sábado, 1 de dezembro de 2018

Sobre a onda obscurantista que varre o país. Relincha Brasil, a república dos jumentos.

por Pepe Damasco


Merece atenção uma mensagem publicada pelo juiz Rubens Casara em seu twitter:

“O empobrecimento subjetivo, que também leva à regressão do Eu, faz com que o brasileiro busque identificação com políticos, artistas, pastores, padres, comediantes e outras figuras públicas a partir daquilo que os une: a ignorância. Perdeu-se a vergonha de ser ignorante ou burro.”

Casara acertou na mosca: a onda obscurantista que varre o país pode ser comparada a uma espécie de epidemia galopante de burrice. Até há pouco tempo, era comum numa roda de amigos ouvir expressões do tipo “sou apolítico” ou “nada entendo de política, por isso não vou opinar” ou ainda a frase-síntese da alienação: “política, religião e futebol não se discutem.”

Se essa autoexclusão das pessoas do debate político revelava um preocupante déficit de consciência cidadã e participação democrática, hoje observamos um fenômeno inverso. Todos têm opinião pronta e acabada sobre política, mesmo que jamais tenham lido uma linha a respeito, mesmo sem terem visto um filme sequer capaz de lhes fazer saltar a veia crítica, mesmo que sistematicamente seus ouvidos estejam bloqueados para ideias e argumentos fora da mediocridade do senso comum.
É inescapável a constatação de que só um país profundamente ignorante e doente de ódio pode eleger um boçal do calibre de um Bolsonaro. E que fique claro: não me refiro à educação e cultura formais e eruditas. Lula, o melhor presidente da história do país, não tem curso superior, mas sempre demonstrou capacidade para discutir qualquer tema com os doutores que dão as cartas na política há mais de 500 anos. De Inteligência acima da média, Lula, além de um comunicador inigualável, tem sua genialidade política reconhecida até por adversários.

O meu ponto principal é o analfabetismo político que assola inclusive boa parte das classes média e alta, gente que teve acesso à universidade, mas segue iletrada e incapaz de deixar de raciocinar de forma simplista e binária.

Não há como fazê-la entender que seu ódio aos pobres só alimenta uma sociedade vergonhosamente desigual e excludente, cujos índices de criminalidade  crescentes se voltam contra a própria elite.

Enquanto os bem-nascidos se limitam a repetir os chavões e mantras reacionários do oligopólio da mídia, na parte de baixo da pirâmide os pastores charlatães, apresentadores de programas populares de televisão e o patrão antipetista até a raiz dos cabelos cuidam de fazer a cabeça do povão, naturalizando a violência contra pobres e negros. Pronto, está criado o terreno fértil onde vicejam levas e levas de políticos canalhas, que se elegem com o voto popular para depois colocarem seus mandatos a serviço dos ricos e do roubo dos direitos da maioria.

E neste oceano de estupidez muitos perderam qualquer constrangimento de expressar falta de conhecimentos básicos sobre o que estão falando ou escrevendo nas redes sociais. 

Babam contra a Lei Rouanet, mas se perguntados sobre o que ela significa emudecem; veem comunismo na própria sombra, mas desconhecem os fundamentos  mais elementares dessa ideologia; confundem bandeira de partido com bandeira nacional; tacham a Venezuela de ditadura, mas ignoram que é o país da América Latina que mais realizou eleições na última década; esconjuram Cuba, mas não têm  a menor noção dos avanços sociais extraordinários da ilha revolucionária. Ah, e o supra sumo da ignorância da história : eles estão convencidos de que o nazismo foi de esquerda.

Esse quadro ajuda a entender porque na campanha  eleitoral os “fake news bolsonaristas” mais  absurdos e grotescos influenciaram tantos eleitores. Afinal, só um completo imbecil  pode dar crédito ao  “kit gay” ou às mamadeiras simulando a genitália masculina.

*Nota(s) do blog Frasista:
1 – O original encontra-se em blogdobepe.com.br,
2 – Imagens ilustrativas editadas/inseridas pelo blog Frasista,
3 – E o resultado de tudo isso aí acima, graças aos ‘intéresses de expertos’ aliados a ignorância de estúpidos eleitores que votaram e elegeram uma fraude à presidência da república é explicitado na frase abaixo do juiz Casara e é hoje, uma sinistra realidade.

http://frasistaneofito.blogspot.com/

A GRANDE VERGONHA NACIONAL NÃO É A CORRUPÇÃO



O Brasil é a 8ª maior economia do mundo. Segundo reportagem do El País, cairemos uma posição no ano que vem e ficaremos com o 9º maior PIB do planeta Terra. Grandes potências e países desenvolvidos disputam posições conosco no ranking das maiores economias: Itália, Canadá, Reino Unido, Rússia.
Maravilha, não?
Agora vamos à nossa vergonha.
No ranking dos países mais desiguais do mundo, “subimos” uma posição e ocupamos o 9º lugar. Se atingirmos mesmo, no ano que vem, a 9ª colocação na lista das maiores economias, estará realizada a macabra ironia histórica.
O Brasil, um país tão rico em recursos naturais, população e PIB, será a 9ª maior economia do planeta, mas também o 9º país mais desigual do mundo.
Nesta lista da vergonha temos a companhia, à nossa frente, de oito países africanos, impiedosamente explorados e violentados por países que ostentam boas colocações no ranking da riqueza.

Na última segunda-feira (26), a ONG Oxfam divulgou relatório o qual aponta que a desigualdade de renda parou de cair no Brasil, após 15 anos de queda (leia aqui).
E o que aconteceu entre 2016 e 2017, quando estagnamos no combate à desigualdade?
O governo eleito em 2014 foi derrubado por um golpe midiático, judicial e parlamentar e, no seu lugar, assumiu um governo cujas “soluções” para a crise foram basicamente duas: privatizar patrimônio público e aprovar a Emenda Constitucional do teto dos gastos.
Com esta EC, congelou-se os gastos com educação, infraestrutura, saúde e etc., ou seja, os gastos que podem contribuir para aumentar a renda média da população e a sua qualidade de vida. Segundo a Oxfam, o volume de gastos sociais do Brasil retrocedeu ao patamar de 2001 e gastamos miseráveis 5% do nosso orçamento com educação.
Enquanto isso, gastamos algo próximo da metade do nosso orçamento com o pagamento de uma dívida que nunca foi auditada. É uma caixa preta que suga algo em torno de 50% do nosso orçamento todo ano! É claro que esses gastos com a dívida pública, que vão direto para os bancos e especuladores, não entraram na EC do teto dos gastos. No dinheiro que é sugado da população e vai direto para os super ricos, ninguém toca.
A tendência, com Bolsonaro, é tal quadro desesperador aprofundar-se ainda mais.
Procure alguma declaração do presidente eleito sobre desigualdade social. Em uma pesquisa rápida, achei apenas uma de abril, em que ele fala em militarizar escolas. Só.
Seu programa econômico, ou o de Paulo Guedes, vai na linha do governo Temer, mas muito mais radical. Vender ainda mais patrimônio público e cortar ainda mais gastos sociais.
Ora, isso obviamente não vai funcionar. Vai aumentar ainda mais a pobreza e a miséria. A morte de brasileiros e brasileiras.
A direita sabe disso, mas evidentemente não pode dizer. Resta mudar de assunto e ficar gritando que o problema é a corrupção dos políticos ou que prendemos e matamos poucos bandidos.
A corrupção dos políticos deve ser combatida sim, mas a nossa grande vergonha, a chaga que impede que tenhamos soluções duradouras para os nossos problemas, é a desigualdade social. Vivemos em um mundo capitalista, em que todos têm acesso à propaganda do sistema e recebem a mensagem: para ter valor na nossa sociedade, para ter algum status, é necessário possuir bens materiais caros e “de marca” – roupas, celulares, acessórios, carros, etc.
Todos são inoculados dia e noite com a propaganda capitalista, mas poucos têm acesso aos bens de consumo que conferem respeitabilidade social. É evidente que no 9º país mais desigual do planeta a criminalidade só pode explodir. Venda a ideia de que é preciso ter bens materiais para ser alguém e não permita que a maioria da população tenha acesso a esses bens, e pronto: temos a receita para a criação de um exército de criminosos.
O que é ótimo para o sistema. Os Datenas da vida podem colocar a culpa nos assaltantes de celular, transformando-os em inimigos do país; Bolsonaros da vida podem dizer que a solução é sair prendendo e matando todos eles; e a Justiça pode fazer o serviço sujo e ainda garantir o gordo aumento dos ministros do STF e juízes. Mesmo assim, a fábrica de criminosos pé-rapados não terá fim.
A pobreza e a miséria descomunais que atingem a 8ª maior economia do planeta garantem que continuaremos a produzir os bodes expiatórios para que os verdadeiros criminosos assaltem o orçamento do país. E aí não se trata de vender uma buchinha de cocaína na praça ou roubar um par de tênis, mas tirar bilhões de dinheiro público que poderiam ser investidos na melhora da qualidade de vida da população e revertidos em aumento na renda para colocar em poucas e gordas – figurativamente – mãos.
Enquanto isso, o futuro ministro da Educação diz que é “bobagem pensar na democratização da universidade”, porque nem todo mundo gosta ou quer fazer uma faculdade. “O segundo grau teria como finalidade mostrar ao aluno que ele pode colocar em prática os conhecimentos e ganhar dinheiro com isso. Como os youtubers, ganham dinheiro sem enfrentar uma universidade”, disse o inacreditável ministro.
Quem não gosta de universidade para todos é o conluio de espoliadores que quer dar apenas duas opções para a maioria da população brasileira: ou trabalhar duro e ganhar uma miséria ou ir para a criminalidade.
Não, senhor ministro, virar youtuber não é uma opção válida. É apenas uma sugestão estúpida e cruel da sua parte.
Como é estúpido e cruel o projeto da direita para o país.

PEDRO BREIER

Pedro Breier, colunista d'O Cafezinho, é formado em direito mas gosta mesmo é de jornalismo. Nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo.

FAZ SENTIDO TORCER PARA O GOVERNO BOLSONARO “DAR CERTO”?



Um fenômeno interessante ocorreu após a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais.
Muitos eleitores do futuro presidente ficaram espantados com o fato de tanta gente se declarar resistência e começar, logo após a divulgação do resultado, a fazer oposição ao novo governo.
As postagens nas redes sociais são na linha do “O cara nem assumiu ainda e vocês já estão torcendo contra?” ou “Vamos esperar, tem que dar um tempo para saber se vai dar certo!”.
Esse tipo de postura indica um desconhecimento de como funciona o processo político. Mas não se preocupem, este artigo vai esclarecer para vocês como funciona a coisa.
A disputa política institucional é, em essência, uma disputa de projetos para o país, o estado ou a cidade.
Na atual quadra histórica em que nos encontramos, podemos dizer, em um resumo extremamente simplista, que a esquerda acredita que o Estado tem papel central na indução do desenvolvimento do país e na melhora da qualidade de vida das pessoas, enquanto a direita pensa que o Estado mais atrapalha do que ajuda e o livre mercado, praticamente sozinho, é capaz de prover as necessidades da população.
São projetos antagônicos, como se vê.
Não faz sentido algum, para alguém de esquerda, “torcer para dar certo” um governo cujo programa é uma espécie de projeto Temer turbinado: mais venda de patrimônio público, mais corte de investimentos e mais retirada de direitos.
Isso simplesmente não tem como dar certo.
Se você, ainda assim, quiser esperar para ver, sugiro uma reflexão sobre as patacoadas que Bolsonaro está produzindo ainda antes de ser empossado.
O alinhamento canino a Trump, por exemplo.
Eduardo Bolsonaro posou com o boné do presidente dos EUA, como se vê na foto que ilustra este post. É uma atitude positivamente idiota, visto que em 2020 haverá eleição por lá e, caso Trump seja derrotado, teremos dado uma demonstração gratuita de hostilidade ao possível presidente democrata.
Tem como “torcer para dar certo” um movimento tão evidentemente estúpido?
Eduardo anunciou, usando o famigerado boné, que é certa a mudança da embaixada do Brasil em Israel. Não há um mísero benefício nessa atitude – a não ser que você considere que bajular Trump é bom para o nosso país. O potencial de prejuízos, por sua vez, é altíssimo: danos à imagem diplomática do Brasil (apenas a Guatemala seguiu os EUA nessa verdadeira provocação de Trump aos países árabes), danos às exportações do Brasil para os países árabes (sobre isso, Eduardo tranquilizou a nação: “temos que ter alguma maneira de tentar suprir caso venha a ocorrer esse tipo de retaliação”; ufa!) e a hipótese, há pouquíssimo tempo atrás impensável, de colocar o Brasil na rota do terrorismo internacional.
Repito: tem como “torcer para dar certo” um movimento tão evidentemente estúpido?
É claro que uma oposição inteligente também presta atenção nas contradições internas do futuro governo.
O ministro de Minas e Energia anunciado por Bolsonaro, por exemplo, é apontado como de viés nacionalista em algumas questões importantes, como a construção do submarino nuclear brasileiro.
Sinal de que, muito embora a porção entreguista do futuro governo seja patentemente mais forte, pode haver uma disputa de rumos com o nacionalismo estratégico que remanesce entre os militares. E isso é bom.
O negócio, portanto, é torcer e, muito mais importante, lutar para que o governo Bolsonaro não leve à cabo o projeto excludente e emtreguista que está anunciado.

PEDRO BREIER

Pedro Breier, colunista d'O Cafezinho, é formado em direito mas gosta mesmo é de jornalismo. Nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo.

sábado, 10 de novembro de 2018

A real sobre o “Plano Real” de Sérgio Moro


Nomeado Ministro da Justiça do próximo governo, Sérgio Moro diz que pretende colocar em prática um “Plano Real contra a corrupção”.

A comparação nos obriga a lembrar que o Plano Real representou muito mais do que o fim da inflação descontrolada. Seu objetivo maior era retirar do terreno sindical a luta em torno da repartição dos lucros entre trabalhadores e patrões. Com inflação baixa, as frequentes greves por melhores salários escassearam.

Era a primeira fase de um processo de afastamento das lutas e conflitos para longe dos locais de trabalho e das ruas. Greves e manifestações foram sendo substituídas por eleições periódicas e lobbies parlamentares. A disputa seria travada agora na arena eleitoral, procurando eleger governos que promovessem políticas redistributivas.

Foi o que se buscou fazer com a eleição e reeleição dos governos petistas. Mas, aí, já estávamos na fase da austeridade econômica, que amarrou os governos ao respeito absoluto ao orçamento fiscal, mesmo que isso custasse enormes cortes nas verbas dos serviços públicos mais essenciais.

Mas voltando ao Plano Real, na real, ele representou uma renovação da inserção subordinada da economia nacional no sistema imperialista mundial. Já o “Plano Real” de Sérgio Moro, na real, seria uma renovação do presidencialismo de coalizão.

Despido de sua toga, Moro deve travar um combate à corrupção ainda mais seletivo e partidário. Sua missão seria ajudar a aprovar as medidas ultraliberais do futuro governo, menos por meio de negociatas fisiológicas do que por chantagens envolvendo denúncias não necessariamente verdadeiras contra parlamentares rebeldes.

Já aos movimentos sociais e organizações de esquerda, estão reservados o Código Penal e a legislação antiterrorista.

 
https://pis-dialularias.blogspot.com/2018/11/a-real-sobre-o-plano-real-de-sergio-mo

Google e Facebook não tem nada de revolucionário

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As revoltas na África, Oriente Médio e Europa animam a esquerda mundial. O entusiasmo é ainda maior em relação às ações organizadas através das “redes sociais”. Muito justo. Mas, vamos com calma.

Redes de apoio, solidariedade e organização sempre existiram na luta dos explorados. Elas é que tornaram possível vários avanços e conquistas populares.

A classe trabalhadora mundial se mobilizou em vários momentos. No apoio à Comuna de Paris, por exemplo. Contra a execução dos anarquistas Sacco e Vanzzetti. Nas brigadas formadas para lutar na guerra civil espanhola contra o fascismo.

O que pode surpreender é a rapidez da internete. No entanto, tal agilidade é também uma resposta desigual a ação das próprias classes dominantes.

A internete foi criada por militares. Universidades públicas a tornaram um poderoso canal de comunicação. Foi apropriada pelas grandes corporações do comércio mundial. Vem sendo utilizada pelos monopólios de comunicação para impor padrões de consumo e valores conservadores. Só muito marginalmente, ela serve a objetivos subversivos.

Um século atrás, a reposta dos trabalhadores aos jornais dos patrões foi a imprensa operária. Antes disso, as idéias revolucionárias circulavam através dos imigrantes. O capitalismo precisava deles em vários pontos planeta. Anarquistas e socialistas chegavam aos locais mais distantes com suas idéias “virais”. Espalhavam rapidamente sua experiência de luta contra o capital.

Internete e rede social? Tá valendo. E muito. Mas, não custa lembrar que as tão festejadas “redes sociais” são monopolizadas por duas empresas gigantes. Google e Facebook não estão a serviço da revolução. Nossas idéias, sim.

A perigosa era do domínio pelas mentiras

A perigosa era do domínio pelas mentiras

Uma eleição presidencial sem debate sobre programas de governo. Um vencedor cuja campanha baseou-se em um circuito de mentiras e distorções grosseiras que alcançava grandes parcelas da população, mas passou despercebido por muitas de suas principais vítimas. Em especial, forças de esquerda, movimentos sociais e meios acadêmicos.

A utilização eleitoral das redes virtuais em escala gigantesca para disseminar material fraudulento em doses curtas, grossas e que ocupam cada momento do dia. Declarações desencontradas, contraditórias, ditas e desditas de hora em hora. Durante a campanha, depois dela e no futuro sombrio que nos aguarda.

Uma estratégia eleitoral inspirada na tática vitoriosa de Donald Trump, que atraiu boa parte de seus votos por meio da desinformação mais grosseira. Algo que só poderia ter ocorrido pela primeira vez e com tais proporções no centro do imperialismo mundial, onde o domínio do valor de troca sobre o valor de uso é o mais extremado. Onde a circulação da informação definitivamente se rendeu à lógica da mercadoria e passou a valer por seu alcance e não por critérios como objetividade e precisão. Pelas curtidas que atrai e não pelos fatos que relata.

Tudo isso faz parte do que vem sendo chamado de era da pós-verdade. Mas, concretamente, não passa daquilo que os poderosos de todos os tempos sempre utilizaram amplamente para dominar e subjugar: mentiras, calúnias, misticismo e preconceito. A grande diferença é que tudo isso vem impregnando o tecido social de maneira inédita, normalizado por uma economia política em que a circulação especulativa de capital contagia as relações humanas de maneira avassaladora e muito perigosa.

Muito perigosa...
http://pilulas-diarias.blogspot.com/2018/11/a-perigosa-era-do-dominio-pelas-mentiras.html

domingo, 26 de agosto de 2018

Neoliberais progressistas. Eles existem


Pawel Kuczynski 
Falar em “neoliberalismo progressista” chega a doer nos ouvidos. Como poderiam ser progressistas políticas que retiram direitos e conquistas e entregam às leis de mercado os destinos de povos inteiros?

Mas não é nada disso. O conceito é da filósofa e feminista estadunidense Nancy Fraser. Em ótima entrevista publicada no portal Outras Palavras, ela diz:

O que é específico do “neoliberalismo progressista” é que ele combina políticas econômicas regressivas, liberalizantes, com políticas de reconhecimento aparentemente progressistas. Sua economia política baseia-se em “livre comércio” (que em realidade significa livre movimentação do capital) e desregulamentação das finanças (que empodera investidores, bancos centrais e instituições financeiras globais para ditar políticas de “austeridade” para o Estado por meio de decretos e da chantagem da dívida). Entretanto, seu lado de reconhecimento centra-se na compreensão liberal do multiculturalismo, do ambientalismo e dos direitos das mulheres e LGBTQ [lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer]. Inteiramente compatível com o neoliberalismo financeiro, essa compreensão é meritocrática, oposta ao igualitarismo. Focados na “discriminação”, eles buscam assegurar-se de que uns poucos indivíduos “talentosos” de “grupos sub-representados” possam ascender ao topo da hierarquia corporativa e alcançar posições e remuneração paritárias com os homens heterossexuais brancos de sua própria classe.

O que não é mencionado, contudo, é que enquanto esses poucos “quebram o teto de vidro”, todo o resto continua preso no porão.

Essa combinação é explorada com sucesso pela direita para alimentar um clima de ressentimento contra as lutas progressistas.

Em plena campanha eleitoral, esse importante debate chega atrasado ao Brasil. Mas as eleições vão passar, as encrencas vão permanecer e, muito provavelmente, se tornar ainda mais graves.

Marx mostra que a ocasião não faz apenas ladrões


Uma das características mais marcantes dos textos de Marx é a ironia. Importante lembrar disso ao ler o trecho abaixo. Pertence a um rascunho para “O Capital” chamado “Teorias da Mais-Valia”, escrito entre 1861 e 1863:

Um filósofo produz ideias; um poeta, poesia; um pastor, prédicas; um professor, compêndios etc. Um criminoso produz crimes. Observe-se mais de perto a relação desse ramo de produção com o todo da sociedade e dar-se-á conta de muitos preconceitos. O criminoso produz não apenas crime, mas também o direito criminal e assim também o professor que dá palestras sobre direito criminal e ademais o inevitável compêndio de onde o professor retira a "mercadoria" que lança no mercado. Disso advém incremento da riqueza nacional. Sem falar no prazer privado que a leitura dos compêndios criminais proporciona - como nos ensina o Prof. Roscher, referindo-se àquele que ele mesmo produziu. O criminoso produz além disso a polícia e a justiça criminal, juízes, carrascos, jurados e assim por diante. E todos esses ramos de atividade, que compõem grande parte das divisões sociais do trabalho, desenvolvem certas faculdades do espírito humano, inventam novas necessidades e novas formas de satisfazê-las.

Mas não há qualquer ironia em muitas situações sociais contemporâneas produzidas pela criminalidade. Um instantâneo delas pode ser flagrado em reportagens corriqueiras cujos títulos são, por exemplo, “Segurança privada fatura bilhões com violência nas ruas” ou “Segurança é tema central de candidatos ao governo do estado”. E ainda, “Violência faz audiência de programas policiais na TV disparar”.

Ou seja, a ocasião não produz apenas ladrões, mas principalmente enormes lucros e mais repressão.

Justiça social à moda tupi-guarani


O livro “História da riqueza no Brasil”, de Jorge Caldeira, traz várias revelações importantes. Principalmente em relação aos modos de vida dos povos indígenas, antes da invasão europeia.

O maior grupo era o tupi-guarani. Seus diversos núcleos tribais exibiam um nível parecido de conhecimentos, domínio tecnológico e costumes. Mas o mais interessante era o que ocorria com a produção. Não é verdade que eles viviam em economias de subsistência, sendo incapazes de produzir estoques.

Em apenas três ou quatro horas diárias de trabalho, afirma Caldeira, eles produziam não apenas o necessário para sobreviver, mas o suficiente para manterem estoques de segurança alimentar. Enquanto isso, na mesma época, a fome castigava a Europa

Sempre que um excedente é produzido, começa a surgir a desigualdade social. Um grupo se destaca ao assumir o controle do estoque. Aparece a divisão entre produtores e não produtores. Nesse momento forma-se o governo como unidade separada do restante da sociedade.

Mas os Tupi-Guarani adotaram uma solução peculiar para conciliar abundância material com igualdade social. O esforço econômico se voltava para a eficiência da distribuição, no lugar de ampliar a produção acumulada numa sociedade dividida.

Além disso, do ponto de vista ambiental, todo trabalho estava relacionado à preservação. Não fazia sentido trabalhar mais quando isso não representasse mais preservação ou colocasse em risco os recursos naturais.

Não se trata de copiar experiências surgidas de realidades culturais e históricas muito diferentes da nossa. Mas é inegável que há muito a aprender com algumas sociedades indígenas.
                                                                                        
Elas mostram que mesmo uma sociedade desigual e produtiva não precisa ser governada pela desigualdade e pela destruição ambiental.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Notícias póstumas sobre um capitalismo moribundo




Em 12/08/2018, o Estadão reproduziu reportagem publicada pelo “The Economist” sobre o livro “Quebradeira: como uma década de crises financeiras mudou o mundo”, ainda sem edição brasileira.

A obra do historiador britânico Adam Tooze mostra que os principais mecanismos causadores da crise mundial de 2008 continuam em pleno funcionamento.

Um trecho da resenha afirma:

Ninguém que dormisse em 2006 e despertasse para observar os mercados financeiros hoje teria ideia de que houve uma crise. Os preços das ações nos EUA tiveram repetidamente novas altas e as valorizações foram superadas apenas pelas épocas de bolha de 1929 e 2000. As taxas de juros pagas por governos e corporações para tomar dinheiro emprestado são muito baixas, tomando-se por base padrões históricos. Em termos globais, o volume da dívida em relação ao PIB é quase tão alto quanto era antes da crise.

Outra passagem utiliza a seguinte metáfora:

Os bancos centrais interromperam um ataque cardíaco econômico global com uma cirurgia de emergência, mas o paciente voltou aos velhos hábitos de fumar, beber demais e se encher de comida gordurosa. Ele pode até parecer saudável, mas o próximo ataque poderá ser mais violento, e as técnicas de ressurreição que funcionaram uma década atrás podem não dar certo uma segunda vez.

Chris Harman, no entanto, prefere outra imagem. Em seu livro “Capitalismo Zumbi”, de 2009, ele afirma que o capitalismo estaria “morto para o efeito de atingir objetivos humanos e de responder a sentimentos humanos”, mas é “capaz de exercer atividades causadoras de caos em seu próprio entorno”.

Em outras palavras, seja agonizando, seja morto, o sistema permanece fatal.

Em resposta ao incansável racismo do general Mourão


O General Mourão, em mais uma declaração infeliz, afirmou que os negros são malandros e os indígenas indolentes.

Em 12/08/2018, o colunista Reinaldo José Lopes publicou na Folha uma boa resposta a essas maluquices. Lembrou um relato de Antonio Pires de Campos, de 1723, segundo o qual, os indígenas Parecis eram “incansáveis” em suas lavouras, sempre plantadas em “admirável ordem”. Além disso, construíam estradas “muito direitas e largas”, conservando-as “tão limpas e consertadas que se lhe não achará nem uma folha.”

Lopes também pergunta que malandragem africana teria “levado guerreiros negros do atual Sudão a conquistar todo o orgulhoso Egito dos faraós por volta de 700 a.C.?” Ou a fazer com que o povo shona, na Idade Média, tenha construído “a poderosa cidade de pedra do Grande Zimbábue, com tamanho e complexidade que nada deviam às maiores cidades europeias medievais?”

Mas voltando à suposta indolência indígena, também seria bom lembrar uma importante obra de Jorge Caldeira, lançada em 2017. Em “História da Riqueza no Brasil” o historiador afirma, por exemplo, que:

… os Tupi-Guarani mantinham um tal equilíbrio entre produção econômica, alianças diplomáticas, chefia política na guerra e destinação ritual dos excedentes que não os obrigava a criar uma função especializada de governo, com a permanente divisão dos membros da sociedade entre governantes e governados. Mesmo assim havia governo: as instituições indicadas pelo costume funcionavam com regularidade e desfrutavam do respeito de todos.

Respeito de todos é algo de que o general, certamente, jamais vai desfrutar devido a sua incurável mentalidade racista. Produto de séculos de preguiça mental e estupidez incansável.

sábado, 11 de agosto de 2018

Militância por aplicativo


“Uberização do trabalho: subsunção real da viração” é o título de artigo publicado por Ludmila Costhek Abílio no site Passa Palavra, em 19/02.

O texto é muito interessante e diz respeito ao que a autora chama de “empresas-aplicativo”. O maior exemplo é a Uber, mas há muitas outras surgindo.

Quase todas tentando ocultar atrás do que chamam de “microempreendedorismo” ou de “economia compartilhada”, o que é apenas uma informalização das relações de trabalho.

Por outro lado, “já surgiram novas formas de organização política, que envolvem a criação de sindicatos de aplicativos, greves e manifestações de trabalhadores uberizados”, diz ela.

Em 2016, por exemplo:

...motoristas Uber americanos (atualmente mais de 400 mil) juntaram-se a enfermeiras, trabalhadores do setor hoteleiro, entre outros, na campanha “Fight for US$15”, que demandava o pagamento mínimo de quinze dólares por hora de trabalho.

Motoboys paulistanos que trabalham para o aplicativo Loggi também “organizaram manifestação que interrompeu faixas da Marginal Pinheiros e da Av. Rebouças, contra a nova forma de remuneração por entrega implementada pela empresa”.

Além disso, “ciclistas-entregadores da empresa Foodora organizaram as primeiras greves de trabalhadores por aplicativos na Itália”.

Ainda segundo Ludmila:

...foram criados em 2016 o Sindicato dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo, a Associação dos Motoristas Autônomos por Aplicativos e Sindicato dos Motoristas de Transporte Privado Individual de Passageiros do Estado do Pernambuco.

Ou seja, a luta de classes também chegou ao Uber e a outras modernidades que escondem a velha exploração capitalista.

O problema é que muitos de nós não têm conseguido ir além da militância via aplicativos como Facebook e WhatsApp. Os exploradores curtem.

O que Trotsky diria sobre Bolsonaro e os golpistas?


Trotsky dizia que aprendeu tudo o que precisava saber sobre uma organização revolucionária com cinco trabalhadores.

Um deles sempre foi militante socialista. Um defensor intransigente dos oprimidos, à frente de qualquer luta dos explorados.

Outro era um reacionário nato. Havia nascido e morreria sendo um fura-greve. Depois de morto, se houvesse uma greve no céu, ele a combateria.

Mas os três trabalhadores restantes não eram nem revolucionários nem reacionários. Às vezes, eram influenciados por um, às vezes, por outro. Oscilavam entre os dois, sempre em disputa.

Segundo Trotsky um objetivo importante das organizações revolucionárias seria empurrar os trabalhadores do meio para perto dos militantes socialistas. Afastá-los o máximo possível da influência dos ultraconservadores de direita.

Em palavras simples e didáticas, o grande revolucionário russo estava descrevendo a boa e velha disputa de hegemonia.

Poderíamos usar essa imagem para o quadro eleitoral atual. Muitos dos eleitores declarados de Bolsonaro são reacionários natos. Mas não a maioria.

O mesmo pode ser dito daqueles milhões que foram às ruas pelo impeachment. Uma parte deles é formada por ultraconservadores incuráveis. Mas para a maioria, há alguma esperança.

Se tratarmos a todos como inimigos, estaremos empurrando o conjunto deles para perto dos setores reacionários.

É preciso aprender a dialogar com os “trabalhadores do meio” para disputar sua consciência política. Até porque sem eles, não haverá um processo de transformação envolvendo a grande maioria explorada e humilhada.

Mas, atenção, disputar hegemonia não é igual a participar de eleições. Reduzir a primeira à segunda significa, aí sim, render-se à hegemonia dos que controlam o sistema político dominante. Os mesmos que tornaram Bolsonaro viável.


Celular no modo boteco


O questionário CAGE consiste de quatro perguntas criadas para detectar problemas com alcoolismo. Mas ele pode ser utilizado para outras formas de dependência. Por exemplo:

- Você já tentou diminuir ou cortar ("Cut down") o uso do celular?
- Você já ficou incomodado ou irritado ("Annoyed") com outros porque criticaram seu jeito de lidar com o celular?
- Você já se sentiu culpado ("Guilty") por causa da forma como utiliza o celular?
- Você já teve que recorrer ao celular para aliviar os nervos ou reduzir os efeitos de uma ressaca ("Eye-opener")?

A sugestão inspira-se em entrevista de Catherine Price, autora do livro “Como largar o celular: Manual de Desintoxicação”. No depoimento publicado pelo portal Público, em 30/07/2018, ela fala sobre estratégias para reconquistar “o tempo que se perde ao celular”.

Mas dieta absoluta não adianta, diz a entrevistada. É preciso “criar uma nova relação” com o aparelho.

Certo. Mas, tal como no caso da bebida, a dependência não pode ser tratada apenas em nível individual. A relação que precisa ser renovada não é apenas com certas substâncias ou tecnologias. É com o mundo ao redor.

Segundo Catherine, o primeiro passo para uma vida melhor é “romper a relação amorosa com o celular”.

De novo, ela está correta. Mas os próximos passos deveriam caminhar em direção ao rompimento com outras relações nada amorosas. Principalmente, com as formas de exploração e opressão que, frequentemente, transformam prazeres e facilidades em vício e sofrimento.

Enquanto isso, e como é sexta-feira, que tal começar colocando o celular no “modo boteco” e celebrar com amigos e amores do melhor jeito possível?

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Trump e Xi Jinping: possíveis aproximações


Voltando às recentes confusões entre Estados Unidos e China, seria importante lembrar alguns fatos meio esquecidos na relação entre as duas potências.

Nesse sentido, é bastante esclarecedor o artigo “Raízes da guerra comercial entre EUA e China”, de Francesco Sisci, professor da Renmin University of China. Publicado pelo “Settimana News”, em 25/07/2018, o texto diz que tudo começou em 1971, quando Mao Tsé-Tung deu boas vindas a Nixon em Pequim. A partir daí:

...a América ganhou um novo aliado que poderia compensar a derrota política no Vietnã, e a China teria uma recompensa ainda maior. Sob a ameaça de uma invasão por parte da União Soviética, os Estados Unidos melhoraram dramaticamente a capacidade chinesa de defesa aprimorando suas estratégias, táticas e armas.  

Já sob Deng Xiaoping, a China ajudou o exército americano na Guerra do Afeganistão, por exemplo. Não por acaso, os Estados Unidos fizeram vistas grossas diante do massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989.

Essa relação especial com o imperialismo ianque abriu caminho para que o gigante asiático desempenhasse papel fundamental no posterior aprofundamento da globalização capitalista. Nesse período, a produção dos Estados Unidos deslocou-se para a China, que também se tornou um enorme mercado para a produção americana.

Tudo isso mostraria os equívocos da atual política de Trump em relação à China. Mas Sisci também enxerga sérios problemas do lado chinês.

A recente política de combate à corrupção do presidente Xi Jinping teria desorganizado o sistema político e concentrado ainda mais o poder. Aparentemente, eles têm uma espécie de Trump por lá também. Se isso for verdade, melhor nem pensar nas consequências.

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Qual a função de um partido político. Entenda sua atuação

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Os partidos políticos são responsáveis por lançar os candidatos a cargos eletivos

 sendo os meios de ligação entre a sociedade e o Estado


Um partido político é um grupo organizado, legalmente formado, que busca influenciar ou ocupar o poder político. Cada partido político possui o seu pensamento próprio com relação à maneira como o país deve ser governado. No Brasil, a história dos partidos políticos é marcada por períodos de negação, seguidos de um sistema bipartidário e, atualmente, a Constituição da República Federativa do Brasil adota o pluripartidarismo.

Breve histórico

Os partidos políticos vêm sendo objeto de discussão entre os teóricos da Ciência Política desde o século XVIII, por meio de pensadores como Henri Bolingbroke, David Hume, Karl Marx, Max Weber e outros.

De um ponto de vista mais ideológico, um partido político pode ser definido como uma reunião de indivíduos que seguem a mesma doutrina política. Os partidos também podem ser compreendidos como uma estrutura da organização democrática.
Qual a função de um partido político. Entenda sua atuação
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Na Inglaterra do século XVIII surgiu a distinção entre “Whigs” e “Tories”, sendo considerada a primeira forma de bipartidarismo tradicional ao fim do reinado de Carlos II. Apesar das inúmeras crises enfrentadas pelos partidos políticos ao longo dos anos, eles continuam sendo fundamentais nos sistemas políticos contemporâneos.
No contexto da corrente marxista, é possível afirmar que os partidos políticos assumiram o objetivo de unificar os operários, superando as suas divisões e diferenças.

A função dos partidos políticos

No geral, pode-se afirmar que as várias agremiações políticas representam as diferentes convicções políticas existentes na sociedade. Os partidos políticos são responsáveis por lançar os candidatos a cargos eletivos, sendo os meios de ligação entre a sociedade e o Estado. Por esse motivo, antes de se filiar a determinado partido, o cidadão deveria se informar sobre o conhecimento do estatuto partidário, que é a norma interna que rege a sua organização e o seu funcionamento.
Quando os líderes de um partido atuam de maneira responsável e representativa, conseguem dar visibilidade aos interesses dos grupos sociais. Dessa maneira, o diálogo entre o partido político e o Estado contribui para a formação direta da cidadania.
O partido pode atuar em nível nacional, estadual e municipal, desde que tenha órgãos de direção válidos. A principal importância dos partidos políticos registrados no TSE está justamente em lançar os candidatos às eleições.
A importância dos partidos no debate político e nas discussões sobre o futuro do país é enorme, tanto que a Constituição de 1988 brindou-lhes autonomia administrativa e financeira, atribuindo-lhes recursos do Fundo Partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão de acordo com a lei. Em contrapartida, os partidos políticos têm a obrigação de prestar contas das receitas arrecadadas e despesas realizadas durante as campanhas eleitorais e todo o ano.