domingo, 22 de junho de 2014

Uma eleição barra-pesada


O PT torna oficial a candidatura da presidenta Dilma à reeleição.
Lula será o seu maior cabo eleitoral.
Falhou a tentativa da oposição de dividir o partido quando lançou o "volta, Lula", à revelia do personagem.
As últimas pesquisas sobre a eleição - se elas têm alguma validade neste momento -, mostram Dilma acomodada em torno de 40% das intenções de voto, mais que o dobro de seus dois adversários de verdade, Aécio e Campos - os outros, nanicos, entram no páreo apenas como força-tarefa da oposição, na tentativa de forçar um segundo turno.
Os petistas, porém, sabem que esta será a mais difícil eleição que vão enfrentar.
O outro lado - a turma do contra, a oligarquia brasileira, a Casa Grande que não suporta ver a Senzala se esvaziar - sabem os trabalhistas, vai fazer tudo, mas tudo, mesmo, para impedir um outro mandato de Dilma.
Nesse tudo estão incluídos, óbvio, campanhas difamatórias, falsificação de notícias, "escândalos" forjados, a atuação da Justiça Eleitoral, "protestos" de rua etc e tal.
A tropa que se formou contra o governo é poderosíssima. Conta com 99% dos empresários, 100% dos banqueiros, praticamente toda e imprensa (jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão), a totalidade do agronegócio. 
É uma força e tanto que se juntou na esperança de ver o Brasil regredir aos bons tempos em que essa tão propalada "elite" não era incomodada pelos seus serviçais - naquele tempo, cada um sabia qual era o seu lugar, não é como hoje, quando nordestinos, pretos, pardos, moradores em favelas e periferias, ingressam em universidades, viajam de avião, passam férias fora de suas habitações, invadem os shopping centers, compram roupas de grife, vão de carro próprio comer em restaurantes, abrem seus próprios negócios, trocam de emprego para ganhar mais, financiam imóveis com juros baixíssimos, ascendem social e economicamente.
Os dois principais adversários de Dilma já perderam o pudor e dizem abertamente porque estão na corrida presidencial: o discurso da moralidade administrativa é a mais manjada cortina de fumaça que existe para encobrir o desejo de manter os privilégios de classe, de exterminar qualquer tentativa de construir um país menos injusto.
As recentes manifestações de endinheirados, babando de ódio contra Dilma, Lula e companhia, devem ser entendidas como nada mais, nada menos que a revelação da alma dessas pessoas, às quais faltam valores fundamentais de quem se considera um ser humano.
No, http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/06/uma-eleicao-barra-pesada.html#more

“Mau Dia Brasil” e “O Globo”: oposição de direita e pensamento único

"O "Mau Dia Brasil" e "O Globo" não têm jeito. É o DNA da família Marinho, aquela que vai lucrar R 1,5 bilhão com a Copa do Mundo e ainda tem a desfaçatez de elaborar "matérias" premeditadas como se fossem notícias baseadas em fatos reais

Davis Sena Filho, Brasil 247

A verdade é que o nome do "Bom Dia Brasil", da Rede Globo, deveria ser "Mau Dia Brasil". E explico: mesmo em tempos de Copa do Mundo, as "Organizações(?) Globo" continuam firmes e fortes em seu périplo oposicionista e de direita, a se aproveitar de uma concessão pública para fazer política contra o mundial que os beneficia, pois estima-se que tais organizações(?) vão lucrar R$ 1,5 bilhão, valores assombrosos e que fazem com que uma empresa privada se torne ousada ao ponto de se considerar poderosa para confrontar, de uma maneira sórdida e autoritária, o Governo Trabalhista como se fosse um estado dentro do estado legal.

Trata-se de um confronto diário, ano após ano, desde que os trabalhistas conquistaram o poder, em 2003, por intermédio do voto, o que não acontecia desde 1960 quando o presidente conservador, Jânio Quadros, renunciou à Presidência, que foi legalmente e constitucionalmente ocupada pelo trabalhista João Goulart, presidente deposto em 1964 por um golpe civil-militar, com o apoio dos Estados Unidos e de brasileiros inquilinos da Casa Grande, que, traidores de sua Pátria, juntaram-se a estrangeiros para golpear um presidente eleito constitucionalmente pelos cidadãos e eleitores do Brasil.

O objetivo de tal infâmia era impedir a efetivação das Reformas de Base, que, indubitavelmente, beneficiariam e facilitariam o desenvolvimento social e econômico do povo brasileiro, ou seja, propiciariam a sua emancipação. Como a Casa Grande vive das migalhas do sistema de capitais imposto pelos países ricos ao mundo, a "elite" brasileira, herdeira de um sistema escravocrata de quase 400 anos, não vacila em conspirar contra políticos de esquerda, que, no poder, apresentam e efetivam propostas de distribuição de renda e riqueza, bem como buscam fazer com que o Brasil se torne dono de seu destino, escolha o caminho do desenvolvimento e se livre dos bridões e cabrestos de países colonialistas e imperialistas, que, por meio de força bélica e econômica, impedem que as nações menos desenvolvidas se tornem independentes.

Para manter tal sistema intacto, a direita conta com os meios de comunicação privados e controlados geralmente por famílias bilionárias, que freqüentam o pico da pirâmide social em escala planetária e forjam todo tipo de manipulação e mentiras, porque a finalidade é atrair apoio de parcelas das populações, a exemplo das classes médias tradicionais e dos ricos, castas sociais que se consideram de "elite" e por causa disso disseminam ou repercutem os valores morais, os princípios sociais e a ideologia conservadora dos bilionários e de governos de países que controlam os sistemas de capitais.

Realidades que me impressionam, pois essa gente não percebe que o capitalismo é roubo, e legalizado por um Congresso e um Judiciário burgueses, que se aproveitam de leis, normas, regras, regulamentos e estatutos criados e elaborados por essas instituições para que os executivos municipais, estaduais e federal utilizem as Forças Armadas, as Guardas Municipais e as Polícias Civil, Militar e Federal como títeres ou guardas pretorianas, que mantêm à força um sistema de exploração entre os homens e as sociedades, que edifica e fomenta a miséria material e moral, a injustiça social e do Direito, as desigualdades, as diferenças, os preconceitos e a intolerância, que são os combustíveis da violência em todas suas faces e propósitos. Ponto!
Porém, com a finalidade de se manter as amarras, os grilhões do establishment e os privilégios para que a minoria continue, indefinidamente, a usufruir do status quo, torna-se necessário, sobretudo, fazer propaganda diuturnamente do sistema draconiano, que privilegia as castas sociais dominantes, beneficiadas com o que está estabelecido há séculos pelos os que têm dinheiro e armas. As palavras revolução e resistência lhes causam angústias e iras e são sempre primeiramente combatidas pela mídia de negócios privados, que necessita do apoio da pequena burguesia (classe média) para suas causas, como os seres precisam de oxigênio para viver.

Sem titubear, o "Mau Dia Brasil" e "O Globo" veicularam e publicaram hoje "matérias" propositalmente direcionadas, ao ponto de um leitor ou telespectador mais atento ou menos ingênuo ou manipulável observar que se trata de reportagens nada espontâneas, como também o são os fatos noticiosos repercutidos. Tais realidades acontecem por intermédio de acontecimentos não elaborados pelas mídias de mercado, que há mais de uma década abandonaram o jornalismo e se transformaram em partidos políticos, que têm lado, cor ideológica e, o que é intolerável e descabido, fazer da notícia um teatro para que se possa desqualificar e desconstruir a imagem de governos e de políticos, bem como transformar a política em algo sujo, descartável e não necessário para o desenvolvimento da sociedade.

A verdade é que as grandes corporações midiáticas privadas apostam no desgaste dos políticos e na ideia de que a sociedade pode funcionar sem a política, que, indelevelmente, é a única forma de a humanidade dialogar, negociar as diferenças, as desigualdades e dar limites aos inúmeros interesses dos incontáveis grupos sociais e econômicos que formam o conjunto de qualquer sociedade.

Não há condições de existir uma sociedade sem política, pois a política é inerente ao homem — animal político por natureza. A rejeição à política e a desqualificação, intermitente, dos homens e mulheres públicos causam transtornos sociais, em um processo vampiresco, que desconstrói a democracia e abre perigoso espaço a uma direita perversa e de passado golpista, a exemplo da brasileira. Uma direita que, por seu turno, deseja de todos os modos e maneiras voltar a ocupar espaços importantes no Estado nacional, do qual sempre se aproveitou para ter atendidos seus interesses econômicos e financeiros, por intermédio do patrimonialismo.

O ódio da direita se dá, principalmente, por não exercer o patrimonialismo como está acostumada a fazer há séculos. Quando os conservadores, os donos de terras e de meios de produção se deparam, por exemplo, com uma obra da grandeza e importância social e econômica, como o é a transposição do Rio Francisco, a revolta toma conta de seus âmagos, e, por sua vez, esses grupos secularmente poderosos e privilegiados iniciam um processo de combate, sistemático, sem trégua e água, pois sabedores de que a emancipação do povo brasileiro não conjuga com seus mesquinhos interesses, quando, não, sórdidos.

E qual é a solução mais rápida encontrada pela Casa Grande para estancar o processo de desenvolvimento de uma sociedade a qual ela explora desde os tempos de Cabral? Respondo: a utilização da mídia como palanque político e ideológico, além de ser um meio de coerção contra os avanços sociais conquistados pelo povo brasileiro, a ter como dínamo desse desenvolvimento os governos trabalhistas de Lula e Dilma Rousseff. Só há paralelo na história do Brasil no que é relativo a tantas conquistas apenas nos governos do trabalhista, estadista e líder da Revolução de 1930, o gaúcho Getúlio Dornelles Vargas. Ponto!

Essas afirmativas estão nas páginas da história do Brasil, como o vão ficar em páginas nobres de nossa história os governos de Lula e Dilma, que, no decorrer do tempo, vão ser, sem sombra de dúvida, justificados e reconhecidos, pois a história para ser isenta requer tempo, pois estudada, pesquisada e escrita de forma fria e despida de paixões humanas, como ainda estão a serem analisados os governos de Getúlio, que estabeleceram novos paradigmas econômicos e sociais, que até hoje são admirados por enorme parcela da população deste País.

Os governos de Lula, Dilma e Getúlio já fazem parte do imaginário do povo brasileiro, bem como o golpe de estado sofrido por Jango. E não há imprensa corporativa e alienígena que possa apagar tal realidade como se apaga o que está escrito a giz em um quadro negro de sala de aula. Não adianta o "Mau Dia Brasil" mostrar, em matéria manipulada, meia dúzia de brasileiros de um bairro carioca a vestir camisetas da seleção Argentina e afirmar que se trata de um protesto contra "a falta de educação e saúde". Alienação e desinformação de coxinha reacionário que não sabe o que afirma, e por isso não sente vergonha de falar um monte de bobagens.

Os investimentos em saúde e educação feitos pelos governos trabalhistas de Lula e Dilma batem todos os recordes e são incomparáveis com os investimentos dos governos militares e de governos pós-ditadura, a exemplo de Sarney, Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele que foi ao FMI três vezes, porque quebrou o Brasil três vezes e sempre é escondido pelos candidatos tucanos à Presidência da República.
Lula e Dilma criaram e construíram universidades, extensões universitárias, escolas técnicas e programas e ferramentas como o Enem, Sisu, Prouni, Fies, Pronatec, Enade, Reuni e o Programa Ciência Sem Fronteiras, o que está a causar uma revolução no ensino, realidade esta que a imprensa mercantil se recusa a divulgar, porque sabota e boicota, não somente o Governo Trabalhista, mas, sobretudo, o povo brasileiro.

A resumir: desde 2010, o Governo investiu em educação, saúde e infraestrutura R$ 968 bilhões, sendo que foram investidos R$ 17,6 bilhões em infraestrutura para a Copa do Mundo, que está paga e vai dar de retorno muito mais do que foi investido, além de inserir o Brasil definitivamente no contexto mundial. E ainda tem as Olimpíadas. O resto é história da carochinha e má-fé da oposição de direita e da imprensa porta-voz dos interesses das "elites" nacionais e internacionais. Observe que eu não citei o que foi investido no Governo Lula.

Por sua vez, a sociedade tem de aturar "matérias" tão cretinas e insensatas, a exemplo das que vi hoje no "Mau Dia Brasil" e no "O Globo", que até um recém-nascido perceberia que se trata de má-fé de jornalistas da Globo e de seus patrões. Acredito ainda que, se uma pessoa de repente acordasse trinta anos depois de um coma profundo também observaria que tal "matéria" é realmente um embuste, porque somente os idiotas seriam tão passivos intelectualmente, a acreditar em tal mídia de caráter golpista, a ponto de não saber dirimir suas dúvidas, bem como não entender o que está a ocorrer não somente agora, mas há quase 12 anos quando o PT de Lula e Dilma conquistou o poder, por intermédio das urnas.

Além dessa pantomima de péssima qualidade editorial e do jornalismo de esgoto que a imprensa-empresa propicia a seus ouvintes, telespectadores e leitores, o jornalão "O Globo", aquele que apoiou o golpe militar antes mesmo de ele acontecer, pois conspirador de primeira hora e testa de ferro de interesses internacionais, publicou hoje manchete de capa que afirma o seguinte: "Jovens renunciam ao direito de votar". Só faltou publicar outra manchete: "Oba!". E completar em um "olho", subtítulo ou "sutiã": "Conseguimos desqualificar a política e fazer os jovens rejeitá-la", para logo finalizar: "Agora poderemos nos sobrepor ao estado, à política, à democracia e ao povo".

E é exatamente este desejo que os magnatas bilionários de imprensa e de todas as mídias querem concretizar. E quem sabe, "se Deus for bonzinho", os barões conseguem eleger seus tutelados, candidatos que são da direita, preferencialmente os do PSDB, parceiros tucanos de São Paulo e Minas Gerais, dois estados de tradição política conservadora. Afinal, tais unidades da Federação derrotadas em 1930 são as protagonistas históricas da Política do Café com Leite, da República Velha, que sempre reagiram às mudanças e avanços no sistema capitalista efetivados por Getúlio Vargas, além de o odiarem até os dias de hoje por causa das leis trabalhistas e dos benefícios sociais implementados pelo político trabalhista em seus dois governos. (Um adendo: lideranças mineiras logo depois se juntaram a Getúlio)
Seria cômico se não fosse trágico. Imprensa-empresa golpista e sempre oportunista para proteger e tomar partido de seus aliados, pois porta-voz da Casa Grande. Perigosíssima ela o é. Como tal se fez através do tempo. Enquanto isso, o PT e o Governo Trabalhista até hoje não se empenharam para estabelecer o que está escrito na Constituição. A Carta Magna determina que seja efetivado o marco regulatório das mídias, o que inclui também regras e normas para a imprensa comercial e privada. Afinal, a imprensa é um negócio e todo negócio empresarial tem de ser regulamentado e regulado, a ficar sob as regras do mercado, como qualquer outro setor ou segmento econômico e financeiro. A imprensa é empresarial e como tal tem de ser tratada. Ponto!

O "Mau Dia Brasil" e "O Globo" não têm jeito. É o DNA da família Marinho, aquela que vai lucrar R 1,5 bilhão com a Copa do Mundo e ainda tem a desfaçatez de elaborar "matérias" premeditadas como se fossem notícias baseadas em fatos reais e de forma espontânea. A imprensa familiar está desmoralizada. O "Mau Dia Brasil" e "O Globo" continuam firmes na oposição de direita e a usar, sem quaisquer escrúpulos, a concessão pública cujo dono é o povo brasileiro. Quando se descarta a política, abrem-se as portas para se implantar uma ditadura — a convencional (golpe militar) e a midiática, que impõe o pensamento único. Marco regulatório já! É isso aí."

Meia-verdade e uma mentirinha

Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa

"A Bolsa de Valores do Brasil registrou oscilação positiva nos últimos dias desta semana, em parte por conta de especulações sobre uma possível queda no índice de intenções de voto na presidente Dilma Rousseff. Quem acompanha o movimento do mercado através dos portais de investimento sabe que o ânimo dos negociadores pode ser alterado por pesquisas eleitorais: o evento mais significativo deste ano ocorreu no dia 19 de abril, quando o instituto MDA divulgou a consulta encomendada pela Confederação Nacional do Transporte, na qual as chances da presidente teriam caído, naquela ocasião, de 43% para 37% dos eleitores. Naquele período, o fato mereceu manchetes de absolutamente todos os grandes jornais.

De lá para cá, pequenas mudanças ocorridas nas probabilidades eleitorais ganharam destaque no noticiário, principalmente quando registraram um aumento, ainda que leve, das chances de sucesso do principal candidato da oposição, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB). Por isso, chama atenção o comportamento da imprensa na sexta-feira (20/6), quando o Ibope publica o resultado da pesquisa realizada entre os dias 13 e 15, logo após o início da Copa do Mundo.

O leitor procura uma reportagem sobre o assunto nas primeiras páginas e fica frustrado, principalmente porque, na véspera, alguns comentaristas haviam observado um movimento ascendente no mercado de ações, com a expectativa de nova sondagem desfavorável à reeleição de Dilma Rousseff. 

Mas não há manchetes sobre a pesquisa do Ibope: o único jornal que traz a informação na primeira página é o Estado de S.Paulo, num pequeno texto de apenas seis linhas. A Folha de S. Paulo e o Globo omitiram a informação em suas capas e o jornal carioca praticamente escondeu os índices numa página interna, sem gráficos nem as costumeiras análises.
E o que dizem, afinal, os números do Ibope?

Os números apontam uma recuperação da vantagem da atual presidente, com seus dois principais adversários caindo exatamente 3 pontos porcentuais cada um. Mas o mais interessante – e que a Folha e o Globo omitem – é que o teto potencial de votos na atual presidente da República subiu para 51%, o que indica que o efeito do intenso noticiário negativo pode estar se reduzindo.

Fora do contexto

As análises publicadas pelos jornais apresentam uma meia-verdade e uma mentirinha. A meia-verdade está presente na afirmação da Folha e do Globo, que escolhem destacar uma suposta queda na avaliação positiva do governo. Os analistas sabem que não é boa prática avaliar esse item apenas na resposta direta à questão específica. Como o contexto da pergunta é absolutamente desfavorável à presidente por conta do intenso noticiário negativo, é preciso analisar o número de eleitores que consideram o governo “ruim ou péssimo” – e esse índice não se alterou, permanecendo em 31%.

Sob um clima adverso, é preciso levar em conta que boa parte das respostas que afirmam considerar “regular” ou “razoável” a situação – sempre associada majoritariamente a quem está no poder – é influenciada pelo estado de espírito criado na mídia. Assim, boa parte dos eleitores que apontaram o governo como “regular” está dando uma resposta positiva, mais próxima de “bom” do que de “ruim ou péssimo”. Portanto, essa meia-verdade tem o tamanho de uma grande mentira.

Estado de S. Paulo, afirma que “Copa não altera cenário presidencial”. Trata-se de uma mentirinha, pois os números indicam, sim, uma mudança na tendência das pesquisas anteriores, porque, como ensinava o mestre Edmundo Eboli Bonini, emérito professor de Estatística recentemente falecido, nenhuma pesquisa deve ignorar o contexto em que é feita a coleta de dados.
Como se sabe, quando o Ibope saiu às ruas, a imagem da presidente da República estava abalada pela vaia e os xingamentos dirigidos a ela por parte da plateia presente ao jogo inaugural da Copa. O que também pode mexer com a população é o contraponto entre a festa do esporte e eventuais ondas de violência.

Então, convém anotar que, no dia da importante partida entre Uruguai e Inglaterra, em São Paulo, as autoridades paulistas deixaram os “Black Bloc” à vontade para promover depredações na cidade. Mas o mais interessante é observar o comportamento da mídia no momento fotografado pelo Ibope: se os jornais escondem uma informação, é porque ela contraria seus interesses.
Uma mentirinha e uma meia-verdade não são suficientes para esconder esse fato."

Os principais micos da Copa 2014


Pragmatismo Político 

"A Copa do Mundo do Brasil ainda não passou da primeira fase, mas já são fartas as gafes, foras e barrigadas do mundial, especialmente fora do campo.
E, curiosamente, elas nada têm a ver com as previsões das “cartomantes do apocalipse” que alardeavam que o país não seria capaz de organizar o evento e receber bem os turistas estrangeiros. Muito pelo contrário.
Os estádios ficaram prontos, os aeroportos estão funcionando, os gringos estão encantados com a receptividade brasileira e a imprensa estrangeira já fala em “Copa das Copas”.

Confira, então, os principais micos do mundial… pelo menos até agora!

1 – O fracasso do #NãoVaiTerCopa

Mesmo com o apoio da direita conservadora, da esquerda radicalizada, da mídia monopolista e dos black blocs, o movimento #NãoVaiTerCopa se revelou uma grande falácia. As categorias de trabalhadores que aproveitam a visibilidade do evento para reivindicar suas pautas históricas de forma pacífica preferiram apostar na hashtag #NaCopaTemLuta, bem menos antipática e alarmista. E os que continuaram a torcer contra o evento e o país, por motivações eleitoreiras ou ideológicas, amargam o fracasso: políticos perdem credibilidade, veículos de imprensa, audiência e o empresariado, dinheiro!

2 – A vênus platinada ladeira abaixo

Desde os protestos de junho de 2013, a TV Globo vem amargando uma rejeição crescente da população. E se apostava no #NãoVaiTerCopa para enfraquecer o governo, acabou foi vendo sua própria audiência desabar. Uma pesquisa publicada pela coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, com base em dados do Ibope, mostra que no jogo de abertura da Copa de 2006, na Alemanha, a audiência da Globo foi de 65,7 pontos. No primeiro jogo da Copa de 2010, na África do Sul, caiu para 45,2 pontos. Já na estreia do Brasil na Copa, neste ano, despencou para 37,5 pontos.

3 – #CalaABocaGalvão

Principal ícone da TV Globo, o narrador esportivo Galvão Bueno é o homem mais bem pago da televisão brasileira, com salário mensal de R$ 5 milhões. Mas, tal como o veículo que paga seu salário, está com o prestígio cada vez mais baixo. Criticar suas narrações virou febre entre os fãs do bom futebol. E a própria seleção brasileira optou por assistir os jogos da copa pela concorrente, a TV Band. O movimento #CalaABocaGalvão ganhou ainda mais força! O #ForaGlobo também!

4 – A enquadrada na The Economist

A revista britânica The Economista, que vem liderando o ranking da imprensa “gringa” que torce contra o sucesso do Brasil, acabou enquadrada por seus leitores. A reportagem “Traffic and tempers”, publicada no último dia 10, exaltando os problemas de mobilidade de São Paulo às vésperas de receber o mundial, foi rechaçada por leitores dos EUA, Japão, Holanda, Inglaterra e Argentina, dentre vários outros. Em contraposição aos argumentos da revista, esses leitores relataram problemas muito semelhantes nos seus países e exaltaram as qualidades brasileiras, em especial a hospitalidade do povo.

5 – O assassinato da semiótica

Guru da direita brasileira, o colunista da revista Veja, Rodrigo Constantino, provocou risos com o texto “O logo vermelho da Copa”, em que acusa o PT de usar a logomarca oficial do mundial da Fifa para fazer propaganda subliminar do comunismo. Virou chacota, claro. O correspondente do Los Angeles Times, Vincent Bevins, postou em seu Twitter: “Oh Deus. Colunista brasileiro defendendo que o vermelho 2014 na logo da Copa do Mundo é obviamente uma propaganda socialista”. Seus leitores se divertiram usando a mesma lógica para apontar outros pretensos ícones comunistas, como a Coca-Cola (lol)!

6 – A entrevista com o “falso” Felipão

Ex-diretor da Veja e repórter experiente, Mário Sérgio Conti achou que tivesse tirado a sorte grande ao encontrar o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, em um voo comercial, após o empate com o México. Escreveu uma matéria e a vendeu para os jornais Folha de S. Paulo e O Globo, que a publicaram com destaque. O entrevistado, porém, era o ator Wladimir Palomo, que interpreta Felipão no programa humorístico Zorra Total. No final da conversa, Palomo chegou a passar seu cartão à Conti, onde está escrito: “Wladimir Palomo – sósia de Felipão – eventos”. Mas, tão confiante que estava no seu “furo de reportagem”, o jornalista achou que era uma “brincadeirinha” do técnico…

7 – A “morte do pai” do jogador marfinense

O jogador da costa do Marfim, Serey Die, caiu no choro quando o hino do seu país soou no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Imediatamente, a imprensa do Brasil e do mundo passou a noticiar que o pai dele havia morrido poucas horas antes. A comoção vias redes sociais foi intensa. O jogador, porém, desmentiu a notícia assim que pode. Seu pai havia morrido, de fato. Mas há dez anos. As lágrimas se deveram a outros fatores. “Também pensei no meu pai, mas é por tudo que vivi e por ter conseguido chegar a uma copa do mundo”, explicou.

8 – “Vai pra casa, Renan!”

Cheio de boas intenções, o estudante Renan Baldi, 16 anos, escolheu uma forma bastante condenável de reivindicar mais saúde e educação para o país: cobriu o rosto e se juntou aos black block paulistas para depredar patrimônio público na estreia do mundial. Foi retirado do meio do protesto pelo pai, que encantou o país ao reafirmar seu amor pelo filho, mas condenar sua postura violenta e antidemocrática. A hashtag #VaiPraCasaRenan fez história nas redes sociais!

9 – O fiasco do “padrão Fifa”

Pelos menos 40 voluntários da Copa em Brasília passaram mal após consumir as refeições servidas pela Fifa, no sábado (14), um dia antes do estádio Mané Garrincha estrear no mundial com a partida entre Suíça e Equador. Depois disso, não apareceu mais nenhum manifestante desavisado para pedir saúde e educação “padrão Fifa” no país!

10 – Sou “coxinha” e passo recibo!

Enquanto o Brasil e o mundo criticavam a falta de educação da “elite branca” que xingou a presidente Dilma no Itaquerão, a empresária Isabela Raposeiras decidiu protestar pela causa oposta: publicou no seu facebook um post contra o preconceito e à discriminação dirigidos ao que ela chamou de “minoria de brasileiros que descente da elite branco-europeia”. “Não sentirei vergonha pelas minhas conquistas, pelo meu status social, pela minha pele branca”, afirmou. Virou, automaticamente, a musa da “elite coxinha”.