sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ao buscar o impeachment, Aécio tem tudo para ser vítima da histeria coletiva que ajudou a criar


Kiko Nogueira, DCM

O ódio, já apontou alguém, não é um bom conselheiro. Aécio Neves tem tudo para ser uma vítima da histeria coletiva que ajudou a fomentar.

Tentando pegar uma carona nos protestos, o senador está articulando com outros cinco partidos a pavimentação para um pedido de impeachment.

Depois de o PSDB encomendar pareceres a juristas, Aécio afirmou que, caso se comprove a participação de Dilma nas chamadas “pedaladas fiscais”, vai agir “como determina a Constituição”. Leia-se tentar o impedimento.

Líderes dos movimentos antigovernistas se reuniram com ele e com dirigentes do DEM, PPS, PSB, PV e SD. Cobraram uma posição clara sobre o afastamento de Dilma e de Toffoli, entre outras reivindicações listada numa Carta do Povo Brasileiro (sacou a pegadinha?).

Rogério Chequer — chamado popularmente de “Chequer Sem Fundo” –, do Vem Pra Rua, falou que o resultado das manifestações dependia agora do Congresso. “Por que a oposição não pode se organizar? Chegamos ao nosso limite, levamos 3 milhões de pessoas as ruas”, disse.

“Quero deixar claro que viemos aqui para dizer um sonoro sim para a pauta das ruas e queremos o apoio das redes sociais, dos movimentos, isso é o impulso que essa Casa precisa para fazer valer esse sentimento”, devolveu Aécio. “Vocês tem o instrumento que nos faltava, que é o apoio popular”.

Até ontem, Aécio era um golpista recalcitrante. No dia 15, deu o ar da graça na janela do apartamento no Leblon com uma camisa da seleção brasileira. No 12, não atendia nem o telefone. Isso depois de gravar um vídeo conclamando a população a ir para a avenida. Foi xingado, posteriormente, de cagão para baixo.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro era tratado como heroi. O deputado fascista foi tietado e apareceu em mais selfies na Paulista do que os PMs. Seu competidor era Ronaldo Caiado, o médico que veste uma camiseta amarela com quatro dedos em homenagem a Lula e está a cada dia mais celerado, especialmente depois da cacetada que tomou de Demóstenes Torres.

Embora esses grupos tenham dado um voto útil para Aécio contra Dilma, a agenda é obscurantista e antidemocrática, embora supostamente liberal. Têm como ponto em comum a inspiração em Olavo de Carvalho e seu anticomunismo doidivanas. O velho Olavo que considera o PSDB “um partido da Internacional Socialista” e que disse que Aécio foi uma “ejaculação precoce” em 2014. A tal carta cita uma das obsessões lelés olavísticas, o Foro de São Paulo.

Em Curitiba, o vereador tucano Professor Galdino saiu escorraçado da marcha do dia 12, depois de tomar cascudos. Um retrato do pessoal que essas milícias estão mobilizando está na pesquisa conduzida pelos professores Pablo Ortellado, da USP, e Esther Solano, da Unifesp, em São Paulo no 12 de abril. Apenas 23% confiam muito em Aécio e 11% no PSDB.

“Baixa confiança nos partidos; baixa confiança na imprensa: pilares da democracia liberal colocados em xeque”, resumiram Ortellado e Ester num artigo.

É com essa massa cheirosa que Aécio Neves está flertando em sua louca cavalgada. Parabéns aos envolvidos."

Breviário do perfeito midiota



Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa 

"A base que os defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff chamam de “apoio popular” é formada por cidadãos de perfil extremamente conservador, propensos a acreditar em mitos urbanos e com baixo grau de cultura política. Sob orientação do filósofo Pablo Ortellado, da USP, e da socióloga Esther Solano, da Unifesp, dezenas de pesquisadores organizados pelo núcleo de debates Matilha Cultural, de São Paulo, entrevistaram 571 participantes da manifestação de domingo (12/4), em toda a extensão da Avenida Paulista. O resultado é estarrecedor. E esclarecedor.

Por exemplo, 71,30% acreditam que Fábio Luís Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Lula, é sócio da gigante de alimentos Friboi; 64,10% acham que o Partido dos Trabalhadores pretende implantar uma ditadura comunista no Brasil; 70,90% entendem que a política de cotas nas universidades gera mais racismo; 53,20% juram que a facção criminosa PCC é um braço armado do Partido dos Trabalhadores; 60,40% acham que o programa bolsa-família “só financia preguiçoso”; 42,60% acreditam que o PT trouxe 50 mil haitianos para votar em Dilma Rousseff nas últimas eleições; 55,90% dizem que o Foro de São Paulo quer criar uma ditadura bolivariana no Brasil e 85,30% acham que os desvios da Petrobras são o maior caso de corrupção da história do Brasil.

A lista das perguntas permite traçar um perfil muito claro da matriz dos protestos, como preferências partidárias, confiança na imprensa, em partidos  e entidades civis e, principalmente, adesão a teses improváveis que, no entanto, são muito populares nas redes sociais digitais. O resultado mostra, por exemplo, que a maioria (57,80%) confia pouco ou simplesmente não confia (20,80%) na imprensa. No entanto, o mais alto grau de credibilidade é dado à apresentadora do SBT Raquel Sheherazade, considerada entre os comentaristas políticos: 49,40% disseram “confiar muito” nela, seguindo-se o colunista Reinaldo Azevedo (39,60% dizem confiar muito nele).

A maioria (56,20%) declarou usar como principal fonte de informação política os sites da mídia tradicional (jornais, TVs, etc.), vindo em seguida o Facebook (47,30%). No campo da imprensa propriamente dita, o veículo em que os manifestantes declaram ter mais confiança é a revista Veja (51,80% confiam muito); entre os jornais, destaca-se O Estado de S. Paulo (40,20%).

Rejeição à política

Foram entrevistados apenas manifestantes com idades acima de 16 anos, ou seja, cidadãos aptos a votar. O perfil médio corresponde ao que foi identificado pelo Datafolha (ver aqui): na maioria (52,70%) homens, brancos (77,40%), com educação superior completa (68,50%), idade acima de 45 anos e classes de renda A e B. Apesar de uma tendência a afirmar que não confiam em políticos, a maioria declarou considerar, como lideranças mais confiáveis, pela ordem, o senador Aécio Neves, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o PSDB, o governador Geraldo Alckmin, vindo em seguida a ex-ministra Marina Silva e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ); José Serra (PSDB-SP) perde para Ronaldo Caiado.

Nada menos do que 73,20% dizem não confiar nos partidos políticos em geral, contra apenas 1,10% que confiam muito e 25,20% que confiam pouco.
Os maiores índices de rejeição vão, evidentemente, para o PT (96% não confiam), seguindo-se o PMDB (81,80% não confiam). A presidente Dilma Rousseff (com 96,70%), seguida do ex-presidente Lula da Silva (95,30%) são os políticos em que os manifestantes menos confiam, seguidos pelo prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad (87,60%). O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conta também com alto grau de rejeição (73,40% não confiam nele).

Os números da pesquisa (ver aqui) permitem fazer uma análise bastante clara do recorte da população que saiu às ruas na última manifestação de protesto contra o governo federal. Os participantes são, majoritariamente, eleitores do PSDB, de uma extração específica da população paulista formada por indivíduos de renda mais alta, brancos, com baixa educação política a despeito da alta escolaridade, muito influenciados por jornalistas comprometidos com a agenda da oposição e propensos a acreditar em rematadas bobagens que proliferam nas redes sociais.

A “base popular” que o senador Aécio Neves apresenta como fonte de legitimidade para seu projeto de impeachment da presidente da República é a fração mais reacionária de seu próprio eleitorado, primor de analfabetismo político. A maioria se encaixa exatamente na definição do perfeito midiota.
Passarão?"

BREVE HISTÓRIA DA CANETA Dos sumérios até a caneta Bic...




Ligado diretamente ao avanço do conhecimento e história das civilizações, a escrita e seus instrumentos tem grande importância.

Na linha do tempo.

3.500 A.C – Sumérios - escrita cuneiforme através de objetos de madeira ou de ossos em forma de cunha.

2.500 A.C. -   Egito - o papiro, o percursor do papel, usavam ossos molhados em tinta vegetal.
Idade Média – o instrumento mais usado era feito de simples penas de aves talhadas, principalmente o ganso, que aliás deteriorava muito rapidamente.

Dante Alighieri, Shakespeare, Cervantes e muitos outros importantes escritores usaram a caneta de pena para escrever suas imortais obras.

Com a necessidade de instrumentos mais duráveis iniciaram as primeiras tentativas de “penas” de metal por volta do Século XV.

Com o advento do aço no Século XIX aparecem as canetas de metal, mas não era prático para a mobilidade de homens de negócios pelo fato de precisar ter sempre ao alcance um tinteiro.

Em 1884 Lewis Edson Watermann patenteou a primeira caneta-tinteiro da história, criou uma companhia e vendia suas canetas dando nada menos que 5 anos de garantia.
Depois László József Bíró, um jornalista húngaro, radicado na Argentina, inventou a caneta esferográfica, baseado nos estudos conceituais de John J. Loud.

Aprimorou o invento e registrou nova patente em 1938 em Paris, mas como não tinha condições financeiras para expandir a fabricação, vendeu sua patente para dois países: nos Estados Unidos, à empresa Eversharp-Faber e na França à Marcel Bich.

(Em 1948 – Abre em Curitiba a mais antiga loja de canetas do Brasil)
Em 1949 com a designação de “caneta Bic”, abreviação de Marcel Bich, com um preço acessível teve rápida aceitação na Europa e mais tarde também com os consumidores dos Estados Unidos, tendo até os dias de hoje enorme sucesso comercial em canetas esferográficas.


Embora hoje nos parece um instrumento trivial, a caneta, seja tinteiro ou esferográfica, exigiram enormes esforços em engenharia e soluções tecnológicas, além de longos anos de trabalhos pioneiros.

Curiosidade:

Como abastecer Caneta Tinteiro Parker 61:


http://acaodopensamento.blogspot.com.br/2015/04/breve-historia-da-caneta.html

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A OAB E A DEMOCRACIA







(Jornal do Brasil) - O presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, esteve na sexta-feira passada em Minas Gerais, onde se dirigiu a cerca de 3.000 advogados mineiros, na cidade de Montes Claros.
Na abertura da XV Conferência Estadual dos Advogados de Minas Gerais, ele lembrou que “para os males da democracia, mais democracia”, que a “corrupção é a negação da República”, e que “o propósito de investigar profundamente não pode implicar a violação dos princípios básicos do Estado de Direito. Os postulados do devido processo legal, do direito de defesa e da presunção de inocência são valores que devem nortear a convivência civilizada em uma sociedade democrática, com a proteção do ser humano contra o uso arbitrário do poder”, insistindo também que é preciso uma reforma política que proíba a doação de empresas privadas a campanhas e partidos políticos - no sentido da proposta que se encontra sob pedido de vistas as mãos do Ministro do STF, Gilmar Mendes - e no Plano Nacional Anticorrupção elaborado pela OAB, que tem 13 pontos principais e propõe a regulamentação da Lei 12.846 que pune as empresas corruptoras, prevê a criminalização do Caixa 2 de campanha eleitoral, a aplicação da Lei da Ficha Limpa para todos os cargos públicos, além do cumprimento fiel da Lei de Transparência e da Lei de Acesso à Informação.
No dia anterior à reunião de Montes Claros, a seção paulista da OAB já havia divulgado nota em repúdio à proposta da aceitação de provas ilícitas em julgamentos, feita pelo Ministério Público Federal, e contra o início de cumprimento de pena imposta em primeiro grau de que caiba ou penda recurso, sugerida pelo Juiz Sérgio Moro, assinada pelo seu Presidente, o doutor Marcos da Costa, com o seguinte teor:
“A Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo, cumprindo suas finalidades legais e estatutárias de defender a Constituição da República, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos fundamentais da pessoa humana, o aperfeiçoamento e a rápida administração da justiça, vê-se no indeclinável dever de se manifestar sobre a atual conjuntura vivida no país e sobre as inaceitáveis investidas de setores dos operadores do Direito contra inalienáveis valores positivados no corpo permanente da Charta Magna e no ordenamento jurídico ordinário.
A democrática ordem constitucional instaurada em 1988 com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, assegurou valores que têm a vocação da permanência, posto que, essenciais e indisponíveis, constituem o fundamento nuclear das liberdades de todos os cidadãos. 
Não são esses princípios transacionáveis ou permutáveis por soluções mágicas de supostas necessidades de ocasião, máxime quando manipuladas pelo influxo da volúvel opinião leiga.
Nessa ordem de ideias, não podem e não devem os advogados paulistas, de antigas e heróicas lutas em favor dos direitos da pessoa humana, deixar de manifestar o seu repúdio às propostas de eliminação de garantias básicas de quem se acha acusado em juízo. Por isso, aponta como manifestamente inconstitucionais as propostas de utilização de provas ilícitas no processo penal, sugestão esta feita por membros da magistratura e do ministério público, quando o artigo 5º, inciso LVI, da Carta Política garante que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Não pode haver em nosso Estado democrático de direito quem quer que seja, cujo voluntarismo e idiossincrasia possam se sobrepor ao comando constitucional.
Inassimiláveis, de outro turno, sugestões de alteração legislativa ordinária para o efeito de se desnutrir ou anular o mandamento constitucional de que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, como preceitua o inciso LVII do referido artigo 5º da Lei Maior, pela equivocada concepção de que se deva fazer iniciar o cumprimento de pena imposta em sentença de primeiro grau de que caiba ou penda recurso.
Causa espécie, por igual, a draconiana proposição de poder o juiz decretar prisão preventiva do acusado somente com a finalidade de “assegurar a devolução do dinheiro desviado”, eis que o encarceramento antes de condenação definitiva é uma excepcional violência do Estado que somente se admite em circunstâncias de absoluta necessidade e para resguardar a ordem pública ou a marcha regular da atividade processual. Sobre não se assentar em fundamentos técnicos, a prisão por motivo econômico parece não estar adequada a um sistema digno de ser conceituado como democrático.
Tais propostas, entre outras igualmente inacolhíveis, representam um regresso civilizatório que se não compatibiliza com o regime de liberdades que conquistamos, a duras penas, após uma longa noite de autoritarismo e violência contra os direitos fundamentais.
Os que não participaram dessa resistência contra o regime de força de que nos despedimos definitivamente em 1988, não se sensibilizam com o alto preço que a Nação teve de pagar para a restauração da civilização no corpo normativo brasileiro.
Como em tempos idos, também agora e sempre, os advogados paulistas dizem não a esses ensaios de tirania e arbítrio.”
No Rio de Janeiro, os advogados também não estão indiferentes ao que está ocorrendo, como mostra artigo publicado pelo ex-presidente da OAB, no estado, Wadih Damous, publicado na edição deste mês do Jornal dos Economistas, com o título de “O Estado de Direito ameaçado”,em que afirma que “em nome do combate à corrupção cometem-se atentados de toda sorte à ordem jurídica. O desenvolvimento da chamada Operação Lava Jato mostra como, de forma paulatina, o estado de exceção vai contaminando as práticas judiciais, os atos do Ministério Público e o comportamento da polícia.
Mas as consciências também vão sendo contaminadas. Boa parte da população está convencida de que contra a corrupção vale tudo. Direitos constitucionais duramente conquistados pela democracia são tidos como obstáculos à “santa cruzada”. Amplo direito de defesa, presunção de inocência e outras garantias individuais, na prática, estão revogados. A grande imprensa cumpre um papel lamentável nesse cenário. A mídia transformou-se em partido político. E de oposição. Fomenta ódio, fabrica “inimigos do povo” e articula e incentiva abertamente manifestações de natureza golpista. Aliás, o comportamento da imprensa nos dias que correm é bem parecido com o método que adotou nas vésperas do golpe de 1964. O processo judicial se transforma em espetáculo. O juiz do processo vira herói nacional sob a luz dos holofotes e afagos da mídia. As “confissões” obtidas se transformam automaticamente em verdade e ganham as manchetes dos jornais. Permitem-se vazamentos criminosos e seletivos que mancharão por toda a vida a honra dos atingidos, ainda que considerados, ao final, inocentes. Além dessas máculas, alguns colegas advogados apontam outras diversas irregularidades práticas na condução da ação penal:
1) prisões desnecessárias, sem que existisse risco à efetividade do processo, ou seja, o sucesso das investigações não requer a efetivação de prisões;
2) as prisões são utilizadas como instrumento de coação para obter confissões e delações;
3) violação de regras de competência: nem todos os fatos investigados são da competência do juiz Sergio Moro;
4) desconsideração de formalidades processuais que são garantia contra a opressão do Estado;
5) medidas de força ilegais e desnecessárias, como a requisição do tesoureiro do PT, já que ele não havia se recusado a comparecer para prestar depoimento;
6) desconsideração das consequências sociais e econômicas das decisões, pois os danos econômicos à Petrobras produzidos com a condução do procedimento e divulgação seletiva das investigações já são maiores do que os das condutas criminosas que se pretende punir;
7) provas produzidas sem respeito ao devido processo legal.
E diga-se mais.
A delação premiada é abertamente inconstitucional porque fere, entre outros, os princípios da moralidade pública, da isonomia e do contraditório, já que os delatados e a sua defesa não têm acesso ao ato de delação nem a chance de confrontar o delator.
Legitima-se a hipótese da pena sem obediência a limites éticos e jurídicos, como nos “velhos tempos.”
No Ceará e em outros estados, advogados e a própria OAB também tem se manifestado. A Ordem dos Advogados do Brasil sempre esteve, de forma ativa, altiva e independente, presente em algumas das mais memoráveis lutas da vida nacional, como foi o caso da Campanha pela Anistia e das Diretas Já, em defesa do voto direto para a eleição do Presidente da República. Os advogados são os guardiões da Liberdade. A eles a História convoca sempre que a Pátria se vê ameaçada em sua essência, justiça, isonomia e permanência. Cabe a eles - que contam com amigos e clientes em todos os setores, classes e segmentos sociais - se estiverem dispostos a se mobilizar, uma vez mais, em defesa do Brasil, cumprir, por meio da OAB, um papel de fundamental importância na coordenação de uma aliança com outras instituições da sociedade civil, para o esclarecimento didático da população a respeito das condições em que se pode dar um processo de impeachment do Presidente da República, quanto à impossibilidade legal de qualquer tipo de “intervenção militar”; e na defesa da Democracia, e, sobretudo, da letra da Lei, do ponto de vista da contenção dos casuísmos e abusos que estão colocando em risco, neste momento, a prevalência do Estado de Direito, na preservação e garantia dos direitos individuais, em casos como o da presunção de inocência, da prisão legal, do respeito à figura do flagrante delito, da pressão sobre réus e investigados, do uso abusivo e disseminado do instituto altamente subjetivo da delação premiada, do que é e do que não é prova lícita, dos prazos e condições da privação de liberdade, e do Habeas Corpus. Não há escândalo ou crise - que, nos dois casos, tem tido sua dimensão várias vezes majorada - que possam justificar que se pise no texto da Lei e que se rasgue a Constituição, ou que se transforme o Brasil em um estado judicial, midiático e policialesco. A Pátria se assenta sobre instituições e preceitos permanentes, de Liberdade, respeito à vontade da maioria e à soberania popular expressa por meio do voto, que estão acima de quaisquer circunstâncias de tempo ou espaço geográfico, ou do momentâneo interesse ou desejo de grupos, corporações e indivíduos, por maior que seja a sua sede de poder e de notoriedade.
http://www.maurosantayana.com/2015/04/a-oab-e-democracia.html

Justiça brasileira, o paraíso dos alcaguetas


Todo cidadão brasileiro deveria se preocupar com esse negócio de prenderem pessoas com base no que falam dedos-duros. 

A delação premiada tem de ser vista com muito cuidado.

É claro que o sujeito topa entrar nela para conseguir o máximo de vantagens da Justiça, como diminuir a pena pelo seu crime.

E também está evidente que a tropa dessa operação Lava-Jato está usando a prisão dos acusados pelos dedos-duros para forçá-los a alcaguetar outros.


Funciona como uma corrente - eu prendo você; você, para se livrar da prisão, deda outros, e assim o mecanismo da "Justiça" vai rodando.

Com essa tática, a polícia afrouxa as investigações, os inquéritos são feitos na base de delações que, muitas vezes, carecem de provas, o tal juiz Moro abusa de seu poder para trancafiar as pessoas, a fim de exigir que elas confessem alguma coisa - ou dedem outras.

Acho que muita gente está aplaudindo essa operação só porque ela está criminalizando o PT e vários de seus membros, mas, no fundo, sabe que a Justiça não pode ser feita dessa maneira.

Pelo menos nos países civilizados.

Prender, arruinar reputações, assassinar a moral de meros suspeitos, com base no que falam réus confessos, bandidos juramentados, informantes que deveriam merecer o repúdio de toda a sociedade, é uma prática que condiz mais com a barbárie, com ditaduras que tanto mal fizeram à humanidade.

Tudo indica que o objetivo dessa Lava-Jato não é punir corruptos, corruptores e coisa e tal. 

Trata-se simplesmente de criar um atalho para banir o PT da vida política nacional e, se der, defenestrar os trabalhistas do Planalto. 

O ínclito Ronaldo Caiado acabou de chutar a bola que Moro e sua turma jogam a cada dia na grande área. 

De tanto insistir, uma hora ela acaba entrando no gol.

http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2015/04/justica-brasileira-o-paraiso-dos.html

Golpistas partem para a cartada decisiva


Golpistas das ruas se unem aos golpistas da política
A direita partidária, composta por PSDB, DEM, PPS e SD e outros legendas de menor expressão, parece que decidiu partir para uma cartada final na ofensiva golpista iniciada logo após as eleições presidenciais de outubro passado. Derrotada pela quarta vez consecutiva nas urnas, ela já pediu recontagem de votos — e foi desmoralizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) —, questionou as contas da campanha vitoriosa — e também foi derrotada pela Justiça — e tentou impedir a posse de Dilma Rousseff. Na sequência, ela ajudou a convocar e participou das marchas organizadas por agrupamentos fascistóides. Diante do fracasso destas investidas, agora o consórcio PSDB-DEM-PPS-SD anuncia que pedirá formalmente o impeachment da presidenta reeleita pela maioria dos brasileiros e há até quem proponha a cassação do registro do PT.

O cambaleante Aécio Neves, duplamente derrotado em outubro — na disputa presidencial e na manutenção do governo mineiro —, é o mais excitado na orquestração golpista. Segundo relato do site da revista Época, pertencente à famiglia Marinho, ele agora está empolgado com a possibilidade de derrubar Dilma Rousseff. “O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse hoje à tarde que ‘impeachment não é palavra proibida’. A frase foi dita após o tucano ter se reunido com a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados. Ele se empolgou depois que todos os participantes do encontro — eram 45 — terem se mostrado favoráveis a pedido de abertura de processo que leve à cassação da presidente Dilma Rousseff. No começo de março, Aécio disse que impeachment ‘não estava na agenda do PSDB’”, descreve o jornalista Leonel Rocha.

Esta postura agressiva surpreendeu até um colunista da Folha tucana. Em artigo publicado nesta quarta-feira (15), Bernardo Mello Franco destacou a “guinada no discurso de Aécio Neves”. “Depois de um mês em cima do muro, os tucanos tentarão se aproximar dos movimentos que foram às ruas para pedir o afastamento da presidente. O senador evitava falar ou deixar que falassem no assunto. Há um mês, assegurava que isso ‘não estava na agenda do PSDB’. Ontem mudou de tom, ao dizer que a sigla ‘está discutindo todas as alternativas’. ‘O que eu posso dizer é que nós estaremos sintonizados com a sociedade, com esse clamor das ruas’, afirmou. Segundo aliados, Aécio decidiu ir ao ataque por entender que estava frustrando suas bases. Ele foi duramente cobrado nas redes sociais e no partido por não ter ido às novas manifestações no último domingo”.

O PSDB inclusive já solicitou ao jurista Miguel Reale, ministro da Justiça no detestado governo de FHC, um estudo sobre o pedido de impeachment contra Dilma. “Os tucanos resolveram agir embalados pela pesquisa Datafolha que mostrou que 63% apoiam a abertura de processo contra Dilma. Reale ainda analisa o caso para ver se há viabilidade jurídica... Depois da queda significativa de público nos atos do domingo, parte do tucanato avaliou que, se o partido não for ao ataque, perderá o timing, repetindo a trégua que deu a Lula após o mensalão, em 2005”, relata a coluna Painel, da mesma Folha tucana. No mesmo rumo, o Solidariedade, sigla criada pelo oportunista Paulinho da Força, intensificou a coleta de assinaturas pelo impeachment; o “ético” Agripino Maia, presidente do falido DEM, afirma que “agora a oposição está unida” para depor Dilma; e o ridículo PPS do medíocre Roberto Freire já fala na cassação do registro do PT.

Essa aventura golpista, caso se concretize, tenderá a radicalizar ainda mais o cenário político no Brasil. Os grupelhos fascistóides que convocaram os recentes protestos contra a presidenta reeleita já anunciam que pretendem mudar de tática. “A fórmula de atos não teve o efeito esperado”, avalia Renan Santos, líder do sinistro Movimento Brasil Livre. Tanto o MBL como o “Vem pra Rua” afirmam que concentrarão suas energias no Congresso Nacional, forçando o parlamento conservador a aceitar a abertura do processo de impeachment. "O que faremos daqui para frente é monitorar o Poder Legislativo sobre o que vão fazer diante das demandas apresentadas nas ruas", rosna Rogério Chequer — também batizado de “Chequer Sem Fundo” —, porta-voz do “Vem Pra Rua”. Os fascistas mais exaltados já falam em “incendiar” o Congresso Nacional. A coisa vai esquentar!

Nesta cavalgada insana e destrutiva, nem os partidos da direita estão salvos. Pesquisa realizada durante o protesto na Avenida Paulista, no domingo passado, evidenciou que o ódio fascista, contra os partidos e a democracia, está em alta. Os manifestantes não rejeitam apenas o PT e a presidenta Dilma. Apenas 26% dos entrevistados disseram confiar em Aécio Neves — 76% não deram qualquer crédito ao cambaleante mineiro. Já 75,4% deram pouco ou nenhum crédito para o ex-governador paulista José Serra. “Entre um público que se autodefine como de direita ou de centro-direita, os políticos de oposição deveriam estar melhor colocados. A despolitização é impressionante”, observa Esther Solano, coordenadora da pesquisa. Não é para menos que tanta gente não se contenta apenas com o impeachment de Dilma e reivindica a volta da ditadura militar.

O ovo da serpente foi chocado pela mídia e pela oposição golpista.

Altamiro Borges

O imperdível discurso do deputado Sibá Machado



Da tribuna da Câmara, em 07 de abril, o deputado Sibá Machado do PT responde ao deputado tucano Carlos Sampaio

terça-feira, 14 de abril de 2015

Sonegar não é corrupção. É crime


Entre as dezenas de faixas e cartazes com dizeres absurdos que vi na manifestação dos antipetistas, duas me chamaram a atenção: "Sonegação não é corrupção", proclamava uma; "Sonegar é legítima defesa", pregava a outra. 

Um amigo me alertou sobre outra, que me parece mais uma gozação, tão surrealista que é: "A corrupção é nossa, fora PT!"

Seja como for, os cartazes fazem a apologia de um crime. 

Os sujeitos que aparecem, sorridentes, exibindo-os para as fotos, são criminosos. 

Réus confessos.


Quem, deliberadamente, deixa de pagar os tributos devidos, prejudica toda a sociedade. 

Não importa que faça isso ao deixar de emitir uma nota fiscal ou a fraudar o Imposto de Renda. 

Ele tira dinheiro destinado à saúde pública, à educação, a áreas essenciais para o dia a dia das pessoas. 

Não passa de um ladrão. 

Qualquer um de nós está no direito de não concordar com determinadas leis e pode, portanto, lutar para revogá-las.

Não é algo simples ou fácil, mas há caminhos determinados para isso. 

Obedecê-las, porém, é dever de todo cidadão. 

Essa regra vale para qualquer país civilizado, da Bolívia à Noruega, do Butão aos Estados Unidos.

Fora essa noção básica de cidadania, quem vai a uma manifestação pública que tem como um dos principais temas de protesto a corrupção e faz a apologia de um crime só pode ser definido como o perfeito idiota.

Personifica uma subespécie do "homem brasileiro", que tem como principais características o cérebro diminuto, a ínfima capacidade de discernimento e enormes reservas de canalhice, hipocrisia e calhordice.

A corrupção seletiva dos que protestaram


"A terceirização que ameaça os trabalhadores também foi tema ausente nos protesto
 Tereza Cruvinel, Blog: Tereza Cruvinel

Os protestos minguaram, talvez porque muita gente não quis marchar com pregadores do golpe e da violência política mas outros milhares fizeram o barulho que gera instabilidade política, agora com uma agenda ainda mais difusa e contraditória.   Segundo o Datafolha,  a motivação mais citada pelos manifestantes foi a  corrupção.  Entretanto, apesar dos muitos cartazes sobre “petrolão” e Petrobrás,  não houve referências às  contas secretas no HSBC da Suiça ou sobre o mega-escândalo de sonegação revelado pela Operação Zelotes.  Deve ser a corrupção seletiva:   O cidadão se revolta com o escândalo que envolve políticos mas não se incomoda com os casos em que grandes empresas e milionários sonegaram impostos depositando dinheiro lá fora ou subornando conselheiros do CARF/Receita Federal para burlar o fisco.  Ou alguém viu um cartaz sobre os Zelotes ou sobre as contas na Suiça? Eu não vi.

A segunda motivação, segundo o Datafolha, foi impeachment de Dilma e o protesto contra o PT. Não foram os problemas do bolso e do estômago, o aumento da inflação ou do desemprego, problemas que certamente pouco afetam a vida da maioria que foi às ruas.  Talvez por isso não vi nenhuma jovem loura, nenhuim rapaz bem nutrido ou senhora elegantemente vestida reclamando do preço do feijão. Mais ainda.  Examinando imagens dos protestos não vi uma só referência àquela que é a maior ameaça aos que vivem do próprio trabalho, o projeto de terceirização de mão de obra aprovado pela Câmara.  A aprovação do projeto do deputado Sandra Mabel é  coisa do Congresso, da qual o governo não conseguiu se dissociar e acabará pagando o pato. . Se não conseguir barrar a aprovação no Senado, ainda vai tornar-se o pai desta aberração, embora o PT tenha votado maciçamento contra e o governo tenha  feito suas críticas.  Um priotesto de gente que trabalha não podia ser indiferente a um tema que está aí, ameaçando conquistas e direitos.
Os movimentos que chamaram as manifestações, mesmo rachados, anunciaram que agora vão mudar de tática, partindo para a pressão sobre o Congresso.

Deviam começar pressionando pela não aprovação do projeto de terceirização.
Mas, falando nisso, o quê irão mesmo pedir  a Renan Calheiros e Eduardo Cunha nesta marcha a Brasilia?  O impeachment de Dilma, sem que haja elementos jurídicos para fundamentar o pedido?  Renan Santos, líder do Movimento Brasil Livre, anunciou que uma caravana irá ao Congresso na sexta-feira “encaminhar a pauta do movimento.  Devia começar mudando o dia. Sexta-feira, mesmo nestes tempos frenéticos de Congresso hiper-ativo disputando poder com o Executivo, é dia de casa vazia.

Já  Rogerio Chequer, do Vem Prá Rua, acusado de ser bancado pelo PSDB, falou numa aliança de 50 grupos que iriam ao Congresso na quarta em busca de lideranças dispostas a encaminhar os pleitos dos movimentos.  O PSDB, até agora, não abraçou a bandeira do impeachment. Pelo menos oficialmente. Ou haverá alguma reivindicação mais viável, além do Fora Dilma?

Vai ser engraçado ver movimentos que se dizem contra todos os políticos e partidos pedindo a estes mesmos que violem as regras da políticas e tirem Dilma do governo.  Estão quase entendendo o óbvio: na democracia, por piores que sejam os partidos, não há salvação fora da política. O que precisamos é melhorar o sistema de regras em que ela exercida. É de uma boa reforma política, embora isso também não seja remédio para todos os males.
Educação política

Boa parte dos que protestam não sabe mesmo do que está falando. Assim como 12% dos defensores do impeachment, segundo o Datafolha, não sabem que se Dilma for afastada o governo será assumido por Michel Temer, desta vez apareceram cartazes pedindo “intervenção militar constitucional”.  A Constituição é consequência da luta pela democracia. Os que a escreveram não pactuaram com a ditadura e o passado, mas com o futuro e com a liberdade. Não existe tal asneira em nossa Constituição cidadã. A alma de doutor Ulysses Guimarães deve estar horrorizada com tal deturpação."

SOBRE COXINHAS, MULHERES E OUTROS MAIS

PERSONAGENS DO 12 DE ABRIL: Homens, meninos, avós e ciranças. E muitas mulheres


Dia 12 de abril. Sol. Domingão.... O típico dia paulistano pra passear e sair com a família, andar pela Paulista e se preparar para a semana seguinte. É essa a agenda de muitos paulistanos e paulistanas típicas que saem de casa no domingão para passear, e curtir com a família, para de noite comer uma pizza e esperar a semana que começa. Vamos com a família para a rua e ver o lindo céu azul "de brigadeiro" e esperar a segunda-feira chegar. Domingo de sol, dia perfeito para fazer uma caminhada e andar pela Paulista.

Não, leitor, você não está confuso. Essa é a introdução mais apropriada para o longo domingo de apenas algumas horas passadas na Paulista dia 12 de abril. Foi mais do mesmo. Foi uma confusão de ideias, de propostas, de propósitos e de ataques e de desinformação. Ou mal caratismo. Ainda tentando e organizando as ideias sobre o que aconteceu por lá, vamos aos personagens.


FORO DE SÃO PAULO: Para o manifestante que não quis se identificar, "Lula e Fidel criaram o Foro de São Paulo para criar a Pátria Grande Socialista". Já participou, segundo sua lembrança de pelo menos 10 manifestações contra o PT. Se diz contra todos os partidos.
Momento Vergonha alheia 1: Participam do Foro de São Paulo 26 países e não só os da America Latina.
Fora Foro de São Paulo 

Partidos brasileiros que compõem o Foro de São Paulo 



LEMBRANDO JÂNIO QUADROS: Com uma vassourinha em punho, o aposentado queria fazer uma "alusão à Jânio". Se diz contra "tudo que está se falando". Não quer ser "enganado novamente". Com a família (genro, netos, filha), deixa os parabéns para a repórter e despede-se: NON DUCOR DUCO!!
Momento vergonha alheia 2: A frase de "impacto" dita pelo aposentado é a do brasão da capital paulista, e quer dizer: Não sou conduzido, conduzo. 


Varre, varre, Vassourinha!!



HERÓIS COMO DOM PEDRO: Para construir um futuro melhor para seus filhos e seus netos, a dona de casa Egle, 55, saiu às ruas no domingo de sol. O seu lema é "Viva Sérgio Moro!!". Seu desejo é que Sergio Moro seja tão "idolatrado quanto Dom Pedro e Tiradentes e todos heróis que nós já tivemos". Com um cartaz contra a corrupção do Petrolão e do Mensalão, pergunto se ela já ouvira falar de Trensalão... "Não! Afinal, é tanto "salão""... ..."eles acabaram com nosso país e eu tenho direito de estar aqui vestida de verde e amarelo! É a minha pátria!!" (a manifestante usava branco). Mais uma pergunta sobre a Operação Zelotes (que investiga fraudes na Receita Federal que podem ter dado prejuízos de R$ 19 bilhões) ela diz que está acompanhando tudo. "Esse partido se travestiu de pobre para espoliar o país". "Eu sou uma cidadã e tenho o direito de estar aqui e dizer isso". Egle diz ainda que lutou para tirar o país da ditadura. 


A dona de casa Egle pelo fim da coligação.



BOLSONARO NA PASSEATA: A chegada de Jair Bolsonaro ao caminhão do Revoltados On Line foi um grande momento. Marcelo Reis desceu do caminhão (cercado e protegido por seguranças) para recebê-lo pessoalmente no chão. Depois de inúmeras selfies, muitos "Obrigado, Capitão!!", Bolsonaro consegue subir ao caminhão. Durante a execução do hino nacional (que seria tocado de hora em hora até o final da passeata) Bolsonaro chora! As pessoas (mulheres) que estão assistindo choram também.








CANALHAS QUE ESTÃO NO PODER: "Meus filhos tiveram que deixar o país pois não tem segurança e não tem saúde" declara Mirna, 57, consultora da área financeira. 
"Me manifesto para que todos tenham o mesmo direito e o poder de ir e vir". Pergunto o que ela pensava sobre o PSDB: "São todos iguais", responde.







Muitos outros trios espalhados pela Avenida. Um deles montou uma jaula e prendeu um Lula dentro (ainda com severas dúvidas se a intenção seria uma cela). As crianças corriam livremente gritando: "Fora PT" enquanto seus pais bebiam cerveja e comiam pipoca. O vendedor de pau de selfie reclamava do movimento: "Já são quatro horas e ainda tenho alguns pra vender. Hoje tá fraco". 
Várias tendas montadas na esquina da Paulista com a Alameda Campinas colhiam assinaturas para o Movimento Federalista. O seu fundador, o Presidente do Partido Federalista Thomas Korantai, Empresário, declara que o Movimento foi fundado para tirar a concentração de poder de Brasília. Para o empresário (que cita o Foro de São Paulo) o movimento está na rua para "trocar o modelo, já que as coisas sempre foram ruins no Brasil". Sua ideia é que os estados administrem seus próprios recursos. "São Paulo que é o Estado que mais produz é o que mais deve", afirma Thomas (NON DUCOR, DUCO!). Sua preocupação é ainda com o fato de que "em 23 anos o país passou por dois impitimans". "O problema não são as pessoas, é o modelo. É um modelo anacrônico, errado, doente". De acordo com seu modelo, a República Federativa do Brasil teria estados autônomos com a seguinte estrutura: Moeda, Forças Armadas, Corte Suprema (STF) e Relações Externas além de algumas poucas secretarias normativas, e fim dos ministérios. Os Estados teriam autonomia Legislativa, Tributária, Judiciária e Administrativa. As cidades teriam liberdade de eleger vereadores não remunerados ou conselhos administrativos, podendo escolher Prefeitos terceirizados, opa, Prefeitos sem partido, que poderiam ser contratados para administrar as cidades. 
Pergunto ao Presidente do Movimento Federalista o que ele pensa sobre a democracia: "É preciso tomar muito cuidado com a Democracia. Pois a democracia que o governo e o PT querem, uma democracia nacional, pode levar o país para o socialismo, e esse é um perigo muito grande". Seu movimento quer um único referendo para uma nova Constituição Federalista, com participação pela internet. Um "comitê de notáveis vai corrigir ou aproveitar tudo que a população mandar, baseado numa proposta, um 'ensaio constitucional'" que o seu movimento já tem pronto. Esse processo seria conduzido por um presidenciável, que seria eleito pelo povo e a partir daí autorizar esse referendo, pois "a população é a verdadeira dona do povo, não os políticos, e não os partidos". 
Questionado sobre se o movimento estaria presente em outros estados, Thomas explica que o movimento está em outros estados e é constituído por uma entidade técnica e uma política, que é o Partido Federalista, que está sendo fundado para isso. Thomas Korantai estava na Paulista com seu 'staf" no dia 12 de abril para colher assinaturas e fundar o partido do qual ele já é Presidente. Até aquele dia já haviam sido colhidas 50 mil assinaturas. Sua perspectiva é que até agosto, seu partido esteja registrado e possa ser regularizado. 
Deixamos abaixo a íntegra da entrevista caso você ainda queira saber mais sobre essa proposta.

Mais uma caminhada pela Paulista. Paramos em frente ao caminhão que pedia intervenção militar. Ali, muitas senhoras de verde e amarelo em frente ao caminhão. Um rapaz de pouco mais de 30 anos, careca, branco, bem branco, com cavanhaque falava ao microfone. Seu desejo era de que a Dilma não fosse impitimada. Segundo suas palavras "devemos fazer a intervenção militar, pois assim ela será presa. Se tiver impitiman, ela fica livre e não é isso que nós queremos. Queremos que ela seja presa para devolver o dinheiro que ela roubou". 

Muitas cervejas e pipocas depois, as famílias vão deixando a avenida. Hora de ir para a casa. A temperatura está caindo. As crianças continuam gritando "Fora PT". 
A prefeitura já chega com os caminhões pipa para lavar a rua. Amanhã é dia de branco e São Paulo, como todos sabemos, não pode parar... E o Fantástico já vai começar.
do: http://antoniadazza.blogspot.com.br/2015/04/sobre-coxinhas-mulheres-e-outros-mais.html?spref=fb