sábado, 12 de janeiro de 2013

‘Partido diferente’ de Marina Silva poderá ter dissidentes do DEM e PSDB



Marina Silva quer abrir legenda com dissidentes de várias legendas sem importar a ideologia. Há atualmente 27 partidos políticos oficialmente registrados no TSE

De olho nas eleições presidenciais de 2014, a ex-senadora Marina Silva (sem partido) intensifica pedido de apoios para a criação de seu novo partido. Futura legenda que vem do “Movimento Nova Política” poderá ter dissidentes do Psol, PT e até tucanos ou egressos das fileiras do Democratas, sucedâneos do PFL e, anteriormente, da Arena, que sustentou a ditadura militar no país.
heloísa helena marina silva partido
Heloísa Helena já anunciou que apoiará Marina Silva na construção do novo partido. (Foto: divulgação)
Marina Silva diz que o seu será um “partido diferente”. A nova sigla não aceitará doações de pessoas jurídicas e terá uma cota de 50% de seus filiados dispostos a defender “bandeiras livres”, sem especificar quais. Ela não esclareceu se haverá algum critérios ainda em relação ao segmento partidário. A ideia é que o novo partido seja formado com políticos oriundos de legendas variadas.
O que se sabe, é que primeiramente, Marina pretendia anunciar o recolhimento das quase 500 mil assinaturas (necessárias para formar a nova legenda) ainda neste mês, mas auxiliada por companheiros, adiou para fevereiro, na reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional.
Com o enfraquecimento do PSDB nas últimas eleições, Marina tem buscado possibilidades de aliados em todos os segmentos políticos. Uma de suas principais parceiras nesta nova empreitada é a ex-senadora e atual vereadora por Maceió, Heloísa Helena, do Psol, que já fez declarações sobre sua adesão à nova sigla.
  • Outros nomes também foram citados como o do deputado federal Walter Feldman (PSDB-SP), que antes admitia a possibilidade de aderir, ao também novo PSD de Gilberto Kassab, mas que agora é dado como certo no novo partido.

Segundo notícias que circulam na imprensa nesta quarta-feira (10), Marina tem confidenciado que seus objetos de desejos são os senadores Eduardo Suplicy (PT), e Cristovam Buarque.

Fora do PV

Depois de divergências políticas no Partido dos Trabalhadores (PT) e no governo federal, Marina desfiliou-se do PT em 2009, em seguida filiou-se ao Partido Verde (PV), para se candidatar à Presidência da República em 2010, quando foi a terceira candidata mais votada. Já no inicio de 2011, Marina Silva anunciou sua saída do PV e a possibilidade de criação da nova legenda.
A possibilidade de criação da nova legenda veio do Movimento Nova Política que já existe, mas o novo possível partido político ainda não recebeu denominação.
Dizendo ter severas críticas aos partidos existentes, Marina decidiu criar uma nova legenda. Por isso não aceitou o convite do presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), para ingressar no partido.
Segundo a Constituição, para poder se candidatar nas próximas eleições, o partido deverá ser fundado doze meses antes do pleito. Além disso, o recolhimento das assinaturas correspondentes deverá ter no mínimo, meio por cento (0,5%) dos votos válidos, dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados (não computados brancos e nulos), que deverão estar distribuídos em pelo menos nove estados. Além dessa exigência, em cada estado, deve-se atender ao mínimo de um décimo por cento (0,1%) do eleitorado.
Para criar esse novo partido, Marina terá ainda de superar obstáculos como o projeto de lei em tramitação no Congresso que impede que novos partidos tenham acesso pleno ao dinheiro do fundo partidário e ao tempo na propaganda eleitoral de rádio e TV, antes de disputarem uma eleição.
Há atualmente 27 partidos políticos oficialmente registrados no TSE.
Eliz Brandão, Portal Vermelho via pragmatismopolitico

O apagão que não houve




Depois de uma semana de terrorismo, por incrível que pareça, as luzes continuam acesas no Brasil


Pode parecer incrível, mas as luzes continuam acesas no País. Na última semana, quem se deixasse levar por análises catastrofistas teria comprado geradores e armazenado óleo diesel para mais um período de escassez energética. De repente, descobre-se que tudo não passou de terrorismo puro e simples. As chances de que o Brasil enfrente, em 2013, um apagão semelhante ao de 2001 são remotíssimas.

Como acontece em todo verão, as águas de janeiro, fevereiro e março deverão encher os reservatórios das usinas hidrelétricas. No entanto, o nível baixo das represas antes da temporada de chuvas, o que nem é tão atípico assim, foi usado como argumento pelos que vendiam o caos iminente. Fosse em abril, maio ou junho, vá lá, mas no início de janeiro, parecia mais torcida do que propriamente análise técnica e objetiva.

Com as tempestades, os arautos do apagão, aos poucos, começam tirar o cavalinho da chuva. Até porque o sistema brasileiro conta hoje com uma espécie de reserva técnica para períodos de escassez. Basta acionar usinas térmicas, construídas como resposta ao apagão de 2001. Com esse seguro, a energia se torna mais cara, mas não desaparece. 

Nesta semana, após uma reunião no Palácio do Planalto com grandes empresários, como Marcelo Odebrecht e Rubens Ometto, Dilma pediu a eles que transmitissem confiança e dissipassem os rumores de um novo apagão, somando-se ao discurso de vários porta-vozes oficiais – o que foi feito por eles. Além disso, em 2013, entrará no sistema a energia de novas usinas, como Jirau, no Rio Madeira, sem falar em vários outros projetos menores, enquanto são construídas usinas como Angra 3 e Belo Monte.

Diante de tudo isso, fica claro que o sistema elétrico brasileiro é hoje bem mais sólido do que o de 2001. Há falhas, evidentemente, com projetos que custam mais do que deveriam e que atrasam diante dos entraves burocráticos e ambientais. Mas isso não significa que a oferta energética não esteja sendo planejada para suprir a expansão do consumo. De espantoso mesmo, apenas a escuridão que move análises que se deixam contaminar pela disputa política.”

“Depois de uma semana de terrorismo, por incrível que pareça, as luzes continuam acesas no Brasil"

O mercado de capitais e o jogo da notícia



Capa do jornal Folha de São Paulo
Folha admite erro
O mercado de capitais é aquele em que se aplicam as regras mais severas visando resguardar a isonomia das informações. Em países modernos, pune-se o uso de informações privilegiadas, a disseminação de informações falsas e todos os fatos que possam provocar manipulação de cotações.
No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é incumbida da fiscalização do mercado e das informações. É eficaz quanto à identificação e punição de vazamentos de informações privilegiadas e de manipulações do mercado em geral. Mas absolutamente omissa em episódios que envolvam a mídia.
* * *
Dias atrás, a Folha divulgou que o governo havia feito uma convocação extraordinária do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), devido ao risco iminente de racionamento de energia.
Era notícia falsa. Mas foi repercutida durante todo o dia, apesar dos desmentidos que constavam do site do Ministério das Minas e Energia e das informações prestadas pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
* * *
No mercado de energia, em que atuam apenas profissionais, não houve mudanças nas cotações. Na bolsa de valores, onde há maior heterogeneidade dos investidores, as cotações das elétricas oscilaram bastante. Ainda mais depois das perdas sofridas pela Eletrobrás com as decisões do governo em relação à renovação das concessões.
As ações caíram e ontem, dois dias depois da escandalização, voltaram a subir.
Papéis da CESP subiram 3,49%, da Eletropaulo PN 2,53%, da Eletrobras PNB 2,27%.
Nesses movimentos, muita gente ganhou muito dinheiro, à custa dos que perderam.
* * *
Notícia chegou a ser manchete do portal Veja.com nesta sessão (Reprodução)
Leia mais aqui.

Ontem foi a vez do portal da Veja divulgar uma notícia sem pé nem cabeça: a da suposta fusão entre o Bradesco e o Santander, que já teria sido comunicada aos funcionários.
A diferença do primeiro episódio é que, no caso da Veja, reconheceu-se o erro e providenciou-se a devida correção vinte minutos depois. O que não impediu oscilações de monta no mercado.
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É mais um capítulo complicado na perda de referencial pela mídia.
Permitiu-se que a politização passasse a interferir em todo o noticiário. Não existem mais filtros adequados. Em outros tempos, “barrigas”, informações falsas, eram punidas, ou pelo próprio jornal ou pelos concorrentes. Hoje em dia, desde que se atinja o objetivo político proposto, tudo é tolerado.
Em países mais modernos, existem modelos de auto-regulação. E as instituições reguladoras de mercado mantem uma fiscalização severa sobre abusos de informações que possam acarretar distorções de preços de ativos.
* * *
Trata-se de um movimento terrível não apenas para o país como para a própria mídia. Na economia, a informação é essencial para alocação de recursos, decisões de investimento, planejamento estratégico.
Cabe ao jornalista o papel de intermediar os fatos, transformando-os em notícias. Por sua condição, o público supõe que tenha acesso a fontes inacessíveis para os mortais comuns, que trate as informações com discernimento, especialmente quando mexem com a poupança do público.
* * *
No entanto, por aqui varre-se tudo para baixo do tapete. O álibi político deu autorização para o jornalista matar, não apenas reputações mas os fatos. E tudo impunemente e às claras.
Luis Nassif
No Advivo

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Cometa que será visto da Terra pode brilhar mais do que a lua cheia


Cometa que será visto da Terra pode brilhar mais do que a lua cheia
Uma das imagens capturadas do cometa C/2012 S1 (Fonte da imagem: Reprodução/Remanzacco Observatory) 

O ano de 2012 mal acabou, mas astrônomos
e curiosos pelo espaço não veem a hora de chegar novembro de 2013, mês em que o cometa C/2012 S1 será visto a olho nu pelos habitantes da Terra. 

Apesar de ainda ser cedo para definir com exatidão a trajetória do astro — e de isso ser necessário para estimar com certeza o seu brilho —, os astrônomos russos que o descobriram acreditam que ele poderá ser mais brilhante do que a lua cheia. 

No momento, o cometa está próximo à órbita de Júpiter e, de acordo com suas características, os cientistas acreditam que ele tem sua origem na nuvem de Oort, uma região hipotética (ou seja, não observada diretamente) ao redor do nosso Sistema Solar e que os astrônomos acreditam abrigar milhares de cometas e asteroides. 

O C/2012 S1 (também apelidado de ISON) terá a aproximação máxima do Sol no dia 29 de novembro de 2013, estando visível aos olhares mais curiosos até janeiro de 2014. 

 Fonte: Astronomy Now 
No cutucandodeleve

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Uma semana para não esquecer




Saul Leblon, Carta Maior / Blog das Frases

“O jornalismo praticado pelo dispositivo conservador tem cada vez mais o prazo de validade de um pote de iogurte vencido. A 'grave denúncia' da noite azeda no contato com o oxigênio da manhã.
A manchete garrafal e assertiva da hora desaba ao primeiro sopro dos fatos. Como um frango desossado da Sadia, não se sustenta sem os ganchos de uma desconcertante indiferença à realidade.

Não raro, a afronta à opinião pública balança sua indignidade por dias seguidos nas páginas e sites, como a carcaça putrefata da credibilidade conservadora.

A insistência do vetusto 'Estadão' em manter uma 'barrigada' histórica na manchete --a 'decisão' do Ministério Público de pedir a investigação de Lula'-- é o exemplo arrematado da carnificina da notícia no cepo conservador.

No futuro, quando o historiador autopsiar esse açougue onde cortes especiais redesenham o país ao gosto de interesses pantagruélicos, será possível avaliar melhor as consequências da injeção sistemática de semi-informação, meias verdades, semi-cultura, mentiras e vulgaridade no imaginário social.

Não se trata apenas de aferir votos. A cidadania plena é inseparável da consciência histórica adquirida através da razão argumentativa que politiza os fatos e materializa os valores que sustentam a convivência compartilhada.

Por ora, trata-se de resistir à matéria tóxica em sentido contrário.

Poucas tarefas terão maior importância do que essa nos dias que correm.

A capacidade de entorpecer o discernimento social é o principal trunfo político de um feixe de interesses cada vez mais dissociado dos anseios da população. Cada vez mais disfuncional em relação à agenda do desenvolvimento. Cada vez mais avesso ao aggiornamento que a democracia requer em nosso tempo.

Sites e blogs progressistas devem redobrar esforços na tarefa de oferecer um contrapeso de equilíbrio ao aluvião beligerante embutido nessa asfixia narrativa.

Não ceder ao discurso panfletário já encerra em si um contraponto.

Mas ele somente será eficaz se adquirir a abrangência capaz de romper os torniquetes da infantilização da opinião pública promovida pelo monopólio midiático.

Discutir alternativas críveis a uma crise igual ou pior que a vivida pelo capitalismo em 1929 é o que de mais importante deveria fazer um sistema de comunicação plural e democrático.

A dimensão política dos impasses em jogo, rusticamente condensados na incompatibilidade entre a supremacia financeira e as necessidades vitais da sociedade, convoca a imaginação a erguer linhas de passagem não usuais ao passo seguinte da história.

Quando as coisas atingem o ponto a que chegamos a resistência concentrada nas questões convencionais de sobrevivência da sociedade não basta.

Urge uma disposição mudancista desassombrada para redefinir o papel do Estado e da democracia na retomada do crescimento em meio à desordem neoliberal.

O conjunto requer um salto de organização e engajamento que não se materializará sem a mobilização de ideias e agendas que um jornalismo isento teria obrigação de espelhar .

Não é esse o presente imediato, tampouco o horizonte visível do Brasil.

A sofreguidão midiática dos últimos dias colecionou provas suficientes de um empenho que avança na contramão desse percurso.

Foi uma semana para não esquecer.

Um apagão midiático, uma investigação contra Lula, salvas ao 'candidato anti-intervencionista' das gerais, a concentração de vapor golpista contra o regime venezuelano e um alarmismo inflacionário improcedente compuseram o repertório da isenção informativa aspergida insistentemente nos corações e mentes da sociedade.

saldo distorce os fatos, mas informa o que vem pela frente.

O incompreensível desdém do governo em relação aos meios de comunicação progressistas --a ponto de discriminá-los no agendamento da publicidade oficial de interesse público-- assume assim contornos de um erro político de consequências desestabilizadoras.

Sempre se poderá alegar em defesa da inércia que o limite do abuso é o contrapeso implacável da realidade objetiva. Esta favoreceria o discernimento político da sociedade.

Em termos.

O economicismo que se acredita autossuficiente na disputa pela hegemonia é tão equivocado quanto o laissez-faire, que dispensa ao Estado o menosprezo de um estorvo burocrático.

No fundo, ambos entregam o destino da Nação às forças de mercado. Com as consequências conhecidas, quando o conflito de interesses atinge a polarização prenunciada nas manchetes da semana que passou.”

Procura-se um candidato para enfrentar Dilma




Dilma aproveitou suas férias no litoral da Bahia

Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho
 
“Na entressafra entre o fim do mensalão e a ameaça do apagão elétrico anunciado todos os dias pela imprensa, que marca este início de 2013, o grande desafio dos jornalistas e dos partidos aliados é encontrar um candidato viável para enfrentar a presidente Dilma Rousseff na sucessão presidencial daqui a dois anos.
O primeiro a tomar a iniciativa foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que lançou com pompa e circunstância Aécio Neves e se apresentou como o tutor da sua candidatura ainda no final do ano passado. Como o ex-governador mineiro refugou num primeiro momento, outros nomes começaram a entrar na dança das especulações e das pesquisas.

Em lugar de Aécio, passou a ganhar espaço o governador pernambucano Eduardo Campos, apontado como um dos vencedores das eleições municipais de 2012, a noiva mais cobiçada tanto pelo governo como pela oposição, embora ele jure fidelidade ao governo Dilma pelo menos até o final deste ano.

Enquanto Dilma e Campos se encontravam para conversar a bordo do litoral baiano em plenas férias, especuladores profissionais voltaram a falar no nome de Marina Silva, a candidata de 20 milhões de votos em 2010, que só tem um problema: não tem partido.Nem parece, pelo menos por enquanto, disposta a criar algum.

Na falta de opções no campo da oposição, na última pesquisa do Datafolha lançaram até o nome do ministro Joaquim Barbosa, o "herói nacional do STF", que alcançou surpreendentes 10% de intenções de votos, mas tem o mesmo problema de Marina: faltam-lhe um partido e disposição para entrar na disputa.

E já que ninguém quer se arriscar a ser a anti-Dilma, pelo menos nas atuais condições da vida real da economia, apesar de todos os problemas que não são poucos, que ainda asseguram à presidente altos índices de popularidade, eis que ressurge em cena o candidato permanente, ele mesmo, José Serra, que havia desaparecido desde a sua última derrota eleitoral em outubro.

No começo da semana, seu nome foi lançado para ser secretário de Saúde de Geraldo Alckmin, primeiro passo para se candidatar a senador, mas o governador logo desmentiu esta possibilidade. Seria pouca areia para o caminhão de Serra, sempre em busca de alçar vôos maiores.

A grande novidade veio no dia seguinte, em reportagem de Catia Seabra, na "Folha": "Segundo aliados, Serra ainda não desistiu do sonho de chegar ao Palácio do Planalto nem que para isso tenha de se filiar a outro partido".

Qual? O recém-criado PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, que chegou a ser apontado como uma opção para Serra, seu antigo aliado, está cada vez mais nos braços da presidente Dilma Rousseff, de quem deve ganhar um ministério.
Quem mais? Claro, sempre sobra o PPS de Roberto Freire, que hoje está entre as bancadas nanicas na Câmara e também não sabe para onde ir na busca por aliança com algum outro partido. "É a união da falta de fome com a vontade de não comer", como diz o ferino jornalista Carlinhos Brickmann.

Sempre em busca de uma boa onda, Roberto Freire revelou à repórter que desde o ano passado vem discutindo com Serra o projeto de criação de outro partido. "Serra ainda continua ativo", garantiu ele.

O presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra, não gostou nada da ameaça de traição de Serra, que para alguns tucanos está apenas querendo valorizar seu passe na renovação da direção nacional do partido, em maio.

Para Guerra, a candidatura de Aécio está consolidada no partido e independe dos rumos que José Serra tomar.

O problema do PSDB e da oposição em geral não se restringe a encontrar alguém para enfrentar Dilma nas eleições, mas onde buscar candidatos competitivos para os palanques estaduais que possam sustentar a campanha presidencial.

A situação está tão difícil que no Rio de Janeiro, por exemplo, segundo maior Estado do país, começaram a pensar em soluções heterodoxas, já que na última campanha municipal seu candidato, Otavio Leite, ficou na rabeira dos nanicos.

Em reunião com Aécio, da qual participaram o ex-presidente FHC e economistas eméritos do partido (Armínio Fraga, Edmar Bacha e Gustavo Franco), chegaram a pensar até no nome de um dos três para empunhar a bandeira tucana no Rio.

Como eles não se animaram, houve um que sugeriu a "importação" de tucanos de outros Estados: Alvaro Dias, do Paraná, e quem diria, até José Serra, de São Paulo.

Por último, lembraram de um nome fora do partido, mas muito popular em certos segmentos da sociedade carioca: o do apresentador de televisão Luciano Hulk. Parece que a reunião terminou por aí. Dá para entender agora porque Aécio resiste tanto ao convite presidencial de FHC. Sem esquecer que Dilma e o PT têm Lula no banco de reservas...

Se o caro leitor tiver alguma sugestão de nome da oposição para desafiar Dilma em 2014, por favor escreva para o Balaio. Os tucanos, os especuladores e a midia aliada agradecem.

Em tempo: 
um amigo me avisou agora que na última edição da "Veja", a que está nas bancas, já tem um ministério inteirinho e um programa de governo pronto para quem derrotar Dilma.”

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Mídia conservadora tenta desestabilizar a sociedade brasileira com discurso extremista




Gilberto de Souza, Correio do Brasil 

“O ano de 2013 tende a ser uma prova de fogo para a democracia brasileira. O governo da presidenta Dilma Rousseff, que ensaia reformas de base como o fim da miséria no país em plena crise na estrutura do sistema capitalista mundial; o Legislativo, no qual os partidos de esquerda vêem as legendas conservadoras submergir em uma série de derrotas históricas nas últimas eleições municipais; e o crescimento da mídia alternativa aos diários conservadores que, dia após dia, perdem mais leitores, assinantes e se debatem com a falta de apoio publicitário dos tradicionais parceiros, ligados a um capital internacional em via falimentar, são fatores que tensionam e tendem a radicalizar o processo político brasileiro.

Ao perceber a aceitação do discurso voltado à justiça social, ao fim da concentração de renda no país e ao abandono sistemático das fórmulas econômicas ortodoxas, os brasileiros têm mostrado, nas urnas, que o fio condutor da economia brasileira mudou e a transformação foi aprovada. No Estado de São Paulo, de longe o mais conservador do país, a proposta das esquerdas foi consagrada na eleição do ex-ministro Fernando Haddad, após uma costura de bastidores entre legendas de tendências que vão do comunismo ao obscurantismo religioso. Mas todos voltados para a derrota do então líder da legião conservadora, José Serra, ora de partida para o ostracismo. O pragmatismo político do novo centro de poder da capital paulista assegurou mais um passo na direção da realidade pretendida pelo governo da presidenta Dilma.
No Supremo Tribunal Federal (STF), um processo no qual escutas transcritas pela Justiça lançam graves suspeitas sobre os principais líderes da direita no país, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, seu então ministro da Saúde, José Serra, o ex-governador do Estado de Minas Gerais, Aécio Neves, senadores e líderes da direita mais extremada, é o próximo na fila de julgamentos e, na nova configuração da Corte, tende a cruzar os meses do segundo semestre de 2013 até meados do ano eleitoral. A Ação Penal (AP) 536 tende a abraçar, ainda, as denúncias contidas no best seller do jornalista Amaury Ribeiro Jr., A Privataria Tucana, que esmiúça o processo de privatização realizado no governo de FHC, sobre o qual pesa uma avalanche de ações na Justiça.”


Percebe-se, assim, o gradual distanciamento da maioria do eleitorado brasileiro das velhas estruturas oligárquicas que, até hoje, mantêm-se aferroadas à máquina estatal como forma de garantir os interesses das grandes corporações na economia brasileira, apesar dos esforços cada vez maiores da mídia conservadora para minar a credibilidade da proposta vitoriosa nas urnas. O nível de convencimento do eleitorado permanece em queda para os principais líderes de audiência, entre eles o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, flagrado em um movimento escancarado de apoio ao candidato derrotado em São Paulo, durante o período do último horário eleitoral gratuito. O caso gerou uma representação contra a emissora, subscrita por Eduardo Guimarães, coordenador do Movimento dos Sem-Mídia, que segue seu curso na Justiça paulista.
Empurrados para o corner da sociedade, os velhos defensores do Estado autocrático, da mídia que apoiou a ditadura militar, da manutenção dos privilégios às castas mais ricas do país em detrimento à distribuição da riqueza nacional, estes se voltam cada vez mais raivosos contra os defensores do Estado justo, social e economicamente, em curso no Brasil desde a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Diante das transformações inexoráveis, a mobilização dos líderes da direita em defesa de seus interesses também aumenta. Os canais de TV, os principais jornais e revistas impressos do país, as concessões de rádio que estes grupos empresariais detêm passam a transmitir mensagens cada vez mais claras aos seus aliados para que se levantem contra uma outra espécie de ‘perigo vermelho’, a exemplo do que ocorreu no golpe de 1964.
Desta vez, porém, tanto fatores externos quanto internos formam um caldo de cultura completamente toxico às quarteladas do século passado ou aos golpes patrocinados por setores ínfimos, e riquíssimos, da sociedade brasileira, com apoio de uns Estados Unidos de outrora que, hoje, lutam para se manter acima da linha d’água no panorama geopolítico mundial. O capitalismo em crise, por sua vez, também deixa a ver navios os segmentos mais reacionários em atividade no Brasil, como o da mídia, embora instituições como o Instituto Millennium, destinadas à sobrevivência do ideário capitalista a qualquer preço, monitorem as reações ao surgimento de um novo modelo social no Brasil e na América Latina, onde países como Argentina, Bolívia, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela caminham a passos largos na direção do socialismo.
Tais reações, espelhadas nas páginas dos meios conservadores de comunicação ou nas telas das redes de TV ligadas aos setores mais retrógrados do pensamento brasileiro, no entanto, têm o poder de esticar a corda da paciência de cada cidadão, a ponto de levar a sérias rupturas nos meios familiares e mesmo em certas relações de trabalho ou de amizade. O radicalismo da mídia conservadora se exacerba, por exemplo, em um dos programas do canal fechado de jornalismoGlobonews, no qual o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega explica porque é importante pagar uma conta de luz mais cara e de que forma uma medida de alto impacto econômico, como a redução no preço da energia elétrica, seria quase um ato terrorista praticado pela presidenta do país.
Em certas circunstâncias, a agenda da direita brasileira volta-se muito mais à queda do modelo social em curso do que para o fim de uma gestão, em certos aspectos, simpática ao empresariado, como é o caso da atual. Assim, o discurso pseudo-moralista que vigora nas principais colunas dos diários ou nos programas da TV ligados aos conservadores espraia-se para a sociedade de forma a provocar reações cada vez mais extremadas. É o próprio Eduardo Guimarães que relata, a seguir, ser vítima de ameaças por conta de suas posições políticas de apoio ao presidente Lula e à presidenta Dilma.
Segundo Guimarães, há um processo que se materializa no país e que ele já viu “ocorrer em países sul-americanos (…) com destaque para a Venezuela”.
“Não foi uma só vez em que fui ameaçado de espancamento ou de morte tanto via comentários aqui no Blog (da Cidadania) quanto no Twitter”, relata Guimarães.
“Nunca dei maior importância a esses psicopatas. Apesar de achar que só fazem tais bravatas por trás de um computador, um deles foi munido de cartazes me caluniando ao encontro de blogueiros em Brasília, em 2010, e, em dado momento, fez menção de me agredir. O mais grave é que um maluco é uma coisa, mas, naquela oportunidade, o pirado estava com um irmão tão pirado quanto ele. Ou seja, se eram doentes, a doença atingiu a ambos. Claro que, tanto quanto as outras ameaças que recebi, esta também será enviada às autoridades devido à gravidade, pois o indivíduo, obviamente que oculto sob um pseudônimo, ameaçou me matar a tiros”, afirma.
Em uma das ameaças, devidamente comunicada à polícia, o leitor identificado apenas como Galeão Cumbica, em comentário a um de seus artigos, promete atirar no redator
“Só de pensar que esse tipo de animal com nome de gente, Eduardo Guimarães, financiado com dinheiro publico escreve um lixo desse calibre, dá vontade de encontrar o sujeito e meter-lhe um balaço no meio da cara!!! (…)”, afirma o comentarista. Para Guimarães, a afirmativa não passa de “uma bravata”.
“Nem acho que quis me intimidar. Apenas externou seu ódio, um ódio que não nasceu em si, mas que foi instilado pela mídia, pelos Reinaldos Azevedos, Augustos Nunes, Elianes Cantanhêdes e congêneres. O problema, portanto, não sou eu ou esse pirado – nem os outros tantos que há por aí. O problema é que a direita midiática está desencadeando, no Brasil, um processo que vi, recentemente, em países vizinhos. Até alguns poucos anos atrás eu viajava bastante à Venezuela e, lá, vi várias cenas de batalha campal. Certa vez, chavistas e antichavistas quebraram uma lanchonete em que eu estava. Cheguei a levar um murro no estômago ao tentar proteger uma moça empurrada por um dos brigões. Vi essas coisas acontecerem, também, na Bolívia e no Equador. No Brasil, tudo tem se resumido, salvo exceções, à internet, com os valentões bem escondidinhos por trás do computador, inclusive usando codinomes”, escreveu Guimarães.

O suicídio da imprensa brasileira



Emir Sader, Carta Maior / Blog do Emir

“A imprensa brasileira está sob risco de desaparição e, de imediato, da sua redução à intranscendência, como caminho para sua desaparição.

Mas, ao contrário do que ela costuma afirmar, os riscos não vem de fora – de governos “autoritários” e/ou da concorrência da internet. Este segundo aspecto concorre para sua decadência, mas a razão fundamental é o desprestígio da imprensa, pelos caminhos que ela foi tomando nas ultimas décadas.

No caso do Brasil, depois de ter pregado o golpe militar e apoiado a ditadura, a imprensa desembocou na campanha por Collor e no apoio a seu governo, até que foi levada a aderir ao movimento popular de sua derrubada.


O partido da imprensa – como ela mesma se definiu na boca de uma executiva da FSP – encontrou em FHC o dirigente politico que casava com os valores da mídia: supostamente preparado pela sua formação – reforçando a ideia de que o governo deve ser exercido pela elite -, assumiu no Brasil o programa neoliberal que já se propagava na América Latina e no mundo.

Venderam esse pacote importado, da centralidade do mercado, como a “modernização”, contra o supostamente superado papel do Estado. Era a chegada por aqui do “modo de vida norteamericano”, que nos chegaria sob os efeitos do “choque de capitalismo”, que o país necessitaria.

O governo FHC, que viria para instaurar uma nova era no país, fracassou e foi derrotado, sem pena, nem glória, abrindo caminho para o que a velha imprensa mais temia: um governo popular, dirigido por um ex-líder sindical, em nome da esquerda.

A partir desse momento se produziu o desencontro mais profundo entre a velha imprensa e o país real. Tiveram esperança no fracasso do Lula, via suposta incapacidade para governar, se lançaram a um ataque frontal em 2005, quando viram que o governo se afirmava, e finalmente tiveram que se render ao sucesso de Lula, sua reeleição, a eleição de Dilma e, resignadamente, aceitar a reeleição desta.

Ao invés de tentar entender as razoes desse novo fenômeno, que mudou a face social do pais, o rejeitou, primeiro como se fosse falso, depois como se se assentasse na ação indevida e corruptora do Estado. A velha mídia se associou diretamente com o bloco tucano-demista até que, se dando conta, angustiada, da fragilidade desse bloco, assumiu diretamente o papel de partido opositor, de que aqueles partidos passaram a ser agregados.

A velha mídia brasileira passou a trilhar o caminho do seu suicídio. Decidiu não apenas não entender as transformações que o Brasil passou a viver, como se opor a elas de maneira frontal, movida por um instinto de classe que a identificou com o de mais retrogrado o pais tem: racismo, discriminação, calunia, elitismo.

Não há mais nenhuma diferença entre as posições da mídia – a mesma nos principais órgãos – e os partidos opositores. A mídia fez campanha aberta para os candidatos à presidência do bloco tucano-demista e faz oposição cerrada, cotidiana, sistemática, aos governos do Lula e da Dilma.

Tem sido a condutora das campanhas de denúncia de supostos casos de corrupção, tem como pauta diária a suposta ineficiência do Estado – como os dois eixos da campanha partidária da mídia.

Certamente a internet é um fator que acelera a crise terminal da velha mídia. Sua lentidão, o fato de que os jovens não leem mais a imprensa escrita, favorece essa decadência.

Mas a razão principal é o suicídio politico da velha mídia, tornando-se a liderança opositora no pais, editorializando suas publicações do começo ao final, sendo totalmente antidemocráticas na falta de pluralismo sequer nas paginas de opinião, assumindo um tom golpista histórico na direita brasileira.

Caminha assim inexoravelmente para sua intranscendência definitiva. Faz campanha, em coro, contra o governo da Dilma e contra o Lula, mas estes tem apoio próximo aos 80%, enquanto irrisórias cifras expressam os setores que assimilam as posições da mídia.

Uma pena, porque a imprensa chegou a ter, em certos momentos, papel democrático, com certo grau de pluralidade na história do pais. Agora, reduzida a um simulacro de “imprensa livre”, ancorada no monopólio de algumas famílias decadentes, caminha para seu final como imprensa, sob o impacto da falta de credibilidade total. Uma morte anunciada e merecida.”

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Governo garante desconto de 20% nas contas de luz





“Apesar do uso acentuado das usinas térmicas, cujo custo deverá ser repassado para os consumidores, tarifa menor da energia elétrica continua garantida para oconsumidor em 2013. "Não podemos misturar uma coisa com a outra", declarou Márcio Zimmermann, secretário executivo do Ministério de Minas e Energia. Outro desafio enfrentado pelo governo para baixar o preço foi a resistência do PSDB, que tirou as elétricas de São Paulo, Minas e Paraná, estados governados pelos tucanos Alckmin, Anastasia e Richa, do contrato integral

Brasil 247

Apesar dos desafios, o governo federal garantiu, nesta terça-feira 8, o desconto de 20% na tarifa da energia elétrica para o consumidor em 2013. A notícia foi dada pelo secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.

Segundo ele, o uso acentuado das usinas térmicas, cujo custo será repassado na conta de luz, como já admitiu o próprio governo, não compromete o desconto prometido no final do ano pela presidente Dilma Rousseff.

"A redução de 20% é estrutural, enquanto o gasto com as térmicas é conjuntural. Não podemos misturar uma coisa com a outra", declarou Zimmermann. O secretário reafirmou ainda, como já havia dito Dilma, que o País não corre risco de precisar racionar energia e que, apesar de os reservatórios estarem baixos, o sistema hidrotérmico está equilibrado.

"Em 2001 o problema era a falta de usinas, e hoje não temos esse problema. As usinas térmicas entram nos leilões de energia para serem usadas quando houver necessidade. Essa é uma característica do nosso sistema", disse o secretário.

Resistência do PSDB

Além do custo acentuado das usinas, outro desafio enfrentado pelo governo para a redução da tarifa foi a não aceitação inicial de três elétricas em renovar integralmente o contrato de concessão proposto, considerado um "boicote" da oposição por parte do governo federal. 
As empresas resistentes à renovação foram as maiores de energia elétrica do País: a Cesp, de São Paulo, a Cemig, de Minas Gerais, e a Copel, do Paraná, estados governados por Geraldo Alckmin, Antonio Anastasia e Beto Richa, todos do PSDB. Depois, a empresa elétrica de Goiás se juntou ao grupo.”

Terrorismo como arma midiática




“Segundo o dicionário, terrorismo significa “modo de coagir, ameaçar ou influenciar outras pessoas, ou de impor-lhes a vontade pelo uso sistemático do terror”, em outra definição diz que é “forma de ação política que combate o poder estabelecido mediante o emprego da violência”. Os dicionários bem que poderiam acrescentar a postura da “grande imprensa” brasileira diante dos governos Lula e Dilma.

Desde janeiro de 2003 que a inflação vai voltar. Desde janeiro de 2003 que o Brasil vai quebrar. Desde janeiro de 2003 vivemos nas trevas. Segundo a “grande imprensa” nacional, o Brasil é pior dos lugares para se viver.

Mais especificamente trato das notícias sobre o setor elétrico. Nada como desafiar os interesses econômicos de nossas elites. Desde que Dilma comprou o debate sobre a redução das tarifas o foco do terror midiático é a volta dos apagões de FHC.

E como a mídia nacional não tem limites, vale até transformar reunião agendada previamente em reunião de emergência. Vale não relatar que quedas do sistema foram provocadas pela Cemig de Minas Gerais, que a Ligth no Rio de Janeiro pertence à empresa mineira e não investigam as suspeitas de falha humana em quedas de energia em aeroportos fluminenses.”

Quedas de energia em aeroportos que acontecem em todo o planeta, inclusive. Duvida? Digite: “blackouts airports” no Google.

No Brasil dos horrores da “grande imprensa”, de fazer inveja ao exército de Israel ou a homens bomba do Oriente Médio, logo estaremos à luz de velas e não por motivos românticos. Esse discurso tem o mesmo paradigma da crise internacional. Lula afirmou que seria uma “marolinha”. Meses e meses de campanha terrorista defendendo que seríamos os mais afetados por não “ter isso” e não “ter aquilo”.

Fomos os últimos a sofrer os efeitos da crise em 2008 e os primeiros a sair dela. Foi de fato, uma marolinha.

É evidente que temos problemas estruturais a resolver, mas é mais evidente que estamos no caminho de resolvê-las.

Para as nossas elites se apenas as orlas das cidades litorâneas ou os condomínios de luxo estivessem iluminados está tudo maravilhoso. Se apenas os moradores da “Casa Grande” tiverem geladeiras e ar condicionados, não poderia estar melhor. Viajar de avião então. “lugar de pobre é na rodoviária”.

A demanda no país por energia aumentou sensivelmente graças às políticas de inclusão promovidas nos últimos doze anos. Quaisquer problemas nesse sentido são de crescimento. Até 2002 nossos problemas eram de recessão.

Até a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) se coloca na trincheira pela redução das tarifas. O povo “limpinho e cheiroso” não aprende. Por isso que somente lhe restam o terrorismo midiático e a desinformação da população.


P.S.: Há rumores de que Serra estaria interessado em fundar um novo partido para se candidatar à presidência da República em 2014 e que teria conversado com om Roberto Freire do PPS.

Tenho duas coisas a dizer: o Serra quer salvar o PSDB e o PPS não é nem fosfato de pó de coisa alguma mais.

caduamaral

A sorte do Brasil em ter Dilma na Presidência




Se tivesse qualquer envolvimento com escândalos, ainda que indiretamente, as denúncias da oposição ‘dariam liga’ e o país já estaria paralisado, com grandes manifestações de protesto e enfrentamento entre aliados e adversários do governo”

Antônio de Queiroz, Congresso em Foco

O Brasil tem muita sorte, neste momento de crise internacional e desconfiança generalizada nos agentes públicos, em ter como presidente da República – com as responsabilidades de chefe de Estado e de Governo e de Líder da Nação – alguém com a trajetória e a história de vida de Dilma Rousseff.

Não fosse a presidente uma pessoa inatacável do ponto de vista ético e moral, além de focada e dedicada ao governo e aos interesses do Brasil, especialmente no combate à crise internacional, certamente os brasileiros já estariam ocupando as praças públicas para reclamar por decência e probidade na condução da coisa pública, tal o nível de denúncias e escândalos veiculados nas rádios, jornais e televisões do país nos últimos dois anos.

Só alguém com a estatura de Dilma pode sobreviver politicamente nesse ambiente de crise econômica e de denúncias e escândalos – como os revelados na CPMI do Cachoeira, no julgamento do Mensalão e na Operação Porto Seguro, entre outros – sem ser acusada direta ou pessoalmente de omissão ou conivência com esse estado de coisas.

A presidente, felizmente, tem um passado limpo e um presente coerente com seu passado, além de ser percebida como alguém incorruptível, dedicada ao trabalho e intolerante com incompetência e malfeitos, como ela mesma chama os atos de improbidade ou de desvio de conduta na administração pública.

Embora não tivesse sido essa a visão de setores reacionários, inclusive da grande imprensa, a respeito da candidata Dilma durante a campanha eleitoral de 2010,  após assumir  a Presidência da República, os algozes do ex-presidente Lula passaram a elogiá-la por suas atitudes e posturas, notadamente no quesito de enfrentamento aos desvios de conduta e na relação com governos estrangeiros, além da sua recusa  em aceitar qualquer proposta que pudesse resultar em controle sobre a mídia.”

Nem o notório estilo autoritário, em certa medida, e  centralizador da presidente Dilma – que consome boa parte de seu tempo dedicada a temas que poderiam ser delegados a seus auxiliares e distribui bronca em profusão – foi motivo de crítica da imprensa,  que atribui todo e qualquer problema do seu governo a uma suposta herança do ex-presidente Lula.
Não se sabe até quando a oposição e seu entorno mais conservador, notadamente os proprietários de veículos de comunicação, manterão o ex-presidente Lula como alvo , preservando  a presidente Dilma,  que deve ser candidata à reeleição, de críticas e questionamentos.
A oposição está num beco sem saída. Não apresentou propostas alternativas; limitou-se a fazer denúncias. Se seu objetivo é interromper a trajetória de poder do PT no governo federal, certamente não terá êxito com a tática até aqui adotada. Só na hipótese, pouco provável, de uma catástrofe econômica é que teria alguma chance de derrotar Dilma mesmo sem propostas alternativas consistentes.
O fato é que nem o pífio crescimento econômico nem os escândalos têm sido motivo para afetar a governabilidade ou a popularidade da presidente. E isto é muito bom para o país, que concentra suas energias na busca de soluções para a retomada do crescimento econômico, que passa por mais investimento público e privado em educação, inovação e produção.
A cada período presidencial corresponde uma agenda nacional. A agenda do governo da presidente Dilma, por circunstâncias históricas, é a da sustentabilidade, assim como a de Sarney foi a da redemocratização, a de Itamar/Fernando Henrique a da estabilidade econômica e fiscal, e a de Lula, a de enfrentamento à desigualdade social.
A presidente, blindada por sua história, conduta e coerência do risco da acusação de conivência ou envolvimento pessoal com qualquer ato de corrupção, segue centrada na gestão do país, sem perder tempo em se defender das acusações da oposição e de setores conservadores. Se a economia continuar a favor, mesmo com crescimento abaixo das expectativas, ela vai para a reeleição sem maiores contratempos.
E, a julgar pelas suas atitudes e comportamentos até aqui, a presidente Dilma parece estar à altura do momento político e da agenda política nacional. Se tivesse qualquer envolvimento com esses escândalos, ainda que indiretamente, as denúncias da oposição “dariam liga” e o país já estaria paralisado, com grandes manifestações de protesto e enfrentamento entre aliados e adversários do governo. Sorte do Brasil e de seu povo.

domingo, 6 de janeiro de 2013

No gosto do povo



Técnica competente e política habilidosa,
Dilma Rousseff está em situação confortável
para a disputa eleitoral de 2014.
Foto: Masao Goto Filho

Fernando Lyra, CartaCapital

‘Quando o presidente Lula anunciou Dilma Rousseff como sua candidata à Presidência, a reação foi de completa perplexidade. Executiva decidida e conhecida por suas opiniões fortes, Dilma nunca havia concorrido a uma eleição. Tinha uma história de vida complexa, uma reconhecida competência técnica e uma experiência de sucesso substituindo o até então insubstituível ministro José Dirceu na Casa Civil do governo. Mesmo assim, essas credenciais pareciam insuficientes, até porque ela não era uma petista histórica, suas raízes partidárias estavam no PDT de Brizola, onde exerceu diversas funções na cidade de Porto Alegre e no governo do Rio Grande do Sul, adquirindo experiência administrativa.

Primeiro veio a campanha, e ela mostrou-se uma candidata competitiva. A pupila foi boa aluna, aprendeu lições valiosas com um professor generoso. Foi bem nos debates e sua personalidade forte começou a aparecer para quem prestava atenção. Ganhou a eleição com méritos.

Elegemos então a primeira mulher presidente do Brasil. Enchemos o peito de orgulho e Dilma foi empossada sob os aplausos do mundo, ratificando o compromisso brasileiro com a modernidade e a igualdade entre o homem e a mulher.

Iniciou seu governo sob a sombra poderosa do mais popular presidente da nossa história. Poderia, sem conflito com o antecessor e padrinho, impor sua própria marca? Aos poucos essa questão foi sendo respondida. Positivamente. Dilma surpreendeu nos primeiros cem dias, na primeira crise, nas primeiras insatisfações. Os ataques éticos a membros do seu governo deram o mote para a imagem de faxineira. As tentativas de insubordinação trouxeram à tona seu estilo durão. As inquietações na ampla base foram encaradas com firmeza.

Pouco a pouco se viu que não era apenas a primeira mulher que ocupava a Presidência. Era uma ex-guerrilheira heroica e determinada. Uma estudante torturada com o espírito da anistia e da conciliação. Mas sem fugir do encontro com a história. Está aí a Comissão da Verdade, avançando, sem revanchismo e com firmeza.”


Era também uma técnica competente, uma política habilidosa, capaz de administrar sem fraturas a mais extensa base aliada que já se viu neste país. Participou de pouquíssimas campanhas e exclusivamente quando sua presença provou-se imprescindível. No ciclone das recentes eleições municipais, que em muitos lugares conflitaram aliados federais em lutas sem quartel, conseguiu escapar sem uma defecção sequer. Não é pouco, é muito.
Existem questionamentos naturais quanto ao desempenho administrativo, mas vejamos… A prioridade do social continua sendo religiosamente cumprida. Algumas outras áreas ficam carentes. É a sina administrativa dos países em desenvolvimento: é simplesmente impossível para qualquer governo atender a todas as expectativas, mas educação, saúde e segurança não podem deixar de ser prioridade em nenhuma circunstância. Estamos com problemas graves a serem resolvidos. Também na infraestrutura, onde Dilma quer deixar sua marca, está sendo atrasada pela burocracia e pelo gigantismo de uma máquina antiga, concentrada no poder central. As agências reguladoras não funcionam. O serviço de telefonia, por exemplo, transformou-se em um dos piores do mundo. A burocracia continua emperrando a máquina pública.
Os recursos são mal distribuídos, mas esses males independem do presidente da vez. Só serão efetivamente combatidos, como já é lugar-comum mencionar, com uma reforma ampla e profunda do Estado.
A presidenta caiu no gosto do povo. Deu ao cargo uma dignidade diferente, com um comportamento mais parecido com os dos governantes do Primeiro Mundo. Sua popularidade, com dois anos decorridos de governo, supera em muito a votação que recebeu. Sabemos que política é mutável como as nuvens, mas, consultando os astros, sua situação para a eleição de 2014 é muito confortável.
No entanto, no meu entender, o mais importante ato do governo Dilma, até agora, foi a sua decisão de reservar os rendimentos dos royalties do petróleo para utilização exclusiva na educação. Uma tese antiga, defendida, entre outros, pelo meu amigo o senador Cristovam Buarque. Essa decisão, sim, é capaz de garantir de uma vez por todas o encontro do Brasil com seu futuro. Hoje, esse encontro parece distante. Os índices educacionais brasileiros podem até ser maquiados para aparentar melhorias, mas temos de reconhecer, mais uma vez, nossa incompetência. Pouco melhorou.
No começo de dezembro, um Cristovam Buarque indignado discursou na tribuna do Senado sobre recente pesquisa na área de educação que coloca o -Brasil em um vergonhoso 39º lugar entre 40 países. Um Cristovam indignado surpreendeu-se com a falta de repercussão de tanta vergonha. Um Cristovam indignado perguntou “se não temos vergonha na cara de sermos a sexta economia do mundo e apresentarmos índices tão baixos de educação”. Um Cristovam indignado disse “eu faço esse discurso e, amanhã, nada acontece”. E continua… “A impressão que me está passando é de que está faltando vergonha na cara da gente, mas, além de faltar vergonha, sobra burrice.”
Quero me associar a Cristovam na indignação e na vergonha. Isso tem de mudar. Tem de haver uma reforma estrutural, a federalização das escolas públicas de ensino fundamental e médio. Educação tem de ser prioridade absoluta. E não é e nunca foi. Desde os tempos do império. Mas poderá ser. A presidenta Dilma pode deixar sua marca na maior revolução da história deste país. Pode, por meio das melhorias na educação, ensinar uma nação a pensar, se reinventar e, assim, trabalhar para fazer do Brasil finalmente o país do futuro que tanto já foi cantado mundo afora.
Sonho também com uma profunda reforma política. Pareço disco arranhado, eu sei. Assim como Cristovam e a educação, há anos luto por mudanças na estrutura política do nosso país.
A reforma tributária, a reforma política, a reforma no Judiciário. Tudo isso é base, é fundação para o crescimento deste nosso Brasil. Mas nada, nada disso terá consequências se a educação não for prioridade antes.
Como é tímido o nosso crescimento na educação, quando o comparamos com o de outros países emergentes que fizeram e fazem da educação a plataforma para o seu desenvolvimento.
Caso o Congresso reconheça a importância da iniciativa e referende a reserva dos rendimentos dos royalties do petróleo para utilização exclusiva na -educação, e caso a sociedade se mobilize para cobrar e fiscalizar a sua aplicação, podemos passar da esperança à realidade e confiar que, finalmente, estamos lançando as bases de uma grande nação. Com educação de qualidade e sem máscaras.