sábado, 6 de setembro de 2014

Qual vai ser o impacto das acusações de Costa nas eleições?


Paulo Roberto Costa
DCM

Quanto as acusações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa pesarão nas eleições?

Preso por corrupção, Costa acusou um número incerto de políticos – as especulações variam entre 32 e mais de 60 — de receber propinas em obras da Petrobras nos tempos em que ele foi diretor de abastecimento.

Ele decidiu fazer a chamada “delação premiada”, para reduzir substancialmente uma pena que poderia chegar a 30 anos de prisão.

Costa é uma amostra do preço das coligações pela governabilidade. Ele foi indicado para o cargo de diretor da Petrobras pelo PP, o partido de Maluf.

Ele já está na capa da Veja, conforme se poderia prever, com estardalhaço.

A Veja, em seu site, promete revelar os nomes de sua lista na edição que circula amanhã.

É provável que jornais e revistas se atirem sobre o caso com fúria, na esperança de minar a candidatura de Dilma.

A apatia da imprensa em escândalos como o do helicóptero dos Perrellas e o do aeroporto de Cláudio, para não falar das propinas do metrô de São Paulo, tende a se substituir por uma entusiasmo frenético na cobertura da delação de Costa.

Cuidados jornalísticos elementares serão ignorados. Já estão sendo, aliás. Em alguns sites, a palavra de Costa é tomada como a última expressão da verdade, muito antes de qualquer investigação.

Torça para não estar na relação, porque você não seria acusado, mas culpado antecipadamente.

Minha convicção é que o impacto das acusações nas eleições será menor, bem menor, do que gostariam os antipetistas.

A indignação, real ou fingida, vai atingir os que chamam os petistas de petralhas. São os eleitores de Aécio, no primeiro turno, e de Marina, no segundo.

Eles votariam em qualquer coisa para tirar o PT do poder. Detestam o lulipetismo, o bolivarianismo, o dilmismo – em suma, qualquer coisa que remeta ao PT.

Eles não precisam das acusações de Paulo Roberto Costa, ou de quem quer que seja, para militar e votar contra os “petralhas”.

Do outro lado, quem está com Dilma dificilmente se movimentará para outro candidato.

Há uma justa desconfiança das intenções por trás de denúncias de corrupção.

Ao longo da história recente, escândalos – muitas vezes simplesmente inventados, e outras tantas brutalmente ampliados – foram a arma da mídia para desestabilizar governos populares.

De Getúlio a Jango, de Lula a Dilma, tem sido sempre a mesma história.

As delações de Costa devem ser apuradas, e os culpados punidos. Ponto.

Mas daí a manipular o público para favorecer os privilegiados de sempre vai uma longa distância.

O povo parece ter percebido isso, nos últimos anos, e eis uma avanço de consciência que deve ser saudado."

Por que Aécio se estrepou


Perspectiva de fiasco histórico
DCM

Vista a campanha presidencial em retrospectiva, as coisas tinham tudo para dar errado para Aécio.

E deram.

Como poderia ser diferente se a primeira promessa de Aécio a ganhar o público foram “medidas impopulares”?

Tudo bem, essa promessa foi feita a um grupo restrito de empresários, e Aécio certamente que não desejava que ela viesse à luz.

Mas mesmo assim: a mera de intenção de tomar “medidas impopulares” já revelava um candidato sem a menor noção de realidade.

Os brasileiros, ainda que de uma forma difusa, clamam por avanços sociais. Aécio, com suas “medidas impopulares”, sugeria exatamente o oposto.

Dilma e Marina, cada qual a seu modo, representam a expectativa – ou ilusão, para os mais céticos — de uma redução na desigualdade social brasileira.

Gosto de um provérbio romano, atribuído ao imperador Otávio Augusto, segundo o qual quando você sabe para onde ir, todo vento ajuda.

Da mesma forma, quando você não sabe, nenhum vento ajuda. É o caso de Aécio e, mais que ele, do PSDB como um todo.

Uma das maiores conclusões destas eleições é que os tucanos correm risco de extinção, à míngua de votos e, mais que isso, de propósito, de causa.

O  PSDB, sob Serra, virou um partido de direita, reacionário.

Transformou-se na versão século 21 da UDN, o partido de Lacerda que, sob a égide cínica do moralismo fajuto, tramou contra todos os governos populares.

Os udenistas correram aos quartéis, contra Getúlio e depois contra Jango, em busca de um golpe militar que os colocasse no poder.

Apenas não contavam que os militares acabassem gostando do poder.

É presumível que, se os militares estivessem à disposição hoje, e tivessem força, os tucanos repetiriam o que os udenistas fizeram no passado.

(De certa maneira, os militares, nos nossos dias, foram substituídos no sonho conservador pelos juízes do STF, mas sem sucesso.)

Partidos como a UDN de antes e o PSDB de agora cumprem a mesma sina: são amplamente favorecidos pela imprensa, mas carecem de voto.

Os tucanos, para se reinventarem, teriam que se afastar do ideário de direita que os tomou.

Perderiam o aplauso incondicional da mídia, mas seriam mais competitivos nas urnas na “Era da Desigualdade”, como podemos designar estes tempos.
Não há nenhum sinal de que isso vá acontecer.

Repare o entusiasmo boçal com que, no primeiro debate, Aécio anunciou Armínio Fraga como seu ministro da Economia.

Parecia um técnico de futebol anunciando a aquisição de Messi.

Fraga representa o oposto daquilo que o Brasil pede, exige hoje – uma sociedade menos desigual.

Para usar a linguagem consagrada pelo movimento Ocupe Wall St, Fraga é o nome dos sonhos do 1%, da plutocracia.

O aeroporto da cidade de Cláudio acabou não tendo importância nenhuma no anunciado fiasco de Aécio, a despeito de expor o discutível conceito de moralidade e ética do neto de Tancredo.

A causa real da agonia de sua candidatura é um programa completamente desvinculado das necessidades sociais do Brasil destes dias.

A solução não é tão difícil assim: sair da direita.

Só que os líderes do PSDB não estão enxergando sequer o problema, que dirá a solução."

A esquerda que a direita ama

Gilson Caroni Filho 

Todas as denúncias têm que ser apuradas pela imprensa, investigadas pela Polícia Federal, Ministério Público e julgadas procedentes ou não pela Procuradoria- Geral da República para, só então, serem submetidas ao STF que analisará a consistência do que é denunciado. Estamos acostumados ao denuncismo seletivo próximo às eleições.Principalmente quando envolve a Petrobrás, empresa estratégica que a direita quer privatizar, e o governo petista. A edição da "Veja" deste final de semana é mais um exemplo. Se há suspeita de crimes contra o erário público que se investigue, mas não cabe julgamento a partir do que foi publicado, principalmente por veículos que dão a notícia com ares de sentenças transitadas em julgado. Todos sabemos que não existe informação inocente,ainda mais quando uma revista tem acesso a algo que corre em segredo de justiça. Claro que isso tudo será usado como arma eleitoral, mas o que me deixa pasmo é ver algumas pessoas, que se dizem éticas e à esquerda do atual governo, terem como fonte fidedigna a revista da família Civita. Preciso dizer a que partideco me refiro? 
via: http://esquerdopata.blogspot.com.br/2014/09/a-esquerda-que-direita-ama.html

Elite condena o projeto petista de governo: PT está certo (!?)


Segundo o Gallup, em pesquisa de 2012, 59% dos brasileiros estavam “prosperando”, e os demais 41%, “batalhando”. O Brasil ocupava a 9ª posição entre os “prósperos”, ao lado da Áustria. Atrás da Dinamarca , Holanda, Canadá, Israel, Suécia, Austrália, Finlândia e Nova Zelândia. O povo parece endossar estes dados…
Alguns dados apresentados são de 2012 e 2013, mas continuam muito atuais.
Apesar de toda a campanha midiática contra o PT, o partido cresceu na últimas eleições municipais e a presidenta Dilma continua liderando a corrida presidencial, segundo últimas pesquisas.
O que poderia explicar tamanha adesão ao ideário petista, justamente no momento em que o partido sofre os maiores ataques a sua imagem, por parte da mídia, em toda a sua história? É importante posicionar que a velha imprensa têm atuado como porta voz dos interesses da elite econômica deste país, desde há muito tempo, logo não fala somente por si em seus editoriais, análises e noticiários.
A vida das pessoas, em geral, segue prosperando e as oportunidades continuam brotando, mesmo com uma crise instalada nos países ricos há mais de cinco anos.
Converge para esta hipótese uma pesquisa da empresa americana de consultoria Manpower, que aponta o país como um dos maiores geradores de empregos no mundo para 2013, líder absoluto na América Latina.
Ou a pesquisa Pnud, da ONU, que aponta avanços históricos na melhora do IDH brasileiro desde 2003, conforme afirmou o representante deste estudo no Brasil, Jorge Chediek: “O relatório mostra que alguns países adotaram modelos de desenvolvimento com maior destaque para a participação do Estado e políticas de transferência de renda que tiveram um resultado histórico”, e que considera o Brasil um dos protagonistas dessa mudança.”
Isto, a grande imprensa, não se dá ao trabalho de destacar. O eleitor não encontrará tais dados folheando grandes jornais ou assistindo jornalísticos das grandes emissoras de Tv. O cerco ao Brasil real tem fortes propósitos políticos, encampa nomes escolhidos pelos conservadores, das mais variadas matizes e exoticidades.
Confira abaixo a opinião de Mauri Cruz, militante do PT desde 1983, que identifica no bombardeio midiático contra o PT, o sinal de que o projeto político do partido está no caminho certo.
Um fio de esperança
O bombardeio midiático contra o PT demonstra que, apesar dos governos Lula e Dilma não terem rompido com o modelo econômico capitalista desenvolvimentista há uma série de ações e medidas que contrariam os interesses dos barões das telinhas.
É aquele consolo quase ingênuo de que, mesmo não concordando ou não entendendo bem o que o nossos governos estão fazendo, enquanto nossos adversários de classe estiverem contrários e críticos há uma possibilidade, mesmo remota, de estarmos no caminho certo.
O levante midiático feito com o advento da ação penal contra os dirigentes nacionais do PT e as repetidas matérias contra petistas ilustres que diariamente frequentam as páginas eletrônicas e televisivas dos grandes meios de comunicação nacionais de alguma forma expressam claramente que “elles” não nos querem no governo, muito menos no poder. Que bom. Nem que seja por isso, devemos lutar por mais quatro anos para a companheira Dilma.
Isso não quer dizer que concordo com o enveredamento de setores das cúpula petista para práticas e posturas nada éticas com recursos públicos. Mas convenhamos, o desvio de finalidade da política sempre foi a marca dos partidos e políticos de direita deste país e, não vejo nenhuma voracidade ética da mídia tupiniquim contra eles. Esta crítica seletiva põe por terra qualquer defesa de honestidade e retidão dos pseudo denunciantes.
De nossa parte, desvios éticos sempre houve na esquerda e isso não é privilégio de campo político e, pelo menos do que conheço, sempre soubemos extirpá-los. Daí que não vejo porque alguns dos nossos companheiros fazem coro à saga da mídia monopolista contra a corrupção olhando só para os governos petistas. Se fosse séria, denunciariam à todos, começando por si mesma. Sim, porque é ali na Globo/Veja e Cia Ltda. que o desvio do interesse público começa. Caso contrário “eles” defenderiam os conselhos de comunicação e licitações públicas para concessão de meios de comunicação, vocês não acham? Por isso, repito, enquanto “elles” estiverem contra nossos governos ainda há um fio de esperança.
Mauri Cruz é advogado socioambiental e filiado ao PT desde 1983.
vi no: http://blogpalavrasdiversas.wordpress.com/2014/09/06/elite-condena-o-projeto-petista-de-governo-pt-esta-certo/#.VAsZmgwXNNc.facebook 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O mundo mágico da candidata



O físico Rogério Cerqueira Leite escreveu um artigo na seção “Tendências/Debates” (pág. A3) da edição de domingo (31/8) da Folha de S.Paulo que merece reflexão por parte das pessoas preocupadas com a sorte do país (ver “Desvendando Marina”). Ele se referiu ao risco de, numa abordagem de ciência, recuarmos em direção a um pensamento obscurantista capaz de liquidar com as perspectivas de tirarmos partido da genialidade humana para amenizar desafios nacionais e sermos capazes de dialogar em igualdade de condições com as sociedades mais avançadas do planeta.

O temor de Cerqueira Leite é o fundamentalismo da candidata Marina Silva, concorrente ao Palácio do Planalto: mais especificamente o criacionismo — a ideia de o mundo ter sido criado ao longo de sete dias, numa época há pouco mais de 4 mil anos.

A data a que Cerqueira Leite se refere, na verdade, foi estabelecida em 1654 pelo bispo irlandês James Ussher. Ele consumiu toda uma vida de dedicação a estudos bíblicos. Ao final desse esforço — e depois de somar a idade de muitas gerações, incluindo a suposta longevidade de personagens como Matusalém — anunciou que o mundo foi criado em 26 de outubro de 4004 antes de Cristo (a.C.), precisamente às 9 horas da manhã.

Atualizando esses dados, o mundo (a Terra) teria agora — na concepção criacionista do bispo, partilhada por Marina e seus mentores religiosos — exatos 6.018 anos. E não os quase 5 bilhões, desde que o Sistema Solar tomou forma a partir de uma nebulosa deixada pela morte de uma estrela de grande massa, quando a Via Láctea, a galáxia que abriga o Sol e seu colar planetário, ainda era jovem.

Como a ciência demonstrou a idade da Terra, refutando a interpretação do bispo Ussher e dos que o seguiram?

Há mais de uma maneira de fazer isso, mas a descoberta da radioatividade, no século 19, desempenhou um papel fundamental nesse processo. Determinados elementos químicos, como o urânio, se decompõem (decaem) dando origem a outros. Na Natureza, um bloco rochoso que contenha urânio, ao final de certo tempo, terá apenas metade dele. Esse tempo é chamado de meio-vida. Elementos químicos de meia-vida curta, de dias ou semanas, são utilizados, por exemplo, para diagnóstico clínico de uma série de doenças.

Precisão do relógio atômico

Se a Terra for considerada um bloco rochoso cósmico, de 12.400 km de diâmetro, com base no urânio de que ela dispõe é possível calcular sua idade e, neste caso, os dados apontam para 4,6 bilhões de anos, uma época desconcertantemente mais remota que a apurada pelo bispo.

Inúmeras outras evidências apontam para uma Terra mais velha, com história mais fascinante e complexa do que sugere a linguagem poética da mitologia religiosa. A alegoria é a linguagem dos mitos e desconhecer essa situação e tratar relatos ao pé da letra conduz a absurdos que a razão não pode acatar.

Numa escola de boa qualidade, mesmo uma criança de poucos anos compreende esse raciocínio e tem condições de rejeitar a data de uns poucos mil anos para a Terra, idade fixada pelo bispo do século 17. Mas a história não é um movimento uniformemente acelerado e o retrocesso que o Ocidente viveu durante a Idade Média, com a ruína da cultura greco-romana a partir do século 5, é o bastante para demonstrar que a possibilidade de recuos para o obscurantismo é mais que pura ficção.

Jovens eleitores, e uma parcela significativa da população, incluindo pessoas com boa formação intelectual, decepcionados com o que consideram fracasso da administração atual, colocam seus ovos na cesta oferecida por Marina.

O voto é livre, ao menos teoricamente, e ninguém tem o direito de achincalhar quem quer que seja que, seguindo as regras estabelecidas, se candidate ao cargo majoritário da nação. A sociedade, no pós-autoritarismo, conquistou esse direito. Mas as pessoas também têm obrigações em relação às atuais e futuras gerações — e o artigo de Cerqueira Leite é um repto, no sentido de que elas considerem seus atos antes de depositar esperanças no que tem tudo para ser um tenebroso fracasso: o retorno a uma ordem superada, em que a inteligência fica substituída pela memória, sem perspectiva de libertação do que quer que seja.

Para quem se julga acima de qualquer suspeita, em termos de discernimento, talvez seja interessante dizer que a equação simplória do bispo Ussher foi prontamente assimilada, por exemplo, pelo astrônomo polonês Johannes Hevelius (1611-1687), conhecido como fundador da topologia lunar, mas não sem uma pequena alteração. Por uma questão de preciosismo, ele preferiu as 18 horas do 24 de outubro de 3963 a.C.

As contas de Johannes Kepler

Outro que se deixou levar pelas contas do bispo foi o grande Johannes Kepler (1571-1630) que, com suas leis de movimentos planetários, foi uma espécie de anunciador de Isaac Newton (1642-1727). Mas também Kepler fez seus ajustes e datou a criação do mundo em 27 de abril de 4977 a. C. sem um horário preciso.

Kepler é conhecido dos historiadores da ciência como “o último dos antigos e o primeiro dos modernos”. Como último dos antigos, foi praticante da ciência mágica da astrologia e com algum ganho nesta área amenizou parcialmente a miséria em que viveu por quase toda vida. Como primeiro dos modernos, coube a ele a ousadia de deformar o círculo, a forma aristotélica perfeita, para produzir um anel achatado, a elipse, e explicar a forma das órbitas planetárias em torno do Sol.

Hevelius e Kepler viveram numa época de transição. Para trás deixaram tudo o que era velho e superado. Pela frente, ao menos Kepler anunciou um futuro que ele mesmo não tinha como vislumbrar. Aquele também foi um momento histórico de rápidas e radicais transformações, tanto que coincide com a Revolução Científica, conceitos e práticas que formam a base da ciência moderna.

Esses períodos vertiginosos da história estão de volta e provocam uma derrocada da Política, etimologicamente a arte de gerir a polis, a cidade, o espaço da cidadania grega. Ao menos isso é o que se pode deduzir do pensamento do historiador inglês Tony Judt (1948-2010), em O mal ronda a Terra, com o esfacelamento do estado de bem-estar social que se seguiu à Segunda Guerra Mundial por parte de governos conservadores como o de Margareth Thatcher, na Inglaterra, e Ronald Reagan e seus seguidores, nos Estados Unidos.

O astrônomo e divulgador de ciência americano Carl Sagan (1934-1996), embora não tenha podido ler o artigo de Rogério Cerqueira Leite, curiosamente está em completo acordo com ele, um dos trabalhadores intelectuais preocupados com a consolidação e ampliação da atividade científica no Brasil. Em seus dois últimos livros — O mundo assombrado pelos demônios – a ciência vista como uma vela na escuridão e Bilhões e bilhões —, Sagan amargurou a impotência da ciência em varrer o obscurantismo da face da Terra e, em lugar da opressão da irracionalidade, permitir o florescimento de uma sociedade comprometida com a humanização, o que significa tirar partido pleno da genialidade humana na desafiadora aventura da vida.

Poder de fazer chover

Críticos mais apressados podem rispidamente argumentar — no estilo grosseiro que domina boa parte dos debates públicos — que a ciência é um luxo para o povo, que em lugar disso prefere “fumo de boa qualidade e diversão”, acusação invocada no Brasil já no final do Império.

Engano típico de pensadores apressados e superficiais. A ciência, se formos atribuir uma finalidade a ela, é responsável — como outras áreas do conhecimento, incluindo a própria religião, filosofia, literatura e artes, caso da música, pintura e até mesmo dos esportes — pela formação de um substrato mental, uma forma de conceber e projetar o mundo no espaço e no tempo. A visão fundamentalista é uma camisa de força. Ela inibe o fluxo das ideias novas, sufoca pelo formalismo sem movimento e assim elimina o viço do conhecimento.

Aberta ao mundo fascinante da ciência — em que a realidade não é menos misteriosa ou perturbadora que na religião —, Marina Silva poderia ser uma promessa do novo, que se esforça para demonstrar, e que tem lhe custado, em curtíssimo espaço de tempo, uma surpreendente coleção de disparates. Comprometida com a intepretação literal da Bíblia, no entanto, a exemplo do bispo James Ussher há quase 400 anos, a possibilidade de ela ser uma farsa, como aponta Rogério Cerqueira Leite em “Desvendando Marina”, é assustadora para uma sociedade que tem pela frente, entre outros desafios, a tarefa de recuperar o tempo perdido de 350 anos de escravidão, regime em que justiça, cidadania e bem-estar social não fazem qualquer sentido.

Marina pode rebater que não é bem assim. Que um homem de ciência como Rogério Cerqueira Leite é preconceituoso e intolerante com uma moça pobre que se alfabetizou na vida adulta: “um desses trogloditas”, como se referiu aos críticos da candidata o pastor Caio Fábio, um dos seus mentores, na edição de segunda-feira (1/9) da mesma Folha de S.Paulo. Outro dos pastores mentores de Marina, Hardman Daniel, ouvido pelo jornal, diz que ela “não precisa de guia espiritual. Ela tem o relacionamento dela com Deus. Ela conhece Deus”.

Hardman relatou, no melhor estilo bíblico, que quando sua discípula dirigia o Ministério do Meio Ambiente, “um incêndio se abateu sobre a região Norte. Nós oramos. Choveu no mesmo dia, e em um tempo que não era de chuva”, o que sugere milagre ou soluções do realismo mágico.

Se o caso relatado pelo bispo configurar milagre, talvez Marina pudesse começar, já como candidata, a recuperar as águas do reservatório da Canteira, a principal fonte de abastecimento da cidade de São Paulo. Encarnando o Prometido, típico das sociedades messiânicas, ela seria imbatível.

Evidentemente que um homem de ciência, caso de Rogério Cerqueira Leite, não levaria a sério possibilidades como essa: fazer chover sob um céu está vazio de nuvens. O pastor, tampouco, estará disposto a demonstrar que sua discípula tem, de fato, o poder de fazer chover, em especial na secura da estiagem. Para o pastor será mais conveniente tentar desclassificar o físico, alegando que ele carece de fé. 

Ulisses Capozzoli, jornalista, editor chefe da Scientific American Brasil
No OI
via http://www.contextolivre.com.br/2014/09/o-mundo-magico-da-candidata.html

O embate de ideias econômicas nas eleições



Ontem, o Seminário da ANBB (Associação Nacional do Banco do Brasil) "Repensando Estrategicamente o Banco do Brasil", juntou três economistas ligados aos candidatos à Presidência: Alexandre Rands Barros representando o PSB; Mansueto de Almeida representando o PSDB; e Márcio Pochmann o PT.

A prioridade dos liberais — Mansueto e Rands — são os acertos institucionais; dos desenvolvimentistas — Pochmann —, o plano de desenvolvimento estratégico.

* * *

As críticas dos liberais são focadas em princípios de gestão.

Tem que haver responsabilidade fiscal, clareza sobre os gastos públicos, sobre o custo dos subsídios e previsibilidade na economia.

Não conseguem desenvolver uma visão sistêmica da economia. Rands mencionou estudos próprios sobre os fatores que mais impactam o desenvolvimento e a competitividade. Deu educação. Logo, todo foco tem que ser na educação, como se fosse uma variável autônoma e suficiente. Aliás, Rands deveria ter poupado os presentes da discussão sobre se BC independente é proposta de esquerda ou direita; se melhorar a mobilidade urbana é esquerda ou direita. Um primarismo indesculpável!

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Mansueto, por sua vez, mostra que as políticas sociais necessitam de recursos crescentes; e recursos dependem do crescimento. Para crescer tem que haver previsibilidade. Bastará superávit primário para haver crescimento e atendimento de todas as demandas.

Obviamente, como todas os economistas dessa linha, Mansueto está preocupado em calcular o superávit primário (excluindo juros) e os custos dos maiores e dos menores programas sociais (o que é ótimo). Mas o maior custo do orçamento brasileiro — os juros — não entra nas suas contas.

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De seu lado, Pochmann tem uma visão histórica apurada, defende a ampliação do papel do Estado na economia — e relega para terceiro plano aspectos ligados à própria prestação de contas pública. Como se visão estratégica prescindisse de boa gestão fiscal, de regras claras para a economia e de limites para o voluntarismo do governante.

* * *

Ora, ambas as escolas de pensamento têm vícios recorrentes, que se repetem a cada ciclo. Atribui-se aos liberais a falta de visão estratégica e sistêmica da economia; aos desenvovimentistas os abusos das intervenções personalistas.

No caso do liberalismo, o governo FHC repetiu todos os vícios históricos, com sua falta de visão estratégica, o pouco cuidado para definir a competitividade da economia, o fato de considerar taxa de juros como variável independente.

No caso dos desenvolvimentistas, os últimos anos foram pródigos na explicitação de vícios históricos, com o absurdo dos “campeões nacionais” do BNDES, a concessão de subsídios ao consumo sem obedecer a nenhuma planejamento, a falta de transparência nos custos das políticas públicas e das contas fiscais..

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No atual estágio de desenvolvimento social brasileiro, não se admitem mais políticas personalistas, de gabinetes e falta de controles e transparência..

Com o desafio de ganhar produtividade para garantir a geração de empregos de qualidade, não se pode julgar que o mercado, por si, encontrará o caminho. Há que se ter uma diretriz clara, para impedir a dispersão de esforços e recursos.

Enfim, deixar de usar o carimbo ideológico para práticas que são comuns a todas as políticas públicas virtuosas.

Luís Nassif
No GGN
via http://www.contextolivre.com.br/2014/09/o-embate-de-ideias-economicas-nas.html

A HISTÓRIA SE REPETE COMO TRAGÉDIA



O que aconteceu com a classe média brasileira?  Esquecimento?  Gosta de sofrer?

Elegeram Collor apesar de serem avisados  do risco. Deu no que deu, fez um péssimo governo, sofreu o impeachment.  A equipe econômica, com Zélia Cardoso e André Lara Rezende, confiscou a poupança. Foi um horror, pessoas suicidaram-se por desespero. O mesmo  Lara Rezende que vai fazer parte da equipe econômica da Marina Silva.

Elegeram FHC, foi um terror  para o país e para o povo brasileiro. Privatizações escusas, arrocho salarial, desemprego recorde, FMI mandando e desmandando na nossa economia, 54 milhões de pessoas vivendo na miséria. Juros estratosféricos, o país quebrou três vezes, dívida imensa externa e interna. Comprou votos no Congresso para a reeleição. Tentou privatizar a Petrobras, o BB, a Caixa Federal. O povo não tinha crédito, tinha que  recorrer a agiotas com juros de 20% ao mês se necessitasse de dinheiro. O povo comeu o pão que o diabo amassou.

Agora  querem eleger Marina Silva. Ligada diretamente com banqueiros,  que querem cada vez mais lucro, o povo vai ser massacrado.  O desemprego será imenso, o crédito  pessoal vai sumir  e os juros serão insuportáveis. Os banqueiros vão ditar as regras para economia. Ela vai entregar o pré-sal  aos EUA, vai privatizar a Petrobras com ajuda do PSDB/DEM. Essa é nova política?

Os homossexuais não terão direitos no governo Marina Silva, o fundamentalismo evangélico vai ditar o comportamento da população. Vai ter censura de programas, de filmes, livros, revistas e até de vestimentas, que serão julgadas adequadas ou não. O Brasil deixará de ser um estado laico, as religiões africanas serão dizimadas. Marina Silva e seus  bispos mentores são fundamentalistas da Assembleia de Deus!

Os programas sociais  de Lula e Dilma vão acabar, o país vai viver um caos. As obras  de infraestrutura do PAC serão suspensas, causando um grande prejuízo  para o país e para o povo.

O agronegócio e a pecuária  não vão  ser muito prejudicados  porque toda a produção será voltada para a exportação, mas vão faltar alimentos, carne e leite, que terão preços estratosféricos.  O  desemprego será novamente imenso. Marina Silva vai  cortar os incentivos para os pequenos produtores agrícolas.  Não vai ter mais  Mercosul, Unasul ou BRICS, ela vai se unir  com o  EUA, com  a  ALCA, e vai  ter a volta do FMI.

E novamente, como ocorreu com Collor, o povo vai às ruas pedir o impeachment. É isso que desejam para o país, para o povo, para seus filhos?  Vai ser um grande  pesadelo se, por uma imensa desgraça, ela se eleger!

Jussara Seixas
http://profdiafonso.blogspot.com.br/2014/09/a-historia-se-repete-como-tragedia.html

Contradições, mentiras e personalismo


Confiança é a base das relações humanas.
Ninguém faz negócios com quem não confia.
Ou se relaciona com um mentiroso.
O caso da candidatura Marina Silva ultrapassa qualquer limite ético que se possa estabelecer, tantas são as contradições, titubeios e falta de transparência que apresenta.
Não se passa um dia sequer sem que os jornalões noticiem mais um fato desabonador àquela que dizia ser a guia de uma nova política.
O caso do avião que caiu e matou o então candidato do PSB, Eduardo Campos, e foi também utilizado por sua vice Marina Silva, é escandaloso. Talvez por isso não receba das autoridades eleitorais - sim, elas têm um lado nesta eleição - a devida importância.
O recuo na questão da união homossexual, os diversos plágios do programa de governo, a recusa em detalhar os clientes de suas palestras, a virada escandalosa na questão da anistia aos torturadores, a indefinição sobre a prioridade da exploração do pré-sal, a revelação do uso da "roleta bíblica" para a tomada de decisões, entre outras questões, reduzem Marina Silva ao que ela realmente foi toda a sua vida, uma pessoa muito diversa daquela que, por força de um poderoso marketing, tem sido apresentada ao público quase que como uma heroína.
A verdadeira Marina Silva é essa que a campanha eleitoral está revelando. 
É uma egocêntrica que coloca as suas ambições acima de qualquer ideologia. Foi de esquerda quando isso lhe era conveniente, hoje é uma neoliberal selvagem porque viu que só assim conseguiria os patronos necessários para a sua aventura rumo ao poder.
Várias personalidades iguais a Marina ocuparam lugar parecido na história. Alguns se deram bem, alcançaram seus objetivos, se refestelaram no poder.
Mas nenhum deles teve êxito em melhorar a vida dos cidadãos a quem deveriam, supostamente, servir.
Ao contrário, o que se viu em experiências desse tipo foi um resultado catastrófico, equiparado aos devaneios irreais dessas lideranças personalistas e alucinadas.
http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/09/contradicoes-mentiras-e-personalismo.html

AINDA SOBRE MUDANÇAS

 




Em tempos nos quais se fala muito em mudança, é sempre bom indagar o que mudanças de fato significam e em que implicam. Substituir um governante por outro nem sempre significa a mudança que se quer ou da qual se necessita. Collor foi  eleito sob a egide da mudança e do combate aa corrupçao, nao implementando qualquer das duas coisas. Quem quer mudanças politicas e sociais deve tambem ser capaz de mudar, ou mudar o angulo pelo qual observa a realidade. Pode, ainda, interferir nela atuando em direçao aa mudança desejada e usando os inumeros canais participativos existentes, ja que praticamente tudo o que fazemos interfere de algum modo no todo, ainda que de forma microscopica e nem sempre planejada.


Premissas importantes: nao e preciso destruir algo para tentar construir novas realidades e nem esperar adesao de todos para iniciar algo. Pode-se conquistar mais adeptos para qualquer proposta servindo como exemplo que por pura tatica de convencimento. Quem quer algo deve dar o primeiro passo e começar a construir, mas se for ago que dependa de outros a construçao e vontade tambem devem ser coletivas. Independente disso, o mundo passa por transformaçoes e mudanças a todo momento, quer se queira ou nao.

De qualquer modo, tudo tem que ter uma previsao de viabilidade ja que o `como` costuma ser um dos entraves iniciais ao que se imagina. Um dado importante é nao querer reinventar a roda, exceto se essa nova roda for de fato necessaria e melhor em algum sentido. Por fim, ninguem é obrigado a acreditar no(s) projeto(s) de alguem e muitas `grandes ideias` terminam se mostrando obsoletas ou inviaveis. Deve-se perguntar: mudar o que? mudar como? e mudar para que ou para quem? - ate mesmo para depois nao ter que dizer: Nos eramos felizes e nao sabiamos! ...
http://salafehrio.blogspot.com.br/2014/09/ainda-sobre-mudancas.html

Cinco razões para tantas risadas



Paulo Moreira Leite, Blog: Paulo Moreira Leite

"Num país onde os bons humoristas se aposentaram, mudaram de profissão ou foram desta para melhor, imagino que os banqueiros não devem lembrar-se de nenhum momento mais adequado par dar boas bargalhadas de felicidade como a campanha de 2014.

Vejo cinco razões principais.

A primeira é que Marina Silva, sua candidata a presidente está em boa posição nas pesquisas eleitorais e tem boas chances de vencer a eleição num país que hospeda a 7a. maior economia do planeta. Só isso já seria um motivo de alegria, considerando que nos últimos 12 anos o país atravessou o mais amplo programa de distribuição de renda de sua história e as taxas de juros, ainda que estejam em patamares convenientes para o rentismo, se encontram no patamar mais baixo em duas décadas.

Depois de refugar um pouco, a candidata já disse que apoia a autonomia do banco Central, uma barbaridade do Estado mínimo que saiu de moda depois de 2008, quando a maior crise em 80 anos mostrou que o emprego do cidadão comum e o futuro das famílias são questões sérias demais para ficar nas mãos dos banqueiros.

A segunda razão é que ninguém percebeu qual é o verdadeiro plano da candidata para os bancos brasileiros. Quem chegar a pagina 61 do programa de Marina Silva vai descobrir. Claro que ela fala em reduzir impostos e prometer outras faciliades há muito reclamadas por aquele pessoal que, no início dos século passado, usava fraque e cartola para ir ao trabalho. Mas isso não é o principal. Ela quer acabar com o crédito direcionado, em nome, claro, da necessidade de livrar a economia de entraves burocráticos que ninguém sabe para que servem mas condena mesmo assim porque é bonito falar essas coisas.

Crédito direcionado é aquela parte dos depósitos bancários que deve ter uma finalidade social. Não podem ser emprestados pela máxima taxa de juros que o banco conseguir arrancar de seu cliente. Deve ser oferecido a juro mais barato e ser empregado para investimentos de reconhecido valor para a sociedade. Por exemplo: 65% dos recursos da poupança não podem ser gastos à vontade pelo banco, mas usados para o crédito imobiliário. Com o fim do credito direcionado, chegamos ao regime de farra total. É por isso que a turma não pára de rir. Só para você ter uma ideia. Em 2008, quando a crise mundial explodiu, nosso crédito direcionado atingia a módica quantia de 1,8% do PIB.

Em 2013, o volume era de 8,2% do PIB. O que se passou entre um número e outro foi o Minha Casa Minha Vida que, neste período, entregou e contratou perto de 3,5 milhões de casas para a população de baixa renda.

O quarto motivo para rir é que, mesmo acabando com o credito direcionado, a campanha de Marina Silva fala em aumentar o Minha Casa Minha Vida para 4,4 milhões. Quer nos fazer acreditar que será possivel cortar a principal fonte de recursos baratos e aumentar os gastos em 50%.

Essa é a verdadeira anedota: como todo governo com um programa onde as contas não fecham e os meios não concordam com os fins, seu destino é o fracasso. Mas aí, riem os banqueiros, os votos já foram contados e será tarde demais."

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Os antipetistas que só querem manter seus imensos privilégios


Qualquer um tem todo o direito de não gostar de Lula, de Dilma, do PT e dos petistas - e, por tabela, dos "esquerdistas" em geral.
Muitos associam o PT ao "comunismo" e têm convulsões só em ouvir esse nome. 
Geralmente são pessoas nas quais o anticomunismo é atávico, está no gene. 
Outros que pensam da mesma maneira são simplesmente desinformados ou vítimas da propaganda incessante que há décadas prega as vantagens do capitalismo sobre tudo o que existe no planeta Terra.
Seja como for, o Brasil é uma democracia - jovem e imperfeita, ainda -, e cada um pensa como quiser.
O que não dá para engolir, porém, é ouvir essas pessoas negarem a realidade, ou seja, que o Brasil melhorou, em todos os aspectos, desde que Lula inaugurou um governo trabalhista, lá em 2003.

O país é hoje outro, muito melhor.
Dezenas de milhões de pessoas foram tiradas da miséria.
O mercado consumidor cresceu incrivelmente.
A educação melhorou, assim como a saúde.
Nunca houve tanto crédito à disposição para a compra de veículos e imóveis.
Importantes obras de infraestrutura se espalharam pelo país todo.
O petróleo da camada de pré-sal já é uma realidade, que pode levar o Brasil a um nível ainda mais elevado de desenvolvimento.
A ignóbil desigualdade social diminuiu bastante
O Brasil é hoje protagonista nas mais variadas organizações internacionais, é respeitado pelas potências e tem voz ativa nas relações externas.
A inflação está sob controle.
A taxa de desemprego é baixa.
O combate à corrupção passou a ser sistemático.
As conquistas, em todos os campos, foram inúmeras.
Mas isso não significa que estejamos no melhor dos mundos.
Falta muito para que o Brasil seja, ao menos, um país de classe média.
O caminho para se chegar a isso, contudo, foi claramente indicado pelas administrações trabalhistas.
Os adversários do governo tentam, nesta eleição presidencial, vender todos esses êxitos como o mais retumbante fracasso.
E oferecem ao eleitor propostas que, se executadas, resultarão, em pouco tempo, na volta a um passado que só uma ínfima minoria gostaria de reviver.
Ao contrário dos antipetistas inocentes úteis que renegam a realidade porque isso faz parte de sua natureza, essa turma que se esconde atrás dos rostos de Aécio Neves e Marina Silva não é de brincadeira.
São profissionais, são organizados, são unidos, são capazes de tudo para impedir que o Brasil seja um bom lugar para a imensa maioria viver.
Seu único objetivo é impedir que a felicidade inunde todos os cantos.
Querem que a riqueza seja exclusiva de seu minúsculo grupo.
Querem o poder não para melhorar o mundo, mas somente para preservar os seus imensos privilégios. 
http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2014/09/os-antipetistas-que-so-querem-manter.html

Ovo da serpente da república dos banqueiros com Marina já chocava em 2010


Alvaro, ex-Citi e atual Ambev: doações de fabricantes de bebidas não pode; mas tê-lo na tesouraria pode
"Ex-presidente do Citibank no Brasil e atual membro do conselho de administração da Ambev é tesoureiro da candidata do PSB desde a eleição passada – embora ela recuse doações de fabricante de bebidas
Helena Sthephanowitz, RBA / Blog da Helena

As relações da candidata Marina Silva (PSB) com banqueiros vão muito além da família Setúbal, do banco Itaú. O tesoureiro de campanha de Marina é Álvaro de Souza, ex-presidente do Citibank no Brasil, ex-vice presidente mundial e para a América Latina do Citigroup. Chegou a ser um dos sete principais executivos do banco estadunidense. Ocupou esses cargos entre 1993 e 2001, época de ouro da privataria tucana no Brasil, quando o Citibank tinha parcerias nas privatizações brasileiras, com o Banco Opportunity, de Daniel Dantas.

Souza já foi tesoureiro de Marina em 2010, retratado em uma reportagem na revistaIstoÉ daquele ano como “O banqueiro de Marina”. A reportagem afirmava que ele intermediava encontros da candidata na Bolsa de Valores, com financiadores de campanha e com investidores estrangeiros em Nova York. Ainda de acordo com a publicação, o banqueiro confidenciava a colegas de campanha a surpresa com a boa receptividade da candidata entre as elites econômicas.

Como se vê, a construção do programa econômico neoliberal de governo de Marina Silva, prevendo Estado mínimo, rendição incondicional ao Consenso de Washington – já fracassado pelo desemprego e empobrecimento do povo – e a desregulamentação radical do mercado financeiro pelo Estado, através de um Banco Central independente, já tem mais de quatro anos de gestação entre banqueiros brasileiros e internacionais e Marina Silva.

Isso explica a adesão incondicional da candidata do PSB ao discurso do mercado financeiro, setor que conspira abertamente contra a reeleição de Dilma Rousseff. E explica a inusitada empolgação que Marina passou a provocar entre especuladores nas Bolsas de Valores. Saiu de campo a “nova política” e entrou o velho mercado.

Contradições

As contradições de Marina Silva não param de surgir. Em vez de lutar pela reforma política que proíba financiamento eleitoral privado por empresas, Marina, em gesto populista, diz não aceitar doações para a campanha de fabricantes de bebidas alcoólicas, fumo, armas e agrotóxicos. Mas aceita doações de bancos, holdings e sócios que investem em todos estes setores.

O caso de bebidas alcoólicas é o mais curioso, pois o tesoureiro de campanha de Marina, Álvaro de Souza, é membro do conselho de administração da cervejaria Ambev. Também já foi membro do conselho de administração da cervejaria Quilmes. Deixa eu ver se entendi: a fábrica não pode doar, mas quem dirige a fábrica pode arrecadar. Está cada vez mais complicado entender essa “nova política”.