sábado, 10 de janeiro de 2015

QUEM SE BENEFICIA COM O ATENTADO EM PARIS?



Charlie Hebdo - os mortos, os suspeitos e a polícia


Quem se beneficia com o assassinato de "Charlie"?

Só os interessados em demonizar o Islã

Por Pepe Escobar, no "Asia Times Online − The Roving Eye" com o título original “Who profits from killing Charlie?”. Traduzido pelo "pessoal da Vila Vudu" e postado no "Redecastorphoto"


Pepe Escobar

"Revide anti-império. Uma miniDamasco. Mas a coisa toda fede. Como é possível que os assassinos fossem tão eficientes? E como conseguiram escapar?" [Russia insider]

Putin é culpado. Desculpe, mas não foi Putin. Afinal de contas: quem atacou no coração da Europa não foi a Rússia. Foi um comando de estilo pró-jihadi. A quem o crime beneficia? Cui bono? [tradução do latim: "a quem beneficia?"]

Planejamento e preparação cuidadosos; Kalashnikovs; foguetes lançadores de granadas; balaclavas; coletes à prova-de-balas estampados com camuflagem de deserto e estofados com revistas velhas; botas de uso do exército; fuga, que parece a cereja do bolo: num Citroen preto. E o toque final no bolo mortal: apoio logístico perfeito, sem falhas para a execução do ataque, em Paris. Um ex-comandante militar francês, Frederic Gallois, chamou atenção para a aplicação perfeita da “técnica de guerrilha urbana” (onde se metem aqueles notórios “especialistas” ocidentais em contraterrorismo, quando se precisa deles?).

Para uns, falavam francês perfeito; para outros, francês arrevesado. Seja como for, o que interessa é que pronunciaram a palavra mágica: “Somos a Al-Qaeda”. Melhor ainda: disseram a um homem na rua: “Diga à mídia que é a Al-Qaeda no Iêmen”, o que significa, na terminologia do terror norte-americano, Al-Qaeda na Península Árabe [orig. al-Qaeda in the Arab Peninsula (AQAP)], que mantinha o cartunista e editor de Charlie Hebdo, Stephane Charbonnier (“Charb”), numa lista de alvos devidamente promovida pela revista 'Inspire', publicada em papel caríssimo, da AQAP. Acusação: “Insultar o Profeta Maomé”.

E para garantir que todos ficassem com os perpetradores bem impressos na memória, os assassinos também disseram “Allahu Akbar”, “Matamos Charlie Hebdo” e “Vingamos o Profeta”.

Caso resolvido? Ora, em apenas poucas horas, a Polícia francesa já havia identificado dois suspeitos (de sempre?): os irmãos franco-argelinos Said e Cherif Kouachi. O terceiro homem – o suspeito de dirigir o Citroen preto, 18 anos, Hamyd Mourad – logo se apresentou à polícia com um álibi indestrutível. Significa que o terceiro homem permanece não identificado.


Os irmãos Cherif Kouachi, 32 (E) e Said Kouachi, 34 

Todos usavam balaclavas. Os irmãos Kouachi não foram capturados. Mas a Polícia parece saber muito bem quem são. Porque encontraram um documento de identidade esquecido no Citroen preto (é a correria de executar atentado terrorista bem na hora do rush). Como é possível que ninguém soubesse de nada antes da carnificina?

Não demorou para a biografia de Cherif Kouachi aparecer em todos os jornais e telas. Estava numa lista global de procurados. Com seis outros, foi condenado em maio de 2008 a três anos de prisão por “terrorismo”. De fato, entregou uma dúzia de jovens franceses, através demadrassas no Egito e na Síria, a ninguém menos que Abu Musab al-Zarqawi, o ex-chefe da Al-Qaeda no Iraque morto por um míssil dos EUA e pai espiritual do Estado Islâmico/ Daesh/ ISIS/ ISIL.

Também imediatamente, já havia uma narrativa completa, pronta para consumo de massas. O ponto-chave: a Polícia francesa privilegia a hipótese de “terrorismo islâmico”. Segundo “especialistas” da Polícia, pode ter sido ataque “ordenado do exterior e executado por jihadistas que retornaram da Síria e escaparam à Polícia”, ou podem ser “idiotas da periferia que se autorradicalizaram e conceberam esse ataque militar em nome da Al-Qaeda”.

Esqueçamos a opção dois, por favor: é claro que foi serviço de profissionais. E se se considera a opção um, a coisa aponta – e que mais poderia ser? – para revide. Sim. Podem ter sido mercenários do Daesh/ISIS/ISIL treinados pela OTAN (detalhe crucialmente importante: a mesma OTAN da qual a França é membro) na Turquia e/ou na Jordânia. 


Mas a coisa pode também ser ainda mais imunda, porque pode, sim, ser operação “doméstica”, mascarada sob falsa bandeira, obra de agentes passados ou atuais de Forças Especiais francesas.

Culpe o Islã!

Como se podia prever, os divulgadores-promotores do islamofascismo estão em altíssima rotação, aproveitando o dia/semana/mês/ano. Para trolls/hordas e imbecis em geral, que se orgulham do próprio QI abaixo de protozoários, se há dúvidas, demonize o Islã. É tão conveniente esquecer que milhões nunca contabilizados nas áreas tribais do Paquistão e pelos mercados de rua no Iraque continuam a padecer a mesma dor devastadora nos corações e mentes, porque também são vítimas descartáveis do pensamento jihadista – “cultura de Kalashnikov”, como se diz no Paquistão – que beneficia sempre diretamente ou indiretamente o “ocidente”, já há décadas. Pensem nos drones norte-americanos que dronam ritualmente, sem parar, civis paquistaneses, iemenitas, sírios e líbios. Pensem em Sadr City, que conheceu carnificinas mais de dez vezes piores que a de Paris.

O que o presidente francês François Hollande definiu como “ato de barbarismo excepcional” – e é – não se aplica quando o “ocidente, com a França na linha de frente, do rei Sarkô ao general Hollande em pessoa, arma, treina e controla por controle remoto degoladores/ mercenários que “operam” sem parar, da Líbia à Síria". Ah, sim! Matar civis em Trípoli ou Aleppo é perfeitamente normal. Atrevimento é matar civis em Paris.

Por tudo isso, e no coração da Europa, é revide. As pessoas nos Waziristões sentem-se exatamente assim, quando uma festa de casamento é incinerada por um míssil Hellfire. Paralelamente, é absolutamente impossível que a "oh-tão-sofisticada rede ocidental de inteligência" não tenha sabido que o revide estava sendo preparado – e que nada tenha feito para impedir que se consumasse(como é possível que os bodes expiatórios da hora, os irmãos Kouachi, não estivessem presos?).

É claro que a ultracomplexa e elaborada rede ocidental de contraterrorismo – tão eficiente para nos pôr nus em todos os aeroportos – sabia que a coisa estava sendo preparada; mas na guerra-de-sombras, a “al-Qaeda” é organização guarda-chuva, com miríades de nomes derivados, inclusive o “renegado” Daesh/ ISIS/ ISIL, todos usados como exército mercenário e conveniente ameaça doméstica ativa “contra nossas liberdades”.

Quem lucra mais?

A think-tank-lândia norte-americana, também previsivelmente, está ocupadíssima divulgando o drama de uma “divisão intramuçulmanos” que dá muito espaço geopolítico a ser explorado pelos jihadistas – e, isso, para sugar o mundo ocidental para dentro de uma guerra civil muçulmana. É ideia absolutamente ridícula.



Império do Caos

O Império do Caos, já durante os anos 1970s, andou ocupadíssimo cultivando a cultura jihadi/ Kalashnikov, para lutar contra qualquer coisa, da URSS a movimentos nacionalistas em todo o Sul Global. “Divide e governa” sempre foi usado para soprar as chamas das guerras “intraislâmicas”, desde o governo Clinton tornando-se íntimo dos Talibã, até o governo Cheney – ajudado pelos vassalos do Golfo Persa – trabalhando para inflar o cisma sectário que separaria sunitas e xiitas.

Cui Bono – quem mais se beneficia? – com o assassinato de Charlie? 

Só todos cuja agenda é a demonização do Islã. Nem os fanáticos mais descerebrados encenariam aquela carnificina na redação de uma revista francesa só para mostrar às pessoas que os acusam de ser bárbaros que eles são, sim, bárbaros. A inteligência francesa, pelo menos, já concluiu que não foi coisa de explosivos grudados na cueca: foi trabalho de profissionais. E acontece exatamente poucos dias depois de a França reconhecer o estado palestino. E poucos dias depois de o general Hollande exigir o fim das sanções contra a “ameaça” russa.

Os "Masters of the Universe" que movimentam as alavancas reais do "Império do Caos" estão enlouquecendo ante o caos sistêmico que já está generalizado e que eles, até há bem pouco tempo, ainda tinham a ilusão de que controlavam. Que ninguém se engane: o Império do Caos fará o que puder para explorar o ambiente pós-Charlie – e seja revide ou operação ‘'interna'’ clandestina.

O governo Obama já está mobilizando o Conselho de Segurança da ONU. O FBI está “ajudando” os investigadores franceses.

Como disse, em formulação memorável, um analista italiano, os jihadistas não invadiram a sede de um fundo-abutre: atacaram a sede de uma revista de sátiras. É claro que não se trata de religião:trata-se de geopolítica linha duríssima. Faz-me lembrar David Bowie:“This is not rock'n roll. This is suicide” [Não é rock’n roll. É suicídio].

O governo Obama já está mobilizado para oferecer “proteção” – à moda máfia – a uma Europa Ocidental que já está começando (só começando) a divergir da ideia pré-fabricada da tal “ameaça” russa. E bem nesse instante, quando o Império do Caos mais precisa, eis que o maligno “terô” [“terror”, como Bush pronuncia a palavra(NTs)] mais uma vez ergue a cabeçorra.


Torre Eiffel apagada em homenagem as vítimas

Mas, sim, #souCharlie. Não só porque eles nos faziam rir, mas porque foram usados como cordeiros sacrificiais numa imunda, muita imunda, suja, terrível, infindável, guerra de sombras."

FONTE: escrito por Pepe Escobar, no "Asia Times Online − The Roving Eye" com o título original Who profits from killing Charlie?”. Traduzido pelo "pessoal da Vila Vudu" e postado por Castor Filho em seu blog "Redecastorphoto"   (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2015/01/pepe-escobar-quem-se-beneficia-com-o.html).
O autor, Pepe Escobar (1954), é jornalista, brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna (The Roving Eye) no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como: Sputinik, Tom Dispatch, Information Clearing House, Red Voltaire e outros; é correspondente/ articulista das redes Russia Today, The Real News Network Televison e Al-Jazeera. Seus artigos podem ser lidos, traduzidos para o português pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e João Aroldo, no blog redecastorphoto.
Livros do autor:
− Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Nimble Books, 2007.
− Red Zone Blues: A Snapshot of Baghdad During the Surge, Nimble Books, 2007.
− Obama Does Globalistan, Nimble Books, 2009.
− Empire of Chaos, que acaba de ser publicado pela Nimble Books.
via: http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2015/01/quem-se-beneficia-com-o-atentado-em.html

Não vamos esquecer a Palestina



          Essa imagem só se tornará uma realidade  com o fim do sistema


É isso mesmo.

Não vamos esquecer a Palestina.

Nem o Iraque,

Nem a Síria,

Nem a Líbia,

Nem o Afeganistão.

Nações que continuam sendo estranguladas pelo Império Terrorista e seu assecla o Reich Junior,vulgo israel.

Não vamos permitir que  a denominada grande mídia continue nos pautando.

Tudo bem que o que acontece na França é também importante.

Mas sabemos que ali o que ocorre é um ataque de nazi-sionistas, apoiados pelos Estados Unidos e Israel que não sabem mais o que fazer para invadir nações islâmicas.

E aos que estranham a aliança espúria entre nazistas e sionistas, não podemos ignorar que nazistas e sionistas têm o mesmo DNA, seja de que credo forem.

Portanto, que se fale da França, mas não podemos esquecer os demais povos que vivem sob o taco do imperialismo.

Invasões, saques e brutalidades são o alimento do sistema.

Que sistematicamente busca uma nação para invadir.

Nenhuma nação está a salvo, esteja em que continente estiver.

Ou se acaba com esse sistema, ou ele acabará com a humanidade.  


E ponto final.
sugado do: http://blogdobourdoukan.blogspot.com.br/2015/01/nao-vamos-esquecer-palestina.html

400 mais ricos do mundo aumentaram fortuna em US$92 bilhões em 2014


"Os mais ricos ficaram ainda mais ricos em 2014: 0,7% da população concentra 44% da riqueza mundial, enquanto 69,8% da população mundial detém apenas 2,9%. 

Esquerda.net

O lucro de multimilionários como o chinês Jack Ma, líder do Alibaba, contrasta com a desigualdade que alargou o abismo entre ricos e pobres neste ano.

As pessoas mais ricas do planeta ficaram ainda mais ricas em 2014, adquirindo pelo menos 92 mil milhões de dólares na sua fortuna coletiva, revelou o Índice de Bilionários da Bloomberg. O patrimônio líquido dos 400 multimilionários mais ricos do mundo foi de 4,1 trilhões de dólares conforme dados divulgados em 29 de dezembro de 2014.

De acordo a agência de notícias financeira norte-americana, os lucros deste ano acontecem no meio da queda nos preços da energia. A Bloomberg também responsabiliza a “turbulência geopolítica” incitada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que teria favorecido alguns desses multimilionários.

Em 2014, o principal vencedor foi Jack Ma, co-fundador do Alibaba Group Holding Ltd., a maior empresa de comércio eletrónico da China. Ma, um ex-professor de inglês de 50 anos que iniciou a empresa no seu apartamento em 1999, obteve um lucro anual de 25,1 bilhões de dólares, ultrapassando Li Ka-shing, o então homem mais rico da Ásia.

Além de Ma, outros dois ganhadores neste ano foram Warren Buffett e Mark Zuckerberg, nos Estados Unidos. Diretor executivo da empresa Berkshire Hathaway, Buffet obteve lucro de 13, 7 bilhões de dólares. Já o criador do Facebook acrescentou à sua riqueza mais 10,6 bilhões de dólares nos últimos 12 meses.

Em 2014, Buffet ultrapassou no posto de segundo homem mais rico do mundo o multimilionário mexicano Carlos Slim, que lidera um conglomerado de comunicações. O cargo de mais rico do planeta ainda é do co-fundador da Microsoft Bill Gates, que mantém uma fortuna de 87, 6 bilhões. No Brasil, Jorge Paulo Lemann, o mais rico do país, teve aumento de 3,2 bilhões no seu bolso.

De acordo com o grupo Oxfam, em relatório publicado em outubro deste ano, o número de multi milionários do planeta dobrou desde 2008, quando se deu inicio à crise financeira à escala global. De acordo com o material, as 85 pessoas mais ricas têm o equivalente à metade mais pobre do mundo.

À Agência Brasil, o diretor da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst, explicou que entre as causas da desigualdade, que aumenta cada vez mais o fosso entre ricos e pobres, está o “fundamentalismo do mercado”, que promove um crescimento económico, beneficiando apenas a elite.

O relatório "Credit Suisse 2014 Wealth Report" aponta que 0,7% da população concentra 44% da riqueza mundial, enquanto 69,8% da população mundial detém apenas 2,9% da riqueza. Em 2013 os 0,7% mais ricos concentravam 41% da riqueza mundial."

Conte apenas com uma pessoa: você mesmo


, DCM

Uma cena de Beleza Americana me impressionou particularmente. O filme todo me fascinou, aliás. Tenho que vê-lo de novo. Acho sublime, comovedora aquela busca desesperada e vã do homem pela juventude perdida. Mandar para o lixo a carreira bem-comportada depois de uma conversa franca com o chefe dilbertiano e ir trabalhar numa lanchonete, sem metas e cobranças que fossem além de entregar com um sorriso o hambúrguer para o freguês.

Comprar um carrão imprestavelmente lindo de 20 anos atrás apenas para realizar um sonho que ficara lá longe num mundo que se perdera. E correr atrás de uma garota como se fosse, ele próprio, um garoto, e não um homem vencido pelo correr dos dias. Braços remando contra a correnteza, como escreveu Fitzgerald no final de Gatsby.

Somos condenados a remar contra a correnteza, e só não encerro esta digressão aqui porque me ocorre uma frase cortante como a espada de Musachi, o maior dos samurais: o tempo nos tira as certezas que temos na juventude e, ao perdê-las, vai com elas uma ousadia petulante que é maravilhosa por ser ingênua. E essa é a maior das maldades do tempo, ainda que as certezas fossem, todas elas, erradas. Mas era sobre a cena da primeira sentença que eu queria falar.

A mãe frustrada, que imagina encontrar a resposta para um casamento miserável nos braços de um amante rico e engomado, diz para a filha depois de uma briga conjugal que terminou com pratos lançados na parede: “Você aprendeu a maior de todas as lições. Você aprendeu que tem que contar apenas com você mesma”. Quando narrei esse episódio a tio Fábio, ele, com sua voz estentórea de imperador romano, disse: “Sócrates não teria falado nada melhor. Talvez Sêneca, mas mesmo assim não tenho certeza”. (Sêneca era o filósofo predileto de tio Fábio.)

Temos que contar com nós mesmos, e no entanto quase sempre depositamos nossa felicidade (ou nossa infelicidade) nos outros. Ninguém pode nos ajudar se nós próprios não nos ajudamos. Ninguém mesmo: nem a mãe, o pai, o amigo, o irmão, a namorada ou a mulher. Ninguém. Vivemos num mundo em que a solidão é tratada como um anátema, um estigma, um mal a evitar. Um grande homem da Roma Antiga disse que jamais estava menos só do que quando estava só, entregue às reflexões.

E no entanto poucas coisas nos enchem de tamanho horror quanto a solidão. É porque não contamos com nós mesmos. E assim – e lá vou eu para mais uma de minhas citações favoritas – estamos sempre fugindo de nós mesmos. A única coisa que temos sob nosso controle somos nós. Nossa mente e nossas ações. O resto, não. Sua namorada deixou você? É triste, se você gosta dela, mas, se você tem presente que deve contar mesmo é com você próprio, esse é um episódio de tranqüila superação.

Não está no seu controle obrigá-la a amá-lo até o último dia. Sob seu controle está você mesmo. É com você mesmo que você deve contar. Não pode haver mais sólido refúgio do que esse contra as adversidades e incertezas da vida. Foi isso que, naquela cena de Beleza Americana, a mãe disse à filha. Era uma mulher histérica, descontrolada, falsa. Mas, vale a repetição, nem Sócrates poderia ter dito uma coisa mais sábia à garota arrasada."

Oito novas maneiras de usar o celular


De sensor de proximidade a acelerômetro, celular lembra um laboratório ambulante
Da BBC Brasil 

"Sabia que seu smartphone é na verdade um potencial laboratório ambulante?

Suas funções principais podem ser telefonemas, trocas de mensagens e navegação online, mas é possível que você tenha no seu bolso um acelerômetro (medidor de aceleração), um barômetro (medidor de pressão atmosférica), um giroscópio (medidor de orientação) e um magnetômetro (medidor de intensidade de campos magnéticos), entre outros instrumentos.

Os smartphones mais novos têm cada vez mais sensores integrados, e aproveitar essa tecnologia pode ajudar a fazer valer o nome de "telefone inteligente".
Há aplicativos que podem ajudá-lo nessa missão, e abaixo a BBC Mundo lista sensores que podem ampliar o uso do seu smartphone:

1. Sensor de luz

O sensor de luz dos smartphones mede os níveis de luz no ambiente e, com isso, ajusta o brilho da tela para economizar bateria.

Alguns apps especializados (ex: o Light Sensor) podem usar esse sensor para avaliar a quantidade de luz do ambiente, algo útil para fotógrafos que querem saber as condições exatas de iluminação.

2. Barômetro

Smartphones mais novos incluem um barômetro, que calcula a pressão atmosférica do ambiente. Alguns apps (ex: Barometer & Altimeter) podem usar essa informação para calcular a altitude em que o usuário está - informação útil, por exemplo, para montanhistas -, já que, quanto maior a altitude, menor a pressão.

As leituras do barômetro também podem ajudar na previsão do tempo: uma queda na pressão atmosférica muitas vezes indica a chegada iminente de uma tormenta.

Se forem feitas diversas medições em um mesmo lugar, pode-se fazer previsões meteorológicas mais precisas em nível local.

3. Microfone

Todos os celulares têm um microfone integrado para transmitir a voz durante as ligações.

Muitos apps usam esse microfone para realizar funções de reconhecimento de voz (ex: Start Voice Recognition), para mandar mensagens de voz (em vez de texto) ou para identificar o nome de canções com base em trechos delas (como o Shazam). E há apps que, com o microfone, detectam e gravam os sons emitidos pelo usuários durante o sono (ex: SleepBot), para ajudá-lo a descobrir se ele fala dormindo, ronca ou é sonâmbulo.

4. Sensor de proximidade

Os sensores de proximidade costumam estar nas telas "touch screen" dos smartphones. Eles detectam a proximidade do celular em relação a superfícies vizinhas.

Se mantemos o telefone perto do rosto durante ligações, o sensor bloqueia o "touch screen" para evitar toques acidentais. Alguns apps usam esse sensor com outra finalidade: desbloquear a tela, ativar músicas ou controlar outras funções com apenas um movimento de mãos diante do sensor.

Outros usam-no para calcular as flexões feitas pelo usuário em sua sessão de exercícios (ex: Push Ups Workout).

5. Giroscópio

Muitos celulares têm um giroscópio, que usa a força da gravidade da Terra para ajudar a orientar a posição do aparelho no espaço. Desenvolvedores de apps têm usado o giroscópio para criar jogos e experiências de realidade aumentada, por exemplo mostrando constelações e corpos celestes (ex: Star Walk).

E aplicativos que convertem o celular em um nivelador, algo muito útil para pequenos reparos caseiros.

Dá para usar o celular para encontrar o seu carro, identificar corpos celestes e medir tremores de terra
6. Acelerômetro

Esses sensores detectam vibrações e podem ser úteis, por exemplo, para avaliar a suavidade de um carro durante testes de direção.
Se usado como um sismógrafo, pode medir tremores de terra e até fazer parte de um sistema de alerta para terremotos, desde que haja um número suficiente de usuários para coletar e receber as informações.

7. Sensor magnético

A maioria dos smartphones tem um sensor integrado que mede o campo magnético da Terra e funcionam como uma bússula, apontando ao norte.
Isso, combinado a um receptor de GPS, ajuda a determinar onde o usuário está no mapa e em que direção está virando.

Alguns apps (Ex: Metal Detector) podem convertir o magnetômetro em um detector de metais, que responde se estiver diante de metais como níquel, ferro e aço. Isso pode ser útil para identificar se há cabos atrás de uma parede ou para encontrar objetos perdidos.

8. Receptor de GPS

Esta é a função mais conhecida. O chip de GPS dentro do celular detecta sinais de rádio de vários satélites que orbitam a Terra para calcular sua posição exata.

Além de determinar localização, alguns apps usam o receptor de GPS para dar informações precisas, como a localização de fotos tiradas (caso você se esqueça de onde elas são) ou o lugar onde você parou o carro (Ex: Find My Car)."

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Apesar de toda a histeria, inflação fecha 2014 na meta

247 – O clima era de histeria, em boa parte dos meses de 2014, em relação ao cumprimento do teto da meta estipulada pelo governo para a inflação. Depois de as revistas Veja e Época usarem na capa o tomate como símbolo dos altos preços dos alimentos, a apresentadora da Globo Ana Maria Braga apareceu com um colar feito da fruta.

Nesta sexta-feira 9, porém, dados do IBGE apontaram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, fechou o ano com alta acumulada de 6,41%, dentro do teto da meta oficial, que era de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Abaixo, reportagem da Reuters:

IPCA acumula alta de 6,41% em 2014 e fica dentro da meta

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,78 por cento em dezembro e encerrou 2014 com alta acumulada de 6,41 por cento, cumprindo a meta oficial do governo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

Em novembro, o IPCA havia avançado 0,51 por cento sobre o mês anterior. Em 2013 o indicador oficial de inflação terminou com avanço de 5,91 por cento, também abaixo da meta de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A expectativa em pesquisa da Reuters era de que o IPCA subisse 0,78 por cento em dezembro na mediana de 23 projeções, que foram de alta de 0,73 a 0,92 por cento.

Para 2014, a projeção era de avanço de 6,42 por cento na mediana de 20 estimativas, num intervalo de 6,35 a 6,56 por cento.

(Reportagem de Walter Brandimarte e Pedro Fonseca; Texto de Camila Moreira; Edição de Patrícia Duarte)

Folha admite o estelionato eleitoral de Alckmin


Editorial: Já vem tarde

Moradores da Grande São Paulo começaram a receber nesta semana kits destinados a reduzir a vazão da água em suas casas. Os apetrechos permitirão diminuição do consumo de ao menos 20% nas torneiras em que forem instalados, de acordo com a Sabesp.

Além disso, a agência reguladora de saneamento do Estado aprovou, também nesta semana, a aplicação de uma multa a quem aumentar o uso de água. A medida, anunciada no mês passado, tem o propósito de combater o desperdício.

Dada a estiagem recorde que São Paulo enfrenta, iniciativas dessa natureza são nada menos do que imperativas. Pelo mesmo motivo, no entanto, deveriam ter sido tomadas há muito mais tempo.

Hoje quase esvaziada, a maior reserva de recursos hídricos do Estado — o sistema Cantareira — já despertava atenção há um ano. Reportagem desta Folha publicada em janeiro de 2014 mostrava que o reservatório atingira seu menor nível em dez anos (23%).

Os índices inquietantes de então eram resultado do terceiro verão consecutivo com chuvas abaixo da média histórica na região de captação. Com a persistência da seca, a situação só se agravou. A Sabesp teve de recorrer pela primeira vez ao chamado volume morto; outros mananciais também se aproximaram de patamares críticos.

A despeito desse quadro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) optou a princípio por tergiversar. A prioridade do tucano, ao que parece, era cuidar da própria reeleição.

Mesmo após a votação, contudo, o mandatário paulista continuava a alimentar certo otimismo descolado da realidade. "Já passamos pelo pior período e nem utilizamos a segunda reserva técnica disponível", declarou Alckmin no início de novembro, uma semana antes da lançar mão da cota citada.

Diante dessas circunstâncias, soam ironicamente alentadoras, pelo senso de realismo, as declarações de Jerson Kelman, indicado para ser o próximo presidente da Sabesp. "A situação é preocupante, é grave, e nós temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior", afirmou a esta Folha.

Tão importante quanto admitir o problema é comunicar de maneira clara os meios encontrados para remediá-lo. "A melhor política é de absoluta transparência", disse Kelman na mesma entrevista.

O governo de São Paulo teria algo a aprender com isso. Basta dizer que a principal medida de economia adotada até agora, a redução da pressão da água na rede, não chegou ao conhecimento da população por meio de campanha oficial de informação. Foi descoberta — e divulgada — pela imprensa.

http://www.contextolivre.com.br/2015/01/folha-admite-o-estelionato-eleitoral-de.html



Por que “detonar” a Petrobras? Porque é a maior petroleira do mundo, ora…


Fernando Brito, Tijolaço  
"A Petrobras perdeu valor de mercado…

A Petrobras não vai conseguir dinheiro para investir…

A Petrobras vai ser rebaixada pela agências de risco X, Y e Z e ver ser condenada, pisada e esmagada por escritórios de advocacia da esperteza nos EUA, pelo juiz do tribunal de uma esquina de Nova York…

Isso você lê e ouve toda hora.

Mas não que a Petrobras é agora, a empresa que mais extrai petróleo no mundo.

E que, em alguns anos, vai extrair quase o dobro de suas principais concorrentesde capital aberto.

Atrás apenas da Aramco, estatal sauditas, e outras árabes, que operam associadas às privadas, e da Gazprom, russa, que produz mais gás que petróleo líquido.

Em média, no terceiro trimestre, 2,209 milhões de barris por dia, contra  2,065 milhões da Exxon-Mobil, informa a Reuters.

E a marca vai ficar para trás, quando forem divulgados os resultados de dezembro.

E isso porque ainda não entraram em operação os megacampos das áreas de cessão onerosa de Franco e a partilha de Libra.
Por que, aí, em alguns anos, vai extrair quase o dobro de suas principais concorrentes.

É preciso algo mais para entender a razão do ódio que nutrem à Petrobras e a gana com que se lançam à destruição da empresa, servindo-se de alguns canalhas que se aproveitaram dela?

É por isso que um “ladrão de carreira” como Paulo Roberto Costa ganha “delação premiada” e vai sair livre e feliz de suas falcatruas e a Petrobras, vítima de sua corrupção, é linchada em praça pública.'

O triste futuro de nosso planeta


Roberto Savio, IPS / Envolverde

"Roma, Itália, dezembro/2014 – Já é oficial: o sistema intergovernamental não consegue atuar em beneficio da humanidade. A 20ª Conferência das Partes (COP 20) sobre mudança climática, concluída no dia 14 deste mês, em Lima, no Peru, produziu um projeto de acordo que foi adotado por todos, simplesmente porque não implica nenhuma obrigação.

É uma espécie de acordo de cavalheiros global, onde se supõe que o mundo é habitado apenas por cavalheiros, incluindo as corporações petroleiras. Na verdade, é um ato de irresponsabilidade colossal, pelo qual, em nome de um acordo, evita-se uma solução.

Lima foi a última etapa antes da COP 21, que acontecerá em Paris em dezembro do próximo ano, quando, supõe-se, se deveria conseguir um novo tratado global sobre a mudança climática. Em Lima, milhares de delegados de 195 países mais a União Europeia negociaram para tentar encontrar uma posição comum para o encontro final na capital francesa.

A COP da capital peruana foi precedida de uma reunião histórica entre os presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, na qual os chefes de Estado dos dois principais países contaminadores acordaram um plano de ação para reduzir as emissões."

A ideia principal que saiu de Lima é permitir que cada país decida suas reduções das emissões de dióxido de carbono segundo seus próprios critérios. Mas todo o mundo está consciente de que isso é um desastre para o planeta.
“É um avanço, já que dá sentido à ideia de que cada país fará reduções”, apontou o diplomata holandês Yvo de Boer, ex-secretário executivo da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática. “Mas as grandes esperanças sobre o processo se desfizeram”, acrescentou.
Todos os delegados sabem que, sem um tratado vinculante para reduzir as emissões, não há maneira de um plano a respeito ser colocado em prática. Mas aceitam o possível, inclusive se não se solucionar o problema. É como um hospital onde o cirurgião-chefe anuncia que a boa notícia é que o paciente ficará paralisado.
O projeto de acordo se baseia em que todos os países se comprometem publicamente a adotar seu próprio plano para reduzir as emissões, mediante critérios estabelecidos pelos governos nacionais, com base em sua política interna, em lugar de adotar as medidas que os cientistas indicam como absolutamente necessárias.
Naturalmente, isto faz com que nenhum país se oponha a esse tipo de tratado. O documento só poderia ser válido se o sistema intergovernamental fosse capaz de atuar unido e assumir compromissos comuns.
Esse ato de irresponsabilidade é evidente quando observamos que em países produtores de combustíveis fósseis, como Arábia Saudita, Equador, Irã, Nigéria, Catar ou Venezuela, os governos estão interessados em utilizar as exportações de petróleo para se manterem no poder.
Podemos imaginar como interpretará a Índia, terceiro maior emissor, o espírito do tratado de Lima. Sob o lema “Gostamos da Índia limpa, mas precisamos de postos de trabalho”, o governo do primeiro-ministro Narendra Modi se move a uma velocidade notável para eliminar qualquer norma regulatória para a indústria, a mineração, projetos de energia, forças armadas, etc.
Segundo o comitê encarregado de reformar a legislação ambiental da Índia, o sistema de regulamentação “serve apenas para os propósitos de uma administração corrupta”.
Em vez disso, o comitê apresenta um novo paradigma: “o conceito de máxima boa fé”. Os empresários vigiarão a si mesmos quanto à contaminação gerada por suas atividades.
A recém-criada Direção Nacional para a Vida Silvestre da Índia, responsável pelas áreas protegidas, aprovou 140 projetos pendentes em dois dias. As pequenas minas de carvão contam com uma autorização para se ampliarem e agora não é necessária a aprovação dos povos tribais para os projetos florestais.
O ministro de Ambiente, Florestas e Mudança Climática, Shri Prakash Javadekar, se orgulhou de na Índia “termos decidido descentralizar a tomada de decisões, e 90% das solicitações não precisarão da minha aprovação”.
Naturalmente se trata de uma total coincidência a conferência de Lima ter acontecido em meio à maior redução de preços do petróleo em cinco anos.
O barril caiu para menos de US$ 60, contra os US$ 100, ou mais, de alguns meses atrás. Este nível de preço foi decidido especialmente pela Arábia Saudita, que não aceitou reduzir a produção para defender o preço do petróleo.
A explicação mais frequente é que o baixo custo prejudicaria a exploração de gás e petróleo de xisto que estão convertendo os Estados Unidos em autossuficiente e dentro de pouco tempo em exportador de hidrocarbonos.
Mas também é preciso considerar o futuro das energias renováveis. A eólica e a solar, que têm custos relativamente elevados, seriam abandonadas se houver petróleo barato.
Sempre por coincidência, essa situação está criando sérios problemas para países como Rússia e Venezuela (em conflito com Washington) e Irã (inimigo direto), já que estão enfrentando graves déficit em suas contas.
Também casualmente, o uso da barateada energia de origem fóssil está se perfilando mais tentador, em momentos em que todo o mundo finalmente admite que existe um problema de mudança climática.
Roberto Savio1 O triste futuro de nosso planeta
Roberto Savio. Foto: IPS
A partir de março, os países terão que apresentar seus planos nacionais. Então ficará claro que os governos estão ignorando a muito simples tarefa de deter a mudança climática, o que se traduzirá em danos irreversíveis ao se chegar à última data-limite de 2020, ano em que o novo tratado deveria entrar em vigor.
Dessa forma, o exercício de irresponsabilidade de Lima também se converterá em um exercício de futilidade.
Existe alguma dúvida de que, se as pessoas, e não os governos, fossem os responsáveis por salvar o planeta, a resposta teria sido mais rápida e eficiente?
Os jovens em todo o mundo têm prioridades muito diferentes das empresas e indústrias. Lamentavelmente, sua influência política é muito inferior… Envolverde/IPS
Roberto Savio é fundador da agência IPS e editor da Newsletter Other News.
(IPS) 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Chegou a Hora: New Horizons vai começar a exploração de Plutão

o próximo dia 15 terá início um das mais importantes missões espaciais dos últimos anos. Neste dia, a nave interplanetária New Horizons iniciará oficialmente a histórica aproximação do planeta anão Plutão, o objeto menos conhecido do Sistema Solar.

Sonda New Horizons perto do Kuiper Belt
Clique para ampliar
A New Horizons foi lançada há 9 anos, no dia 19 de janeiro de 2006. Naquela ocasião, Plutão ainda era classificado como planeta e ao seu redor giravam três satélites naturais: Caronte, Hidra e Nyx.
O tempo passou e durante a viagem a sonda permaneceu 6 anos dormindo, em estado de hibernação e durante esse tempo muita coisa aconteceu: Plutão foi rebaixado à categoria de planeta anão e outras duas luas foram descobertas ao seu redor: Cérbero, anunciada em julho de 2011 e Estige, no ano seguinte.
Devido à sua pequena massa e grande distância da Terra, Plutão representa um grande desafio tanto para observações terrestres como para naves espaciais, que levam muito tempo para chegar até ele. Nem os telescópios espaciais são capazes de registrar imagens adequadas para estudos.

Instrumentos da sonda New Horizons
Clique para ampliar
Para ganhar velocidade e chegar mais rápido ao seu destino, em 2007 a New Horizons passou nas imediações de Júpiter e aproveitou um pouco de sua energia orbital para ser arremessada com mais velocidade, uma operação conhecida como gravidade assistida, que faz uso de uma lei da física conhecida como conservação de energia.
Em 1980, a sonda Voyager 1 poderia ter visitado Plutão, mas os controladores da NASA optaram por um sobrevoo pela lua de Saturno Titã, o que resultou em uma trajetória incompatível para um estudo do planeta anão.
Atualmente, a New Horizons está a 4.9 bilhões de quilômetros da Terra, enquanto Plutão se encontra a 5 bilhões de quilômetros. Para se ter uma ideia dessa distância, os sinais de rádio emitidos pela sonda levam 272 minutos para chegar até as antenas da Rede do Espaço Profundo, situadas em Camberra (Austrália), Madri(Espanha) e California (EUA).

Chefes da missão New Horizons
Clique para ampliar
A aproximação máxima ocorrerá em 14 de julho de 2015, mas a exploração começa oficialmente em 15 de janeiro, quando a sonda passará a usar sete instrumentos diferentes para estudar a geologia e topografia de plutão e de sua maior lua Caronte. Entre os instrumentos usados no estudo estão dois espectrômetros em ultravioleta e infravermelho, uma câmera compacta multibanda, um telescópio imageador de alta resolução, dois poderosos espectrômetros de partículas e um detector de poeira espacial.
O objetivo será mapear a composição das superfícies e atmosferas e também tentar localizar novas luas ou anéis ao redor do sistema plutoniano.
Plutão e Caronte são às vezes considerados um planeta binário, já que o baricentro de suas órbitas não se encontra em nenhum dos dois objetos, mas no espaço entre eles. É possível que futuramente a UAI, a União Astronômica Internacional, mude novamente a definição de Plutão, dessa vez para planeta anão binário.


Artes: No topo, concepção artística mostra a nave New Horizons nas imediações do Cinturão de Kuiper. Na sequencia, instrumentos a bordo da sonda que serão usados no estudo do planeta anão. Acima, chefe de operações da missão New Horizons, Alice Bowman, junto a Karl Whittenburg, responsável pelas operações da nave. Créditos: Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory, NASA/JPL, Apolo11.com.

O PETRÓLEO, A PETROBRAS E A GEOPOLÍTICA


O petróleo, a Petrobras e a geopolítica: Entrevista com Paulo Metri


O ano de 2014 foi marcado por dois acontecimentos que afetam frontalmente a Petrobras, maior e mais importante estatal brasileira. Foram estes a enorme queda no preço do petróleo e a vinda à tona do já antigo cartel e propinoduto que azeitava executivos de empreiteiras, altos funcionários e partidos políticos.


Chamado de “petrolão” por razões puramente propagandísticas, o que vimos foi o uso indiscriminado deste esquema para explicar todo e qualquer fato negativo que envolvesse a Petrobras. Bastante clara também foi a tentativa de emplacar no atual governo federal toda a culpa por esse esquema atuante desde no mínimo a década de 90.

A fim de trazer uma informação contextualizada e menos influenciada por interesses escusos, entrevistei o conselheiro do Clube de Engenharia e colunista do Correio da Cidadania, Paulo Metri. Atento a toda a movimentação nacional e internacional do setor, Metri enxerga uma estratégia geopolítica em torno da baixa no preço do barril, considera que o risco de sanções judiciais influencia nas ações da estatal e diz ainda que os últimos governos – tanto tucanos quanto petistas – erraram em fazer tantos leilões de áreas de reservas petrolíferas e de gás natural.


Este ano ocorreu uma queda substancial no preço do barril de petróleo. Como explicar este fato?

Metri: Trata-se de uma manobra de países grandes exportadores de petróleo para forçar uma baixa no preço do barril. A pergunta que todos fazem no momento é: “Por que os grandes exportadores estão inundando o mercado mundial de petróleo?” 
Não se trata da entrada de um novo país exportador querendo colocar seu produto e, assim, induzindo a baixa. Também, petróleo não é um produto com alto grau de elasticidade que, com o barateamento do preço do barril, seu consumo passa a ser maior e, desta forma, os países exportadores não sofrem grande perda nas suas receitas.

Por outro lado, a OPEP existe desde os anos 1960 e é um cartel dos grandes exportadores atuando às claras. Ela sabe atuar para segurar o preço do barril a um nível escolhido. Fizeram isto muito bem em 1973 e 1979.

Então, restam, como explicações plausíveis para o aumento da oferta mundial de petróleo, que resultou na queda do preço do barril, duas hipóteses: (1) “dumping” promovido para matar a concorrência do óleo e gás de xisto e (2) jogada estratégica para criar grande dificuldade econômica a países com forte concentração da receita do petróleo no total das exportações.


Que países sentem os efeitos dessa baixa?


Metri: Sentem, como efeito positivo, todos os grandes importadores de petróleo do mundo. Por exemplo: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Índia e França. Inclusive, esta queda no preço do barril deverá ajudar a recuperação da economia mundial.

Sentem, como efeito negativo, como já foi dito no item anterior, os exportadores nos quais a receita do petróleo é preponderante no total das exportações. Como exemplo, creio que todos que compõem a OPEP: Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Venezuela, Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait e Catar. Além destes, a Rússia, que não é membro da OPEP.



Porque a OPEP está mantendo a superprodução? Que países a bancam? Quem são os beneficiados dessa medida?


Metri: Houve uma reunião recente da OPEP, na qual foi decidido, por maioria, que os países continuariam com as cotas de exportação que levaram à queda do preço do barril. Existia, nesta reunião, uma proposta da Venezuela para reduzir estas cotas de forma a segurar o preço do barril em torno de US$ 100. Ela foi derrotada.

A informação de quais países da OPEP bancaram esta decisão não é conhecida. Mas, fala-se que foram principalmente os países do Oriente Médio, sob a liderança da Arábia Saudita.

Quanto aos beneficiários desta medida, já foi respondido na pergunta anterior.

Uma pergunta que pode ser feita é: “Se os países-membros da OPEP, do Oriente Médio, saem prejudicados também, com menores receitas de exportação, porque eles forçaram a queda do preço do barril?” A única resposta plausível é que se trata de uma jogada geopolítica, envolvendo potências mundiais para aumentar seus poderios a nível internacional. E os países do Oriente Médio teriam compensações. Eventualmente, as compensações seriam dadas somente às oligarquias dominantes destes países.

Assim, os países alvo, que sairão muito prejudicados desta possível articulação, são Rússia, Irã e Venezuela, “casualmente” países desafetos dos Estados Unidos.


Em relação ao fracking. O petróleo de xisto tem potencial de fazer frente ao tradicional? Que efeitos geopolíticos são esperados com a massificação dessa prática?



Metri: No artigo de André Garcez Ghirardi, intitulado “Petróleo: a virada nos mercados globais e o pré-sal”, é dito que, tomando um preço médio do barril de US$ 85 nos próximos quatro anos, “estima-se que ainda permanecem claramente viáveis os melhores empreendimentos petroleiros fora da OPEP – a exemplo do Golfo do Texas nos EUA – assim como a produção brasileira na Bacia de Campos e no pré-sal de Santos, e ainda as áreas não convencionais (xisto) mais produtivas dos EUA, a exemplo da bacia de Bakken”. Ele continua dizendo: “Mas o preço de 85 dólares seria insuficiente para viabilizar a produção de petróleos mais caros como o não convencional (xisto) de áreas menos produtivas dos EUA (Woodford no Oklahoma) ou o pré-sal de Angola, ou as areias betuminosas canadenses, ou mesmo o petróleo ultra-pesado da Faixa do Orinoco na Venezuela.”

Uma das conclusões destas afirmações é que cada reserva é um caso específico, que deve ser analisada isoladamente. Grandes generalizações não são recomendáveis.


Como ficam a Petrobras e o Pré-Sal neste quadro? A exploração do Pré-Sal permanecerá viável?


Metri: É preciso fazer análises também para valores menores que US$ 85/barril. Fala-se até que o barril pode se estabilizar em US$ 60.

A Petrobras, por razões empresariais, não divulga o custo do barril do Pré-Sal. Entretanto, conhece-se como custo médio o valor de US$ 45. Além das condições de cada reservatório, os tributos (royalties, participação especial, contribuição para o Fundo Social e outros), dependem se a área foi concedida, cedida onerosamente ou entregue através de contratos de partilha. Então, estes US$ 45 podem variar muito. Mas, mesmo para o pior caso, o barril não deve ultrapassar US$ 60.

Quanto aos campos da bacia de Campos, o custo médio do barril está em US$ 15 e, assim, não há a mínima preocupação.


Como e em que medida os escândalos da Lava-Jato contribuem com a desvalorização da Petrobras?


Metri: A desvalorização das ações da Petrobras é, no meu entendimento, relacionada com a possibilidade dela ter que pagar altas indenizações da Justiça, a dúvida se o governo brasileiro conseguirá sustar a avalanche de roubos (que a nova diretoria de Governança não vai sustar) e, também, a manipulação de grandes investidores. Um destes investidores, quando compra uma ação da Petrobras, é porque a perspectiva de lucros futuros e de crescimento do patrimônio justificará a permanência do dinheiro nela aplicado. E ela, ainda hoje, se sai muito bem nesta avaliação. Os grandes investidores sabem que, quando as massas, sem fazer esta análise, em movimento emocional, passam a vender, é o momento de comprar.


Quanto ao caixa da empresa. É verdade que a Petrobras está numa situação financeira dificultosa?



Metri: Está, sim, em uma situação financeira apertada porque os governos FHC, Lula e Dilma já colocaram mais de 1.000 áreas do território nacional, propícias a terem reservas de petróleo e gás, em leilão através de 12 rodadas da ANP, e graças a um esforço gigantesco da Petrobras, para não deixar nosso petróleo ser usufruído por petrolíferas estrangeiras, ela arrematou muitas destas áreas. A Petrobras, com as reservas conhecidas até 2007 (ano da descoberta do Pré-Sal), abastece o Brasil durante 17 anos. Com as reservas do Pré-Sal pertencentes à Petrobras, o país estará abastecido por mais de 50 anos. Então, não havia necessidade de tantos leilões.

O país poderia, através da Petrobras, produzir petróleo para exportação. Mas, a exportação só deveria acontecer se o fluxo de caixa da empresa gerasse os recursos necessários para a implantação dos novos campos de exportação. Ou seja, a velocidade de leilões e da implantação de campos requerida pela ANP devia se adequar à disponibilidade financeira da Petrobras. Implícito está que fazer leilão para entregar o petróleo para empresas estrangeiras que irão exportá-lo é o pior dos mundos.

Finalmente, registre-se, por tudo que foi explicado, que a corrupção não é a causa principal para a Petrobras estar com dificuldade financeira de curto prazo.


Porque a retórica da crise na nossa mais importante estatal é tão explorada? A que interesses ela serve?


Metri: Ao capital internacional, principalmente às petrolíferas estrangeiras, e aos seus aliados no país, verdadeiros traidores do povo brasileiro. Serve, também, para a direita conseguir ludibriar incautos para, eventualmente, passar a deter o poder político do país.


A grande mídia reverbera a propaganda privatista? Porque?



Metri: A grande mídia é parte integrante do grande capital, principalmente daquele internacional.


O setor privado é menos corrupto que o público?



Metri: O corruptor, em todas as denúncias que nos chegam, é sempre um ente privado. Nunca vi um corruptor estatal. O corruptor (o agente ativo da corrupção) é tão corrupto quanto o agente passivo da corrupção, que é um funcionário do Estado.

No entanto, há roubos também dentro de empresas privadas. Quantas vezes ouve-se dizer que um sócio roubou o outro sócio? E o contador que rouba a empresa? O caso mais didático de roubo dentro de empresas privadas, que conheço, foi o dos CEO de empresas americanas, durante a crise de 2008, que deixaram suas empresas à beira da falência, mas eles tiveram excelentes remunerações.

Blog dos Desenvolvimentistas: Por Rennan Martins