sexta-feira, 23 de maio de 2014

Sai o "Não vai ter Copa", entra o "Não vai ter Brasil"


A ordem é instaurar o caos
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A cada pesquisa eleitoral que mostra a resiliência da candidatura da presidente Dilma à reeleição, a oposição responde com mais ódio e violência, como se já não tivesse mais esperanças de derrotar nas urnas o que chama, pejorativamente, de "lulodilmismopetismo".
Manifestações sem pé nem cabeça param São Paulo, castigando a já sofrida população.
Outras capitais e grandes cidades brasileiras sofrem com o mesmo tipo de guerrilha.
O "não vamos ter Copa", que não colou, foi trocado pelo "não vamos ter Brasil".

O interessante é que tais demonstrações explícitas de desprezo pela democracia são seletivas.
Nunca têm como alvo governantes tucanos e assemelhados.
É como se todos os males do país fossem responsabilidade dos petistas, como se a incúria, a inércia, a incompetência administrativas seculares pudessem ser apagadas em quatro anos de governo.
A imprensa amplifica como pode essa insanidade, dando voz a qualquer um que tenha um discurso contra o PT.
Artistas se "engajam" na campanha hidrófoba.
A resposta dos governantes do partido tem sido a mais republicana possível, procurando soluções estritamente dentro da lei para ações escancaradamente subversivas.
A tática da oposição, de espalhar, por todos os meios possíveis, o caos no país, já foi aplicada com êxito em outros países.
Parece integrar uma cartilha, patrocinada sabe-se lá por quem, que ensina como derrubar governos democráticos, mas que incomodam a oligarquia.
Caso do Brasil, onde a tal "elite" não suporta Lula, nem Dilma, nem o PT, a quem se refere como "essa raça".
Os colunistas dos jornalões, também engajados na luta para que o país volte aos tempos da Casa Grande e Senzala, destacam o mau clima entre a população.
Só que se esquecem de dizer aos seus prezados leitores/ouvintes/telespectadores, que eles são pagos - e muito bem pagos - para insuflar esse ânimo, para jogar gasolina na fogueira, para ajudar a fazer o circo pegar fogo.
A história se repete, não é isso que dizem?
sugado do: http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/05/sai-o-nao-vai-ter-copa-entra-o-nao-vai.html

Com ódio e com medo

Juca Kfouri
Sem ódio e sem medo foi o mote da campanha vitoriosa para o Senado do pernambucano Marcos Freire, pelo velho MDB, em 1974, em plena ditadura.

Havia, então, motivos de sobra para odiar e temer.

Hoje, quando não há, um perigoso clima de violência verbal toma conta do debate e qualquer coisa, seja um jantar com a presidenta ou a Copa do Mundo, viram motivos para destilar ódio.

O ano da desgraça de 1964 está suficientemente próximo para que as lições não sejam esquecidas e sempre é bom lembrar que muita gente boa foi no embalo da histeria que culminou no golpe midiático, civil e militar. Quando se constatou que João Goulart não iria comer as criancinhas brasileiras, e que os militares tinham apoio das oligarquias de sempre, já era tarde –e só restou protestar por mais de duas décadas.

"Jantou com a Dilma? Petralha sem vergonha, você nunca me enganou. Vendeu-se por uma boca livre", escreveu um cretino fundamental ao escriba, enquanto outro não menos dizia que "colunista tucano chama Dilma de pop". Ao menos não usou outro termo da moda, tucanalha...

Entre os neoesquerdistas e a velha direita criou-se um fosso que transformou a discussão política, e até a esportiva, em permanente Fla-Flu, como se estivéssemos na Venezuela, embora por aqui não tenha havido nem sequer uma tentativa de democracia direta, haja emprego e os protestos contra a Copa do Mundo tenham também o sentido de "quero mais", absolutamente compreensível e justificável.

É preciso ter clareza para identificar que se a violência da fome, ou da morte na fila de hospital, é ainda pior que a dos black blocs, a dos que propagam o ódio ou a justiça pelas próprias mãos também é –principalmente porque parte de pessoas tidas como letradas.

Esta coluna chamou a presidenta de pop porque gostou mais dela do que de seu governo e viu nela a intenção de fazer algo para tirar o futebol do atoleiro. Se fará ou não, veremos e cobraremos, como com FHC e Lula.

Fato é que o primeiro compromisso que assumiu já cumprirá na segunda-feira que vem, ao se encontrar com o Bom Senso F.C..

Mas a "pop", a avó, o bom humor dela aqui descritos, tiveram mais a ver com a preocupação em não demonizar quem está longe de ser a capeta e de tentar trazer para um campo mais ameno, civilizado, carinhoso até, um embate que deve terminar nas urnas e não em sangue.

Porque é de se estranhar que nem Sarney, nem mesmo Collor, tenham despertado tamanho ódio.

Terá sido porque Dilma é repudiada pela elite branca como diria o insuspeito Cláudio Lembo, ou será ele também um agente do petismo?

Será pela ascensão dos excluídos?

Ou será porque ela é mulher –e como Lennon cantou, a mulher é o negro do mundo?
sugado do: http://esquerdopata.blogspot.com.br/2014/05/com-odio-e-com-medo.html

GENIAL AVALIAÇÃO SOBRE A GRITARIA DA MÍDIA ANTI-PT, SOBRE CONJUNTURA PARA ELEIÇÕES

Por Alexandre Tambelli

Comentário ao post "O PT e o movimento dos sem partidos"
PT, VELHA MÍDIA, CLASSES SOCIAIS, MANIFESTAÇÕES DE 2013 E ELEIÇÃO.
Toda uma gritaria da velha mídia e forças sócio-políticas conservadoras vai até outubro. Discursam e discursarão sobre o “fabricado caos” do Governo DILMA, sobre o “fabricado caos do Brasil governado pelos petistas”, para chegarmos lá e acontecer o óbvio: DILMA reeleita e sociedade dividida em pró-PT e anti-PT.
É preciso dizer o mais importante.
Vivemos um tempo Político onde a Ideologia no Brasil não é mais ser de esquerda: socialista, comunista, etc. ou ser de direita e seu capitalismo ou a radicalização das desigualdades sociais entre os homens via neoliberalismo.
O tempo de hoje no Brasil é o tempo da defesa de classe social. Quem tem um pouco mais ou muito mais dinheiro não quer dividir e faz de tudo para se livrar do PT; quem não tem ou tem pouco dinheiro vota no PT. Isto de modo mais grosseiro. Existem situações de votos que não confirmam a regra.
Neste espaço de batalha há a velha mídia. Ela faz o jogo de acirrar a disputa, toma partido e fica do lado mais fraco (no sentido do voto). Então, se alimenta um caos midiático para deslegitimar a vitória do PT e conduzir a opinião do grupo mais fraco (com menos votos) que a velha mídia defende.
PT e velha mídia estão em lados opostos, porém, os dois são os favorecidos do resultado desta batalha violenta das notícias caóticas: um fica com o Poder e o outro com o monopólio dos meios de comunicação e as verbas de publicidade governamental, que crescem na velha mídia, conforme o grau de violência jornalística que ela pratica. Quanto mais violência, mais o Governo Federal anuncia nos meios de comunicação hegemônicos para contrapor a informação dada por estes grupos de mídia.
LULA e PT parecem querer sair deste jogo a partir de 2015. Tomara que seja contemplada a Lei de Médios. Seria um avanço para que nossa soberania econômica e nossos avanços sociais dos últimos 12 anos sejam preservados e aumentados, acima de pensar num realocamento das forças de classes sociais distintas, onde a parte mais fraca se caracteriza com mais força por seus interesses particulares acima do coletivo.
Oposição no Brasil que preste, praticamente, não existe. Os dois candidatos com chances que nela se abrigam querem importar um modelo já sepultado por aqui em 2002. Não cabe mais, porque o povo já experimentou a inclusão e ascensão social. Todo Governo eleito no Brasil não tem mais legitimidade se abdicar deste entendimento, se retroceder.
Um aparte sobre as manifestações de junho de 2013.
Não tem durabilidade um Governo que não está preparado e não se coloca como a ponte para a solução dos problemas reais que eclodiram das manifestações de 2013: principalmente, moradia e bairro digno de se morar, Saúde de qualidade, Educação de qualidade, meios de transporte eficientes e Polícia civilizada. Lembrando que a conquista do trabalho e do consumo não foram pautas das manifestações, porque já se incorporaram a estes grupos sociais (advindos da periferia) ou já faziam parte da vida dos universitários das classes sociais médias tradicionais.
Um aparte do aparte.
É interessante separar as manifestações de junho de 2013 pré e pós-interferência da velha mídia. Anterior ao apossamento e cobertura das manifestações pela velha mídia estavam nas ruas manifestantes de alguma maneira organizados e com reivindicações suas. MPL, juventude da periferia (precariado) e juventude universitária estão no tempo pré-interferência midiática. Agitadores profissionais, black blocks e classes médias e altas conservadoras vieram depois, algumas manifestações após, tendo ai importância a mídia, bem como, a extrema-direita em leva-los para as ruas, também, e com pautas mais generalistas como abaixo à Corrupção, fora PT e até pauta que mais interessava as elites naquele momento: a PEC 37.
Continuando.
Os jovens das manifestações pré-interferência midiática têm uma visão meio nublada da realidade brasileira, ficam entre a ideia da necessidade e cobrança de mudanças estruturais urbanas profundas e que são legítimas e a ausência de maior noção de quem pode realizar tal intento. É uma geração nascida e criada dentro do radicalismo midiático, que associa Política, partido político, governos à corrupção, cobrança de altos impostos e má-gestão dos recursos públicos. Eles tinham 5, 6, 8, 12 anos de idade no máximo quando o PT chegou ao poder. Mal sabem dos tempos de neoliberalismo de FHC. Sabem do hoje, do aqui agora.
Eles têm boas intenções, mas não sabem, precisamente, qual a importância da luta via Política e partidos políticos em arregimentar forças para alcançar seus objetivos e reinvindicações. Talvez, e com grande chance de acerto, a velha mídia os colocou no campo de batalha hierarquizando os inimigos das suas reinvindicações, apesar de todos os partidos políticos serem, o PT, por ser demonizado diariamente pela velha mídia, se tornou o inimigo número 1.
É a juventude nascida do processo continuado de negação da Política por parte da mídia hegemônica a mando do Sistema. Podem estar ai grupos inteiros de jovens apolíticos. O MPL e assemelhados são a manifestação concreta deste modelo de noticiário, onde a Política, os políticos e os partidos políticos são associados, como disse: à corrupção, cobrança de altos impostos e má-gestão dos recursos públicos acima de tudo. Estes jovens descontentes com a Política e o Brasil de hoje foram sendo produzidos no decorrer, principalmente, da Era PT e se materializaram. O quadro desta juventude apartidária é resultado de uma ação intencional do Sistema e da mídia que o representa, não vamos nos esquecer disto.
Repassando a ideia inicial.
Vivemos uma situação de enfrentamento que pode ser bem delineada, indo pelo caminho da justificação do caos como remédio para a derrota que está se configurando nas últimas eleições e nesta se configurará de novo para as classes média e média alta urbana das grandes e médias cidades, que se informam, majoritariamente, pela velha mídia.
O que isto significa?
Perdem a eleição, mas acreditam que a culpa é do povão que não sabe votar, dos programas de transferência de renda e voto de “cabresto”, etc. e se mantêm o poder da velha mídia de influenciar essas classes sociais. Os votantes destas classes sociais perdem a eleição, mas acreditam que a culpa é da ignorância do povão, não da desinformação cotidiana praticada pela velha mídia, nem da alienação diária a que estão submetidos no desfile das futilidades e etiquetas sociais.
A velha mídia se sustenta ai. Se for pelo lado da informação precisa seu cacife pode ser menor, pode ser que o Governo nem precise dar sua contribuição financeira via propaganda governamental e pode até alertar muita gente do que o Governo faz de bom para o Brasil. E, até gerar consciência política maior. O que pode romper a sua defesa do neoliberalismo e até criar um descaso (diminuição de credibilidade) para com ela, de boa parte de seus seguidores. E, não por uma questão de afinidade no modelo de economia ideal para o Brasil, mas, pela falta de uma visão soberana e de inserção do Brasil como potência, mesmo que fosse imperialista.
A compreensão de um Governo Petista, Capitalismo desenvolvimentista com inclusão social seria a pá de cal do Sistema financeiro e do neoliberalismo e de seus representantes aqui dentro de nossas fronteiras. O caos propagandeado pela velha mídia é o engessamento das nossas pernas e o impedimento delas caminharem por si. É embaralhar o meio de campo, para a gente não progredir, mesmo que seja ainda utópica a chegada de um de seus representantes ao Governo central. Pode ser um sonho demorado, mas não pode mudar por completo o conhecimento do novo País, do Governo do PT, para que a utopia neoliberal esteja viva, sempre e possa pôr suas garras hoje e no futuro, mesmo que se avance em sentido oposto.
Tudo está dentro deste pacote de evitar ao máximo uma Lei de Médios, uma Reforma Política, uma luta pela defesa de nossa soberania econômica, o que enfraqueceria a sanha neoliberal, a sanha dos mercados de nos colonizar outra vez.
sugado do: http://midiafazmal.wordpress.com/2014/05/19/genial-avaliacao-sobre-a-gritaria-da-midia-anti-pt-sobre-conjuntura-para-eleicoes/

terça-feira, 20 de maio de 2014

Tambores de água e banho de canequinha voltam à cena em São Paulo




Em Pirituba, o tambor d’água foi incorporado ao cenário, como forma de escapar do impacto da falta de água (Fotos e vídeo Mohamad Hanjoura)
Racionamento afeta moradores de São Paulo e faz preços de alimentos subir
A falta de água prejudica população da região metropolitana e do interior do Estado
Por Lúcia Rodrigues, especial para o Viomundo
A falta de água em São Paulo é um problema que está longe de ser resolvido. Nem mesmo a forte chuva que caiu sobre a cidade neste domingo, 18, vai amenizar o sofrimento da população que convive com o corte no fornecimento de água potável nas torneiras, devido à falta de investimentos do governo do Estado na ampliação de novos mananciais e novas estações de tratamento.
A reportagem do Viomundo entrevistou diversas pessoas que estão sendo atingidas pelo racionamento no Estado, para entender quais são os principais transtornos gerados por decisões eleitoreiras como as do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que preferiu esconder da população que as represas estavam secando, a admitir a falta de investimentos na área.
A equipe optou pela represa Jaguari, localizada na divisa de Minas Gerais, porque esse foi o reservatório escolhido por Alckmin para a solenidade de bombeamento do volume morto.
O cenário presenciado é caótico. A represa está praticamente seca. A água só pode ser vista em pontos isolados da região.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, vários moradores para encurtar o trajeto entre os bairros, optam por caminhar dentro do que antes foi o leito da represa Jaguari, uma das duas principais reservas hídricas da Cantareira, o mais importante sistema de abastecimento de água da Sabesp.
Vestígios de casas de um antigo vilarejo, que foi inundado pelas águas quando a represa foi construída, também podem ser vistos no que já foi o fundo do reservatório. Piers que serviam de ancoradouro para os barcos dos moradores dos condomínios de luxo que existem à beira da represa despencam por falta de água.
Mas esses estão longe de serem os principais problemas que os moradores enfrentam com a falta de água.

Empobrecimento
O racionamento de água rebate na queda do poder aquisitivo das famílias mais pobres que moram no entorno da represa.
A vendedora de caldo de cana Maria Aparecida Alves Lopes, 39 anos, mãe de três filhos, está desesperada. Desde que o reservatório começou a secar, ela viu o orçamento da família cair drasticamente. “Vocês são os meus primeiros clientes, hoje. Tá difícil manter a casa”, revelou à equipe de reportagem do Viomundo, no último sábado, 17, por volta das 14h.
Ela e o marido, não têm outra fonte de renda e sustentam a família (dois filhos, um de quatro anos e outro de 14, e uma filha desempregada, de 19 anos), com o que extraem das vendas do caldo de cana. “O turismo acabou aqui. E olha que já chegou a vir gente até do Chile, da Argentina… Agora só vemos os jet skys e as lanchas indo embora”, lamenta.
O preço dos alimentos subiu em espiral por falta de água para a irrigação. O quilo da batata antes do esvaziamento da represa era comprado, segundo ela, a R$ 1,50, R$ 2, agora saltou para R$ 6. “Pra gente ficou tudo bem mais caro: batata, milho, quiabo…”
A falta de água em casa tem sido driblada por Maria Aparecida, com um poço que existe no fundo de sua residência. “Quem não tem poço, tá sem água.”

São Paulo sem água
A sogra dela que mora em Pirituba, região noroeste da capital paulista servida pela represa Jaguari, é uma das que não têm água nas torneiras.
A reportagem do Viomundo foi até o local para conferir como esse drama atinge milhares de pessoas na região metropolitana de São Paulo.
Ao contrário da nora, a dona de casa Maria de Lurdes Alves Lopes, 58 anos, não tem um poço no fundo de casa. “Aqui (em Pirituba) tá todo mundo sem água. Ontem (sexta-feira, 16) eu andei o dia inteiro nos ferro-velhos pra comprar um latão (para fazer de reservatório), mas não tem mais. Com a falta de água, todo mundo comprou”, explica. Vizinhos dela, têm vários sobre a laje.
O quintal, ela nem lembra quando foi a última vez que lavou. “Só varro com a vassoura, senão o fiscal multa.” Mas o principal problema enfrentado, de acordo com ela, é para lavar roupa. “A água chega de madrugada. Ontem não veio e esta noite chegou às duas da manhã… mas eu não ia levantar nesse horário pra guardar água no tanquinho e na máquina…”, comenta.
Ela revela que a frequência da água no bairro tem sido dia sim, dia não. E conta que já pensa em comprar uma caixa de água menor do que a sua, para manter uma reserva.
Viúva, Maria de Lurdes enfrenta a falta de água com a filha, o genro e o neto, de 13 anos, mas considera ainda mais grave o caso de famílias que têm filhos pequenos. “Pra quem tem criança a situação é ainda pior. A gente pode juntar e lavar uma vez por semana, mas quem tem criança pequena faz o quê?” questiona.
Esse é o caso professora de educação infantil Gislaine Ferreira, 35 anos. Mãe de um adolescente de 16 anos e uma menina de um ano e cinco meses, ela ressalta que passa o dia todo fora de casa e que no horário em que retorna não tem água nas torneiras para executar as tarefas do lar. “A gente trabalha o dia todo fora, meu tempo disponível pra fazer as coisas em casa é à noite, mas não posso, porque não tem água. Aí fica complicado.”
“Para onde vai tanto dinheiro”, pergunta, ao se referir à falta de investimentos para evitar o racionamento de água. “Quem tá no comando não vai fazer nada? Vai ficar assistindo? No Palácio dos Bandeirantes não falta água, lá é tudo bem limpinho”, critica.
“A gente tá a mercê, mas as eleições estão aí…”, adverte.
[Para ver uma galeria de fotos, clique aqui]

Rendimento real do trabalhador cresce 4% nos últimos 12 meses


"Rendimento real do trabalhador cresce 4% nos últimos 12 meses

Nielmar de Oliveira, Agência Brasil

Os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) – divulgados hoje (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – indicam que, nos últimos 12 meses, a massa do rendimento médio real habitual da população ocupada passou de R$ 45.348 milhões em abril de 2013 para R$ 47.161 milhões em março de 2014, um crescimento de 4%.

Do ponto de vista regional, em março, o setor de serviços registrou crescimento nominal em todos os estados, em que pese a expansão menor em relação aos dois últimos meses. As unidades da Federação que registraram as maiores taxas de expansão foram Mato Grosso, onde o crescimento chegou a 20,4%, e o Distrito Federal (20,3%).

No Acre, o crescimento nominal do setor de serviços ficou em 15,1% e na Paraíba, 11,5%. As menores taxas foram registradas em Rondônia e no Piauí, ambas com 0,7%, em Roraima (1,2%), Sergipe (1,3%) e no Tocantins (2%).
Nos serviços prestados às famílias, as maiores taxas de crescimento foram observadas no Ceará (31%), Espírito Santo (21,8%) e em Goiás (16,7%). As menores taxas foram registradas no Distrito Federal (4,4%), Minas Gerais (4,7%) e Pernambuco (5,4%).

As menores taxas positivas foram observadas em São Paulo (4,4%), no Rio de Janeiro (5,6%) e Rio Grande do Sul (6,6%). Variações negativas foram registradas na Bahia (-9,9%), no Ceará (-2,9%), em Minas Gerais (-2,7%), Pernambuco (-2,4%) e no Espírito Santo (-1,2)."

Pastoral Carcerária manifesta repúdio às decisões de Barbosa e à Justiça seletiva


Entidade reafirma postura pelos direitos de todos os presos e ressalta que posicionamento do presidente do STF somente demonstra "a barbárie e o desmando" do judiciário

Da Rede Brasil Atual

A Pastoral Carcerária manifestou, por meio de nota divulgada na última quinta-feira (15), o repúdio às recentes decisões do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, que negou autorização de saída para trabalho ao ex-ministro José Dirceu e revogou a do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. A pastoral considerou a interpretação de Barbosa sobre o artigo 37 da Lei de Execução Penal “descontextualizada e equivocada”, além de “constitucionalmente duvidosa”.

No entanto, as decisões não surpreendem a entidade. A pastoral avalia que, há tempos,“não há decisão isenta ou puramente técnica em nenhuma instância” do judiciário brasileiro. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também já se posicionou criticamente às decisões de Barbosa.

O documento ressalta que, quando os julgados são provenientes de famílias carentes, são comuns “condenações sem provas, decisões judiciais que rasgam a letra da lei e interpretações jurídicas absurdas por parte dos julgadores”, questionados por juristas e entidades no caso da Ação Penal 470 (AP 470), o chamado mensalão. Assim, a inclusão de uma “nova classe de pessoas” a essa situação somente expõe o caráter essencialmente político e claramente seletivo da Justiça brasileira.

“Repudiamos o conteúdo das referidas decisões do presidente do STF, assim como repudiamos tantas outras decisões absurdas que diariamente são produzidas em nossos fóruns”, destaca a pastoral.

No entanto, para a entidade, tal situação não pode vir a causar um retrocesso na Justiça, já que a pastoral avalia que “a barbárie e o desmando” são a tônica cotidiana do nosso judiciário. A entidade completa, lembrando que o não atendimento adequado em saúde, educação e mesmo a aplicação incorreta do regime de condenação estão presentes em todos os presídios brasileiros.

Segundo a pastoral, a alternativa seria a aprovação da Súmula Vinculante nº 57, que se arrasta desde 2011 sem ser apreciada pelo mesmo STF. A proposta garante direito ao regime aberto ou prisão domiciliar para todos os presos que, ilegalmente, são impedidos de usufruir o benefício do regime semiaberto por falta de vagas.

A nota também critica a cobrança, de alguns setores, para que as famílias dos presos no processo da AP 470 tenham de passar por revista íntima antes de adentrar os presídios para visitas, que a pastoral considera “degradante” e “ilegal”. “A Pastoral Carcerária continuará defendendo que nenhuma pessoa passe por revistas vexatórias, independentemente de sua cor, origem ou classe social”.

A entidade conclui que, seja para os presos comuns ou para os condenados no mensalão, a privação de liberdade nada mais é do que “uma ferramenta de exclusão, estigmatização e alienação social por excelência” e que “o encarceramento em massa, longe de suprimir o crime, é causa de aumento da violência”.
No: http://esquerdopata.blogspot.com.br/

Tartufo ou a hipocrisia

Por Abel Sopra
“Antes de tirar o cisco do olho de teu irmão, retira a trava do teu olho” (Jesus)
Num momento de tantas manifestações por mais moralidade e menos corrupção, me vem a mente o Tartufo, a famosa peça de Moliére. Sátira de hábitos e costumes, chegou a ser censurada na França pelas críticas ao clero.  O personagem que dá nome à obra representa o discurso da moralidade e os valores, da aparência e da representação. Prega uma coisa e faz outra. Este comportamento não é exclusivo de certos pastores e se manifesta de variada forma na vida social:
CÔNJUGE – Aquele (a) que faz jogo de ciúme, bota pressão no quesito fidelidade para mascarar suas escapadas.
EDUCADOR- O pai que critica a qualidade da educação e dos professores, mas não educa (com hábitos e valores saudáveis) seu(s) filho(s) para a vida escolar.
EDUCADOR 2 – O professor que reclama das condições de ensino, mas não prepara, nem dá aula.
EDUCANDO – O estudante que critica a qualidade do ensino e dos professores, mas atende celular em sala de aula, atrapalha a  palestra com conversas, não estuda, e sua pesquisa se resume a “control V/control C”.
MÉDICO – Aquele que jura por Hiócrates, mas só trata por dinheiro.
PACIENTE – Aquele que critica a falta de saúde pública mas não cuida da própria saúde.
POLÍTICO – Ele promete defender os interesses públicos, mas só vota e decide pelos interesses privados (muitas vezes de seus financiadores de campanha).
POLÍTICO 2 – O roto que fala do esfarrapado. Critica o outro, não raras vezes sobre os próprios erros que comete ou cometeu. Quando é cobrado por falta de coerência, alega que a política é ‘dinâmica’.
POLÍTICO 3 – Aquele governo que faz o discurso da liberdade e mantém povos sob dominação e opressão.
COMERCIANTE – Aquele que faz promoções quando o produto está perdendo a validade.
COMERCIANTE 2 – Aquele que anuncia promoções com descontos acima do normal. Se é de 50%, a margem de faturamento aplicada é de  no mínimo 100%.
EMPRESÁRIO -  Aquele que critica a alta carga de impostos, a corrupção do governo  e a má aplicação dos recursos, mas sonega os impostos (em diversos casos,  já pagos pelo contribuinte).
EMPRESÁRIO 2 – Aquele que diz que o governo não deve interferir na economia, mas quando está em apuros ou precisa de financiamento, corre para pedir ajuda. Costuma  criticar os investimentos sociais, mas aprova que o governo subsidie a iniciativa privada.
PATRÃO  – Aquele que diz não poder aumentar o salário, mas leva uma vida de fausto e dissipação.
PATRÃO 2 – Aquele que diz que não poder pagar mais  pelo trabalho comprado (pois quebraria a empresa), e ainda assim não aceita compensar com participação acionária.
PATRÃO 3 -  Que não recolhe contribuições previdenciárias de domésticas e bóias frias, por exemplo, e critica os gastos do Estado.
SINDICALISTA – Aquele que faz o discurso em defesa do trabalhador, mas é um pelego que favorece os patrões nos acordos e negociações salariais.
PUBLICITÁRIO – Aquele que propagandeia um produto mas não o consome.  Atores e atrizes em comerciais, idem.
JORNALISTA – Diz que é neutro e não tem rabo preso, critica a corrupção de um governo  – não tendo em vista o interesse público, mas a hegemonia de um grupo econômico e político que deseja manter ou elevar ao poder. Alguns, venais e volúveis, utilizam esse expediente para chantagear e extorquir (não raras vezes na forma de anúncios publicitários).
DONO DE MÍDIA – Aquele que tem em seus jornalões o  discurso dos bons costumes, mas faz o contrário em sua programação. Defende a liberdae, mas não dá nenhuma a seus profissionais.
JUÍZ – Aqueles que pautam os julgamentos sob a ingerência de grupos econômicos, políticos, amizades e afinidades ideológicas.
PROMOTOR – Aquele que acusa sob o discurso da lei, mas só quando interessa, conforme as ingerências e simpatias ideológicas, econômicas e políticas.
ELEITOR – Aquele que vota sem conhecer o candidato, não se lembra em quem votou, e reclama que os políticos não representam os seus interesses.
TARTUFO,  em suma, é aquele que usa hipocritamente o discurso. Muitos apresentam suas razões para seduzir e obter algum tipo de vantagem. Poderia acrescentar mais categorias à lista. Mas deixo  para que o leitor o faça.
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segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Brasil é o que é também por causa da imprensa


A imprensa existe para, entre outras coisas, fiscalizar o poder público, de todos os níveis, denunciar as bandalheiras, a corrupção e a malandragem. Tem, dessa maneira, uma função social muito importante, até mesmo vital para o fortalecimento do regime democrático. Não pode, porém, transigir numa regra fundamental, que é tentar, o máximo possível, ser fiel aos fatos, à realidade. 
Não pode, em outras palavras, inventar uma notícia.
Qualquer criança sabe que a imprensa brasileira odeia o PT e qualquer organização que lembre a esquerda: sindicatos, movimentos populares, associações de classe etc etc.
Mas a ira é mesmo dirigida contra o PT, porque o partido, embora seja muito mais social-democrata do que socialista, aos olhos da elite brasileira, da qual os donos dos meios de comunicação fazem parte, é, desde já há alguns anos, a única estrutura capaz de, ao vencer disputas eleitorais, mudar a triste realidade do país e a sua vergonhosa desigualdade econômica/social.
Por isso a imprensa, inteiramente subjugada aos interesses da oligarquia nacional, abriu guerra contra o PT - uma guerra sangrenta, sem regras, sem tréguas.
Não há um dia sequer que algum dos jornalões - um termo para designar a chamada "grande imprensa", não apenas as publicações impressas com circulação diária - deixe de dar destaque a um fato negativo contra o PT. 
É como se seus editores sofressem de algum distúrbio psicológico, fossem afetados por alguma séria doença mental.
Ou de um incurável mau-caratismo.
Os exemplos dessa patologia, que atropela as mais singelas normas do exercício jornalístico, são inúmeros, patéticos, absurdos até.
A "Folha" descobriu que bebês não gostaram da tal "Viradinha Cultural"...
O mesmo jornal destacou que alguém teve algo roubado no primeiro jogo oficial do Itaquerão, evento ao qual comparecerem dezenas de milhares de pessoas...
Um comentário off record (não oficial, informal, "fora dos microfones", ou seja, para não ser publicado) da presidenta Dilma a editores de esporte sobre a cartolagem da Fifa foi transformada em manchete...
Uma blague do ex-presidente Lula sobre a sua condição de torcedor fanático também virou manchete...
Em meio a essa loucura, os editoriais (a opinião do jornal) batem duro contra a corrupção, apontam caminhos para "salvar" a economia (que vai bem, por sinal) e indicam soluções para livrar o país de todos os males causados pelos governos do PT.
Fico imaginando que maravilha de país teríamos se toda essa fúria fiscalizatória não fosse meramente seletiva e tivesse valido também para os governos anteriores ao do PT.
Educação, saúde, transportes, segurança pública, moradia, tudo isso seria muito melhor e talvez o Brasil nem precisasse ser governado por esse pessoal do PT.
Em vez disso, a imprensa ficou caladinha, fez de conta que tudo estava perfeito no seu mundo imaginário e deixou que as maiores barbaridades fossem praticadas. 
Haja canalhice...
Sugado do: http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/05/o-brasil-e-o-que-e-tambem-por-causa-da.html

Por que tantos saem de casa só para barbarizar?


 Por que tantos saem de casa só para barbarizar?
Pode ser jogo de futebol, parada gay ou um show de rock. A maioria das pessoas vai só para se divertir, mas tem cada vez mais gente que sai de casa só para barbarizar. Fico assustado ao ver que neste último final de semana, em São Paulo, tivemos pelo menos 18 arrastões na Virada Cultural, deixando dois baleados, dois esfaqueados e mais de 100 presos. É por isso que cada vez menos gente tem coragem de sair de casa para ir a estes eventos.
Sempre tivemos brigas em lugares tomados por multidões e onde corre muita bebida, mas eram casos isolados, nada programado ou planejado. Quem não gosta de muvuca, como eu, simplesmente não vai. Só que o que estamos vendo agora são vândalos organizados que se aproveitam da situação para infernizar a vida dos outros, mesmo os que estão apenas de passagem, tentando chegar a algum destino.
Quase todo final de semana, ruas e avenidas são interditadas por algum motivo, as vias em torno de estádios e casas de espetáculos ficam intransitáveis, somando-se àquelas improvisadas em ciclovias. Claro que todo mundo tem o direito de se divertir, mas desse jeito o espaço público vai ficando menor, tornando uma verdadeira gincana o simples ato de tentar circular pela cidade.
Já era assim durante a semana, mas de uns tempos para cá também aos sábados e domingos é difícil chegar no horário aos nossos compromissos. Como o transporte público é indigente, em breve teremos um carro por habitante e assim ninguém mais vai conseguir trafegar pela cidade, facilitando a ação dos bandos que fazem arrastões nos congestionamentos, armam barricadas e, por qualquer motivo, ateiam fogo aos ônibus.
A tudo assistimos bestificados, sem saber direito o que está acontecendo. Não me arrisco a responder à pergunta do título, até porque, não tenho a menor ideia. Só gostaria de entender. Sei que ruas e calçadas tornaram-se verdadeiras armadilhas, em que bandidos, carros e buracos disputam para ver quem faz mais vítimas. Vamos pedir socorro a quem? De vez em quando, tenho a impressão de que estamos numa guerra permanente de todos contra todos e esqueceram de me avisar para ficar em casa.
Só me resta dizer: pobre São Paulo, que fizeram de ti.
No: http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2014/05/19/por-que-tantos-saem-de-casa-so-para-barbarizar/

Relatos de um casamento liberal


Diário do Centro do Mundo 

"Uma das maiores frustrações do ser humano é gerada quando há uma obrigação de se encaixar em padrões que não funcionam para você. Na área dos relacionamentos, a nossa cultura, a sociedade e até a lei, dita que os relacionamentos monogâmicos devem ser o modelo seguido por todos. Mas tem gente que não se enquadra nesse modelo, por achar que o amor é um sentimento que não precisa ser limitado somente a uma pessoa – assim como amamos nossos pais, amigos, parentes, etc, ter uma relação de amor com somente uma pessoa parece ser algo injustificável. Por isso tem muitas pessoas que escolhem viver relacionamentos com uma abertura no qual os envolvidos têm a liberdade de se envolver com quantas pessoas tiverem vontade, sem que isso signifique que o amor por eles sentido seja de qualidade inferior – é o chamado Poliamor.

Pode parecer loucura para você, mas a cada dia mais observamos pessoas que decidiram viver modelos alternativos de relacionamentos, sempre em busca de sua felicidade e do que mais os completa. Não precisamos ir muito longe para encontrar alguém que tenha vivido um relacionamento fora dos moldes para obter um relato sincero de como é viver fora dos padrões no amor – a nossa colunista Lasciva viveu por 5 anos em um casamento liberal e topou relatar como foi essa experiência. Antes de julgar, lembre-se que as pessoas têm direito de escolha individual e que o que é bom para você pode não ser bom para o outro. Respeito é reconhecer e admirar as diferenças do outro.

Estava solteira. Havia dez meses que eu terminara meu primeiro compromisso sério. Namorei um rapaz durante os quatro anos finais da minha adolescência. O relacionamento acabou justamente porque eu precisava de mais espaço e queria viver novas experiências. Aos 20, enquanto curtia a juventude adoidado, apaixonei-me novamente, por um amigo. A questão era essa: éramos bem próximos, da mesma galera.

Na medida em que você convive com grupos de vários homens, percebe como eles se comportam, a forma que falam das mulheres, os valores que afirmam entre eles. Conhecia todos os podres do garoto por quem me apaixonei. E sabia que, em todos os outros relacionamentos que teve na vida (muitas namoradas), nunca conseguiu deixar de trair. Não que ele gostasse disso. Baladeiro convicto, tinha um monte de amigos, a mulherada dava mole. A diversão do flerte é mesmo revigorante, principalmente para jovens adultos. Funciona como uma massagem na autoestima. Atrair olhares, puxar conversa, conquistar. Alguns rapazes usam até a expressão “paquera esportiva” para descrever aqueles dias em que saem em solteiros.

Não quis ser enganada como vi acontecer com as suas últimas namoradas. Decidi que comigo seria diferente. Como amiga, preferi que ele e a nossa galera não escondessem nada de mim. Então, quando o homem por quem eu estava apaixonada confessou sentir o mesmo a meu respeito, foi algo espontâneo. Quase que uma sinergia de sentimentos. Sem nunca cobrar nada um do outro, de repente nos vimos totalmente conectados. Estávamos namorando.

O modelo de relacionamento que tivemos aconteceu naturalmente – como tudo em nossa relação. Continuamos a fazer as mesmas coisas de sempre, a nos divertir por aí, sem restrições. Não acho que alguém precise reprimir o desejo que sente pelo resto do mundo para me amar. O que eu realmente queria era ele feliz, ao meu lado. Assumi, na minha cabeça, que a tentação das outras mulheres é mesmo irresistível. Acho que é, até para mim. Talvez eu seja tão safada quanto eles.

Pedi ao rapaz para me contar sobre qualquer envolvimento que rolasse fora da nossa relação. Quis saber de tudo. Ter a consciência tranquila de que ele não me enganava. Descobri que pensar nele com alguma garota me dava tesão. Às vezes, a mera imaginação me deixava excitada. Queria saber detalhes sobre qualquer contato com outra mulher. Afinal, permanecia a fantasia do sexo a três, arrastar nossas amigas para a nossa cama juntos. E, da mesma forma que me namorado, eu também fazia tudo o que queria.

Ele estabeleceu suas condições: nada de olhar para os amigos dele. Justo. Também quis que eu lhe contasse (sem detalhes) sobre todos os meus casos. Da mesma forma em que o casal monogâmico assume o compromisso de haver total fidelidade ao parceiro, no relacionamento aberto também se deliberam condutas que deixam ambos confortáveis. Casais de amigos próximos da gente conviviam felizes em suas relações liberais. Saíamos juntos à noite, os vimos beijar garotas na frente de todos. Eles nos inspiravam com suas histórias divertidas de pegação. A gente também adorava sexo. E curtimos de um tudo juntos.

Na época, ambos trabalhavam fora o dia inteiro. O resto do tempo, vivíamos grudados. Mas rolava de viajarmos separados, a trabalho ou para encontrar família. Também virou rotina sairmos desacompanhados num dia da semana. A gente sempre dizia um para o outro para onde íamos e com quem. Mesmo que fosse um encontro romântico com outra pessoa. Saber onde o outro estava demonstrava nossa total cumplicidade. Cada um fazia questão de ter certeza que o seu amor estava bem. Afinal, comprometemo-nos a fazer de tudo pelo outro sempre que preciso.

Está se perguntando se não havia ciúmes? Claro que sim. Ninguém está imune a ciúmes. É um sentimento como qualquer outro, presente em todos os tipos de relações humanas. Tanto ele quanto eu protagonizamos algumas crises, por motivos difíceis de se explicar. A maioria das vezes, meu namorado levava numa boa quando eu revelava algum amante. Mas o ego masculino pode ser perigoso. Essa é outra questão moral que a sociedade ainda precisa avançar. Homem é, em geral, orgulhoso e possessivo demais para aceitar a ideia de que sua namorada fez sexo com outro.

O escritor Franklin Veaux, um dos maiores especialistas em poliamor, explica que ciúmes é apenas um sentimento – não é nem bom, nem mau. É quase sempre sintoma de uma insegurança subjacente. A maneira mais eficaz de lidar é muitas vezes resolver o problema subjacente que o cria. Ciúmes é mais comum quando alguém se sente inseguro, maltratado, ameaçado ou vulnerável ​​em um relacionamento.

Com o tempo, percebi que saber lidar com ciúmes é essencial em um relacionamento. É um sentimento irracional e muitas vezes inesperado. Se deixar passar, você percebe que a causa mesma do ciúmes é, quase sempre, uma bobagem da sua cabeça. Grande parte da razão do ciúmes é a nossa própria imaginação. Criamos situações envolvendo a pessoa amada e ainda sofremos por isso.

A pergunta que mais eu ouço, ao descrever meu modelo de relacionamento aberto é se eu tinha medo de perder o homem que amava. A resposta é não. Nós nos amamos de todas as formas que pudemos. E o que tivemos juntos foi realmente único. O envolvimento com outras pessoas acabava reforçando os sentimentos de um sobre o outro. Chegava a ser reconfortante pensar que, não importava com quem ele estivesse, só a gente partilhava aqueles momentos, tão especiais.

Construímos uma vida juntos. Decidimos morar sob o mesmo teto, após um ano de namoro. Assinamos uma certidão de união estável, que assegura todos os direitos de um casal casado. Primeiro fomos para um apezinho apertado. Depois, arrumamos uma bela casa com quintal, árvore, cachorro. Parecia um albergue, onde abrigávamos amigos e familiares. Continuamos a andar com a mesma galera, sempre unida. Sentia-me realizada, ao seu lado. Pudemos realizar alguns dos nossos fetiches. Anos mais tarde, mudamos de cidade, os dois juntos, atrás de novas perspectivas profissionais. A gente nem imaginava viver qualquer outra relação. Esse pacto de amor funcionava bem entre a gente.

Franklin Veaux adverte que existe o mito de que poliamor é um tipo de relação amorosa mais evoluída. Na verdade, a forma de relacionamento preferencial nada tem a ver com conhecimento ou evolução mental. De fato, com a quebra de instituições da sociedade moderna, como família e igreja, mais pessoas têm experimentado novas concepções de envolvimentos afetivos. As mudanças sociais observadas com esse movimento estão sendo chamadas de Nova Revolução Sexual.

É preciso evitar certos males do nosso tempo. O teórico da pós-modernidade Zygmunt Bauman cunhou o conceito de amor líquido para denominar um dos sintomas da sociedade pós-moderna. É um amor “até segundo aviso”, que segue o padrão dos bens de consumo: dura apenas enquanto trouxer satisfação. Enquanto vivemos em ansiedade permanente, tendemos a substituir qualidade por quantidade. As nossas próprias angústias reforçam a liquidez dos relacionamentos e se tornam ameaças à perenidade das relações humanas.

No nosso caso, não foi ninguém nem nenhum tipo de egoísmo material que nos separou. Nenhuma crise de ciúmes nunca foi tão séria a ponto de ameaçar a continuidade do nosso amor. Mas o destino nos proporcionou surpresa difíceis de lidar. E relacionamentos afetivos são sistemas complexos, há muitas variáveis envolvidas. Enquanto que poligamia não era um problema para nós – apenas mais um aspecto divertido da nossa relação –, certas adversidades da vida deram conta do nosso fim.

Narrei um tipo de casamento liberal, que vivi no decorrer de cinco anos. Depois disso, tive ainda outro namoro poligâmico, esse mais curto – durou apenas um ano. Ambas as relações se estabeleceram de forma diferente e tinham regras distintas. Não há moldes predefinidos aos relacionamentos. Sinto-me mais confortável em envolvimentos sem grandes limites, você pode ser diferente. Já viveu um relacionamento aberto? Em que ele se parecia com o meu?"

A GERAÇÃO HIPERMIDIATIZADA PÓS-1978



Por Alexandre Figueiredo

Os mais velhos eram crianças ou mal haviam nascido quando Bill Gates e o falecido Steve Jobs lançaram novidades na Informática. Não puderam acompanhar a primeira geração do punk rock, e não viveram as amarguras sócio-políticas causadas pelo AI-5. Eram muito pequenos para perceber a agonia da ditadura militar e os mecanismos traiçoeiros da "indústria cultural" politiqueira.

Já os mais novos nem haviam nascido em boa parte dessa época. Quando muito, nasceram quando a ditadura militar já havia passado. E também eram pequenos para perceber as artimanhas do governo Collor, os efeitos das concessões clientelistas de rádio e TV do governo Sarney e o problema da mediocrização artística dos tempos atuais.

Depois de 1978, nasceu uma geração que, salvo exceções, não acompanhou os rumos da História e se tornou praticamente dependente do poderio midiático. Os mais velhos não eram estimulados a ter um diálogo com os pais, os mais novos já tinham esse estímulo, mas não conseguiam compreender a vida de maneira amplamente questionadora.

Quando a década de 90 trouxe a reboque todo o processo de mediocrização sócio-cultural que foi da cultura popular ao rock, do cinema à moda, da literatura à televisão, os mais velhos mal entravam na puberdade e os mais jovens ainda estavam para encerrar a infância.

Em ambos os casos, são pessoas que só agora, tardiamente, redescobrem o Brasil e o mundo em que vivem. Os mais velhos tiveram que se tornar pais para ver que, por exemplo, os anos 80 não eram só Menudo, Dr. Silvana, Silvinho Blau-Blau e Xou da Xuxa. Os mais jovens começam a experimentar o ceticismo em relação a referenciais "institucionalizados" dos anos 80 para cá.

Eles são chamados de "geração Y", um termo até um tanto discutível, mas que se refere a pessoas que nasceram ou cresceram sob a influência da informática e do poder midiático, que de tão inserido em seus inconscientes, perdem a noção até mesmo do que é "cultura de massa" ou "cultura midiatizada", porque tudo lhes parece tão natural como a própria Natureza.

NASCIDOS ENTRE 1978 E 1987 SÃO MAIS "FECHADOS"

Nota-se, entre essas duas gerações, que aqueles nascidos entre 1978 e 1987 são em sua maioria bastante fechados nos seus referenciais culturais. O fato de terem nascido num período de crises sociais profundas e desajustes familiares os fizeram criar um "sistema de defesa" praticamente isolado nos referenciais situados no tempo e no espaço.

A alegoria pode ser comparada com o caso do garoto da bolha de plástico, o caso de um menino com problemas imunológicos que inspirou um filme de 1976, O Rapaz da Bolha de Plástico (The Boy in the Plastic Bubble), estrelado por John Travolta no papel-título, o mesmo que a geração de 1978-1987 conheceria em 1994 com o filme Tempo de Violência (Pulp Fiction), de Quentin Tarantino.

Eram pessoas para as quais só prestava aquilo que era produzido a partir de 1975 e que era "moeda corrente" na "indústria cultural" dos anos 80 e 90. Desprezando os anos 60, que pelos lamentos de seus pais foram tidos como uma "década perdida" (a Contracultura não havia conseguido combater os diversos reacionarismos sócio-políticos do mundo), a geração 1978-1987 se fechou no seu tempo.

Eles só apreciavam coisas que lhes eram "palpáveis" e "presentes", como aquilo que viam no rádio e TV desde a infância. A falta de compreensão do que seria anos 80 os levaria a considerar até mesmo desenhos animados dos anos 60 e seriados dos anos 60-70 como "cultura dos anos 80". É porque passava na televisão quando eles eram crianças, na década oitentista.

Por isso são raros os referenciais pré-1975 que apreciavam. Um Pelé, uma Hebe Camargo, um Roberto Carlos passavam, por razões óbvias. Mas o rock clássico virou demodê, o máximo é ouvirposer metal. A MPB ficou ultrapassada, o jeito é bregalizar de vez. Raciocinar e olhar longe viraram práticas negativas e repudiadas até com certa fúria.

Só aceitavam, como contemporâneos, Raul Seixas, Bob Marley e Che Guevara, mesmo assim de forma confusa, como se eles tivessem sido irmãos "doidões". E as tragédias lhes foram poucas, pois, fora Ayrton Senna, Mamonas Assassinas e Cássia Eller, a geração 1978-1987 não viveu grandes perdas, até sofrer o impacto da morte de Michael Jackson em 2009.

NASCIDOS APÓS 1987 SÃO ABERTOS, MAS ACEITAM TUDO SEM VERIFICAR

Já a geração nascida após 1987 encontrou um quadro sócio-político ainda mais "arejado", seja por conta das pressões sociais exercidas contra muitos abusos e irregularidades, seja pela consolidação da democracia, seja pela liberdade de informações e perspectivas sociais um tanto mais otimistas.

Com um diálogo mais aberto com seus pais, em relação à relação imediatamente anterior de pressões profissionais e afetivas que desestruturaram muitas famílias ou as fizeram sobreviver unidas num ambiente de ceticismo e busca pela sobrevivência, os nascidos após 1987 aceitam mais novidades e antiguidades do que seus similares um pouco mais velhos.

Embora criados pelo mesmo pano-de-fundo da ditadura midiática, os mais jovens buscam uma flexibilidade e um nível de compreensão menos atrofiado. Não precisariam trabalhar com patrões mais velhos ou se tornarem pais para verificarem que o mundo ia muito além dos quintais cronológicos dos jovens.

São mais receptivos a referenciais culturais antigos e outros que não fazem parte do escasso elenco de "sucesso" que seus semelhantes um tanto mais velhos apreciavam. Têm maior liberdade de apreciar as coisas, mas carecem ainda de uma visão mais questionadora sobre o que realmente vale a pena ou não em matéria de cultura.

Se a geração de 1978-1987 se apegava a um pragmatismo quase masoquista - "com tanta coisa ruim, até que o que eu gosto e acredito satisfaz minha vida" - , a que veio depois já vai um pouco além dessa baixa auto-estima, saindo das "bolhas de plástico" para ver um mundo que, no entanto, lhes deslumbra demais, como se fosse um admirável mundo de certezas pré-estabelecidas.

"PÓS-MODERNISMO" DE RESULTADOS

Se a geração de 1978-1987, na medida em que chegava aos 30 anos, se limitava a "redescobrir" cafonices como Waldick Soriano, Odair José e Ray Conniff, enquanto superestimava falecidos recentes como Michael Jackson e Wando, a geração mais nova, sem romper com tal perspectiva, pelo menos insere alguma criatividade e jovialidade.

Certo, é um "pós-modernismo" de resultados, pois ninguém espere de jovens nascidos depois de 1987 no Brasil uma geração empenhada em reciclar as lições do Modernismo e da Contracultura, já que, se os mais velhos eram culturalmente "sub-nutridos", os mais jovens apostam numa "gororoba".

É o que se vê nos ídolos em ascensão, que vão além de um fechado pragmatismo brega-comercial dos anos 90. Já não é mais obsessão defender o ruim por ser "melhor que o pior", mas de buscar alguma coisa boa da qual a juventude contemporânea, em sua curiosidade mal orientada, não consegue discernir qual é.

Em outras palavras, se a geração de 1978-1987 era bem mais fechada no que era o hit-parade, o status quo e o que "vier por aí" porque, "com tanta coisa ruim, até que tudo isso é bem legal", a geração pós-1987 já aprecia coisas bem mais diferentes, embora sejam incapazes de separar o joio do trigo.

Daí a comparação, por exemplo, da blogueira nascida depois de 1978 que pensou que "How Soon is Now?", clássico dos Smiths, era uma música da lavra autoral do Love Spit Love, e da geração pós-1987 que se divertia com a jocosa montagem que, de forma surreal, juntava a voz de Morrissey com o som rítmico do É O Tchan.

No primeiro caso, o isolamento no tempo ignorava que certos sucessos eram, na verdade, versões de músicas ainda mais antigas. No segundo caso, é a curiosidade desmedida e a busca aleatória por misturas inusitadas em que se despreza o questionamento de juntar coisas tão antagônicas num resultado que não é tão bom quanto parece, embora "divertido" à primeira vista, como piada pronta.

A geração pós-1987 consegue apreciar um Wilson Simonal, um Doors, ler obras literárias sem fazer cara feia, e parar para ver uma obra de artes plásticas, num salto para a geração anterior, que por sua ânsia de pragmatismos e "atualidades", preferia ver desfiles de moda banais como se eles substituíssem qualquer exposição de pintura ou arquitetura.

EM AMBOS OS CASOS, A INFLUÊNCIA DA GRANDE MÍDIA

O que se pode perceber é que, apesar de tais diferenças, as duas gerações têm em comum a influência forte do poder midiático, tão forte que, como um vírus que entra no organismo e ninguém sente os sintomas, as pessoas não percebem tal influência.

A geração mais velha das duas citadas, por ser a mais "fechada", é a que sofre ainda mais o peso do poderio midiático, embora em muitos casos se esforce, até de forma neurótica, em desmenti-lo. Isso porque seus valores ainda são carregados de influência da ditadura midiática, por mais que esses defensores definam tais valores como "da sociedade" e "acima de toda ideologia e poder".

Já a geração mais jovem tem uma maior liberdade. Ela já nasceu consultando a Internet, enquanto a mais velha construiu seus valores em emissoras como Globo e SBT e em rádios FM controladas por oligarquias, da Som Zoom Sat nordestina à 89 FM paulista. A geração mais nova já começou consultando portais e sítios que destoam do lero-lero midiático dos anos 90.

É certo que, num caso e em outro, há alguém da primeira geração hipermidiatizada que se abre para a "gororoba" cultural, e outro da segunda geração que é bem mais "fechado". Mas, no conjunto, as duas gerações se delimitam nas tendências descritas, até pelo quadro sócio-político que, depois de 1988, tornou-se mais flexível.

Resta saber se, no futuro, haverá uma geração que possa estar aberta ao mundo, não para apreciar tudo de forma não-verificada, mas para ver o que vale ou o que não vale a pena. Depois da geração "bolha de plástico" e da geração "gororoba", espera-se que surja uma geração capaz de separar o joio do trigo e que devolva ao Brasil um nível de compreensão sócio-cultural perdido há 50 anos.
Vi no: http://mingaudeaco.blogspot.com.br/2014/05/a-geracao-hipermidiatizada-pos-1978.html

Autoexplicativo: porcalista da Veja deve chefiar equipe de Aécio


247 - Um dos principais editores da revista Veja, o jornalista Otávio Cabral, deve assumir uma nova função nos próximos dias: a chefia da equipe de comunicação do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Cabral edita a coluna Holofote e é também autor de um polêmico livro sobre o ex-ministro José Dirceu, que, segundo especialistas, teria vários erros factuais. Ele é também casado com a jornalista Vera Magalhães, que edita o Painel, da Folha de S. Paulo.

Nas últimas semanas, o casal viajou de férias ao Japão. Cabral teria comunicado sua decisão ao diretor de Veja, Eurípedes Alcântara, na última sexta-feira. Sua página no Facebook informa que ele "trabalhou" na revista Veja, com o verbo no passado.
Via: http://esquerdopata.blogspot.com.br/

domingo, 18 de maio de 2014

Manual de autoajuda para 2014


Dez conselhos que resumem o cúmulo do puxa-saquismo num ano eleitoral

Seguem dez conselhos para jovens profissionais em busca de promoção em 2014. A regra é separar o joio do trigo e ficar com o joio. De grande utilidade para quem faz carreira em empresas de consultoria, busca colocação em organismos internacionais, ONGs de nome exótico e muitos recursos do mercado financeiro e, é claro, redações.

1. Quando, numa digressão histórica, falar sobre o esquema de corrupção na gestão de Celso Daniel em Santo André, não diga que os grandes empresários de ônibus da cidade pagavam propina a prefeitura do PT. Diga que os coitadinhos eram “extorquidos.”. 

2. Quando mais uma vez Paulinho da Força xingar Dilma Rousseff, evite mencionar levantamento da Vox Populi que mostra as intenções de voto entre os filiados ao Sindicato dos Metalúrgicos de S. Paulo, principal entidade da Força Sindical. Dados de março mostram vantagem Dilma sobre Aécio na base de 2,7 a 1. Contra Eduardo Campos, a vantagem é de 8,3 a 1.

3. Quando falar da megalomania de Lula que trouxe a Copa do Mundo para o Brasil, esqueça de mencionar que Fernando Henrique Cardoso tentou trazer a Copa de 2006 para o país – e caiu fora nas eliminatórias. 

4. Quando falar da falta de confiança dos investidores internacionais, evite dizer que trouxeram 64 bilhões de dólares para o país em 2013, contra US$ 32,8 bilhões em 2000, o melhor ano do governo FHC.

5. Quando falar de medidas impopulares, evite lembrar que a austeridade fez o desemprego europeu pular de 8% para 11,9% depois de 2008. No mesmo período, no Brasil, o desempregou caiu dos mesmos 8% para 5,1%.

6. Quando falar que a inflação está fora de controle evite mencionar que ela cresceu 9,2% em média no governo FHC, contra 5,9% depois da posse de Lula. (O pior ano do período foi 2003, que trazia a herança de 2002).

7. Quando engrossar a voz para falar que é preciso elevar a taxa de investimento, evite mencionar que ele cresceu 1% ao durante o governo do PSDB e 6,1% durante o governo do PT.

8. Ao mostrar simpatia pelos protestos anti-Copa, não pare de denunciar a falta de verbas para a Educação, embora os gastos fossem de R$ 37, 1 bilhões 2002 e tenham chegado a R$ 112,3 bilhões em 2013. 

9. Quando falar da eleição em Minas Gerais, evite lembrar que o atual candidato tucano ao governo, Pimenta da Veiga recebeu R$ 300 000 das agências de Marcos Valério. É seis vezes mais do que o deputado do PT João Paulo Cunha, primeiro condenado da AP 470. Por receber R$ 296 000, que jamais admitiu ter guardado para si, Henrique Pizzolato pegou 12 anos de prisão no STF e hoje está foragido e preso na Itália. Não deixe de mencionar as suspeitas contra o deputado André Vargas, do PT, quando falar da operação Lava-Jato. Ignore que Luiz Argolo, de um partido que se aliou a Aécio, é o único parlamentar apanhado quando negociava pagamento em $$$ com o doleiro Yousseff. 

10. Quando lamentar o crescimento brasileiro de 2,3%, evite mencionar que o México cresceu 1,1% e que a celebrada recuperação americana ficou em 1,9%.  A Espanha enfrentou uma recessão de 1,2 negativos, a Itália ficou em 1,9 negativos também. O melhor crescimento europeu foi a Inglaterra, 1,8%. Elogie Angela Merkel sem mencionar que a Alemanha parou em 0,5%.
via: http://esquerdopata.blogspot.com.br/2014/05/manual-de-autoajuda-para-2014.html