadores. Ah! sim, ele recusou a comenda do Senado.

Molion, uma pá de cal na Energia Eólica

São bons ventos a energia eólica no Brasil?
O professor Luiz Carlos Baldicero Molion, diretor do Instituto de Ciências Atmosféricas da UFAL, e que já foi entrevistado aqui, envia este artigo em que questiona as vantagens da energia eólica. E olha que não se trata nem da morte de passarinhos pela instalação dos gigantes aerogeradores, mas pela enorme distância entre capacidade instalada e a quantidade de energia de fato capaz de ser produzida, aliada à seu alto custo de instalação. “Não que não devamos utilizar fontes alternativas, particularmente de energias renováveis e limpas.
É a maneira falaciosa como essas soluções são “vendidas” à Sociedade”, escreve o professor.
Considerações sobre a Energia Eólica no Brasil
Luiz Carlos Baldicero Molion
Um dos argumentos básicos contrários é que energia eólica não é uma fonte de energia segura ou firme, uma vez que o vento é extremamente variável e dependente do posicionamento e intensidade dos sistemas de alta e baixa pressões atmosféricas que, além de variarem de ano para ano, apresentam variações decadais relacionadas com mudanças climáticas. Por essa razão, existe um descompasso entre o suprimento (geração) e a demanda (consumo). Ao longo do ano, durante os períodos em que predominam os sistemas de alta pressão atmosférica, a velocidade dos ventos é baixa e a demanda, em geral, é alta.
No caso da Inglaterra, por exemplo, os sistemas de alta pressão estão associados a verões quentes e invernos frios e, em ambas as condições atmosféricas, a demanda de energia elétrica é maior e, portanto, há que se recorrer a outras fontes de energia. Embora a Associação Britânica de Energia Eólica (BAWE) utilize o percentual de 30% como “fator de capacidade” ou “fator de carga” – a fração de energia gerada pelo aerogerador com relação a sua capacidade nominal instalada durante um dado intervalo de tempo – na realidade, sua média tem sido 18% no presente inverno rigoroso, variando de 7% a 27% dependendo do local.
Note-se que o fator de capacidade médio na Inglaterra é maior que de outros países, como Alemanha, Dinamarca e Espanha. Na Dinamarca, em 2004, a energia eólica correspondeu a 20% da produção total de eletricidade do país, mas somente 6% foram consumidos, pois os campos de aerogeradores (“wind farms”) produziram excesso de energia em períodos de baixa demanda. Devido a esse aspecto, os países europeus têm enfrentado extrema dificuldade em balancear a carga elétrica em suas redes de distribuição. Ou seja, quando os aerogeradores estão em plena produção, as redes tendem a ficar sobrecarregadas, pois não há demanda. A Alemanha, por exemplo, estimou que precisasse de mais 2.700 km de linhas de transmissão de alta voltagem para transportar a carga gerada em áreas remotas.
Alguns aspectos de nosso clima merecem ser comentados. Grande parte do Brasil é dominada por sistemas de alta pressão durante parte do ano, portanto, como baixo potencial eólico. O Centro-Oeste e toda Costa Leste, por exemplo, ficam sob alta pressão de maio a novembro (período seco), quando o sistema de alta pressão do Atlântico Sul se torna mais intenso e se aproxima do continente, o que reduz a velocidade média do vento.
A Amazônia não tem ventos constantes. A região que apresenta maior potencial é a Costa Norte do Brasil, do Rio Grande do Norte ao Amapá. Entretanto, os aerogeradores instalados no Porto de Mucuripe (Ceará), em colaboração com a GTZ, demonstraram que o fator de capacidade foi 36%, ou seja, a energia gerada foi cerca de um terço da potencia nominal instalada. Sublinhe-se que esse número (36%) é um “relato oficial” e pode não representar a verdade, devido aos interesses comerciais óbvios daquele país.
No ciclo diário, em regiões litorâneas, a velocidade do vento é intensificada durante o dia por conta da brisa do mar, resultante do aquecimento solar diferenciado entre o continente e o oceano. No entanto, no entardecer e à noite, quando a demanda de energia é maior, a diferença de temperatura inverte, ou seja, a água do mar fica mais quente que o continente, e o vento total e o fator de carga diminuem.
O argumento que energia eólica vai diminuir a emissão de quantidade significativa de CO2 para atmosfera também deve ser tomado com restrições, pois tal redução não foi verificada na Alemanha e Inglaterra até agora. O aquecimento global, causado pelo aumento da concentração desse gás por meio da queima de combustíveis fósseis, é uma hipótese não comprovada e que carece de bases físicas sólidas. Mas, admitindo que essa hipótese venha a ser comprovada, as mudanças climáticas decorrentes devem influenciar o regime de ventos global.
Sabe-se que os ventos são gerados pela diferença de temperatura (pressão atmosférica) entre o equador e os pólos. Simulações feitas com modelos de clima indicaram que as temperaturas polares vão aumentar de 4 a 6 vezes mais que as tropicais, reduzindo as diferenças e enfraquecendo os ventos, o que tornaria o fator de capacidade dos aerogeradores ainda menor .
Nas apologias à eólica, dá-se ênfase à “capacidade instalada” no mundo e não ao “fator de capacidade”. Há que se tomar cuidado, pois capacidade instalada não significa energia gerada, energia disponível. A capacidade instalada na Alemanha, por exemplo, deve atingir 48GW em 2020. Contudo, essa energia é tão intermitente que será equivalente a apenas 2GW de geração estável com combustíveis fósseis. Cuidado deve ser tomado, também, com relação ao “lobby” das firmas que produzem essas máquinas.
Vários países europeus não estão mais investindo em eólica, devido ao baixo fator de capacidade e ao alto custo de implantação e manutenção das instalações, notadamente as “offshore” (sobre o oceano, fora do continente). O custo real do MWh produzido, e não o subsidiado com dinheiro público, passa a ser alto, entre US$80 e US$ 100, quando nossas hidrelétricas, além de ser uma fonte mais confiável que a eólica, o produzem por cerca de US$30. Esse aspecto, associado à crise econômica global, está fazendo com que a eólica perca mercado. A Vestas, uma das gigantes do setor, já está com 15% de sua capacidade de produção ociosa e a situação deve piorar com a crise.
Portanto, a afirmação que a implantação da indústria desse setor no Brasil geraria milhares de empregos é falaciosa. Já que o País não possui potencial eólico expressivo, para quem seriam vendidos os aerogeradores aqui produzidos? Em resumo, preocupam certos “direcionamentos tecnológicos externos”, que são colocados para o País como sendo “soluções ideais” para nossos problemas. Entre eles, está o uso da eólica dentro de nossa matriz energética. Não que não devamos utilizar fontes alternativas, particularmente de energias renováveis e limpas. É a maneira falaciosa como essas soluções são “vendidas” à Sociedade.
Energia eólica pode ser solução local para pequenos núcleos consumidores de energia, onde haja vento, ou seja, onde o fator de capacidade seja comprovadamente alto, mas não é, e jamais será, a “solução mágica” para complementar nossa, ou de qualquer outro país, matriz energética e salvar o mundo de um aquecimento global inexistente. Não se pode, portanto, planejar um crescimento social e econômico dependente de uma fonte de energia instável. O Brasil é muito rico em fontes de energia renovável, inexistentes em outros países do mundo, e a eólica seria a nossa última opção dentre as renováveis.
By: Blog do Maurício Porto

O que é bom para o Greenpeace, é bom para o Brasil?


Energia eólica é solução para ameaças das mudanças climáticas
O Greenpeace e o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) lançaram o relatório Wind Force 12, um projeto da indústria eólica que descreve como o poder do vento pode fornecer 12% da eletricidade mundial até 2020. A divulgação é realizada uma semana antes da reunião do G8 (7 e 8 de julho), que contará com a participação do Presidente Lula. As mudanças climáticas foram estabelecidas como prioridade do encontro.
O relatório Wind Force 12 demonstra que não há barreiras técnicas ou econômicas para o suprimento de 12% das necessidades globais de energia a partir de uma matriz eólica até o ano 2020. O relatório também é uma ferramenta crucial na corrida para diminuir em 12% o efeito estufa causado pelas emissões de gás. O documento também explicita o fato de 13 países-chave desempenharem papel de liderança no crescimento da energia eólica: Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Índia, Itália, Japão, Filipinas, Polônia, Turquia, Reino Unido.
Na América do Sul, o Brasil emergiu como o mercado mais promissor para o desenvolvimento da energia eólica. Como maior país do continente, atualmente obtém 70% de sua energia de grandes usinas hidrelétricas. O Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia) garante a instalação de 3300 MW de capacidade renovável até o final de 2006, uma das metas mais ambiciosas do mundo. Espera-se que aproximadamente um terço (1100 MW) desse total venha de energia eólica.
O Centro Brasileiro para Energia Eólica prevê que sejam instalados até 1350 MW de capacidade eólica até o final de 2006. Em uma segunda etapa do programa Proinfa, o governo brasileiro estabeleceu uma meta de que 10% da eletricidade do País será proveniente de fontes renováveis (vento, biomassa e pequenas hidrelétricas) até 2022. Isso poderá significar algo entre 100 e 200 MW de capacidade eólica sendo instalados a cada ano.
“É fundamental que o governo e o parlamento garantam a implementação da segunda fase do Proinfa, estimulando um aumento significativo da participação das energias renováveis (solar, eólica, biomassa e pequenas hidroelétricas) na matriz energética brasileira”, disse Marcelo Furtado, diretor de Campanhas do Greenpeace Brasil.
Diferentemente de combustíveis convencionais, a energia eólica é uma fonte de energia permanentemente disponível em praticamente todos os países. Traz os benefícios da energia limpa e elimina os custos de outros combustíveis, evitando também os riscos prolongados de outras fontes e dependência econômica e política pela importação de outros países.
“A energia eólica tem um grande papel em nosso futuro e no combate às mudanças climáticas. Já é um dos setores da energia que mais cresce no mundo. Os países do G8 devem encorajar e apoiar o desenvolvimento do uso do poder do vento em todo o mundo para garantir que possamos controlar a emissão de gases causadores do efeito estufa”, disse Sven Teske, do Greenpeace Internacional. Hoje, o poder do vento instalado na Europa está economizando 50 milhões de toneladas de CO2 e tem até 2010 para cumprir um terço do compromisso de Kyoto com a UE. No relatório, o valor do mercado mundial para turbinas de vento deve passar dos atuais 8 bilhões de euros para 80 bilhões de euros anuais até 2020.
A demanda mundial de eletricidade pode dobrar de 2002 a 2030, representando 60% dos novos investimentos em tecnologia até lá. Os dados são da Associação Internacional de Energia (IEA) que faz a estimativa de acordo com as atuais tendências. O setor mundial de energia demanda 4800 GW – 2000 GW disso no OECD – da nova capacidade para aumentar e substituir infra-estrutura, num custo de 10 bilhões de dólares em geração de energia, transmissão e distribuição. Até 2030, o setor energético representa 45% das emissões de carbono. As decisões de investimento feitas agora determinarão o nível de emissões de dióxido de carbono por muitas décadas.
O Relatório
Wind Force 12 é a principal avaliação de energia eólica. Foi conduzida desde 1999 pela EWEA (Associação Européia de Energia Eólica) e pelo Greenpeace Internacional. O relatório de 2005 foi feito pelo Greenpeace e EWEA para o GWEC (Conselho Global de Energia Eólica). (Greenpeace)
By: Blog do Maurício Porto

A mentira do aquecimento global - II


Apresento aqui duas notícias que provam como é fabricada diária e criminosamente a farsa do "Aquecimento Global". Na primeira, a do Estadão, diz que 2010 se iguala a 1998, "o ano mais quente já registrado". Notem que a notícia saiu no dia 15 de setembro de 2010. Não foi um privilégio do Estadão pois esta mesma matéria saiu no mesmo dia em milhares de jornais do mundo. A "orquestração" é perfeita.
A outra notícia é do site http://www.associatedcontent.com, pasmem, foi publicada no dia 14 de agosto de 2007, portanto 3 anos e um mês "antes". Nela está a confissão da NASA que errou nos seus cálculos e declara oficialmente que 1934, e não 1998, foi o ano mais quente já registrado na história moderna.
A mídia nacional e internacional parece não ter memória mas, eu tenho. Posso dizer que possuo um
Giga-Arquivo de notícias e trabalhos científicos sobre Clima e Meio Ambiente. Quando sai uma mentira dessas eu não esquento, fico frio! Vou nos meus arquivos e rapidamente encontro o que eles "esqueceram".
O gráfico acima mostra as temperaturas dos verões registrados somente nos EUA. Nele vocês poderão ver que um pouquinho à esquerda do ano de 1935 está o valor mais alto. O gráfico foi feito pelo NCDR (National Climate Data Center) que é o "maior arquivo de dados climáticos do mundo".
As temperaturas estão em graus Fahrenheit. A conversão para graus Celsius é simples: ºC= (ºF-32) / 1,8.
Por exemplo 75º F é igual a: ºC=(75-32)/1,8 > 75º F= 23,8888...ºC. Um detalhe apenas, fui professor de Física durante um ano no Curso Vetor no Rio de Janeiro e cursei o primeiro período do Instituto de Física da UFRJ.
Como também fui professor particular de Matemática (incluindo Cálculo e Análise Matemática), Química e Geometria Descritiva, preparando alunos para o vestibular de engenharia, não tenho a menor dificuldade de "encarar" qualquer trabalho científico sobre Clima.
Até a próxima.
A Mentira:
2010 se iguala ao ano mais quente já registrado
15 de setembro de 2010 | 21h 26
O ano de 2010 por enquanto está empatado com 1998 como o mais quente já registrado, e o gelo do Ártico alcançou o seu terceiro menor nível, levando milhares de morsas a se arrastarem para fora das águas agora privadas de gelo, disseram cientistas dos Estados Unidos na quarta-feira.
A comparação entre 2010 e 1998 se refere aos oito primeiros meses do ano, com uma temperatura média global (incluindo superfícies terrestres e marítimas) de 14,7 graus Celsius, ou 0,67 grau acima da média do século 20, segundo o Centro Nacional de Dados Climáticos dos EUA.
No Hemisfério Norte, este verão -junho a agosto- foi o segundo mais quente já registrado, atrás do de 1998, segundo o relatório.
Várias partes do mundo - especialmente leste da Europa, leste do Canadá e Extremo Oriente- tiveram mais calor que a média. A China teve seu agosto mais quente desde 1961, 1,1 grau Celsius acima da média do período 1971-2000.
Por outro lado, Austrália, Rússia Central e o sul da América do Sul tiveram mais frio do que o habitual.
Morsas em Fuga
No Ártico, a cobertura de gelo sobre o mar atingiu sua menor extensão do ano em 10 de setembro, segundo o Centro Nacional para os Dados da Neve e do Gelo dos EUA.
Desde que a medição começou, em 1979, houve menos gelo apenas em 2008 e 2007. Em 2009, a camada de gelo se recuperou e foi maior do que neste ano. Neste ano, ela chegou a medir 4,76 milhões de quilômetros quadrados, cerca de 630 mil quilômetros quadrados a mais do que no mínimo recorde de 2007.
Mesmo assim, foi apenas a terceira vez que a área gelada ficou aquém de 5 milhões de quilômetros quadrados.
Por causa desse encolhimento do gelo, milhares de morsas do Pacífico apareceram em terra, em vez de ficarem sobre os blocos de gelo, segundo a entidade ambientalista WWF, citando observações do Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA.
Estima-se que 10 a 20 mil morsas tenham dado nas praias do Alasca nos últimos dias, segundo o biólogo Geoff York, do WWF.
Em condições normais, as morsas se alimentam em águas rasas nas plataformas continentais, usando o gelo marinho como "plataforma de pesca." Recentemente, o gelo recuou para além das plataformas continentais, em águas profundas onde as morsas não conseguem pescar.
No longo trajeto até a costa, às vezes de mais de 600 quilômetros, as morsas enfrentam riscos como a predação por ursos polares ou esmagamento por outros animais do bando - as morsas se assustam muito facilmente e saem em disparada, como alces ou gado, segundo York.
Por outro lado, a presença de tantas morsas em terra pode ajudar os cientistas a estimarem com precisão a sua população, segundo Chad Jay, do Centro de Ciência do Alasca do Departamento de Pesquisas Geológicas.
A atual estimativa, baseada em um levantamento aéreo em 2006, é de 130 mil indivíduos, mas Jay estima que o número deva ser maior, porque a pesquisa não abrangeu certas áreas.
(Reportagem adicional de Yereth Rosen, em Anchorage)
Fonte: Estadão
A Verdade:
NASA admite que 1934, não 1998, foi o ano mais quente
Brant McLaughlin, 14 de agosto de 2007
Em mais um golpe devastador contra o aquecimento global ou "apocalipse climático" e contra os adeptos como o ex-vice presidente Al Gore, a NASA afirmou que ele, Al Gore, estava errado quando escreveu num relatório que 1998 foi o ano mais quente já registrado na história moderna.
H. Sterling Burnett, um membro sênior do Centro Nacional para Análise de Políticas (NCPA), da NASA, declarou que James Hansen cientista e fervoroso adepto do aquecimento global, afirmou que: 1998 medido como o ano mais quente já registrado nos os EUA, foi o resultado de um grave erro matemático. A NASA, já corrigiu esse erro, e 1934 é hoje conhecido como o ano mais quente já registrado e 1921, o terceiro ano mais quente em vez de 2006 como também foi reivindicado anteriormente.
Além disso, a NASA agora, admitiu que três dos cinco anos mais quentes registrados, ocorreram antes de 1940, fato que a própria NASA até agora continuava negando ao afirmar que os cinco mais quentes haviam ocorrido depois de 1980.
Talvez, a revelação pela NASA de um novo e importante dado, seja o mais devastador para todos os defensores do aquecimento global: agora, enfim, é admitido que seis dos 10 anos mais quentes ocorreram quando apenas 10% da quantidade de gases de efeito estufa que foram emitidos no século passado, estavam na atmosfera.
A NASA foi forçada a corrigir os cálculos para as temperaturas dos últimos 120 anos tomadas a partir de instalações baseadas em terra, ou seja, estações meteorológicas que em sua maioria estão dentro de perímetros urbanos, portanto afetadas diretamente pelo fenômeno conhecido como “ilha de calor”.
Os cientistas contrários ao aquecimento global, têm advertido que estas medidas são distorcidas, porque os locais em solo urbano, onde a maioria destas medidas ocorrem, é aquecido consideravelmente pelas atividades humanas e não podem representar com precisão as condições atmosféricas.
"Muito da atual histeria do aquecimento global, tem sido impulsionada pelos pronunciamentos de Hansen, e ele sempre diz ter sido censurado pelo governo Bush por suas opiniões sobre o aquecimento. Agora que a NASA, sem alarde, arrumou sua bagunça, Hansen foi silencioso - Acho que podemos atribuir isso à auto-censura ", disse Burnett.
Fonte:associated content
Nota: A tradução é de minha autoria. Procurei ser o mais fiel possível ao texto original. Acrescentei apenas alguns dados que me pareceram muito mal explicados.
By: Blog do Maurício Porto

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

NEGÓCIO DA CHINA: BRASIL EXPORTA FERRO E IMPORTA TRILHO

 Em 2010, Brasil --leia-se, a Vale-- vendeu cerca de US$ 28 bi em minério de ferro bruto, fundamentalmente para a China, a um valor médio de US$ 130 a tonelada. Em compensação, o país acaba de lançar um edital internacional para adquirir -- fundamentalmente  da China e leste europeu-- 244,6 mil toneladas de trilhos, ao preço médio de US$ 864 a tonelada - quase sete vezes o valor do minério bruto embarcado. A fabricação própria viabiliza-se, segundo os especialistas, a partir de uma demanda de  500 mil toneladas de trilhos/ ano. O Brasil chegou a 496 mil toneladas em 2010 . Mas é  só o começo. O país mobiliza o maior investimento ferroviário dos últimos 40 anos, com expansão prevista  de 20 mil kms de malha até 2025, conforme  o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT). Projetos já em andamento, incluídos no PAC 2, somam mais 3.757 km até 2014. A montagem de uma fábrica de trilhos requer investimentos da ordem de US$ 1,5 bilhão. Em 1996, um ano antes de privatizar a Vale do Rio Doce , o governo Fernando Henrique Cardoso desativou também o laminador de produção de trilhos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Fez barba e bigode: entregou o minério bruto e inviabilizou a agregação de valor local. A Vale foi privatizada por R$ 3,3 bilhões, em 1997. Atualizado, o valor corresponde ao lucro líquido da empresa obtida apenas em um trimestre  (o 3º) de 2010. O lucro seria mais que suficiente para implantar uma fábrica de trilhos, algo que a empresa, dirigida pelo tucano Roger Agnelli, desde 2001, jamais cogitou. 
Carta Maior, com dados Valor e Ministério dos Transportes. 


Mensalão: a hora da verdade

Ao fim deste ano, o inquérito do “mensalão do PT” irá a julgamento no Supremo Tribunal Federal. Entre os 40 acusados em 2006 pelo ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza por supostamente terem operado um esquema de compra de votos de parlamentares para votarem a favor das proposições do governo Lula ao Congresso está o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, o personagem mais central do caso.
O ex-presidente Lula, ao final de seu mandato, manifestou publicamente, por reiteradas vezes, convicção de que jamais existiu um esquema de compra de votos de parlamentares capitaneado por Dirceu ou por qualquer outro, e de que órgãos de imprensa e oposição inventaram esse esquema visando derrubar seu governo.
Compartilho a visão do ex-presidente Lula sobre o “mensalão do PT”. E vou mais longe: talvez mais do que pretender o impeachment do ex-presidente, a oposição e a mídia se valeram da prática então amplamente disseminada entre todos os partidos de receberem doações para campanhas eleitorais sem registrá-las oficialmente para criarem uma acusação que visou destruir Dirceu politicamente, pois era visto como o candidato natural de Lula à sua sucessão em 2010.
É consensual entre a classe política e os que vêm estudando o processo que tramita no STF a expectativa de que será considerada improcedente a teoria de que o governo Lula organizou um esquema de pagamento de mensalidades a parlamentares usando dinheiro público ou privado. E mais: acredita-se que Dirceu deve ser inocentado, sendo condenados apenas os que pagaram ou receberam doações de campanha que não foram contabilizadas pelos partidos da base aliada daquele governo.
Enquanto isso, vai passando batido na mídia o início do julgamento do igualmente suposto “mensalão tucano”, cujo personagem principal é o ex-governador de Minas Gerais e ex-presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, que recebeu doações de campanha do mesmo ex-publicitário Marcos Valério que também doou dinheiro para as campanhas de petistas e aliados.
Ambos os casos não me parecem constituir qualquer esquema de compra de votos de parlamentares através de mensalidades pagas pelo governo federal ou pelo governo de Minas, enquanto encabeçado por Azeredo. O único mensalão – no sentido de compra de parlamentares pelo Executivo – que existiu comprovadamente, a meu ver, foi o do DEM, encabeçado pelo ex-governador de Brasília José Roberto Arruda.
O “mensalão tucano” será julgado discretamente e só os que se interessam por política e não se limitam à grande imprensa tomarão conhecimento. Todavia, assim como o ministro do STF Ricardo Lewandowski disse, em 2007, que aquela Corte aceitou o processo do “mensalão petista” com “faca no pescoço”, em alusão à pressão que a mídia fez para que tal decisão fosse tomada, no fim deste ano haverá nova pressão – talvez até maior – para que a tese tucano-pefelê-midiática seja contemplada.
Aliás, foi o episódio da “faca” que Lewandowski disse que a mídia pôs no “pescoço” do STF que deu  origem ao Movimento dos Sem Mídia, porque, assustado com a teoria de que a Suprema Corte brasileira processou cidadãos com base em “pressão” de meios de comunicação, escrevi um post exortando os leitores deste blog a irem para diante da Folha de São Paulo protestar contra tal barbaridade.
Podem ir se preparando, portanto, ó defensores da democracia e do Estado de Direito, pois a sociedade civil deve se organizar para se contrapor à nova tentativa que a mídia e a oposição irão desencadear no fim do ano para que o STF julgue o “mensalão petista” como querem, pois se o resultado for diferente – sobretudo se Dirceu for absolvido – cairá por terra a maior estratégia de ataque político da direita brasileira.
Desde já, portanto, caros leitores, vocês fiquem de sobreaviso para integrarem as manifestações que sociedade civil, sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos terão que desencadear para garantir que o Supremo Tribunal Federal decida livremente, sem pressões, sobre um processo fantasioso, espúrio, que teve origem nos interesses políticos de dois ou três partidos e de meia dúzia de impérios de comunicação.
blog da cidadania