sábado, 17 de outubro de 2009

Amazônia, prestadora de serviços ambientais

Governadores dos estados da Amazônia defendem pagamento por serviços ambientais

por Amanda Mota , enviada especial da Agência Brasil


Macapá - O pagamento por serviços ambientais e a valorização dos estados que contribuem para a preservação da maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, transformaram-se em bandeira de luta dos governadores do Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, do Maranhão, Pará, de Rondônia, Roraima e do Tocantins.

Eles estão reunidos hoje (16), em Macapá (AP), para participar do 6º Fórum de Governadores da Amazônia Legal. O encontro vai resultar em um documento – a Carta de Macapá – com propostas que possam subsidiar a elaboração de um projeto nacional para a preservação florestal e o desenvolvimento da região.

Ao “afinar o discurso”, os governadores dos estados amazônicos pretendem também ajudar o governo brasileiro a ingressar no mercado de créditos de carbono e, ainda, inserir o país na pauta das discussões da 15ª Conferência da Partes (COP-15), que reunirá os países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca. A proposta dos líderes da Amazônia também é exigir o aumento da meta para diminuição de emissões dos países mais emissores atualmente, entre eles, a China e os Estados Unidos.

Na avaliação do governador do Amazonas, Eduardo Braga, está faltando um reconhecimento nacional e internacional pelos serviços ambientais que a Floresta Amazônica produz. Em entrevista à Agência Brasil, Braga disse que o povo amazônico não pode ser punido ou se sentir culpado por viver na região.

“A Amazônia não pode ser tratada como um santuário e sim como uma grande prestadora de serviços ambientais que, com tecnologia, racionalidade e inteligência, deve ser usada para prestar muito serviço ambiental. Esperamos que esse serviço ambiental possa ser monetizado [revertido em dinheiro] e que possa representar melhoria da renda per capita do povo da Amazônia”, destacou.

Para o governador do Acre, Binho Marques, por causa dos reflexos das mudanças climáticas globais, é preciso agir rapidamente. Para Marques, o 6º Fórum de Governadores da Amazônia Legal tem papel fundamental para que o país tenha um consenso firmado e vá para Copenhague em busca de novos mecanismos que garantam a floresta em pé, mas com justiça social, sobretudo para os moradores da região, sejam eles das cidades ou das áreas mais isoladas.

“Qualquer acordo relacionado às questões ambientais globais precisa incluir a Amazônia. Existem pessoas vivendo na área da Floresta Amazônica e isso não pode ser ignorado, precisa ser pensado na hora de se definir saídas econômicas que sejam viáveis para essa área”, defendeu.

Edição: Juliana Andrade

Lula: "Oposição é como jogador no banco"

Lula volta a criticar a oposição e diz que ela está sem o que fazer

por Yara Aquino, repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a oposição ao ser questionado por jornalistas sobre as acusações de que a viagem de três dias para inspecionar obras de revitalização e transposição do Rio São Francisco é eleitoreira. O roteiro de Lula e de sua comitiva pelos estados da Minas Gerais, Bahia e Pernambuco termina hoje (16).

“Pobre da oposição que não tem o que fazer. Acho que a ociosidade é a desgraça da humanidade. Em vez de olhar o que eu estou fazendo, deveriam olhar o que eles estão fazendo”, disse, ao falar com jornalistas em Cabrobó (PE).

Ao ser questionado sobre as eleições de 2010, Lula disse que ainda é cedo para fazer qualquer avaliação sobre o panorama eleitoral. Sobre possíveis candidaturas da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à presidência, ele afirmou: “Acho que Dilma e Ciro são dois grandes companheiros, mas quem vai decidir o destino deles são os partidos”. A ministra e o deputado acompanham Lula na viagem.

Mais cedo, em discuso, Lula já havia comparado a oposição com um jogador reserva. “É como jogador que está no banco de reserva, diz que é amigo do que está jogando, mas fica doidinho para o que está jogando tomar cartão vermelho ou se machucar para entrar no lugar dele. O papel da oposição é ver defeito.”


COMENTÁRIO DO AGUINALDO: Lula disse o óbvio - a oposição atual é desprovida de qualquer iniciativa. Não apresenta propostas, não faz críticas construtivas, não tem projeto e muito menos programa para o país. A única coisa que faz é pegar notícia de jornal e querer transformar em CPI. Desse jeito não há como o eleitor comparar o que o governo Lula tem feito com outra alternativa já que a oposição não tem o que mostrar.

Mauricio Dias: Oposição em queda

por Mauricio Dias, em Carta Capital


A eleição presidencial de 2010, a sexta que se realiza após o ciclo da ditadura, talvez seja a primeira com destaque incomum para a escolha dos representantes no Congresso que, de fato, expressa a soberania popular.

Lá, desde o fim dos anos 1990, o voto tem marcado o progressivo abandono do eleitor dos apelos dos mais tradicionais partidos conservadores, gêmeos quase univitelinos – o PSDB e DEM – em oposição a um crescimento constante das facções da esquerda, identificada com o interesse da população mais pobre. Notadamente, neste caso, o PT.

Em oito anos, o DEM, herdeiro do PFL, perdeu quase a metade dos deputados. Em 2006 elegeu 65 deputados. A perspectiva eleitoral do próximo ano afugentou mais gente do partido e ele tem, hoje, 58 representantes. Também em queda sucessiva, os tucanos saíram de 99, em 1998, para 65, em 2006. Essa fase marca a derrota dos candidatos do PSDB à Presidência, José Serra, em 2002, e Geraldo Alckmin, em 2006.

Os números indicam que a ênfase na eleição do Congresso não se dá especialmente por razões de ordem moral, pregada ultimamente por duvidosos arautos da ética. Talvez seja mais certo apostar na crescente identidade da população com as propostas de conteúdo mais social e de inspiração mais nacionalista. É no confronto político travado no Congresso que a cobra fuma.

Não por acaso, o golpe de 1964 também se deu quando a composição da Câmara dos Deputados, na eleição de 1966, poderia tornar-se majoritariamente de centro-esquerda, naquela época capitaneada pelo PTB, por Jango e Brizola, sob a inspiração de Getúlio Vargas. O PTB abrigava, também, os representantes da esquerda comunista, cujos partidos ainda eram ilegais.

A mesma tendência eleitoral percebida nas eleições para a Câmara ocorre nas eleições para as prefeituras municipais. Nas últimas três competições, para a chefia dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros, tucanos e pefelistas, descem a ladeira. De nada adiantou ao PFL, que sustentava a ditadura, adotar o nome de fantasia Democratas (DEM), em 2007.

O fracasso eleitoral dos dois partidos é gritante. Ela vai da façanha eleitoral do PFL em 2000, quando conquistou mais de mil prefeituras, para o insucesso do DEM, em 2008, quando ficou com apenas 495. Porcentualmente isso expressa mais de 40%.

Para o PSDB, a perda das prefeituras é ainda maior. Em 2000, após seis anos de administração Fernando Henrique Cardoso, os tucanos se aproximaram da conquista do PFL: 989 prefeituras. Em 2008, o número baixou para 779. Queda notável. O que os aguarda em 2010?

Os dois partidos já tentaram a maquilagem e não deu certo. Agora buscam uma cirurgia plástica. Os tucanos, inspirados por Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do partido, editaram milhares de exemplares de uma revista em que invocam a autoria da legislação social de Lula. Tentativa bizarra, na velha, e não na nova, acepção do termo. O DEM, para se livrar do passado, escolheu um jovem parlamentar na presidência (o deputado Rodrigo Maia) e anunciou que quer se livrar do estigma de partido de direita. Por isso vai apregoar o compromisso de manter os programas sociais do governo petista.

PSDB e DEM vão para um processo de canibalização um ao outro na disputa de eleitores. Não há votos suficientes no País para sustentar dois partidos de direita.

Brasil é líder no combate à fome

ActionAid foi fundada em 1972 na Inglaterra. É uma organização não-governamental, sem fins lucrativos e sem filiação partidária ou religiosa, que trabalha em mais de 40 países para vencer a pobreza há 35 anos. O trabalho dessa ONG é desenvolvido em parceria com grupos e organizações locais de comunidades pobres para construir alternativas de superação das dificuldades e garantir o acesso destas populações aos direitos básicos como alimentação, saúde, moradia, educação, igualdade entre homens e mulheres, raças e etnias. Ela tem escritórios em 4 continentes e sede em Joanesburgo, na África do Sul.

Brasil é líder no combate à fome entre emergentes, diz ONG

da BBC Brasil

O documento elogia os esforços do governo brasileiro O Brasil é líder no combate à fome entre os países em desenvolvimento, de acordo com um ranking elaborado pela ONG antipobreza Action Aid e publicado nesta sexta-feira para marcar o Dia Mundial da Alimentação.

Segundo o documento, o país demonstra “o que pode ser atingido quando o Estado tem recursos e boa vontade para combater a fome”.

A lista foi elaborada a partir de pesquisas sobre as políticas sociais contra a fome em governos de 50 países. A partir da análise, a ONG preparou dois rankings – um com os países em desenvolvimento, onde o Brasil aparece em 1º lugar, e o outro com os países desenvolvidos, liderado por Luxemburgo.

Em último lugar na lista dos desenvolvidos está a Nova Zelândia, abaixo dos Estados Unidos. Entre os países em desenvolvimento, a República Democrática do Congo e Burundi aparecem nas últimas colocações.

Segundo a diretora de políticas da Action Aid, Anne Jellema, “é o papel do Estado e não o nível de riqueza que determina o progresso em relação à fome”.

Brasil

O documento elogia os esforços do governo brasileiro em adotar programas sociais para lidar com o problema da fome no país e destaca os programas Bolsa Família e Fome Zero.

“O Fome Zero lançou um pacote impressionante de políticas para lidar com a fome – incluindo transferências de dinheiro, bancos de alimentação e cozinhas comunitárias. O projeto atingiu mais de 44 milhões de brasileiros famintos”, diz o texto.

Segundo o relatório, o programa ainda ajudou a reduzir a subnutrição infantil em 73%.

A ONG afirma ainda que o Brasil é “exemplar” no exercício do direito ao alimento e cita a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan 2006) e o Ministério do Combate à Fome como medidas de que exemplificam que o direito à alimentação está sendo cada vez mais reconhecido como direito fundamental.

Apesar do aspecto positivo, a ONG afirma que o Brasil “ainda tem áreas em que pode melhorar” e cita o desafio de incluir os trabalhadores sem terra e pequenos agricultores nos programas sociais de alimentação.

“É imperativo que famílias em pequenas fazendas também estejam protegidas da expansão dos enormes programas industriais de biocombustíveis do Brasil”, afirma o relatório.

Índia

Em segundo lugar no ranking dos países em desenvolvimento aparece a China, seguida por Gana (3º) e Vietnã (4º).

A Action Aid destaca a redução no número de famintos na China – 58 milhões em dez anos – e elogia os esforços do governo em apoiar os pequenos agricultores.

Em contrapartida, o documento critica a Índia onde, segundo o relatório, 30 milhões de pessoas teriam entrado para a taxa dos famintos desde a metade dos anos 90.

Além disso, a ONG destaca que 46% das crianças estão abaixo do peso e subnutridas no país.

“A fome existe não porque não há alimento suficiente na Índia, mas porque as pessoas não conseguem chegar até ele. O governo indiano enfrenta um enorme desafio para proteger os direitos dos pobres”, diz o texto.

Ricos

Não só os esforços e as políticas dos governos de países em desenvolvimento e mais pobres são criticados no documento divulgado nesta sexta-feira.

No ranking dos países desenvolvidos, atrás de Luxemburgo está a Finlândia (2º) e a Irlanda (3º), com a Nova Zelândia(22º) e os Estados Unidos (21º) nas últimas colocações.

A ONG acusa o governo neozelandês de ordenar cortes acentuados no incentivo oficial à agricultura e classifica o incentivo do governo americano à agricultura como “mesquinho”.

“A contribuição (desses países) para expandir programas de segurança social permanece insignificante”, diz o documento, agregando Grécia, Portugal e Itália.

A VERDADEIRA VERDADE DO SINDTAPU

Através de jornal, a diretoria do Sindicato foi surpreendida por uma convocação de Assembléia Geral a qual, não havia tomado conhecimento anteriormente como de costume. O que mais surpreendeu a diretoria do Sindicato, é que constava da pautas do referido Edital, da Assembléia Geral, era a prestação de contas onde a Tesoureira Geral e Conselho Fiscal não tinham conhecimento. Com isso o que ficou bem claro para todos, é que a Presidente e o Vice Presidente desrespeitando toda diretoria queriam administrar o Sindicato sozinhos, esquecendo que foram eleitos junto com os demais diretores . Este procedimento da Presidente e do Vice Presidente já vinha acontecendo internamente quando a diretoria solicitou por escrito à Presidente, que fosse respeitado as suas deliberações, e não as engavetassem. Uma dessas deliberações foi o rompimento do contrato com os advogados que prestavam serviços para o Sindicato. A ação jurídica em relação ao reajuste salarial ficou só na discussão, nada para eles era possível e assim a Presidente e o Vice também viam. Esta situação tornou-se insuportável até que a diretoria decidiu que estaria suspendendo o pagamento dos advogados. Esta atitude da diretoria forçoulevou a Presidente junto com o Vice Presidente a renunciarem aos seus cargos. Para a diretoria esta atitude não surpreendeu porque a falta de comprometimento da Presidente foi constante neste ano de mandato. A diretoria que hoje está à frente do Sindicato ao lado do trabalhador não deixou que pessoas indicadas por uma minoria desrespeitando o Estatuto do Sindicato tomassem frente à entidade com objetivos que podemos imaginar quais são. Não queremos fazer deste Sindicato um Sindicato pelego por isso participamos de uma eleição e vencemos e é, com este objetivo que vamos administrar esta entidade, procurando fazer valer o voto que o funcionário depositou à chapa ¨1¨. Infelizmente a Presidente e o Vice Presidente causaram um ano de perdas ao funcionalismo público e hoje em emeils tentam se justificar colocando a culpa na diretoria, dizem estarem frustrados por não conseguirem atingirem objetivos que nunca existiram. É de praxe o ser humano procurar um culpado para justificar a sua incapacidade e falta de comprometimento com o outro.

Esclarecimentos: Quanto aos informativos distribuídos na base, podemos ver que teve sim aprovação da diretoria já que consta os nomes abaixo de cada informativo. Alguém precisava tornar público os anseios dos funcionários já que a pauta de reivindicação feita pelos funcionários em Assembléia Geral em dezembro do ano de dois mil e oito aguardava que a Srª. Presidente tomasse postura em relação ao assunto, afinal, pauta de reivindicação é feita pelo funcionário não pode ficar esquecida.
Cartão Good Card: O Sindicato em nenhum momento, deixou de honrar os pagamentos de sua responsabilidade. Podemos dizer que, todo o dinheiro empregado para o pagamento em cartão nada mais era que dar uma credibilidade ao funcionário que naquele momento passava por dificuldades financeiras. Afinal, somos todos funcionários públicos com dificuldades mas não deixamos de honrar o que mais temos de precioso o ¨nome¨. Com o cancelamento do contrato com o cartão good card o dinheiro que estava nas mãos dos funcionários volta para os cofres do Sindicato, deixando de existir a inadimplência. Em momento algum houve dilapidação de patrimônio como diz algumas pessoas que estão acostumas à responder processos por essas atitudes.
A maior preocupação desta diretoria neste momento são os juros que terão que pagar pelos convênios por falta de pagamento na data certa. A irresponsabilidade da Srª. Ex. Presidente e do Ex. Vice Presidente acarretará juros, o qual informaremos para o filiado tomar ciência. Nestes dezoito anos de vida Sindical passaram Presidentes que procuraram honrar o nome do Sindicato e neste último ano podemos ver que escolhemos a pessoa errada a qual não pensou em mais de mil filiados e nem nos funcionários da Entidade os quais também estão pela primeira vez com os pagamentos atrasados.

Por mais que se coloquem nada se justifica a falta de comprometimento com o funcionário filiado.

Matéria enviada pelo
sindtapu

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Imprensa Livre

Vereadores usam tribuna para atacar governo do PSDB


Críticas vão desde a falta de comprometimento com o município a implantação de entidades consideradas negativas como o CDP


Mara Cirino

O governo do PSDB no Estado foi o principal alvo das críticas dos vereadores de Caraguatatuba que usaram a tribuna na sessão ordinária realizada na última terça-feira.

O desabafo foi à tona após os parlamentares receberem pedido de ajuda da Associação de Usuários de Transportes Coletivos, Rodoviários, Ferroviários, Metroviários e Aéreos do Estado de São Paulo (Abas) para resolver o problema da passarela sobre o rio Juqueriquerê (leia texto nesta página).

Primeiro a usar o microfone da tribuna, o vereador Wilson Gobetti (PDT) foi taxativo: “O PSDB não dá a mínima para a cidade de Caraguá. Uma vez fui ao Palácio Bandeirantes para mostrar os requerimentos sobre a passarela e sequer fui recebido”.

Irritado com a situação, ele ainda atacou o governo tucano dizendo que “a única coisa que souberam fazer foi mandar coisas negativas para o município como o Centro de Detenção Provisória (CDP) e a Fundação Casa. Cadê o Hospital Regional, cadê a solução para o problema do lixo na região. É bom lembrar que ano que vem tem eleições, ai vão aparecer um monte de políticos na cidade”.

Ao receber um sopro do colega Baduca Filho (PDT), Gobetti voltou ao ataque. “E tem o Poupatempo, estou com tanta raiva que não quero não falar desse assunto”, disparou.

Baduca também pegou o gancho do ataque e disse aos presentes no plenário que poderia até adivinhar uma data para a solução da passarela. “Quando chegar lá pra maio do ano que vem, pode anotar, vão vir um monte de político aqui anunciar o início das obras e ainda vai ter gente que vai bater palmas”.

Vereadora tucana, Vilma Teixeira também não poupou críticas à administração estadual. As interferências a serem feitas não são difíceis e vão resolver o problema de toda uma comunidade”.

“Essa história de que a Sabesp e a Bandeirantes precisam remover fios e tubulações é conversa fiada do Departamento de Estradas de Rodagens (DER)”, disse o parlamentar Celso Pereira (DEM), que complementou que são todos órgãos ligados ao governo. “Já fui do PSDB e é uma vergonha que estamos no maior Estado, temos o maior orçamento do País, mas parece que somos do Nordeste, pois tudo é difícil de conseguir do governo paulista”.

Pereira aproveitou a ocasião para criticar a situação do CDP, que segundo ele, estaria superlotado. “Vieram, prometeram que só haveria presos do Litoral Norte e não é isso que acontece. Acho que deveríamos propor uma CPI e fazer um levantamento sobre a realidade desse cadeião”.

Quem também aproveitou a tribuna para tecer críticas ao governo tucano foi a parlamentar Silmara Selma Mattiazzo (DEM). Ele destacou ainda estar feliz com seus colegas por exercitar o valor da tribuna.

“Não é questão de ser oposição. Mas não podemos é ficar nesse puxa-saquismo com prefeito ou governador porque fomos escolhidos para zelar por nossa cidade. Se á para elogiar, vamos falar bem, mas se tem algo que não funciona, também vamos denunciar. Estava mais do que na hora de dar o start na cidade”.

Líder do PSDB na Câmara, o vereador José Mendes de Souza Neto, o Neto Bota, ressaltou que em 12 anos de administração tucana o município ganhou muito com aumento do orçamento, passando da casa de R$ 32 milhões para R$ 200 milhões, convênios assinados para a aquisição de viaturas, além da liberação de R$ 3 milhões para a construção de 65 leitos no hospital.

Abas cobra postura de políticos para construção de passarela


O presidente regional da Associação de Usuários de Transportes Coletivos, Rodoviários, Ferroviários, Metroviários e Aéreos do Estado de São Paulo (Abas), em Caraguá, Luiz Antonio Camargo, explicou que sua ida à Câmara foi para pedir às autoridades constituídas na cidade que tomem providência sobre a situação da passarela sobre o rio Juqueriquerê. Essa passagem deverá ter ciclovia e passagem para pedestre.

Hoje, o local é perigoso, em especial no horário de pico, quando ciclistas e pedestres disputam lugar em uma pista com caminhões, carros e ônibus.

Atropelamentos no local são considerados comuns.
“Recebi informação da Secretaria dos Transportes que existe impedimento técnico para o início das obras de construção da passarela entre as Sabesp, Bandeirantes e Empreiteira, mas nós sabemos que o problema é político e só com a intervenção dos nobres vereadores é que esta obra se iniciará”, disse Camargo em nota entregue aos parlamentares.

No último dia 2, o Imprensa Livre publicou reportagem sobre o problema e a resposta encaminhada pelo DER, que é subordinado à Secretaria de Transportes, foi a mesma.

O Na ocasião, o órgão informou que já tem contrato assinado com a empreiteira S.O. Pontes Engenharia Ltda e que as obras ainda não teriam começado porque aguardam remoções de postes e encanamento das empresas Bandeirantes Energia e Sabesp. Ainda de acordo com o DER, o prazo para a conclusão da obra é de 13 meses, mas só após a remoção desse material. O custo do investimento é de R$ 1,1 milhão
“É preciso que os vereadores intervenham com todos os meios possíveis e imagináveis para que isso aconteça, pois já se tornou uma questão de vida ou morte e, independente de partido, Caraguatatuba e sua população é maior que todos nós”, completou o presidente regional. (M.C.)

Enviado por Rui Alves Grilo

PEDREIRA : DNIT NEGOCIA COM MORADORES

Dia 14/10, às 8h30 ocorreu a segunda reunião dos moradores da Pedreira com os técnicos do DNIT – Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - para encontrar uma solução imediata para evitar a continuidade de atropelamentos na BR-101. A reunião foi marcada no dia 12, quando os moradores fecharam a rodovia para protestar contra o descaso que levou à morte o pequeno Nicolas Motta dos Santos, de 10 anos, sobrinho do Russo da Rádio Gaivota , atropelado no último dia 05, quando voltava da Escola Estadual “Esteves da Silva”.

Os moradores exigiam como condição para liberar a pista, a presença das autoridades responsáveis. Com a chegada do Secretário de Segurança, Andrade Henrique dos Santos e do vereador Silvinho Brandão e após a confirmação de que o DNIT já havia autorizado a colocação de lombadas, foram acertadas duas providências: a) reunião no DNIT, terça feira, às 14 horas para apresentação do projeto de adequação da rodovia; b) construção de lombadas a partir de quarta feira, se as condições de tempo permitirem. No entanto, os moradores e os inspetores da Polícia Rodoviária argumentavam que de nada adiantariam as lombadas sem a iluminação e que já havia autorização para a Prefeitura executar a obra.

A reunião da terça feira caminhava para um impasse, deixando bastante decepcionados os moradores devido à informação de que não seria possível construir as lombadas pois feria o Código de Trânsito e as obras previstas no projeto (lombadas eletrônicas), demorariam um certo tempo devido às questões burocráticas. Enquanto isso, como ficaria a segurança das crianças e moradores ?

Ante um intenso questionamento dos moradores, especialmente dos familiares do pequeno Nicolas, o Sr. Cláudio, engenheiro do DNIT e que coordenava a reunião, fez um contato telefônico com um superior e nova reunião foi marcada para hoje.

O Sr. Nilson, engenheiro do DNIT, após uma reunião reservada da qual participaram o Sr. João Paulo Rolim, Secretário de Obras da Prefeitura, o vereador Silvinho Brandão e os inspetores da Polícia Rodoviária, convocou os moradores e, após alguns esclarecimentos e discussões, chegou-se ao seguinte acordo: a) a Prefeitura se comprometeu a colocar mais dois postes de iluminação; b) colocação de faixa dupla impedindo a ultrapassagem; c) instalação de uma lombada entre a ponte que dá acesso à Pedreira e a igreja Ágape; d) posteriormente serão colocadas lombadas eltrônicas em vários pontos da Rodovia, entre os quais, na entrada da Puruba, da Itamambuca, no Taquaral, no Sumidouro, nas imediações do Posto Kamomé.

O Sr. Nilson disse que o projeto de duplicação da BR-101 entre a Praia Grande e o trevo do Perequê-Açu se deu em grande parte devido ao empenho do Deputado Clodovil Hernandes e já está em fase de licitação pública e que seria importante o empenho para que os deputados façam projetos de destinação de verba para a realização da obra.

Ontem mesmo, entramos em contato com a Deputada Estadual Ângela Guadagnim. Logo em seguida o deputado federal João Paulo Cunha entrou em contato com o Sr. Mauricio Moromizato, Presidente do Diretório do PT de Ubatuba solicitando dados para encaminhamentos. Como sou morador da Pedreira e participei das duas reuniões, imediatamente encaminhei os dados solicitados.

Rui Grilo – ragrilo@terra.com.br

Urubus: jornalismo de costas para os fatos

publicada em quinta, 15/10/2009 às 11:58 e atualizado em quinta, 15/10/2009 às 12:14


Hoje, fui tomar café-da-manhã na padaria (um hábito, um tanto dispendioso, entre muitos paulistanos). Sobre a mesa, outro cliente havia esquecido o "Estadão". O jornal estava aberto bem na página da coluna da Dora Kramer. Vocês já leram essa colunista? Raramente leio. Hoje, estava impagável.

O título: "Uma nação de cócoras". Pensei que tivesse algo a ver com dor de barriga. Ou problemas de coluna. De coluna vertebral.

Não. A Dora Kramer parecia apenas mal-humorada com a popularidade de Lula. E inconformada com a pouca disposição dos tucanos para brigarem com Lula. Na quarta à noite, alguém deve ter mostrado pra ela a foto em que até Aécio tenta tirar uma lasquinha da popularidade do presidente (viram a fotod o Aécio com Lula, lá no São Francisco?).

Pois é. Isso foi demais para a colunista.

Colunistas no papel de urubus: de costas para os fatos

O jornalismo, no Brasil, tem cumprido o papel de "formulador" e "animador" da oposição. Mas a oposição é indisciplinada. Muitas vezes, não segue à risca a pauta estipulada pelo Partido da Imprensa. Aí, o comitê central do partido reclama. E enquadra os infiéis.

A coluna da Dora Kramer no "Estadão" (nesta quinta-feira) cumpria esse papel - http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091015/not_imp450839,0.php.

Era quase um lamento. Era também um "chamamento" para reunir as tropas dos que ainda querem bater em Lula. Vejam um trecho.

"o que espanta já não é mais o que Lula faz. O que assusta é o que deixam que ele faça. E pelas piores razões: uns por oportunismo deslavado, outros por medo de um fantasma chamado popularidade, que assombra - mas, sobretudo, enfraquece - todo o País.

Fato é que os Poderes, os partidos, os políticos, as instituições, as entidades organizadas, a sociedade estão todos intimidados, de cócoras ante um mito que se alimenta exatamente da covardia alheia de apontar o que está errado.

Por receio de remar contra a corrente, mal percebendo que a corrente é formada justamente por força da intimidação geral, temor de ser enquadrado na categoria dos golpistas."
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Volto eu.

Dora Kramer e o "Estadão" não mostraram essa "coragem cívica" quando FHC mudou a Consituição, e as regras eleitorais, para permitir sua reeleição, em 98. Ali, sim, país e imprensa colocaram-se de cócoras.

Na fase atual, o país coloca-se de pé. E o jornalismo, comandado por certas colunistas, coloca-se de costas. De costas para os fatos.

Outro exemplo é Miriam Leitão, da "TV Globo" e "OGlobo", com suas previsões sempre catastróficas. Deve estar decepcionadíssima.

Há alguns anos, a imprensa perdeu a capacidade de fazer previsões que se retro-alimentam. Antes, previsões catastróficas (principalmente na economia) tinham muitas vezes como consequência cenários catastróficos - alimentados pela própria imprensa. Foi o que ocorreu nas vésperas da eleição de Lula, em 2002. O "mercado" acreditou em certas colunistas. O dólar disparou. Muita gente perdeu dinheiro (e alguns poucos ganharam).

Agora, não. Miriam Leitão tentou semear o pânico, quando a crise começou nos EUA. Fora o Roger Agnelli, e outros três ou quatro empresários fanfarrões, ninguém deu muita bola. O Brasil saiu forte da crise. A crise foi mesmo uma "marolinha".

Mesmo assim, em julho, quando a economia já marchava a passos fortes para retomar o crescimento, Miriam seguia no papel de urubulina.

Augusto da Fonseca, no ótmo blog FBI, foi quem nos mostrou as previsões estapafúrdias de Miriam Leitão. Ela previa (com ajuda de um consultor atucanado) que a Bolsa chegagria ao fim de 2009, aos 45 mil pontos. Está aqui a "previsão" - http://oglobo.globo.com/economia/miriam/posts/2009/07/29/rc-ibovespa-com-45-mil-pontos-no-fim-do-ano-209567.asp.

Escrevi sobe isso aqui - http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/miriam-leitao-a-pitonisa-ela-quer-derrubar-a-bolsa.

Pois bem. A Bolsa de São Paulo bateu esta semana em 66 mil pontos. E o viês é de alta. A Miriam deve estar torcendo pra Bolsa despencar. Haja torcida: teria que cair mais de 20 mil pontos em dois meses!

Enquanto a torcida do Fluminense vai passar as próximas semanas torcendo pro time não cair, a Miriam vai torcer pela derrocada da Bolsa. Assim, a previsão urubulina poderá se cumprir.

Temo que a Miriam e os tricolores seguirão torcendo em vão.

Os dois vão cair pra segunda divisão. Como bom corinthiano, posso dizer: isso dói, mas a gente se recupera. Acho até que o Fluminense se recupera antes da Miriam.

MST rebate pesquisa da CNA

MST rebate pesquisa da CNA
Atualizado e Publicado em 15 de outubro de 2009 às 10:36


Pesquisa da CNA é pouco representativa, diz MST

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) criticou hoje (14) a pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que afirmava que cerca 72% dos assentamentos do país não produzem o suficiente para gerar renda e que 37% dos assentados brasileiros vivem mensalmente com no máximo um salário mínimo.

Para o MST, a pesquisa - que foi encomendada pela CNA ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) - não pode ter relevância porque analisou apenas nove assentamentos.

“Uma pesquisa feita em apenas nove assentamentos é tão tabajara e ridícula que não tem relevância alguma. Estranhamos que o Ibope se preste a esse tipo de trabalho, apenas para atender a vontade dos latifundiários. Confiamos no censo agropecuário, que demonstra que a concentração de terras no país cresceu nos últimos 10 anos”, afirmou João Paulo Rodrigues, coordenador nacional do MST, por meio de nota.

A opinião do MST coincide com a que foi apresentada ontem (13) pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em entrevista coletiva, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, disse que o Censo Agropecuário, que teria pesquisado todos os estabelecimentos do país, demonstra números bem diferentes.

“Quero reafirmar que a reforma agrária produz muitos alimentos. O censo agropecuário, que pesquisou todos os estabelecimentos do país, mostra que a agricultura familiar detém 24% da área total e produz 40% do valor bruto da produção agropecuária brasileira. Fico com o censo e não com o Ibope, que pesquisou mil famílias. Temos 1 milhão de famílias assentadas no Brasil inteiro em 80 milhões de hectares. A amostra é insuficiente”, afirmou Hackbart. Para ele, a pesquisa da CNA teve o interesse de demonstrar que a “reforma agrária não é mais necessária”.

A CPI do MST e as terras roubadas

Por Mauro Santayana, no blog do JB Online


A terra é o mais grave problema de nossa história social, desde que os reis de Portugal retalharam a geografia do país, com a concessão de sesmarias aos fidalgos.

Os pobres não tiveram acesso pleno e legal à terra, a não ser nos 28 anos entre a independência – quando foi abolido o regime das sesmarias – e 1850, quando os grandes proprietários impuseram a Lei de Terras, pela qual as glebas devolutas só podiam ser adquiridas do Estado a dinheiro.

A legislação atual vem sendo sabotada desde que foi aprovado o Estatuto da Terra. É fácil condenar a violência cometida, em episódios isolados, e alguns muito suspeitos, pelos militantes do MST.

Difícil tem sido a punição dos que matam seus pequenos líderes e os que os defendem. Nos últimos anos, segundo o MST, mais de 1.600 trabalhadores rurais foram assassinados e apenas 80 mandantes e executores chegaram aos tribunais.

Em lugar de uma CPI para investigar as atividades daquele movimento, seria melhor para a sociedade nacional que se discutisse, a fundo, a questão agrária no Brasil.

O Censo de 2006, citado pelo MST, revela que 15 mil proprietários detêm 98 milhões de hectares, e 1% deles controla 46% das terras cultiváveis. Muitas dessas glebas foram griladas. Temos um caso atualíssimo, o do Pontal do Paranapanema, onde terras da União estão ocupadas ilegalmente por uma das maiores empresas cultivadoras de cítricos do Brasil.

O Incra está em luta, na Justiça, a fim de recuperar a sua posse. O que ocorre ali, ocorre em todo o país, com a cumplicidade, remunerada pelo suborno, de tabeliães e de políticos.

Cinco séculos antes de Cristo, os legisladores já se preocupavam com a questão social e sua relação com a posse da terra. É conhecida a reforma empreendida por Sólon, o grande legislador, na Grécia, que, com firmeza, mandou quebrar os horoi, ou marcas delimitadoras das glebas dos oligarcas.

Mais ou menos na mesma época, em 486, a.C., Spurio Cássio, um nobre romano, fez aprovar sua lei agrária, que mandava medir as glebas de domínio público e separar parte para o Tesouro do Estado e parte para ser distribuída aos pobres.

Imediatamente os nobres se sublevaram como um só homem, e até mesmo os plebeus enriquecidos (ou seja a alienada classe média daquele tempo) a eles se somaram.

Spurio Cássio, como conta Theodor Mommsen em sua História de Roma, foi levado à morte. “A sua lei foi sepultada com ele, mas o seu espectro, a partir de então, arrostava incessantemente a memória dos ricos, e, sem descanso, surgia contra eles, até que, pela continuada luta, a República se desfez” – conclui Mommsen.

E com razão: a última e mais completa lei agrária romana foi a dos irmãos Graco, Tibério e Caio, ambos mortos pelos aristocratas descontentes com sua ação em favor dos pobres.

Assim, a República se foi dissolvendo nas guerras sociais, até que Augusto a liquidou, ao se fazer imperador, e seus sucessores conduziram a decadência da grande experiência histórica.

Não há democracia sem que haja reforma agrária. A posse familiar da terra – e da casa, na situação urbana – é o primeiro ato de cidadania, ou seja, de soberania. Essa posse vincula o homem e sua família à terra, à natureza e à vida.

Sem lar, sem uma parcela de terra na qual seja relativamente senhor, o homem é desgarrado, nômade sem lugar nas sociedades sedentárias.

É impossível ao MST estabelecer critérios rígidos de ação, tendo em vista a diversidade regional e a situação de luta, caso a caso. Outro ponto fraco é a natural permeabilidade aos agentes provocadores e infiltrados da repressão particular, ou da polícia submetida ao poder econômico local.

No caso do Pontal do Paranapanema são muitas as suspeitas de que tenham agido provocadores. É improvável que os invasores tenham chamado a imprensa a fim de documentar a derrubada das laranjeiras – sabendo-se que isso colocaria a opinião pública contra o movimento.

Repete-se, de certa forma, o que houve, há meses, no Pará, em uma propriedade do banqueiro Daniel Dantas.

É necessária a criação de força-tarefa, composta de membros do Ministério Público e agentes da Polícia Federal que promova, em todo o país, devassa nos cartórios e anule escrituras fraudulentas. No Maranhão, quiseram vender à Vale do Rio Doce (então estatal), extensas glebas. A escritura estava registrada em 1890, em livro redigido e assinado com caneta esferográfica – inventada depois de 1940.

A carta de conjuntura do IPEA

Atualizado em 15 de outubro de 2009 às 20:57 | Publicado em 15 de outubro de 2009 às 20:56

"A economia brasileira atravessa um período de absoluta tranquilidade em vista da dimensão da crise internacional". A frase do coordenador do Grupo de Análise e Previsões (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messenberg, resume a tônica do boletim Carta de Conjuntura de setembro.

Acompanhado pelo diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicos do Instituto, João Sicsú, o técnico do Ipea apresentou no Escritório da Presidência da República, em São Paulo, dados sobre a recuperação da economia no segundo trimestre de 2009, algo já aguardado, segundo os economistas.

"Tivemos um colapso da taxa de investimento do terceiro para o quarto trimestre de 2008, o que fez a produção industrial despencar. A crise do ponto de vista doméstico é da indústria. A economia se segura pelo serviço, pela demanda, pelas exportações", afirmou Messenberg.

Com crescimento já no segundo trimestre de 2009, a economia saiu da classificação técnica de uma recessão - dois trimestres de crescimento negativo, no caso, o último trimestre de 2008 e primeiro trimestre de 2009. A taxa de desemprego em todo o período foi um dos destaques.

Empregos

"Temos uma taxa de desemprego, em torno de 8%, considerada bastante aceitável para um período de recuperação econômica. Empregos formais crescem mês a mês de forma bastante positiva. Não tínhamos esse dado quando elaboramos a Carta de Conjuntura, mas, em setembro, foram criadas 250 mil vagas, metade delas no segmento mais atrasado no processo de recuperação, a indústria", ressaltou João Sicsú.

Ainda assim, a indústria, segundo Messenberg, eliminou no acumulado do ano 61 mil postos de trabalho. A Carta de Conjuntura trouxe números sobre inflação, finanças públicas, crédito e setor externo. "A redução da fragilidade externa do País, nosso calcanhar-de-aquiles, foi crucial para a retomada", disse Messenberg.

O diretor Sicsú destacou também a posição favorável do Brasil quanto às suas finanças públicas. "Nossas receitas caíram em relação a 2008, mas era esperado, na medida em que em 2009 o crescimento seria menor. Mas nosso déficit nominal acumulado é da ordem de 3%, o que é confortável, em vista das medidas anticíclicas tomadas pelo governo".

Já a previsão do Ipea para o crescimento do PIB se mantém entre 0,2% a 1,2%. "Mas estamos agora muito mais próximos de 1,2%", frisou Sicsú.


COMENTÁRIO DO AGUINALDO: É BYE BYE Serra 2010!!!!!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Por que pagar para ver?

Pouquíssimas vezes consigo fixar a minha atenção nos canais da TV aberta no Brasil. E sempre me irritou na TV por assinatura ter que pagar por um monte de canais que eu não tenho o menor interesse em assistir. Além disso, há uma certa perversidade nos pacotes montados pelas operadoras – ou seria operadora desde que Sky, DirecTV e Net são tudo a mesma coisa? O Canal Brasil, por exemplo, não consta dos pacotes mais baratos e exatamente por isso nem sempre tive a oportunidade de assisti-lo. Nos últimos meses, graças a uma “promoção” da operadora de TV a cabo aqui em Teresina, voltei a ter acesso ao referido canal.

Retomar a experiência de espectador do Canal Brasil desperta em mim uma inquietação: por que um canal de TV como este está exilado nas operadoras de TV por assinatura? Por que um canal que trata 24 horas de arte, cultura, cinema, teatro e literatura brasileira continua sendo servido como um biscoito fino para a classe média refestelada em seus confortáveis sofás? Por que supõem que o povo não teria interesse em se ver na telinha mágica da TV? Por que acham que o Brasil não quer ver o Brasil?

Não entendo porque um canal como este não está acessível em todos os cantos do país. Enquanto Globo, Bandeirantes, Record, SBT e Rede TV entopem suas programações de lixo importado e nacional, o Canal Brasil, se exibido fosse em rede nacional gratuita prestaria enorme serviço a esta nação pelo simples fato de mostrar a todos nós o que somos capazes de produzir no cinema brasileiro. Seria um enorme estímulo ao resgate de nossa auto-estima, sem contar o efeito multiplicador de fomentar o desejo de se produzir mais e mais cinema sobre a nossa cultura e a nossa realidade.

E tem mais, não é só cinema que o canal exibe. Há algum tempo me parece que eles deram uma guinada – meu bolso de professor não me permitiu acompanhar sempre este canal – e abriram espaço para produtoras variadas veicularem seus programas no canal. O resultado tem sido extraordinário, pois por conta disso é possível ver, por exemplo, um programa chamado Espelho, em que o ator negro Lázaro Ramos entrevista o cantor e compositor negro Seu Jorge. Andando pelas ruas do centro do Rio, Seu Jorge conta a Lázaro sua história de vida, do irmão assassinado na periferia do Gogó da Ema, do período em que viveu como sem-teto, vagando pelas ruas até descobrir o teatro, a música e o cinema, superando seus próprios complexos de brasileiro negro, pobre e discriminado.

O canal também abre espaço para a produção cinematográfica da América Latina, para a música – como o genial Zoombido de Paulinho Moska -, para o originalíssimo e cativante Swing de Domingos de Oliveira e Priscila Rosembaum, e tantos outros criativos programas nacionais sem sensacionalismo barato, sem apelação. Por que nada disso é servido ao povão no mesmo horário nobre em que a estupidez e a desinformação campeiam na famigerada TV aberta.

Nenhuma emissora aberta cobriu, por exemplo, o Festival de Cinema do Rio, o FestRio. Pois no Canal Brasil foi possível assistir um jornal inteiro de meia hora sobre o festival, os filmes exibidos, as premiações, seus diretores e tudo mais. Eles falam a nossa língua fazendo cinema brasileiro, mas poucos tiveram a oportunidade de se informar sobre isto. Afinal, o Jornal Nacional é feito pensando no padrão Homer Simpson de telespectador, não num brasileiro normal como você, eu e tantos outros.

Em contato com Paulo Mendonça, diretor do Canal Brasil, tomei conhecimento do seu empenho em negociações junto às operadoras de TV por assinatura no sentido de migrar o canal para os pacotes básicos e, portanto, mais acessíveis. Contudo, até agora tais negociações não frutificaram em resultados concretos.

Segundo Mendonça, “O conceito corporativo de pacote de filmes nos atrela aos grupos de canais (HBO e Telecines) dos estúdios americanos, numa relação que tem se mostrado perversa para a visibilidade e alcance do Canal Brasil”.

Também não têm tido sucesso as negociações junto às empresas de telecomunicações (Embratel, Telefônica, Oi) que começarão a operar no setor de TV por assinatura. Estas sequer demonstraram interesse em carregar em qualquer de seus pacotes um canal como o Canal Brasil. Fica patenteado desta forma um notório desinteresse pela cultura brasileira, permeado de grotesca insensibilidade.

Já passamos da hora de rever esse sistema de concessões públicas dos canais de televisão. Essa renovação praticamente automática das concessões não abre espaço para a sociedade discutir e questionar o que quer ver na tela da sua TV. Não viveremos numa democracia enquanto não existir essa liberdade de escolha. É obra da nossa geração jogar no lixo esse sistema de concessões públicas que de público nada tem, já que a sociedade não pode discutir o desserviço que a Globo e demais empresas vêm prestando à cultura e à educação deste país.

Eu quero assistir a uma programação como a do Canal Brasil sem ter que pagar – e pagar caro – por um pacote de TV por assinatura que me disponibiliza um monte de lixo televisivo. Não podemos continuar tratando um canal que exibe a cultura brasileira como um privilégio de alguns poucos assinantes num país de milhões de habitantes. Se a TV tem compromisso constitucional com a educação e a cultura nacional, ninguém cumpre melhor esse papel do que este canal. O Brasil tem direito ao Canal Brasil!

(*) Denilson Botelho é professor de história e autor de A pátria que quisera ter era um mito.

Quase todo mundo que vê uma reportagem de televisão

Quase todo mundo que vê uma reportagem de televisão, ainda hoje, acha que um repórter bem informado foi a campo e trouxe aquela história pronta. Não é assim que funciona. Uma equipe de televisão tem repórter, cinegrafista e auxiliar, quando tem este último. Tem um carro que os transporta mais o equipamento (câmera, bateiras, kit de iluminação e microfones). É uma operação que demanda tempo e dinheiro, portanto, planejamento. À exceção do factual (um incêndio, por exemplo), tudo sai da redação planejado previamente (pauta). Em uma reunião cedo o chefe de redação e o editor-chefe, o editor-executivo, o chefe de reportagem e os produtores definem o jornal. Uma equipe vai fazer uma matéria de economia, outra de trânsito, assim por diante. É nessa hora que e possível manipular a informação. Como? Dá para definir que tipo de matéria será (a favor ou contra), que tipo de entrevistado terá (amigo ou inimigo), qual será a tese e se terá ou não contraditório. Quando os editores chegam, no começo da tarde, uma outra reunião acontece. Nela é que são disitribuídos os temas e, se há abertura, discutido o encaminhamento. O que tem acontecido, para dar mais dinamismo à produção, é já trazer o 'prato proto', o que reduz muito a participação intelectual do editor e sua capacidade de interferir no conteúdo. Ainda assim, é possível argumentar a respeito da 'tese' pré-concebida e discutir um novo encaminhamento com o repórter na rua, caso a reportagem ainda esteja em produção. Portanto, em televisão a produção da notícia está diluída e depende do trabalho de muitas mãos. Por isso, perseguir os ideais da profissão, como: equilíbrio, isenção e imparcialidade... torna-se uma tarefa quase impossível. Disse quase. Estar sempre bem informado, ter boa capacidade de análise e diálogo, ter experiência e ser rápido, são qualidades que ajudam muito o trabalho do editor. Discutir o futuro do telejornalismo, em crise há alguns anos, passa necessariamente por experiementar novos modelos de produção de noticiário, o que esbarra, quase sempre, numa disputa mesquinha por poder. Sem nos esquecer que, no topo da pirâmide está o patrão, fazendo valer seus interesses particulares. Não é um desafio fácil!

A restituição do presidente

A Folha é simplesmente ridícula


do blog A P L

Assim como faz com todos que tem alguma ligação com Lula, agora foi a vez da Folha de S.Paulo investigar a vida do próprio Lula. A matéria nada traz de novo, além de assuntos requentados, isto é, aquecidos de novo, com outros fins, que não os de informar, analisar ou interpretar.Sem assunto para a escrever a matéria, a Folha perdeu a noção do ridículo na tentativa de escandalizar o nada: "Com mais de 60 anos, Lula recebe restituição no 1º lote. Oras, oras, a lei não é para todos?".

A matéria do jornal começa induzindo quem lê, acreditar que o Presidente Lula está tendo privilégios, levando vantagens, por ser Presidente:"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não integra o grande grupo de contribuintes que esperam do governo a devolução do Imposto de Renda pago a mais em 2008. Lula recebeu a restituição do tributo no primeiro lote deste ano, depositado no dia 15 de junho".Pela página do fisco na internet, só é possível saber que Lula recebeu a restituição no primeiro lote, mas não o valor do tributo.

O presidente Lula tem 64 anos de idade. A Receita Federal, assim como os demais órgãos públicos, respeitam o estatuto do idoso. Assim, as pessoas com mais de 60 anos e que não apresentam pendências na declaração, têm prioridade na devolução do IR. Juntamente com Lula, mais de 1 milhão de pessoas acima dos 60 anos receberam a restituição do imposto no primeiro lote.Ufa!por instantes pensei que a lei não valia para o Presidente.Qual a credibilidade que pode ser dada a este tipo de jornal?

Sem poder escandalizar ,a matéria, a Folha parte para o lado pessoal: Lula tem pelo menos duas fontes de renda, seu salário de presidente (R$ 11.420) e a aposentadoria como indenização por ter sido perseguido pela ditadura militar (R$ 4.890). Somadas, dão aproximadamente R$ 212 mil por ano (incluindo os 13º salários).

Faltou a Folha informar: Lula começou a trabalhar aos 14 anos de idade, nos “armazéns gerais colúmbia”, onde teve a carteira assinada pela primeira vez...e sua aposentadoria só foi conseguida quando já havia completado 50 anos.A aposentadoria do INSS foi concedida depois que ele ganhou uma questão contra o governo, por ter perdido o emprego depois de ser preso diversas vezes, quando lutava pelos direitos dos trabalhadores, na época da ditadura militar...

Você deve saber que ser um líder de esquerda e lutar pelos direitos dos trabalhadores quando os militares estavam no poder era quase um suicídio...então essa aposentadoria para mim é mais do que merecida...

Como vocês puderam notar, a informação da Folha é tão relevante, que, vai mudar o resto de nossas vidas.

ENEM: Quem mandou mudar o plano logístico?

Alteração do plano logístico deve nortear investigação sobre Enem, diz ministro

SOFIA FERNANDES
colaboração para a Folha Online, em Brasília


A auditoria montada pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) para apurar as responsabilidades civis do vazamento do Enem deve se concentrar na alteração do plano logístico do exame e se o poder público foi avisado ou não das mudanças ocorridas, informou nesta quarta-feira o ministro da Educação, Fernando Haddad.

De acordo com Haddad --que participa de audiência na Câmara--, um novo ambiente de manuseio da prova foi criado na gráfica, diferente do previsto no plano logístico originalmente proposto. Não houve vistoria do governo nesse novo ambiente e pessoas foram contratadas de última hora.

Por que essa decisão foi tomada, quem tomou a decisão, por que motivo e por que o poder público não foi alertado serão perguntas que nortearão a apuração do Inep.

Haddad afirmou que os funcionários do Inep negam terem sido avisados de qualquer mudança. "Abriu-se um ambiente de manuseio inseguro. Até o presente momento, todos os funcionários do Inep foram consultados, todos negaram que o Inep foi informado que o plano logístico nos últimos dias foi alterado."

O ministro, que esteve hoje em audiência pública na comissão de Educação da Câmara, voltou a afirmar que os momentos mais delicados da elaboração do exame são o da impressão e manuseio. "Depois que a prova é distribuída, até pode acontecer um problema na ponta, mas dificilmente vai ser um problema que ponha tudo a perder", disse.

A Polícia Federal está fazendo investigação sobre responsabilidade criminal do vazamento da prova e o Inep sobre responsabilidade civil. A Polícia Federal já indiciou cinco pessoas pelo vazamento.

Comentário do Aguinaldo: Se ficar provado que as tais alterações não avisadas aconteceram, a culpa é da gráfica Plural (Grupo Folha). Vamos ver se os manifestantes que foram para a porta do MEC no Rio de Janeiro irão para a Barão de Limeira...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

É PRECISO RECONCEITUAR O JORNALISMO – 2

Por Marcelo Salles, 14.10.2009

No texto anterior tentei mostrar que as corporações de mídia estão inabilitadas a praticar Jornalismo. Basicamente por dois motivos: em virtude de sua constituição enquanto empresa capitalista, que busca o lucro acima de tudo, e de sua profícua relação societária com as classes exploradoras.

Para fazer Jornalismo essas premissas não podem existir. Jornalismo, para nós, só pode ser praticado a partir dos princípios contidos no juramento profissional:

“A Comunicação é uma missão social…”

> Leia aqui o artigo “É preciso reconceituar o jornalismo”.(13/10/09)

No texto anterior também procurei explicar o poder da mídia na sociedade em que vivemos, devido à sua imensa capacidade de produzir e reproduzir modos de sentir, agir e viver. Com seu avanço tecnológico, que a faz praticamente onipresente, a mídia se torna, nesse sentido, uma instituição mais poderosa que outras, como Família, Universidade, Forças Armadas, Igreja e etc.

Por tudo isso, terminei o texto dizendo que era preciso destruir as corporações de mídia e, em seu lugar, construir instituições Jornalísticas. Assim, vamos equipar a sociedade com os instrumentos capazes de fortalecer a democracia e aniquilar aqueles que produzem e sustentam a violência e a desigualdade.

Nesse texto reafirmo o que disse no primeiro artigo, e vou além: apresento sugestões de como podemos avançar.

Em primeiro lugar, os Poderes Executivos devem adotar medidas concretas em três linhas básicas:

1) fazer cumprir a legislação vigente;
2) impulsionar a criação e manutenção de iniciativas Jornalísticas;
3) cortar a destinação de verbas públicas para corporações de mídia.

No primeiro caso, o governo federal deve executar dívidas das corporações com o povo, sobretudo através da execução de dívidas como FGTS e INSS, que são milionárias. Hoje estima-se que as corporações de mídia devem ao povo cerca de 10 bilhões de reais.

Ainda no tocante ao cumprimento das leis, o governo deve fazer valer os artigos da Constituição Federal de 1988, que vetam monopólios e oligopólios; garantem a existência de empresas de comunicação públicas e estatais, além das iniciativas privadas; exigem a produção e exibição de programas regionais; priorizam as programações educacionais e culturais.

Segundo ponto: os governos federal, estaduais e municipais, como gestores da coisa pública, têm a obrigação de fomentar iniciativas Jornalísticas fundadas no respeito ao público, exatamente como descrito no juramento acima citado. Pelo mesmo motivo, os governos devem interromper o fluxo de dinheiro público para as corporações de mídia. Muitas das vezes, isso pode ser feito gradualmente, de modo que os recursos públicos sejam transferidos, aos poucos, para as iniciativas Jornalísticas. No entanto, a verba pode ser cortada de uma só vez, como fez o governador do Paraná, Roberto Requião. Tudo vai depender da correlação de forças e das reais intenções da equipe de governo.

Além das tarefas concernentes ao poder público, há que sublinhar a importância de outras instâncias da sociedade. Universidades, escolas, associações de classe, sindicatos, igrejas, movimentos sociais, parlamentares, juízes, defensores e promotores progressistas e todos aqueles que lutam por uma sociedade mais justa devem se engajar na denúncia das distorções praticadas pelas corporações de mídia e, complementarmente, na produção de material Jornalístico.

Ao denunciar as mentiras e manipulações publicamente, as corporações de mídia serão enfraquecidas. Elas perderão força sempre que seus dogmas forem questionados. Isso precisa ser feito porque, apesar de hipocrisia ser flagrante, muitos ainda acreditam naquilo que é divulgado por elas.

Por outro lado, no momento em que as diversas instâncias da sociedade produzem material Jornalístico, ao público em geral é franqueada a possibilidade de comparação com as informações divulgadas pelas corporações. Isso mostrará, aos que tiveram acesso ao fato narrado, quem está preocupado em contar a verdadeira história.

Outra tarefa dessas instâncias é exigir, de forma organizada e sistemática, que os governantes cumpram seu dever. Protestos, manifestações, abaixo-assinados devem se estender para este objetivo; os alvos devem ser os governantes e as corporações de mídia.

Hoje existem algumas iniciativas esparsas nesse sentido, que devem ser aprimoradas. Mas ainda é pouco. Outras muitas ainda podem ser criadas, e entre elas uma, em especial, deve ser cultivada com carinho: a união das diversas iniciativas Jornalísticas existentes. Essa união virá a fortalecer o movimento de democratização da sociedade, contribuindo para a destruição das corporações de mídia e para a criação de instituições Jornalísticas sólidas, capazes de enfrentar a violência e a desigualdade fomentadas pelo sistema capitalista.

Educação: A pedagogia oficial paulista e o seu “manual para vigiar e punir”

Por Denilson Botelho, 13.10.2009


O tucanato paulista parece mesmo insuperável quando se trata de administrar a educação pública, especialmente sob a batuta do indefectível Paulo Renato de Souza. Por pouco afundavam as universidades públicas federais de uma vez por todas entre 1994 e 2002. A obra só não foi concluída porque faltou-lhes mais um mandato presidencial, que perderam para Lula e o PT em 2002. Não fosse isso, hoje estaríamos entregues à sanha dos empresários que deitaram e rolaram na era FHC, abrindo uma “faculdade” a cada esquina, como quem abre uma quitanda.

Agora vemos do que são capazes em São Paulo. Divulga-se que as escolas estaduais daquele estado contarão com um novo e poderoso aliado na luta contra a indisciplina e a violência no ambiente escolar: um manual de normas e condutas, direitos e deveres para os alunos. A grande novidade do referido instrumento “didático-pedagógico” é que prevê punições para os alunos.

A pergunta que não quer calar é: quem vai punir? Ora, é evidente que essa tarefa recairá sobre os ombros de professores, funcionários e diretores que serão desta forma estimulados a partir para o confronto com os alunos. O senhor Paulo Renato não está a inventar a roda, é claro. Retoma um velho hábito das primeiras décadas republicanas em que os problemas sociais eram tratados pelas autoridades como caso de polícia. Talvez tenha esquecido que professor não veste farda, não usa cassetete e nem anda armado. Sua arma é a palavra.

Por que diachos esses doutos senhores não se perguntam porque as escolas são depredadas e destruídas, seus professores desrespeitados e agredidos e o espaço que outrora destinava-se à educação vai se transformando num cenário de guerra em que dos dois lados tombam vítimas – enquanto o secretário assiste do alto de seu confortável gabinete a barbárie campear?

Enquanto faltar de tudo um pouco para esses jovens que não têm outra alternativa a não ser estudar numa falida rede pública, a escola será o lugar onde a revolta e a indignação continuarão a aflorar. Sem condições de moradia decente, sem renda, sem emprego, sem transporte público de qualidade, sem atendimento digno na rede pública de saúde, mal alimentados e cotidianamente desrespeitados, o que esses estudantes encontram nas escolas? Prédios deteriorados, condições precárias de estudo, falta de professores, mestres desestimulados e pauperizados. E agora um código disciplinar de conduta travestido de manual de direitos e deveres!

Ora, esquece – propositalmente – o governo do estado de São Paulo que professores não são carcereiros e que escola não é presídio. Confunde-se aquele que um dia escolheu o ofício de educar, estimulando-o a punir. Educar não é punir, é gesto de amor, dedicação, compreensão, diálogo e orientação. A cúpula da educação paulista parece que não viu o belo documentário de João Jardim, “Pro dia nascer feliz”. Se viu, não entendeu ou não quis entender. A cúpula da educação paulista parece que nunca ouviu falar de um certo Paulo Freire, não é mesmo?

A garotada que freqüenta a escola pública estadual em São Paulo certamente gostaria de estudar numa escola bonita, dotada de toda infraestrutura e recursos tecnológicos, com professores bem remunerados e motivados, tal como os filhos da burguesia paulistana usufruem diariamente. Na falta disso e de tudo o mais, sentem-se ali mais uma vez oprimidos e desrespeitados, dentro e fora da escola.

A escola que deveria ser um espaço acolhedor e de diálogo, onde os jovens possam se manifestar livremente e ser ouvidos sobre suas angústias e sonhos, há muito tempo já perdeu o sentido. O gesto derradeiro do manual de conduta a respaldar punições – até multas são previstas – passa longe da tarefa de educar. Talvez lembre o delírio tirânico do panopticon em que Foucault viu o espaço por excelência para vigiar e punir. Jamais para educar.

Desse jeito, a iniciativa do governo paulista funcionará como um instrumento ainda mais eficaz não do ponto de vista disciplinar, mas do aprofundamento de uma luta de classes que o tucanato insiste em fomentar. Hoje joga professores contra alunos, amanhã ambos voltarão toda a sua fúria e indignação contra seus verdadeiros carrascos. Quem fomenta o ódio de classe, certamente há de colher os seus frutos.

PS – Em tempo, estaria o tal “manual de conduta” em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente? Ou às favas com a lei?

(*) Denilson Botelho é professor de história e autor de A pátria que quisera ter era um mito.

Uma boa notícia:Estrelas do Senado correm risco de não se reeleger

Políticos de oposição enfrentam dificuldade para se reeleger em 2010. Os obstáculos atingem em cheio senadores de todos os partidos que estão sendo obrigados a fazer arranjos políticos para garantir, ao mesmo tempo, sua sobrevivência e a eleição nos Estados.

Na oposição, há casos como os dos senadores tucanos Sérgio Guerra (PE), atual presidente do PSDB, e Tasso Jereissati (CE), ex-presidente da sigla, que correm o risco de não voltar ao Senado. Os percalços eleitorais também abrangem senadores governistas, como Renan Calheiros (PMDB-AL), que provavelmente terá de encarar como adversários na corrida pelo Senado o ex-governador Ronaldo Lessa (PSB) e a candidata à Presidência pelo PSOL em 2006, Heloisa Helena.

O enfraquecimento de cabeças coroadas da política é mais visível no Nordeste, onde tradicionalmente os governadores são responsáveis pela eleição de senadores. Depois de governar Pernambuco por oito anos consecutivos, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que tem mais cinco anos de mandato, é pressionado a sair candidato ao governo do Estado. O motivo é que a candidatura do peemedebista seria o caminho mais tranquilo para alavancar a eleição tanto de Sérgio Guerra quanto do ex-vice-presidente Marco Maciel (DEM-PE).

Com dificuldade para se reeleger ao Senado, os dois torcem para que Jarbas dispute o governo do Estado e, com isso, ganhem um palanque forte. Afinal, ambos terão como adversários o ex-prefeito de Recife, o petista João Paulo, e o deputado Armando Monteiro (PTB). Com mandato desde 1971, Maciel é o que tem mais "recall" junto ao eleitorado. Já o senador tucano é o que dispõe da maior estrutura partidária no Estado, mas sem o palanque de Jarbas enfrenta dificuldade de se reeleger para o Senado.

"Todos os candidatos de oposição serão mais competitivos se Jarbas for candidato ao governo", admite Sérgio Guerra. O senador peemedebista prefere, no entanto, manter o suspense até o carnaval, data em que confidenciou a amigos que irá bater o martelo sobre sua candidatura. Se Jarbas resolver não entrar na disputa eleitoral, Sérgio Guerra vai tentar seu quarto mandato de deputado. Para "guardar lugar", já lançou sua filha Helena Guerra à Câmara.

Governador do Ceará por oito anos, Tasso elegeu para o Senado quem bem entendeu durante a década de 90 e até 2002, quando ele e sua afilhada política Patrícia Saboya (PDT) conquistaram as duas vagas no Senado. Mas agora a situação é tão delicada que a ex-mulher do pré-candidato à Presidência pelo PSB, deputado Ciro Gomes, vai disputar uma vaga de deputada estadual. Na sua vaga de deputado pelo Ceará, Ciro pretende eleger Pedro Brito (PSB), ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos. Tasso tenta obter o apoio velado de Cid Gomes (PSB), irmão de Ciro e atual governador do Ceará, para voltar ao Senado.

O cenário cearense ficou complicado depois que o ministro da Previdência, José Pimentel (PT), entrou na disputa por uma das duas cadeiras de senador. A outra é pleiteada pelo deputado Eunício Oliveira (PMDB), ex-ministro das Comunicações de Lula. Teoricamente, Cid apoiará as candidaturas de Eunício e Pimentel.

Ocorre que historicamente os Gomes sempre estiveram juntos de Tasso. "Na história política do Ceará nenhum governador se elegeu sem deixar de fazer os senadores", diz Oliveira, que aposta no apoio do governador para conquistar o Senado.

Homem forte no Senado do governo Lula, Renan também se prepara para enfrentar uma eleição dificílima. Com a provável candidatura da senadora Marina Silva (PV-AC) à Presidência, Heloísa Helena teria desistido de tentar disputar a sucessão presidencial. A expectativa é que obtenha "um caminhão de votos" na eleição para o Senado. A candidatura do ex-governador Lessa também é forte: quase se elegeu em 2006 para o Senado. Perdeu para Fernando Collor de Mello (PTB).

Depois de chegar ao Senado com mais de 10 milhões de votos, o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (SP), não deverá ter reeleição fácil. A situação dele se agravou depois que o vereador Gabriel Chalita migrou do PSDB para o PSB para disputar uma das vagas por São Paulo. Com a aliança entre o PSDB e o PMDB em torno da candidatura ao Senado do ex-governador Orestes Quércia, Mercadante estaria contando em ser o "segundo voto" dos tucanos. Mas agora o "segundo voto" deve migrar para Chalita
(Estadão)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Imprensa estrangeira e brasileira, dois olhares sobre um mesmo país

O jornal espanhol "El País" deu neste domingo uma série com editorial, artigos e reportagens. Entre os enunciados, "América Latina recobra o alento" com "A pujança do Brasil e a alta das matérias primas"; "Rio 2016, uma oportunidade para as empresas espanholas"; e "Eldorado carioca", sobre a "centena e meia" de empresas que já "falam brasileiro".

No texto de maior repercussão nos sites brasileiros, de Francho Baron, "Premiado com os Jogos Olímpicos e convertido em uma potência econômica, o Brasil assume o desafio de erradicar a pobreza".

Jornais espanhóis, do país basco à Catalunha, foram na mesma linha do madrilenho "El País" e publicaram longos textos com enunciados como "O poderio do Sul" e "Lula, el conseguidor", de louvor ao presidente brasileiro.

E ontem foi o argentino "La Nación" que fez editorial, sob o título "Brasil nas grandes ligas", afirmou que o presidente Lula projeta o país a "líder regional e ator global de primeira ordem".

O "New York Times" de domingo publicou em longa reportagem que os "Emergentes realizam retorno", com destaque para a recuperação no preço das commodities e a reação do Brasil. Com imagem de colheita de soja, sublinhou aposta na Petrobras.

Vamos ver agora, as manchetes dos jornais brasileiros?

Folha:Governo [Lula] patrocina uniforme em ano eleitoral

O Globo: Em um ano, governo [Lula] cria 26 mil cargos


Imprensa estrangeira e brasileira, dois olhares sobre um mesmo país

Um artigo que eu recebi por email.ilustra as notícias de hoje. O artigo, fala que, desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, a imprensa brasileira, em geral, tem procurado esconder os avanços sociais e econômicos do Brasil. Em contrapartida, nos Estados Unidos e na Europa, não se cansa de assinalar os êxitos do governo e aliados.

No exterior, dá-se ênfase ao novo papel do País no mundo, à redução da pobreza e a outras conquistas. Lula foi chamado pela revista americana Newsweek de "o político mais popular do mundo", mas o tratamento que recebe no Brasil é o oposto.



"Enquanto Lula e seu governo são celebrados em todo o mundo, quem lê a imprensa brasileira vai achar que existem dois ‘brasis' diferentes". Até o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, percebeu a existência de duas "realidades" bem distintas, a do Brasil real e a mostrada pelos grupos de comunicação. Dois "países" que não se comunicam e se estranham.



O fenômeno da partidarização da mídia ocorre há décadas e coincide com mandatos de governos de caráter popular como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart e, agora, Lula. "Hoje não se observam mais os manuais de redação que preconizam ouvir todas as partes envolvidas numa mesma matéria", sublinha Emiliano, que é jornalista e professor universitário aposentado de Comunicação Social.



Não falta má vontade. Na Suíça, em evento na Organização Internacional do Trabalho, Lula foi aplaudido de pé, numa consagração reservada a poucos na história da entidade. No Brasil, porém, os jornais e emissoras de TV ignoraram o fato. "O Brasil e seu presidente estão ‘bombando', mas quem quiser se informar tem que procurar fontes externas de informação, com raras exceções", disse o parlamentar.



Outro caso é a superação, pelo Brasil, da turbulência econômica iniciada há um ano. O fato foi noticiado e comemorado por órgãos estrangeiros como o Le Monde, BBC, El País, Financial Times e The Economist, mas a mídia nacional relatou o fato tardiamente. "Sob o comando de Lula, ficamos praticamente blindados à crise, mas nossa imprensa tentou aterrorizar a população de que estaríamos no pior dos mundos".



Procura-se, sempre, criar notícias que levem ao pânico ou à distorção da imagem de um governo ligado aos interesses do povo"A imprensa brasileira é conservadora e, com sua abordagem distorcida, torna-se uma verdadeira ameaça à democracia. As oligarquias que detêm o controle dos meios de comunicação não toleram um governo popular", comenta.



O mau jornalismo brasileiro a cobertura sobre o abrigo dado pelo Itamaraty, na embaixada em Honduras, ao presidente deposto daquele país, Manuel Zelaya. "Enquanto o Brasil tinha a solidariedade da comunidade internacional, de instituições como a ONU e OEA e até do presidente dos EUA, Barack Obama, a mídia brasileira tratou a diplomacia do governo Lula como adepta de uma suposta atitude ilegal."



Nota do Aguinaldo: As distorções atuais devem ser um dos eixos centrais da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro. A democratização do Brasil supõe a democratização da comunicação, com informações confiáveis e a superação da concentração da propriedade no setor.

O candidato Arthur Virgílo em busca de votos.

A comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, aprovou nesta terça-feira, 13, um requerimento convidando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a dar explicações sobre o atraso nas restituições do Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF) de 2009 ano-base de 2008.O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) avaliou que a ida do ministro à CAE é "oportuna" e afirmou que o processo de restituição do IRPF pago a mais pelos contribuintes será "normalizado" em breve

O líder do PSDB e candidato ao governo do Amazonas, Arthur Virgílio (AM), autor do requerimento de convite a Mantega, definiu como "desculpa esfarrapada" a afirmação do ministro de que a liberação dos lotes de restituição do IRPF depende da arrecadação de tributos a cada mês.

O requerimento de Virgílio incluía convite ao secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, para também explicar o atraso nas restituições. Mas os senadores da CAE entenderam que, "convidando o chefe, é desnecessário convidar o subordinado", segundo palavras do senador Francisco Dornelles (PP-RJ).


NOTA DO AGUINALDO: Perguntar não ofende.

A oposição PSDB/PFL(”DEMO”)/PPS faz o maior barulho a respeito da retenção do dinheiro da restituição do imposto de renda por parte da receita federal. Eu gostaria de saber a opinião dessa gente sobre o calote que o governador José Serra dá em milhares de aposentados em São Paulo, com o não pagamento doss precatórios alimentares. O Governador não paga os precatórios da década de noventa. Está parado em 1998, só fazem 11 “aninhos...” A Constituição do país determina o pagamento dessas dívidas, e a autoridade máxima do estado de São Paulo não cumpre esta determinação. Isso é um absurdo. Pessoas com direito a receber dívidas do estado mais rico da nação e o governador não paga. Pessoas idosas que já morreram e não receberam o que tinham direito!! que absurdo! Cadê a mídia? Cadê a justiça? Dois pesos e duas medidas?

Conselhos para área social

Um dos mais recentes projetos do Presidente Lula, a Consolidação das Leis Sociais (CLS) foi o tema de reunião, na semana passada, entre o petista e 17 ministros ligados à área. O objetivo é consolidar em um único documento diversos programas do atual governo - e garantir a continuidade na gestão seguinte. A proposta, a pedido do Presidente, também é motivo de debate entre os membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que entrega a Lula, até o fim deste mês, sua visão sobre o assunto.

Criado ainda no primeiro mandato do petista, o conselho tem a função de apresentar a opinião da sociedade civil sobre assuntos de peso para o governo, além de propor políticas públicas para o desenvolvimento nacional. A influência dos membros do grupo, entretanto, não fica restrita à elaboração de propostas. A maior proximidade com autoridades do Executivo contribui para um bom trânsito no governo.

Formado por 14 ministros e até 90 conselheiros, o grupo segue modelo europeu, onde conselhos de representação da sociedade surgiram logo após a Segunda Guerra. Entre os vizinhos, entretanto, não há tradição semelhante. "Eles só conseguem se desenvolver em espaços de democracia, por isso são recentes na América Latina", explica Esther Albuquerque, secretária do conselho.

Por ser um grupo de caráter consultivo, as sugestões dos conselheiros não precisam ser acatadas pelo governo. Uma das mudanças sugeridas pelo grupo - e não adotadas - refere-se à participação de representantes de empresários e trabalhadores no Conselho Monetário Nacional (CMN). "O governo entendeu que não era o momento de ampliar o conselho monetário nacional", afirma Arthur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Apesar das limitações, a influência dos conselheiros, na verdade, extrapola as reuniões do grupo. A maior proximidade de membros do Executivo, que acompanham as discussões do conselhão, facilita um relacionamento e permite maior trânsito entre autoridades do governo. Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) há dois meses, Augusto Chagas teve um encontro com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, logo após a reunião do conselho com a "mãe do PAC" para discutir o marco regulatório do pré-sal. "Após a reunião (do pré-sal) o encontro pôde se viabilizar", disse o estudante, filiado ao PCdoB.

Na agenda, o pedido para que mais recursos do Fundo Social do pré-sal sejam destinados à educação e ao apoio à recuperação da sede da entidade no Rio.

Mandato

Os conselheiros têm mandato de dois anos, renováveis ou não. A função não é remunerada, mas o governo arca com despesas de passagens aéreas e hospedagens. Atualmente, o conselho conta com 84 membros - entre eles Zilda Arns, Viviane Senna e Abílio Diniz.

O presidente do CDES, no Brasil, é o próprio Presidente Lula, que participa de pelo menos quatro sessões plenárias anuais do conselho. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, a quem o conselho está subordinado, é o secretário executivo do grupo. Além dos encontros com todos os conselheiros, pequenos grupos debatem temas específicos como a reforma tributária e a bioenergia. Cerca de quatro reuniões mensais são realizadas pelo grupo temático, em Brasília, no Rio de Janeiro ou em São Paulo.

1 milhão de restituições

A Receita Federal paga na quinta-feira 1,17 milhão de restituições do Imposto de Renda deste ano. Esses contribuintes deverão receber, juntos, R$ 1,12 bilhão. Quem tiver mais de 60 anos e não entrou nos últimos lotes será beneficiado.

Nesse lote, do total de declarações liberadas, 11.788 são de contribuintes idosos, totalizando R$ 32,5 milhões. A consulta ao 5º lote do IR 2009 pode ser feita pelo telefone 146 ou pelo site www.receita.fazenda.gov.br.

A grana terá correção com base na variação da Selic (taxa básica de juros), de 4,7%, referente aos meses de maio a outubro. O lote também inclui 10.610 contribuintes que haviam ficado retidos na malha fina de 2008. Juntos, receberão R$ 30,5 milhões, corrigidos em 16,77% (Selic de maio de 2008 a outubro de 2009).

A grana será depositada na conta bancária informada na declaração. Se o valor não for creditado, o contribuinte deverá procurar uma agência do Banco do Brasil para agendar o pedido. O prazo para retirar a grana do banco é de um ano.

Campanha eleitoral:Serra faz discurso político em missa. A imprensa finge que não viu

É isso que você quer para o Brasil?


A notícia em todos os jornais de ontem eram que, a ministra Dilma estava fazendo campanha eleitoral na festa do Círio de Nazaré. Na TV, Boris Casoy, quase teve um "faniquito" ao criticar Dilma, que segundo ele estava fazendo campanha em ato religioso.

Mas, não foi notícia em nenhuma TV ou jornal, o fato de José Serra discursar em festa religiosa em Aparecida.

No dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB),foi apresentado pelo arcebispo Dom Geraldo Magela Agnelo, e discursou ontem para 43 mil católicos que participaram das homenagens no Santuário Nacional de Aparecida (SP).

o tucano participou de ato na basílica e aproveitou para dizer que; o Brasil precisa de governantes íntegros, que sirvam ao povo, em vez de se servirem do povo; e que tenham como preocupação central abrir oportunidades a nossas famílias: oportunidades de trabalho, de cultura, em um ambiente de espiritualidade fraterna, discursou Serra.

No total, 175.667 pessoas visitaram a cidade de Aparecida (a 180 quilômetros de São Paulo) durante o feriado de ontem, segundo a assessoria de imprensa da basílica. Foram celebradas quatro missas ao longo do dia.


Enviar por e-mail: Por: Helena™ . Terça-feira, Outubro 13, 2009

Time: A Casa Branca enfrenta a mídia

A Casa Branca decide encarar a 'imprensa'

Michael Scherer, revista Time

Não houve um momento determinado, quando a equipe de comunicação da Casa Branca decidiu que os grandes órgãos da mídia não estavam dando conta do recado, nem faziam jornalismo. De fato, houve vários momentos.

Para o secretário de Imprensa, Robert Gibbs, o dia da virada aconteceu no início de setembro, quando o New York Times publicou, como matéria de primeira página, o "crescimento nas pesquisas, de pais e mães preocupados com o conteúdo do discurso de Obama para crianças e adolescentes" – antes mesmo de o jornal (e os 'pais e mães'!) conhecerem o teor benigno do discurso. "Chega um momento que... Chega! Páre aí! Mas... que negócio é esse?" – disse Gibbs. "Essa coisa está transformada em circo de três picadeiros!"

Para o diretor de comunicações da Câmara de Deputados, Dan Pfeiffer, foram os ataques mais hiperbólicos, esse ano, contra o plano de Obama para a reforma da assistência à saúde, sempre noticiados como se houvesse alguma "controvérsia", que acionaram um alarme em sua cabeça. "Quando se debate se se trata ou não de assassinar velhinhas e criancinhas doentes" – diz ele –. "não se aplicam as regras normais do jornalismo: é preciso ser a favor de não assassinar ninguém. É preciso ter lado e a opinião do 'outro lado' absolutamente não interessa."

Para a chefe de Pfeiffer, Anita Dunn, o momento do "aha!" aconteceu quando o Washington Post publicou uma segunda coluna assinada pelo mesmo político Republicano, 'denunciando' que haveria "32 czares" indicados por Obama e já trabalhando na administração pública. Nove deles foram nomes aprovados pelo Senado, quer dizer, em nenhum caso seriam 'czares'. "O que de fato me surpreendeu e ainda surpreende até hoje, é que o Washington Post nunca questionou essa opinião de seu colunista. É inacreditável... mas aconteceu."

Todas as críticas, diárias, repetidas, as justas e também as injustas, e as delirantes, todas, estão pesando sobre a Casa Branca, objeto de ataques incansáveis. Então, a Casa Branca pensou em uma nova estratégia: em vez de facilitar a vida dos jornalistas, oferecendo-lhes fatos que os jornais e jornalistas usam em seguida como se fossem 'prova' do que escreveriam contra Obama mesmo sem qualquer verificação ou sem qualquer prova, a Casa Branca decidiu entrar no jogo e criticar mordazmente o jornalismo de futricas, os políticos e os veículos que vivem de publicar bobagens, ou mentiras, ou invenções completamente nascidas das cabeças dos 'jornalistas', como, por exemplo, a ideia de que o plano de Obama para reforma da assistência à saúde dos norte-americanos incluiria "clínicas sexuais" a serem implantadas nas escolas. Obama, descansado e relaxado depois dos feriados em Martha's Vineyard, riu da ideia dos 'jornalistas' e disse aos auxiliares que "Ok. Vamos chamar os caras p'ra conversar lá fora."

A estratégia de não fazer prisioneiros surpreendeu alguns 'jornalistas', considerando a cobertura amplamente favorável ao candidato Obama e considerando, também, a tendência do presidente de trabalhar em temperaturas retóricas menos exaltadas que o padrão de Washington e de não dar atenção às hipérboles partidarizadas. Nada disso. O Blog da Casa Branca, agora, não perde vez para falar mal dos críticos do governo. Um dos postados mais recentes levava o título de "A rede Fox mente" e sugeria que a rede estaria militando contra os interesses dos EUA, ao ridicularizar os esforços de Obama para que Chicago fosse escolhida para as Olimpíadas 2016.

Nenhum funcionário da Casa Branca ofereceu 'fatos' explicativos ou pediu desculpas. "A melhor analogia é o beisebol" – disse Gibbs. "O único modo de arrancar os caras de uma base, é mandar uma bola rápida. Aí, eles se mexem."

A generala dessa guerra é Anita Dunn, 51, veterana estrategista de campanhas eleitorais, que chegou em maio à Casa Branca. Dunn é um dos grandes nomes das campanhas dos Democratas desde o final dos anos 80 e, nesses meses, foi ela quem montou a nova estratégia de respostas rápidas. Na Casa Branca, converteu-se em leitora aplicada de todos os jornais mais conservadores e crítica ferocíssima da rede Fox News, comandando o movimento para impedir que funcionários do governo (inclusive Obama) deem entrevistas ou façam declarações àquela rede.

"Trata-se de opinião partidarizada, travestida de noticiário e de jornalismo" – diz Dunn. "Eles ainda estão com bons números de audiência, mas estamos nos movimentando e não vamos perder essa."

O diretor de jornalismo da Fox, Michael Clemente, reagiu; disse que as críticas pela Casa Branca misturam os jornalistas da rede e colunistas não-jornalistas, como Glenn Beck [âncora de um dos programas de debates da Fox. Para saber quem é, ver O Público, de Portugal, em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1401620]. Para Clemente, Beck seria como "um colunista não-jornalista, dos que escrevem nos jornais"."

Dunn — mãe de um adolescente de 13 anos, que planejou o cronograma do novo emprego na Casa Branca, de modo a poder passar mais tempo com o filho – é uma raridade feminina, no círculo mais íntimo de auxiliares de Obama, só de rapazes. Mas o impacto que ela teve na Casa Branca é indiscutível. Desde sua chegada, a operação das comunicações foi reformulada, firmemente re-focada, com forte ênfase no planejamento de um novo ciclo de noticiário e estrito controle sobre os contatos entre sua equipe e os jornalistas dos grandes jornais. Nas reuniões internas diárias da equipe, é ela quem decide quem 'ouvirá resposta rápida', quando e como; é ela também quem decide onde, quando, como e para quem é caso de justificativas, admitir erros ou pedir desculpas.

É mulher de instintos ferozes, que rapidamente vêm à tona. "Aqui na Casa Branca, (...) temos de ser mais agressivos, em vez de sempre dar explicações, bater em retirada ou só nos defender" – diz ela. A imprensa vive de falar. Não há silêncio, na imprensa. Por isso, a imprensa sempre pode usar qualquer mínima coisa e converter em notícia, mesmo que, para isso, os fatos sejam distorcidos. Não precisamos aceitar isso. Por quê?"

Em outras palavras: depois de oito meses de governo Obama, acabaram-se os dias de harmonia 'suprapartidária' ou 'despolitizada', e ilusão de que a imprensa naturalmente ofereceria "dois lados" das notícias. Agora somos "NÓS" contra "ELES". E o governo Obama está jogando para ganhar.

É preciso reconceituar o Jornalismo

É preciso reconceituar o Jornalismo. Não faz mais nenhum sentido chamar de Jornalismo o que fazem as corporações de mídia. Quem se preocupa com o lucro em primeiro lugar não é uma instituição jornalística. Não pode ser. Quando uma empresa passa a ter como principal meta o lucro, essa empresa pode ser tudo, menos uma instituição jornalística. E aí não importa a quantidade de estrutura e dinheiro disponível, pois a prática jornalística é de outra natureza.

Exemplo: eu posso passar uma semana no Complexo do Alemão com um lápis e um bloco de papel. Posso chegar até lá de ônibus. Posso bater o texto num computador barato.

Mesmo assim, se a publicação para onde escrevo for jornalística, vou ter mais condições de me aproximar da realidade do que uma matéria veiculada pelas corporações de mídia. Essas podem dispor de toda a grana do mundo, de carro com motorista, dos gravadores mais caros, das melhores rotativas, de alta tiragem e de toda a publicidade que o dinheiro pode comprar.

No entanto, se não forem instituições jornalísticas, elas dificilmente se aproximarão da realidade da favela, isso quando não a distorcem completamente.

Existem outros exemplos para além da questão da favela. É o caso dos venenos produzidos pelas Monsantos da vida, que nunca são denunciados pelas corporações de mídia.

Ou da retomada dos movimentos de libertação na América Latina, vistos como “ditatoriais”; a perseguição aos movimentos sociais e aos trabalhadores em geral; a eterna criminalização da política, de modo a manter as instituições públicas apequenadas frente ao poder privado. Enfim, você pode olhar sob qualquer ponto de vista que não vai enxergar Jornalismo.

Isso precisa ficar bem claro. Claro como a luz do dia. Pra que as corporações pareçam ridículas quando proclamarem delírios do tipo: “somos democráticas”, “únicas com capacidade de fazer jornalismo”, “imparciais” e por aí vai.

Fazer Jornalismo não tem esse mistério todo. Em síntese é você contar uma história. Essa história deve ter alguns critérios que justifiquem sua publicação. Alguns deles aprendemos nas faculdades e são válidos; outros são ensinados, mas devem ser vistos com cautela. E outros simplesmente ignorados. Mas, no fundo, o importante é ser fiel ao juramento do jornalista profissional:

“A Comunicação é uma missão social. Por isto, juro respeitar o público, combatendo todas as formas de preconceito e discriminação, valorizando os seres humanos em sua singularidade e na sua luta por dignidade”.

Essa frase, quase uma declaração de amor, não é minimamente observada pelas corporações de mídia. Vejamos: elas não têm espírito de missão, não respeitam nada, nem as leis, estimulam o preconceito, discriminam setores inteiros da sociedade, violam os direitos humanos e não sabem o significado da palavra “dignidade”.

Mas por que o Jornalismo é tão importante para uma sociedade? Porque hoje, devido ao avanço tecnológico dos meios de comunicação – são praticamente onipresentes nas sociedades contemporâneas –, a mídia assume uma posição privilegiada no tocante à produção de subjetividades.

Ou seja, a mídia, mais do que outras instituições, adquire enorme poder de produzir e reproduzir modos de sentir, agir e viver. Claro que somos afetados por outras instituições poderosas, como Família, Escola, Forças Armadas, Igreja, entre outras, mas a mídia é a única que atravessa todas as outras.

Fica claro, portanto, que uma sociedade será melhor ou pior dependendo dos equipamentos midiáticos nela inseridas. Se forem instituições jornalísticas sólidas e competentes, mais informação, dignidade, mais direitos humanos, mais cidadania, mais respeito, mais democracia.

Se forem corporações pautadas pelo lucro, ou seja, entidades não-jornalísticas, menos informação, menos dignidade, menos direitos humanos, menos cidadania, menos respeito, menos democracia.

É por isso que eu sempre digo aqui, neste modesto, porém Jornalístico espaço: as corporações de mídia precisam ser destruídas, para o bem da humanidade! Em seu lugar vamos construir instituições jornalísticas. Ponto.


Por Marcelo Salles.

PEC 58/09 É SOLUÇÃO! DEVE ESTAR ACIMA DAS VAIDADES, DEM QUEM MEDE FORÇA PARA JUSTIFICAR SEUS ERROS.

O principio do direito é que a lei emana do povo. Leis são feitas para serem cumpridas pelo povo. As leis são os mecanismos para regular o comportamento em beneficio de toda a uma sociedade.

O Senado e a Câmara dos Deputados são as únicas casas com representatividade legais e constitucionais para alterar a Carta Magna do nosso País.

A Emenda Constitucional nº 58/09, também chamada PEC dos Vereadores vem recompor as cadeiras nas Câmaras Muncipais, fazendo justiça, beneficiando a população, através do fortalecimento da democracia e ampliando a sua representatividade, levando a política mais próxima da população.

O conceito de suplente: é aquele que suplementa, que participa junto com a pessoa efetiva na função de todo o trabalho, nesta mesma função.

É a pessoa que por seu cargo esta apta a completar quando necessário a função da pessoa efetiva. O suplente substitui ou complementa. Faço meu trabalho voluntário no meu município e quando luto pela regularização fundiária para os bairros carentes, pela moradia digna, mobilizo os pescadores, moradores que se conscientizam da sua função para a harmonia do homem no meio ambiente, quando negociamos com governos para o bom exercício das políticas publicas, seja municipal, estadual ou federal, acredito esta exercendo a minha função de suplente e substituindo muitas vezes aqueles que foram eleitos e não estão presentes, não estão envolvidos e muito menos tem compromisso com qualquer causa.

Quando o STF se ampara no conceito de que a lei não retroage, porem deve prevalecer o conceito de que a lei deve retroagir para beneficiar. A PEC 058/09 só tem a única finalidade de trazer diversos BENEFÍCIOS, ao País, corrigir uma distorção causada pelo próprio STF que em 2004 empobreceu a democracia, centralizou o poder e como se não bastasse, colocou nas mãos dos que foram eleitos verbas em abundância, indo contra os próprios preceitos econômicos de controle inflacionário, na lida com a escassez e responsabilidade nos gastos dos recursos.

A PEC 058/09 SÓ NÃO BENEFICIA AS ATUAIS CÂMARAS MUNICIPAIS QUE QUEREM CONTINUAR AS GASTANÇAS, FAVORECENDO CONTRATACOES DE MAIS ASSESSORES DE FORMA DESNECESSÁRIAS, O STF, A OAB, A PGR E O TSE, que por suposta vaidade de poder, de disputa, ou por não estarem habituados as mudanças para melhora, defendem a burguesacão da justiça, aquela que funciona para poucos. Para aqueles que acompanham, julgam, fiscalizam e que tem dinheiro para contratar um bom advogado.

A PEC 058/09 faz justiça aos suplentes que tiveram expressivas votações e não foram eleitos devido a decisões tomadas de súbitos. Beneficia também aqueles que competiram no Pleito Eleitoral sem cometer crimes, tiveram o voto consciente. É sabido que a disputa política tem a frente o poder econômico que influencia nos resultados e no principio da instituição democrática, tornando mais fracos aqueles que exercem a política com interesse coletivo.

Se o poder judiciário é blindado, o poder legislativo não pode ser centralizado, como a própria natureza, tudo deve estar em equilíbrio.

A reposição nas Câmaras Municipais não pode esperar, o povo não pode pagar por erros cometidos no passado que com urgência deverão ser corrigidos.

Mas com toda a minha crença, minha fé, na certeza da responsabilidade dos homens públicos deste país, tenho certeza da consciência e da contribuição de estarmos a frente do nosso tempo.

Portando, tudo vai se resolver na medida do possível. Creio no Estado Democrático e de Direito, na harmonia institucional entre os Poderes e seus representantes. Que os suplentes sejam empossados de imediato, recompondo as Câmaras Municipais de todo o Pais, somando para o bom funcionamento do legislativo mirim, beneficiando a maioria do povo brasileiro.

Gerson Florindo de Souza
Vice Presidente do PT de Ubatuba e futuro Vereador, juntamente com mais de 7 mil suplentes deste País.
gersonflorindo@gmail.com

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eduardo Guimarães: Dia das Crianças não existe

12 de Outubro de 2009 - 15h53

Todo 12 de outubro comemoramos o “dia das crianças”, um pretexto para o comércio ganhar dinheiro, pois nos limitamos a dar brinquedos aos nossos filhos em vez de agirmos para tirar da rota do desastre milhões de brasileirinhos que para lá caminham a cada dia que passam sem educação, sem acompanhamento de um adulto responsável, sem alimentação condigna, sem ensinamentos dos valores da civilização.

Por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania.com

No dia de hoje, enquanto crianças de certas classes sociais são mimadas com mais brinquedos – que, em poucos dias, serão empilhados em armários repletos de brinquedos de outros 12 de outubro –, milhões de outras crianças estão pelas ruas consumindo ou vendendo drogas, prostituindo-se, roubando.

Conheço o caso de um cidadão que durante anos passou de carro diariamente por um semáforo em que crianças esmolavam. Um dia, uma das que ali esmolavam, um garoto, tornou-se adolescente. Naquele mesmo semáforo em que esmolou desde pequeno, assaltou o homem que durante anos passou diariamente por ali ignorando-o ao subir o vidro do carro. O cidadão tentou fugir e foi morto a tiros.

Não é por caridade, apenas, que brado sempre neste blog por justiça social. É, também, por instinto de autopreservação. Sei que essas crianças abandonadas (apesar de muitas vezes viverem com pais indignos da paternidade, até por terem tido pais como eles mesmos) só poderão, com raras exceções, virem a se tornar ameaças à sociedade. E sei que qualquer um de nós poderá encontrar com uma delas num semáforo algum dia.

Por isso é que não compreendo que o dia das crianças não passe de um pretexto para vender brinquedos e estimular o turismo de feriado, quando deveria ser um dia de mobilização do país para discutir como acabar com essa catástrofe interminável, com esse show macabro a que assistimos todos os dias em cada esquina, onde seres ainda inocentes são corrompidos.

Um verdadeiro dia das crianças até poderia existir – e ainda estimulando o comércio – se déssemos às crianças de rua os brinquedos que damos aos nossos filhos, além de carinho, orientação e até apoio financeiro comunitário para aquela criança ter como estudar, nem que fosse em mutirão de cada condomínio, de cada rua ou até de cada família mais abastada.

Se cada família, da classe média para cima, “adotasse” financeira e afetivamente uma criança de rua, mudaríamos o futuro deste país. Mas nós, da classe média para cima, não saímos da retórica de exigir tudo do Estado enquanto sonegamos impostos e criticamos os programas sociais do governo, dizendo que são “esmolas”. E depois reclamamos quando uma dessas crianças cresce e nos assalta e até mata.

Tirar essas crianças das ruas, impedindo-as de se tornarem criminosos perigosos, não compete só ao governo. É uma decisão da sociedade. Essas crianças só estão nas ruas porque a sociedade brasileira não exige de si mesma mudar esse quadro. Toda iniciativa cidadã o brasileiro delega ao governo, contanto que ele mesmo, o cidadão, não tenha que contribuir de maneira nenhuma.

Não existe um dia das crianças.

Frase da Semana

" As sociedades se movem pelo confronto de forças, não pelo bom senso e justiça. Temos de avançar e, a cada avanço, avançar mais, na tentativa de humanizar a Humanidade. Não existe porto seguro neste mundo, porque todos os portos estão em alto-mar e o nosso navio tem leme, não tem âncoras. Navegar é preciso, e viver ainda mais preciso é, porque navegar é viver, viver é navegar!".

Augusto Boal- Dramaturgo, escritor e criador do CTO-Rio ( Centro de Teatro do Oprimido no Rio de Janeiro). Falecido em 02/05/09, aos 78 anos.

Batalha da mídia na América Latina: confronto aberto na Argentina, jogo de bastidores no Brasil.

RAIZES DO BRASIL

É comum ouvir por aí que na História do Brasil não há espaço para revoluções, enfrentamentos, derramamento de sangue. Nosso povo teria uma “índole pacífica” – diziam os livros de Educação Moral e Cívica no fim dos anos 70 e início dos anos 80, quando eu tomei contato com o assunto nos bancos da escola.

A História do Brasil: construída sempre com muita delicadeza.
Trata-se de grossa mentira. Índole pacífica? Trezentos anos de Escravidão foram resultado de “índole pacífica”. O massacre de Canudos revela também nossa índole pacífica? E o Quilombo de Palmares? E tantas outras rebeliões ou revoluções populares – com a dos Alfaiates na Bahia, ou a de Pernambuco em 1817?

Parece-me evidente que a tese do “povo pacífico”, ou da “história sem revoluções”, cumpre um papel puramente ideológico: esconder os conflitos, jogar pra debaixo do tapete a energia reformista ou revolucionária de nosso povo.

Os conflitos existiram, e seguem existindo no Brasil. Isso é uma coisa. Outra coisa é reconhecer que a forma brasileira de enfrentar os conflitos é – quase sempre – dissimulada. Mais um exemplo: há um sujeito por aí que quer convencer os brasileiros de que “Não Somos Racistas”; ele acha que assim vai evitar debates sobre nossa triste herança escravista. Coitado...

De onde vem essa tradição de esconder o conflito? Imagino que de nossa colonização portuguesa. E, nesse caso é bom frisar: de nossa colonização “portuguesa”, e não ibérica. Portugueses e espanhóis, nesse ponto, são muito diferentes.

Portugal, um Estado pequeno, sempre às voltas com o risco de virar mais uma província espanhola, passou séculos tratando os conflitos com habilidade e dissimulação. O professor Fernando Novais, numa obra clássica – “Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial”-, dedica um capítulo inteiro a mostrar como a Coroa portuguesa jogava com interesses diversos para conseguir sobreviver como Estado independente: aproximava-se dos franceses para enfrentar espanhóis, depois aproximava-se dos ingleses para enfrentar franceses. E chegou ao cúmulo de mudar a sede do Império para o Brasil, em 1808, pra evitar o confronto com as tropas de Napoleão.

Os orgulhosos (e poderosos) espanhóis prefeririam morrer todos em combate do que fugir assim. Mas Portugal não podia se dar ao luxo do enfrentamento. Não tinha forças pra isso.

Esse é só um exemplo.

Essa tradição portuguesa, de alguma forma, se incorporou ao Estado brasileiro independente. Nossas elites preferem - sempre - levar os conflitos em banho-maria. É apenas uma tática. Não quer dizer que os conflitos sejam menos violentos. Quando necessário, usam a violência de forma aberta.

BATALHA DA MÍDIA NA AMÉRICA LATINA

Falo de tudo isso porque acabo de ler que mais um país vizinho, a Argentina, comprou briga com a mídia conservadora. Os argentinos aprovaram a nova Lei de Comunicações. Ela restringe o poder das grandes corporações de imprensa. Leia mais aqui – http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=117320&id_secao=6.

O jornalista Altamiro Borges tem um livro muito interessante ("A ditadura da mídia") em que mostra como – na América Latina – a mídia se transformou num partido político que formula e repercute as teses mais conservadoras. Altamiro retoma Antonio Gramsci (o notável pensador marxista italiano), que costumava dizer: quando os partidos conservadores entram em crise, a imprensa assume esse papel de partido político da burguesia.

É o tal PIG (Partido da Imprensa Golpista), que o Paulo Henrique Amorim popularizou.

Na América Latina isso é evidente: na Venezuela o confronto é permanente (TVs e jornais participaram do golpe contra Chavez em 2002), na Bolívia, os jornais conservadores tratam Evo Morales com desprezo e, em alguns casos, com indisfarçado racismo; no Equador, Rafael Correa enfrenta dilemas semelhantes.

Equador, Bolívia e Venezuela decidiram enfrentar o problema de frente. Na melhor tradição espanhola. Agora, os Kirchner fazem o mesmo na Argentina.
É pau a pau. Conflito aberto. Batalha campal.

Pois bem. E no Brasil?

No Brasil o conflito é tão (ou mais) grave. Até porque aqui o capitalismo é mais sofisticado. Aqui a batalha não se resume a jornais e TVs conservadores de um lado contra governo progressista de outro. Há as teles (que podem se aliar a governo contra a mídia tradicional). Há um Estado com força pra investir (Lula anuncia a disposição de botar estrutura estatal pra levar banda larga até os rincões mais pobres do país).

No Brasil, o jogo é mais sofisticado, mais sutil, mais dissimulado.

Lula come pelas beiradas. Pulverizou verba de publicidade, fortalecendo a mídia regional. Isso irritou a imprensa tradicional. Um articulista de jornal paulista passou recibo, e escreveu um texto revelador. Leiam aqui - http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/doi-no-bolso-bateu-o-desespero-na-turma-da-ditabranda.

Tudo isso está em jogo. Mas vejam agora que grande ironia: Lula (depois dos ataques sofridos durante a campanha de 2006) percebeu que precisava investir numa forte TV estatal. Criou a TV Brasil.

A imprensa conservadora detesta a TV Brasil. A “Folha” chegou a escrever editorial pedindo o fechamento da TV.

O que fez Lula? Foi pro confronto? Não. Mandou a TV Brasil encomendar à própria “Folha” uma pesquisa sobre a TV estatal.

É a típica saída brasileira. E qual a suprema ironia: o “DataFolha” acabou por atestar que a TV Brasil é querida pelo público, aprovada por 80% dos que assistem sua progamação.

Leiam mais sobre a pesquisa aqui - http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/tv-brasil-80-dos-que-assistem-aprovam-programacao/.

A TV Brasil tem muitas falhas. Problemas sérios de transmissão. Em São Paulo, é quase impossível captar a emissora, a não ser por TV a cabo... Mas trata-se de um projeto que precisa ser melhorado, e não destruído como quer o PIG.
Chavez, Correia, Evo e Cristina vão para o confronto. No melhor estilo espanhol. Lula é herdeiro da tradição luso-brasileira: come pelas beiradas, dissimula, e ataca sem dizer que está atacando.

São diferenças de estilo. Mas, lá como cá, a direção é a mesma: o consórcio conservador que dominou as comunicações no continente está sob ataque.
A batalha da mídia, hoje, é a mãe de todas as batalhas.

Por Rodrigo Vianna