sexta-feira, 6 de junho de 2014

A verdade das pesquisas é a margem de erro



E haja pesquisa eleitoral! 
E haja espertalhões faturando alto com a indústria de expectativas criada por esses levantamentos.
O índice Bovespa sobe e desce a cada minuto do dia, alimentado por números cambiantes, mutáveis, mágicos.
Os jornalões contribuem para enterrar de vez qualquer traço de seriedade que os Datafolhas e Ibopes da vida possam ter.
A Folha diz no título da matéria sobre a última pesquisa de seu instituto que Dilma caiu e seus adversários pararam de subir.
Mas o texto, o gráfico, todas as informações afirmam outra coisa: os três candidatos caíram!
Pobre jornalismo, pobre ética profissional, pobres de nós...
A esculhambação chega a níveis estratosféricos, a alturas nunca antes atingidas.

Está certo que a eleição presidencial deste ano virou uma guerra, questão de vida ou morte para uma oposição desesperada, sem ideias, sem programa alternativo capaz de empolgar o eleitorado não cativo, os 30% que sempre vão votar contra o PT, compostos pela oligarquia, os endinheirados, e parcelas da classe média ressentidas pela ascensão social de milhões de pessoas e assombradas pelos seus próprios preconceitos e ódios.
Mesmo assim, vale lembrar que até a guerra, a mais sórdida invenção humana, tem lá suas regras.
A eleição presidencial deste ano, tudo indica, será um vale-tudo: vale mentir, vale caluniar, vale ofender, vale violar a legislação...
Nesse esquema, as pesquisas ocupam um lugar importantíssimo.
Ajudam a dar um lustro "científico" ao suposto pessimismo que grassa no país, ao alardeado descontentamento da população com tudo - embora haja quase pleno emprego, renda em alta, crédito farto e barato, educação acessível, uma série de benefícios sociais inexistentes há alguns anos.
A verdade de toda pesquisa está em sua margem de erro: dois pontos para cima, dois pontos para baixo e tudo se ajeita.
Sempre foi assim.
A diferença é que, desta vez, a margem de erro está mais elástica para permitir que os números sejam aliados do esforço hercúleo de defenestrar os trabalhistas do Palácio do Planalto.
vi no: http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/06/a-verdade-das-pesquisas-e-margem-de-erro.html

Até os notívagos abandonam a TV aberta

Altamiro Borges, Blog do Miro 
“Os telespectadores notívagos também estão deixando a TV aberta. Medição de audiência na Grande São Paulo mostra que o número de televisores ligados durante a madrugada permanece igual, mas, mesmo com os investimentos das emissoras na faixa horária, o público está buscando outro tipo de entretenimento. Em 2012, a Globo registrou da meia-noite às 6h média de 5,7 pontos de audiência. Caiu para 5,3 pontos em 2013, e vem marcando, neste ano, 5,2 pontos”. A notícia foi publicada nesta quinta-feira (5) por Keila Jimenez, da Folha. Ela confirma o inferno astral das tevês privadas, que afundam na crise – o que não significa a redução de lucros de seus bilionários proprietários.

Ainda segundo a matéria, a queda de audiência não atinge somente a poderosa Rede Globo. “Vice-líder noite adentro com séries americanas, o SBT registrou na faixa horária, em 2012, média de 3,4 pontos. Neste ano, vem marcando média de 3,2 pontos. Tomada por programas religiosos na madrugada, a Record vem perdendo público. Passou de 2,2 pontos em 2012, para 1,9 em 2013, e tem registrado 1,4 pontos neste ano. A Band marcou 1,2 pontos em 2012 e vem marcando 1 ponto em 2014. A Rede TV! manteve audiência na casa do 0,4 ponto”. Cada ponto no Ibope – que já foi batizado pelo “Globope” pelo blogueiro Paulo Henrique Amorim – equivale a 65 mil domicílios na Grande São Paulo.

Para Keila Jimenez, que acompanha atentamente a evolução das tevês, os índices confirmam que os telespectadores procuram outras formas de entretenimento “Nos últimos três anos, o total de aparelhos ligados da meia-noite às 6 horas na região foi de 17,5%. Portanto, o público coruja continua acordado, mas está migrando para canais pagos, serviços de vídeo sob demanda e videogames”. De fato, estudos recentes indicam o aumento da audiência da tevê por assinatura. De janeiro a maio deste ano, a média diária dos “outros canais” (OCN, sigla do Ibope para denominar canais pagos) foi de oito pontos, ante 6,7 pontos do mesmo período no ano passado – um crescimento de cerca de 20% na audiência em São Paulo.

Na tevê paga, a Rede Globo não reina sozinha. Outros canais, inclusive estrangeiros, disputam a audiência. Em outro artigo, Keila Jimenez já havia alertado que a televisão por assinatura ocupa hoje o segundo lugar em audiência na região metropolitana de São Paulo, “e já representa quase 60% da audiência da Globo. Nesse ritmo de crescimento, a TV paga pode ultrapassar a líder em menos de três anos... Na faixa nobre (das 18h à meia-noite), a mais cara da TV, os canais por assinatura tiveram um crescimento de audiência de 21%, com média de 10,6 pontos. A Globo caiu 10%, marcando 21,2 pontos”. 

Além da tevê paga, as emissoras são vítimas do crescimento da internet, que atrai principalmente os jovens. Como se observa, não está nada fácil manter o atual modelo de negócios da tevê aberta!"

O que querem os metroviários em São Paulo?


A assembleia dos metroviários na noite desta quinta-feira decidiu pela continuação da greve
"Expansão desabou nas gestões tucanas, e a falta de investimentos e as suspeitas corrupção trouxeram o colapso. Metroviários querem salário e mais segurança e conforto para o usuário 

Gilberto Maringoni, CartaCapital

A greve dos metroviários coloca novamente São Paulo diante de um de seus maiores problemas: o da mobilidade urbana.

A capital paulista é uma cidade em que as linhas do transporte sobre trilhos foram implantadas tardiamente. Enquanto metrópoles como Londres, Paris ou mesmo Buenos Aires começaram a instalar seus metrôs entre 1890 e 1910, São Paulo somente colocou em operação suas linhas em 1974. Mas os primeiros projetos remontam a primeira gestão do prefeito Prestes Maia (1938-45).

Os planos iniciais foram deixados de lado e somente na segunda metade dos anos 1960, quando a população já ultrapassava a marca de cinco milhões de habitantes, é que se iniciou a construção sistema.

Pequena extensão

Do início dos anos 1970 até hoje, a cidade implantou 75 quilômetros de linhas.

Se compararmos com metrópoles da periferia, que assentaram seus trilhos no mesmo período, como Seul e Cidade do México, a brasileira faz feio. Os dois municípios estrangeiros têm, respectivamente 287 e 226 quilômetros de vias, que cobrem boa parte da malha urbana.

O ritmo de construção diz muito sobre a dinâmica dos investimentos.  Nos primeiros 17 anos de operação – entre 1974 e 1991 – foram implantados 57 quilômetros de linhas. Um ritmo de 3,35 quilômetros por ano.

Nos 22 anos seguintes - entre 1992 e 2014 – foram assentados apenas mais 18 quilômetros. Aqui, o ritmo desabou para 770 metros por ano.

Este segundo período coincidiu com as administrações do PSDB, que fizeram do ajuste fiscal e da falta de investimentos sua pedra de toque.

Em 1970, a cidade tinha 5,9 milhões de habitantes. Em 1991, eram 9,6 milhões os moradores da capital e hoje temos 11,25 milhões dividindo esse imenso chão.

O que isso indica? Que enquanto a população crescia e a urbanização se espalhava de forma desordenada, o investimento no mais moderno sistema de transportes para grandes cidades se reduziu. E pior: uma das linhas, a amarela, que liga a Estação da Luz ao Butantã, é privada. Ou seja, o poder público não tem controle sobre planos de investimento e gestão.

Mesmo assim, esse metrô de reduzidíssimo tamanho é vital para a cidade.

A pauta de reivindicações

Os metroviários foram à greve como último recurso, após várias tentativas de negociação com o governo do PSDB.

O que querem?

Nada demais.

Pedem um piso salarial equivalente ao salário mínimo – isso mesmo, mínimo!

– calculado pelo DIEESE, o que dá R$ 2.778,63 por mês e o reajuste dos salários para acompanhar a inflação.

A pauta de reivindicações estende-se por 98 páginas. A maior parte das demandas versa sobre direitos trabalhistas. Mas há solicitações de interesse cidadão, que devem merecer especial atenção. Entre elas estão:

- Uma gestão empresarial democrática;

- O fim à privatização, “para que todo o investimento em sistemas metroviários seja realizado através desta, com a imediata suspensão do projeto de expansão (...) através de PPP’s” [Parcerias Público-Privada];

- Combate à corrupção, com demissão e “confisco dos bens e cadeia para todos os corruptos e corruptores envolvidos nas denúncias de cartel no Metrô”;

- Deve-se também “reverter o dinheiro confiscado em investimento e em expansão do metrô público e com redução da tarifa, rumo à tarifa zero”.

Os metroviários não estão aí para atrapalhar a vida de ninguém. Querem retomada de investimentos, para que o sistema não entre definitivamente em colapso.

Para isso é preciso expandi-lo rapidamente."

STF vê ligação de ex-secretários com cartel de trens


"Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, manda aprofundar investigações sobre os deputados José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM), ex-secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB), no caso Alstom; Marco Aurélio cita depoimento do ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer que, segundo ele, aponta "indícios do envolvimento" dos dois parlamentares no esquema de propina; ministro excluiu do despacho o senador Aloysio Nunes (PSDB) e Arnaldo Jardim (PPS) por  entender que não há indícios suficientes contra eles

Brasil 247

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello pediu o "aprofundamento das investigações" sobre o envolvimento dos deputados José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) no caso do cartel de trens em São Paulo. Marco Aurélio cita depoimento de um ex-diretor da Siemens que, segundo ele, aponta "indícios do envolvimento" dos ex-secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no processo.

O ministro determinou que constem do processo "apenas aqueles que têm a prerrogativa de serem julgados pelo Supremo, vale dizer, os deputados federais José Aníbal Peres de Pontes e Rodrigo Garcia". E excluiu da investigação o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Arnaldo Jardim (PPS) por entender que não há indícios suficientes contra eles.

"Vê-se que, nas declarações, há indícios do envolvimento dos requerentes Rodrigo Garcia e José Aníbal. É cedo, muito cedo, para chegar-se a conclusão a respeito da participação, ou não, dos citados parlamentares. Por ora, é suficiente ao aprofundamento das investigações o que declarado pelo colaborador 'x", diz a decisão, em referência a Everton Rheinheimer, principal delator do esquema.
Abaixo, reportagem da Agência Brasil a respeito:

STF pede mais investigações sobre propina no Metrô de São Paulo

André Richter - O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o aprofundamento das investigações do inquérito que apura um suposto esquema de formação de cartel em licitações do sistema de trens e do metrô de São Paulo.

O ministro atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determinou que somente os deputados federais José Anibal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) continuem respondendo às suspostas irregularidades na Corte.

De acordo a decisão, com base em declarações de uma testemunha que colaborou com as investigações, "há indícios do envolvimento dos requerentes Rodrigo Garcia e José Aníbal. É cedo, muito cedo, para chegar-se à conclusão a respeito da participação, ou não, dos citados parlamentares. Por ora, é suficiente ao aprofundamento das investigações o que foi declarado por colaborador 'x'", decidiu o ministro.

Na mesma decisão, Marco Aurélio determinou também o arquivamento do inquérito sobre o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Edson Aparecido, secretário da Casa Civil de São Paulo. O ministro seguiu entendimento do procurador-geral em relação aos acusados. Segundo Janot, não há elementos mínimos para instauração de investigação.

O possível esquema de fraudes no sistema de trens e do metrô de São Paulo começou a ser investigado na Justiça Federal em São Paulo, mas foi encaminhado ao Supremo devido à inclusão do nome do deputado federal Arnaldo Jardim. Como o parlamentar tem foro privilegiado, as acusações só podem ser analisadas pelo STF.

Após receber o inquérito, o ministro Marco Aurélio, relator do processo, decidiu desmembrar a investigação. Apenas os acusados que têm foro privilegiado vão responder às acusações no Supremo.

Em nota, Rodrigo Garcia afirmou que não há indícios ou provas com relação à participação dele nos fatos. "O ministro Marco Aurélio autorizou a continuidade das investigações para que se esclareçam as declarações de um investigado delator, que não prova o que diz. Em sua decisão, Marco Aurélio ressaltou que meu nome foi citado por um delator, mas sequer foi mencionado pelo outro colaborador do caso. O despacho é claro sobre a inexistência de qualquer outro indício ou prova em relação a mim", afirmou.

No processo, são apurados os crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As investigações indicam que as empresas que concorriam nas licitações do transporte público paulista combinavam os preços, formando um cartel para elevar os valores cobrados, com a anuência de agentes públicos.

Em novembro do ano passado, atendendo a uma solicitação da Polícia Federal, a Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$ 60 milhões em bens de suspeitos de participar no esquema, como forma de garantir o ressarcimento dos valores desviados.

Foram afetadas três empresas e cinco suspeitos, incluindo três ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A solicitação foi feita após a Polícia Federal tomar conhecimento de que autoridades suíças, que também investigam as suspeitas de corrupção, encaminharam um pedido de cooperação internacional ao Brasil.

A combinação de preços entre as empresas que participaram de licitações para obras, fornecimento de carros e manutenção de trens e do metrô também é alvo de investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual.

O cartel é investigado pela Operação Linha Cruzada, montada pelo Cade em conjunto com a Polícia Federal. A investigação teve início após acordo de leniência da Siemens com o conselho, que permitiu à empresa denunciar as ilegalidades. Documentos e cópias de e-mails trocados entre funcionários da Siemens são analisados pelo Cade e pela Justiça Federal."

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Água do Cantareira acabou; paulistas estão bebendo "volume morto" contaminado com metais pesados


Volume útil do 'coração' do Cantareira chega a zero pela primeira vez

Fabio Leite - O Estado de S. Paulo

Represas Jaguari-Jacareí, na região de Bragança Paulista, possuem agora como reserva disponível para abastecimento apenas 104,3 bilhões de litros do 'volume morto'

SÃO PAULO - Responsáveis por cerca de 80% da capacidade máxima do Sistema Cantareira, as represas Jaguari-Jacareí, na região de Bragança Paulista, atingiram nesta terça-feira, 3, o limite mínimo de captação de água por gravidade pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), ou seja, 0% do volume útil armazenado.

Isso significa que, a partir de agora, a retirada de água dos dois principais reservatórios do Cantareira só pode ser feita através do bombeamento do "volume morto", que fica represado abaixo do nível das comportas da Sabesp. A operação, que custou cerca de R$ 80 milhões, teve início no dia 15 de maio.

Nesta terça-feira, as represas Jaguari-Jacareí possuem 104,3 bilhões de litros da reserva profunda disponível para a Sabesp. Consideradas o "coração" do Cantareira, elas têm capacidade total para 1,04 trilhão de litros, dos quais 808 bilhões ficavam acima do nível das comportas e acabaram com a crise histórica.   

Ao todo, o Cantareira possui hoje 240,9 bilhões de litros, já considerando o "volume morto" que será utilizado e a quantidade de água que resta nos outros três reservatórios que compõem o sistema: Cachoeira, em Atibaia, Atibainha, em Nazaré Paulista, e Paiva Castro, em Mairiporã.

O volume disponível hoje representa 24,6% da capacidade do Cantareira, segundo a Sabesp. Na estimativa mais pessimista feita pela companhia, a pedido do comitê anticrise que monitora o manancial, a reserva atual pode acabar no dia 27 de outubro, um dia após o segundo turno das eleições do governo paulista. Sem considerar a reserva profunda, o nível atual estaria em 6% da capacidade.

O cálculo da Sabesp considerou uma vazão afluente (água que chega aos reservatórios) 50% abaixo da mínima histórica e uma retirada para abastecimento da Grande São Paulo de 21,5 mil litros por segundo. Só em maio, contudo, a vazão registrada foi igual a 39% do pior índice registrado para aquele mês, ou seja, abaixo da projeção da Sabesp.

Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a concessionária paulista já solicitou autorização para captar mais 100 bilhões de litros do "volume morto" para tentar evitar o racionamento de água generalizado. O presidente da agência, Vicente Andreu, já se manifestou contrário à medida.  

Em nota, a Sabesp informou que as projeções com cenários mais desfavoráveis foram solicitadas pelo comitê anticrise liderado pela ANA e pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo paulista. "Mas esta não é a posição da Sabesp", afirma a empresa, que disse manter as projeções "inicialmente apresentadas". Segundo ela, a reserva atual é suficiente para garantir o abastecimento de água e pode não ser utilizada integralmente.
http://esquerdopata.blogspot.com.br/2014/06/agua-do-cantareira-acabou-paulistas.html

ONU vê Brasil como modelo ambiental e esvazia Marina


"Relatório divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas sobre mudanças climáticas destacou o Brasil como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa; documento produzido pela Union of Concerned Scientists (UCS) apresenta como o País fez as maiores reduções no desmatamento e nas emissões em todo o mundo; análise mostra a boa gestão no setor da presidente Dilma Rousseff e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao mesmo tempo em que derruba a tese da pré-candidata a vice Marina Silva, que aponta atraso ambiental do Brasil; hoje mesmo ela convoca, com o presidenciável Eduardo Campos, um "tuitaço contra o retrocesso ambiental"; evento virtual acontece na data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente

Brasil 247

A Organização das Nações Unidas vê o Brasil como modelo na questão do desmatamento. Um relatório feito pela Union of Concerned Scientists (UCS), com sede nos EUA, e divulgado nesta quinta-feira pela ONU, traz um capítulo mostrando os brasileiros como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa.

A análise derruba a tese de "retrocesso ambiental" pregada pela pré-candidata a vice Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente. Ex-líder do Partido Verde, Marina sempre criticou as práticas ambientais do País. Hoje mesmo, quando se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, ela convoca, junto com o presidenciável Eduardo Campos, seu parceiro de chapa, um "tuitaço contra o retrocesso ambiental" (leia mais aqui).

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre o relatório:

Brasil é principal exemplo de sucesso na redução do desmatamento, aponta ONU

Danilo Macedo – Um relatório divulgado hoje (5) na reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas, destacou o Brasil como exemplo de sucesso na redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa. Produzido pela Union of Concerned Scientists (UCS), com sede nos Estados Unidos, o documento intitulado "Histórias de sucesso no âmbito do desmatamento: nações tropicais onde as políticas de proteção e reflorestamento deram resultado" traz um capítulo dedicado ao Brasil, apresentado como o país que fez as maiores reduções no desmatamento e nas emissões em todo o mundo.

Outros 16 países da África, América Latina e Ásia também são citados como exemplos de sucesso na proteção às florestas. O relatório indica que o governo brasileiro reduziu o desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, por meio da criação de áreas de proteção ambiental a partir da segunda metade da década de 1990, com grande intensificação neste século, e as moratórias acordadas com empresas privadas sobre a compra de soja e carne de áreas desmatadas. "As mudanças na Amazônia brasileira na década passada e a sua contribuição para atrasar o aquecimento global não têm precedentes", diz o documento.

De acordo com o principal autor do trabalho, Doug Boucher, o caso brasileiro mostra que o desenvolvimento econômico não é prejudicado pela redução do desmatamento. "Por exemplo, as indústrias de soja e de carne bovina no Brasil prosperaram apesar das moratórias evitando o desmatamento". O relatório avalia que a derrubada da floresta, "vista no século 20 como algo necessário para o desenvolvimento e uma reflexão do direito do Brasil de controlar seu território, passou a ser vista como uma destruição de recursos devastadora e exploradora daquilo que constituía o patrimônio de todos os brasileiros".
O estudo destaca o papel desempenhado pelas reservas indígenas na conservação da floresta amazônica, iniciativas estaduais e a ação de promotores públicos, "um braço independente do governo, separado do poder executivo e legislativo, e com poderes para processar os responsáveis pela violação da lei". Também é citado o apoio internacional, como o acordo celebrado com a Noruega, que já repassou US$ 670 milhões em compensação pelas reduções das emissões. O documento é considerado de natureza não apenas financeira, mas também política e simbólica, mostrando o compromisso em apoiar os esforços dos países tropicais.

Em relação ao futuro, no entanto, o relatório informa que duas mudanças em 2013 levantaram dúvidas sobre a continuidade do sucesso do país na área climática: as emendas ao Código Florestal Brasileiro que anistiam desmatamentos anteriores e o aumento de 28% na taxa de desmatamento entre 2012-2013 na comparação com o período 2011-2012. A avaliação do documento é que ainda é muito cedo para prever se este crescimento será uma tendência, mas ressalta que, embora o desmatamento tenha aumentado 28% no ano passado, em relação a 2012, ele foi 9% menor ao registrado em 2011 e 70% inferior à media entre 1996 e 2005.

"O Brasil inscreveu seu plano para reduzir o desmatamento em 80% em 2020 na lei nacional, mas para que haja um progresso continuado será necessário redobrar os esforços para reduzir as emissões" afirma o documento. "Nesse meio tempo, a redução do desmatamento da Amazônia já trouxe uma grande contribuição no combate à mudança climática, mais do que qualquer outro país na Terra", finaliza."

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Plágio??? Ou Falta de Ideias? Plano de Aécio inclui programas do PT

Plano de Aécio inclui programas do PT

Aliança PSDB e Greenpeace contra a Copa e contra o Brasil


greenpeaceAlertados por Stanley Burburinho no twitter, muitos usuários das redes sociais puderam notar que o Greenpeace Brasil entrara na campanha anti-Copa, incitando indígenas a participar do protesto que aconteceu em Brasília nessa semana.
Questionados qual era a relação da copa com o objeto social da ONG se limitaram a dizer que “fizeram estudos sobre gastos sobre a copa e a relação com o meio ambiente”, sem citar quais seriam os métodos usados no tal estudo e que conclusões os motivariam.
Como se sabe e já foi explicado aqui no Blog no artigo O Ecochativismo Financiado, o Greenpeace é uma ONG internacional que recebe gordas doações, entre outras, da Fundação Rockefeller, controladora de empresas petroleiras e do mercado de energia hidrelétrica nos EUA, que costuma fazer intenso ativismo em países que não são alinhados ao governo dos EUA, como Russia, China e Brasil, por outro lado tem uma relação complacente com os EUA e aliados, como no caso do escandaloso vazamento de óleo no Golfo do México, a ONG se calou vergonhosamente.
Agora rasgam a própria fantasia de “defensores do meio ambiente” para fazer campanha contra a copa no Brasil. Não houve nenhuma manifestação contra a copa pela ONG em 1994 nos EUA, que dizimou quase toda a sua população indígena, que é um dos mais produz gases do efeito estufa e se nega a assinar protocolos de redução de emissão desses gases. França e Alemanha que investiram em usinas nucleares e desmataram seus países também não foram alvo do Greenpeace nas copas de 1998 e 2006, respectivamente.
O motivo dessa adesão do Greenpeace aos protestos anti-copa foi agora revelado, Aécio anunciou Fabio Feldman, membro do conselho internacional do Greenpeace como coordenador do programa ambiental. Você, amigo do Blog, acredita em coincidências?
Ao selar alianças com Aécio, o Greenpeace segue os passos de Ronaldo e ataca a copa do mundo. Embora não reconheça em público, tá ficando claro que Aécio orienta quem é cooptado pelo PSDB a atacar a copa. Os tucanos continuam apostando no quanto pior melhor para esconder a sua incapacidade de criar propostas para contrapor ao projeto de país do PT.
Eu vejo e acompanho a copa desde a época da ditadura. Só a partir de 2003 tive um presidente que eu apoiasse, mas nunca deixei de torcer pelo país ou pela seleção brasileira. Torcer contra o país é ir contra si próprio, contra a própria família, só quem é podre de rico pode torcer contra o país e não sofrer consequências, já torcer contra a seleção brasileira é só viralatice mesmo, coisa de gente mal-amada.
E o Greenpeace que chegou a me enganar até meados dos anos 80, mostra a sua verdadeira cara, que já denunciamos aqui desde 2011, é uma farsa e representa interesses corporativos inconfessáveis. Uma ONG que tenta manter países em desenvolvimento na idade da pedra enquanto europeus e americanos aumentam suas riquezas.
No, http://pontoecontraponto.com.br/2014/05/31/alianca-psdb-e-greenpeace-contra-a-copa-e-contra-o-brasil/
LENAbout LEN
Químico, microempresário, consultor de empresas, libertário de esquerda e agnóstico. Sem compromisso algum que o impeça de exercer de forma irrestrita o seu direito de liberdade de expressão e de criticar jornalistas, veículos de comunicação, partidos políticos, autoridades e personalidades públicas.

Copa do Mundo e o orçamento da Saúde entre 1995-2014

 
Imagem daqui

A recente entrevista do Ney Matogrosso à RTP, canal de televisão estatal português, é, para mim, um dos mais claros exemplos do complexo de vira-latas, como dizia Nelson Rodrigues, que atormenta parte das nossas classes A e B. A zeitgeist anti-petista da classe média brasileira foi exposta em canal de TV aberta na Europa através de um conjunto de preconceitos, dados incorretos, total incompreensão sobre os temas abordados e repetição acrítica de chavões difundidos ad nauseam pela grande imprensa.
Não me levem a mal, não considero o Ney Matogrosso uma pessoa mal-intencionada. Posso estar sendo inocente, mas achei a sua indignação real. Ele identificou o sintoma, mas errou miseravelmente o diagnóstico. O alvo da minha crítica não é a sua inconformidade com o problemas sociais brasileiros. Isso é legítimo e essencial para avançarmos como democracia. O problema é achar que, por ser uma figura pública, com reconhecimento internacional, pode-se fazer proselitismo sobre assuntos ou causas que ele claramente nunca estudou.
De todos os equívocos ditos pelo Ney, uma frase me incomodou o suficiente para me tirar da inércia e escrever este texto: “Se existia tanto dinheiro disponível para gastar na Copa, por que não resolver os problemas do nosso país?”.
Todos se lembram que ano passado, no auge das manifestações de Junho, surgiu um vídeo no Youtube com uma linda jovem brasileira falando inglês e desancando a realização da Copa Mundo no Brasil. O vídeo, que de amador e espontâneo não tinha nada, introduzia inúmeras mentiras e distorções de valores sobre a preparação para a Copa. O projeto foi tão espertamente concebido que conseguiu conquistar os corações da nossa classe média (quase sempre acrítica) em uma época na qual as pessoas apresentavam-se abertas a mudar de opinião sobre praticamente qualquer assunto de política. Não só por isso, mas desde então, a opinião pública virou, e a Copa do Mundo, que era apoiada maciçamente pelo povo, tornou-se um Judas em Sábado de Aleluia.
O fato é que a mudança de humor em relação à Copa se deu basicamente quando parte da sociedade se convenceu de que aqueles bilhões de reais investidos em estádios poderiam estar sendo usados para melhorar a saúde, educação, segurança, etc. No fundo foi uma efetiva estratégia de contrapropaganda.
Como eu não sou uma linda jovem e não tenho uma equipe profissional por trás para criar um vídeo explicativo sobre a Copa, vou tentar me apoiar apenas na verdade factual para mostrar que a tal frase dita pelo Ney é um disparate descomunal.
Deixo desde já claro que o que eu pretendo defender aqui são apenas 2 simples pontos:
1- A realização da Copa não interfere de forma relevante na saúde e na educação no Brasil.
2- A oposição, nomeadamente o PSDB, é extremamente hipócrita ao querer tirar partido desta falácia.
Vou dar prioridade aos dados sobre a saúde, por ser, segundo todas as recentes pesquisas de opinião pública, a área que mais preocupa os brasileiros atualmente. Mas o raciocínio que será exposto vale também para a educação, que tem orçamento anual semelhante.
Antes de compararmos os valores investidos em saúde com os gastos com a Copa, vamos ver rapidamente os números abaixo:
Durante os 8 anos de governo FHC, quando não houve Copa do Mundo no Brasil, o orçamento da saúde foi massacrado de forma, penso eu, inédita na nossa história recente. Já no seu primeiro ano de orçamento, segundo dados da Consultoria de Orçamento da Câmara, o governo FHC cortou em 45% os investimentos em saúde. Para piorar, ao longo dos 7 anos seguintes, a recuperação foi lenta, com reajustes homeopáticos, sempre abaixo da inflação. No total, houve apenas um singelo incremento de 10% no orçamento entre 1995 e 2002, período no qual, é bom destacar, a inflação acumulada foi de 114%. Resultado: em 8 anos, em números reais corrigidos pela inflação, o governo do PSDB cortou praticamente pela metade o dinheiro que ia para a pasta da saúde.
De todas as chamadas "heranças malditas" do governo FHC, a saúde foi com certeza uma das mais perniciosas. Só para se ter uma ideia, apesar da recuperação dos investimentos em saúde nos anos Lula, agora sim, com correções do orçamento sempre acima da inflação, o país só voltou a ter em 2012 o nível real de investimento em saúde semelhante ao que tinha em 1995 (esses cálculos de correção pela inflação podem ser feitos na calculadora online que o site do Banco Central fornece).
Vejam bem, o corte no orçamento da saúde no período FHC foi tão virulento, que foram necessários 16 anos para que a pasta recuperasse o padrão de investimento pré-FHC. Isso significa que somente há cerca de 2 anos o país voltou a aumentar de forma real os investimentos em saúde. Nos anos anteriores, estávamos apenas recuperando de forma progressiva aquilo que foi vergonhosamente cortado na segunda metade da década de 1990. Em uma pasta na qual os gastos são cada vez maiores por conta do constante avanço tecnológico, do envelhecimento da população e do aumento da prevalência de doenças crônicas, o país ficou 16 anos "correndo atrás do prejuízo".
Se contarmos somente os anos dos governos Lula+Dilma, houve um aumento de 246% no orçamento da saúde. Descontada a inflação, o aumento real é de quase 80%. A diferença de investimento no orçamento da saúde entre PT e PSDB é colossal e não permite nem sequer uma crítica dos tucanos sobre o assunto.
Vamos agora ver os valores da Copa, que, segundo o senso comum, deveriam ter sido usados para resolver a saúde, a educação, o transporte público e tantas outras mazelas do Brasil, conforme afirmou Ney Matogrosso.
Segundo dados oficiais, os gastos totais com a Copa do mundo giram em torno dos 30 bilhões de reais. Porém, aqui vem a grande pegadinha: a construção de estádios consumiu "somente" cerca de 8 bilhões de reais. Destes, "apenas" 3,9 bilhões são do Governo Federal, através de empréstimos do BNDES (a juros iguais a qualquer outro empréstimo que o banco faz para grandes empresas). É importante destacar que esses valores são acumulados desde 2007. O restante dos 30 bilhões foram, segundo o portal da transparência, investidos, entre outros, em aeroportos (cerca de 6 bilhões), mobilidade urbana (cerca de 8 bilhões), segurança pública (cerca de 2 bilhões), telecomunicações (cerca de 400 milhões) e portos (cerca de 600 milhões). Acho que é ponto pacífico que esses gastos em infra-estrutura não são desperdício de dinheiro.
Portanto, o governo federal, principal alvo da fúria dos protestos contra a Copa, cedeu através de empréstimos - valores que obviamente serão devolvidos ao próprio banco, corrigidos por juros - 3,9 bilhões de reais entre 2007 e 2014 para a construção de estádios (média simples de R$ 500 milhões por ano). Só como comparação, o BNDES emprestou, apenas em 2012, um total de 156 bilhões de reais; 50 bilhões só para pequenas e médias empresas.  Em uma matemática bem simplista, podemos dizer que o BNDES empresta anualmente para pequenas e médias empresas 100 vezes mais que a média anual emprestada para estádios da Copa.
Esses dados por si só já desmentem várias "verdades" sobre os gastos da Copa que têm sido propagadas nas redes sociais e na grande imprensa. A jovem do vídeo fala em gastos de 30 bilhões de dólares com estádios (o equivalente a mais de 60 bilhões de reais no câmbio atual). Uma superestimação de mais de 750%. O Arnaldo Jabor, em coluna recente, afirmou que o Governo Federal gastou mais de 30 bilhões de reais em estádios. Também mente e superestima os gastos federais em quase 1000%. O Jabor é só um exemplo. Há vários outros jornalistas distorcendo sem nenhum pudor os valores gastos na construção dos estádios. 30 bilhões virou o número mágico que serve para tudo. Mas a imprensa, que deveria esclarecer a população, infelizmente, prefere explorar o tema Copa do Mundo de forma a beneficiar a oposição em ano eleitoral.
Vamos agora comparar esses valores da Copa com o orçamento da saúde para vermos o quanto o país poderia estar melhor nesta área.
Reparem que os valores acima são comparados apenas com o orçamento da saúde. Se fossemos incluir também o orçamento da educação, o percentual de gastos do governo federal, via BNDES, cairia para menos de 0,4%.
Mesmo se usássemos todos os 30 bilhões como comparação, isso ainda representaria apenas 5% do orçamento da saúde desde 2007. Incluindo saúde + educação, o percentual cai para menos de 3%. Se incluirmos mobilidade urbana, cai para cerca de 1%. Concluindo, os gastos com a Copa do Mundo, qualquer que seja o valor usado, corresponde a menos de 1% do orçamento das principais pastas da área social. Desde 2010, o governo investiu 968 bilhões apenas em educação, saúde e mobilidade urbana. Isso equivale a construir todos os 12 estádios da Copa 121 vezes.
Agora me respondam, fala sério alguém que diz que o dinheiro dos estádios poderia ter sido usado para dar jeito no país? Só quem não faz a menor ideia do que é o orçamento da União pode repetir esse tipo de bobagem.
O orçamento anual da União é de 2.4 trilhões de reais. Nos últimos 5 anos, o país gastou cerca de 1 trilhão de reais só com o pagamento de juros da dívida pública. Esse é o dinheiro que realmente deixa de ser investido em saúde e educação. Não são os R$8 bilhões dos estádios.
Estudos mostram que a sonegação de impostos pelos mais ricos retira do orçamento cerca de 415 bilhões de reais todos os anos, dezenas de vezes mais que a corrupção. Isso significa que entre 2007 e 2014, o Estado deixou de arrecadar cerca de 3 trilhões de reais. Alguém ainda acha que os 30 bilhões totais da Copa são o problema?
Querem mais exemplos? Em 2007, a oposição, com essencial apoio da imprensa, conseguiu derrubar a CPMF, imposto que ajudava a identificar sonegadores e poderia render cerca de 40 bilhões de reais por ano para a Saúde. Com o fim da CPMF, estima-se que o orçamento da saúde perdeu cerca de 280 bilhões de reais entre 2007 e 2014, 35 vezes mais que o custo dos estádios pra Copa.
Para terminar os exemplos, caso os ricaços do Brasil pagassem IPVA pelas suas lanchas, helicópteros e jatinhos privados (sim, você é obrigado a pagar imposto sobre veiculo motorizada do seu Gol 1000, mas os milionários do Brasil têm isenção em seus motorizados de luxo) o estado arrecadaria cerca de R$ 8 bilhões de reais a mais todos os anos. Ou seja, com esse dinheiro daria para reconstruir anualmente todos os 12 estádios da Copa.
Acho que não preciso dar mais exemplos para você entender que não é a Copa que impede investimentos relevantes em saúde e educação.
Para finalizar, vale a pena comentar mais um dado. Segundo a constituição, os principais responsáveis pela gestão do dinheiro do SUS são os estados e municípios. O Governo Federal é diretamente responsável por, literalmente, apenas 1% de todos os hospitais do Brasil. Além disso, das 74.755 unidades de serviço de saúde público do país, apenas 563 (0,7%) são geridas pelo Governo Federal. Gestão da saúde é, por lei, dever de estados e municípios. O Governo federal é responsável pelo orçamento, mas quem aplica o dinheiro, na maior parte dos casos, são prefeitos e governadores.
No, http://blogdoitarcio.blogspot.com.br/2014/05/copa-do-mundo-e-o-orcamento-da-saude.html

Brasileiros deveriam sentir vergonha da imprensa, não do seu país


O jornalista Luis Nassif publica texto exemplar, no qual mostra o crime de lesa-pátria que a imprensa brasileira vem cometendo, ao incutir na população um negativismo exacerbado, fabricado, com evidente intenção política-partidária, principalmente em relação à Copa do Mundo.
O texto está reproduzido abaixo na íntegra.
Acrescento apenas a ele uma observação: o brasileiro não tem nenhum motivo para se envergonhar de seu país, que, apesar de todos os percalços, vence as dificuldades de um momento histórico delicado, com a persistência da mais grave crise econômica que o mundo já viveu desde 1929, e constrói um futuro digno e cheio de esperança para as futuras gerações. 
Mas tem todos os motivos para se envergonhar da imprensa que tem.
Segue o artigo:

Neymar chutou de chaleira a uruca da mídia

Na Internet, o jornalão envia repórteres para identificar falhas em todos os estádios. A manchete principal foi mais ou menos assim: “Estádio de Fortaleza tem vigas à mostra”. Foi a única coisa que teve para dizer. A construção do estádio, a arquitetura, a valorização do entorno, tudo foi varrido para baixo do tapete do negativismo.
Na página de cobertura da Copa desse mesmo portal, as últimas notícias são assim: “Governo reconhece que metade dos estádios na Copa terá internet lenta”, “CNN faz alerta para prostituição infantil em Fortaleza”, “Governo paga viagem e gringos sofrem tentativa de assalto no Rio”.
Os “Brasinhas” – tira que se popularizou nas redes sociais – não resistiu ao prato saboroso. O amiguinho de azul encontra outro amiguinho com bandeira dos EUA e comemora: “Ser chique, hoje, é torcer contra o Brasil”. O amiguinho pondera: “Mas... e se ele ganhar”. Ganha um catiripapo na orelha: “Deixa de pensar negativo”.

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Ontem, quando o ex-atleta e comentarista esportivo da ESPN norte-americana, Alexis Lalas, desembarcou no Galeão, foi cercado por repórteres ávidos por más notícias. Para decepção geral, ele se declarou encantado com a estrutura encontrada.
Em sua página no Twitter elogiou a rapidez e a sinalização do aeroporto e declarou que em nenhum aeroporto dos EUA o desembaraço da bagagem foi tão  rápido. Ironizou o fato de ter desembarcado no Rio e não ter nenhum “órgão” roubado. E, depois de um passeio em Copacabana, elogiou a “gente bonita, o clima bom e a segurança visível”.

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Há dois anos, a cobertura sistemática da Copa não reservou um espaço sequer para o feito nacional, com seus inúmeros atores, para preparar o país para a maior Copa da história. Divulgaram apenas a exceção, os problemas usuais em preparativos dessa ordem, e transformaram em regra.
Não conseguiram apenas comprometer o maior momento de marketing da história do país, espalhar a má imagem do país por todo o mundo: desprezaram  um imenso esforço conjunto juntando governo federal, governos estaduais de todos os partidos, prefeitos de capitais, Polícia Federal, Ministério Público, secretários de transporte, de segurança, técnicos em mobilidade urbana, especialistas em turismo,  bancos públicos, empresas de engenharia, fundos de investimento.

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Em São Paulo, os esforços juntaram governo federal, estadual e municipal. Esse mesmo trabalho foi feito em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza.
Ao jogar para baixo o moral nacional, com a única intenção de atuar politicamente, os grupos de mídia demonstraram que seus interesses particulares estão acima do próprio interesse nacional e até de seus anunciantes.
Em nenhum momento participaram de nenhuma etapa de construção desse evento. Mas se tornaram os maiores beneficiários, recebendo um volume recorde de verbas de patrocínio.

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Julgaram que estavam cravando a bala de prata na testa de Dilma, atribuindo a ela todos os problemas, independentemente de serem da alçada do governo federal, estadual ou municipal, de clubes esportivos. Mas acertaram a bala no centro da autoestima nacional.
Mas ontem, enquanto Neymar encantava o mundo com seus passes, São Paulo parecia viver um feriado: ruas desertas para que os paulistanos esquecessem as manchetes e celebrassem o país e a Seleção. Como se dissessem, “vocês não vão matar a alegria”.
No, http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/06/o-brasileiro-deveria-e-se-envergonhar.html