sábado, 16 de março de 2013

Complexo com maior sauna gay da Europa recebeu R$ 58 milhões do Vaticano

Vaticano é acusado de gastar R$ 58 milhões em apartamentos em complexo que abriga maior sauna gay da Europa. Local é conhecido por suas “noites de urso”

A apenas um dia antes do início do conclave no Vaticano, a notícia de que a Santa Sé teria gasto 23 milhões de euros (cerca de R$ 58,7 milhões) na compra de um complexo de apartamentos em Roma, que abrigaria também a maior sauna gay da Europa, irrompeu nos sites internacionais.
Vaticano é acusado de gastar R$ 58 mi em apartamentos em complexo que abriga maior sauna gay da Europa

O site inglês “The Independent” classifica a denúncia como um escândalo e relata que 18 apartamentos pertenceriam ao Vaticano, a maioria deles abriga padres.
Segundo a reportagem, o cardeal indiano Ivan Dias, 76, figura sênior do Vaticano que é chefe da Congregação para a Evangelização dos Povos, e também deve participar do conclave, é quem mais estaria preocupado com a repercussão da notícia.
Dias teria um apartamento de 12 quartos no primeiro andar do bloco, a poucos metros do local onde fica a suposta sauna.
A sauna é conhecida por suas “noites de urso”, anunciada em sua página na internet.
Leitores de sites gays italianos foram rápidos em fazer piadas sobre o tema.
“Se você não pode ir a uma sauna gay por medo de ser visto, o que você faz com milhões de euros roubados de italianos? Compra um bloco de apartamentos com a sauna dentro”, dizia um dos comentários do “Gay.it”.
A denúncia acontece em um momento delicado para a Igreja, que ainda se recupera de especulações a respeito da renúncia de Bento XVI. Chegou a ser dito que a saída do teólogo alemão ocorreu devido à presença de cardeais homossexuais dentro do Vaticano.

O televisionamento dos nossos julgamentos


O direito e o sistema de justiça no Brasil sofrem intensas predações internas e externas. Das externas a que mais preocupa é o da mídia, em especial nos casos penais. Para que uma sociedade democrática e de direito contemporânea sobreviva como tal é relevantíssimo que os subsistemas comunicativos convivam entre si com base em relações de racionalidade transversal, ou seja, em essência a lógica de um não pode superar a do outro dentro da esfera de operação desse outro.
Assim, em um julgamento de um tribunal deve imperar a lógica do lícito/ilícito própria do direito e não a lógica do notícia/não notícia do subsistema de comunicação social ou do poder/não poder da política.
É esta manutenção da autonomia sintática dos subsistemas comunicativos dentro do grande sistema comunicativo que é a sociedade democrática que garante a pluralidade, tolerância e racionalidade conformadoras do Estado Democrático de Direito numa sociedade hiper-complexa como a nossa.
A ação midiática promove emoções, nem sempre boas conselheiras do juízo criminal que deve sempre se pautar por parâmetros racionais e certos valores que estabelecem o distanciamento afetivo e ideológico do julgador ao julgar a causa. O processo não é apenas garantia formal, mas direito material, exigindo a obtenção de um modo racional e equilibrado de formação da decisão. Onde há julgamento não deve haver linchamento, são conceitos totalmente contraditórios entre si.
Ao ser noticiada do cometimento de um crime a sociedade se solidariza com a vítima ou mesmo se sente vítima daquela conduta. Natural e razoável que seja assim.
O que não é adequado é que este sentimento de ser vítima invada o espírito de quem julga um processo. O julgador não pode ser vítima da conduta, dele se exige distância das emoções que cercam o ocorrido como requisito essencial para que sua decisão seja racional e justa.
Este papel do julgador distante e racional foi uma imensa conquista humana. A superação dos linchamentos e dos juízos populares no âmbito criminal por formas racionais e legais de julgamento foi uma imensa conquista civilizatória que marca nossa história moderna.
Com os julgamentos do caso do “mensalão” e do homicídio de Mércia Nakashima sendo televisionados inauguramos um período de sério risco de retrocesso nesta conquista hoje mínima da sociedade civilizada.
Televisionar ao vivo um julgamento penal é trazê-lo ao patamar de um linchamento contemporâneo. É constranger juízes e jurados a que sigam os impulsos primitivos da turba sob pena de sofrerem constrangimentos inaceitáveis à proteção que faz jus o julgador no exercício de sua função. O que se protege aí não é a pessoa do julgador mas um sistema civilizado de valores.
Vide o que sofreu o ministro Lewandowski por ter ousado divergir em alguns aspectos do voto do ministro relator do caso do “mensalão”. Foi achincalhado por nossa mídia marrom sem qualquer respeito a seu papel de julgador.
Uma sociedade democrática que exige de seus juízes que sejam heróis para julgarem segundo o que lhes parece ser os ditames de nossa ordem jurídica não é, de fato, uma sociedade democrática. Agora transmite-se por filmagens ao vivo as cenas do julgamento do homicídio de Mércia Nakashima, o que levará certamente à condenação do réu.
Talvez a referida condenação seja justa. O problema é que não se dará como resultado do que consta do processo, como resultado racional do processo e da investigação que o antecedeu. Será um ato de manifestação do ódio e de afetos próprios do linchamento.
E se o julgador ousar divergir deste sentimento público se transformará em réu da opinião publica ou publicada. O juiz e os jurados terão sua vida perturbada por xingamentos em restaurantes, neles seu bife será cuspido pelo garçom e coisas do gênero.
Tornar-se-á, ao menos por um tempo, um pária. É o que se cobra do julgador que ousar divergir do senso comum em razão de provas ou evidências que constem eventualmente do processo.
O direito fundamental do réu a contar com um juízo isento vai para o ralo. O processo passa a se assemelhar aos processos stanilistas, onde se entrava na sessão de julgamento sabendo-se de antemão o resultado.
Se esta gama de problemas já ocorria como consequência do normal acompanhamento pela mídia dos julgamentos, problema dificílimo de resolver em nossas democracias contemporâneas, televisionar ao vivo os julgamentos penais só agrava sobremaneira o problema ao invés de resolvê-lo.
Transformar os ambientes racionalmente controlados dos julgamentos criminais em espetáculo é um imenso equívoco. A título de uma transparência de fato inexistente, pois os documentos do processo nunca são televisionados, pois seria “muito chato” e de pouca audiência fazê-lo, joga-se no ralo conquistas civilizatórias de séculos de reflexões, revoluções e disputas.
Pedro Estevam Serrano
No CartaCapital

Os tucanos querem salvar a Petrobras...




Entre as piadas de mau gosto que ouvi recentemente, nenhuma delas se compara à iniciativa dos tucanos de promover um seminário para "salvar" a Petrobras.
Seria cômico se não fosse trágico.
Eles, justamente eles, que quiseram vender a petroleira, como outros tantos bens do país, por meia dúzia de cachos de banana.
Eles, justamente eles, que deixaram a empresa, orgulho nacional, quase virar sucata, para, assim, achar quem a comprasse por um precinho camarada.
Eles, justamente eles, que, no afã de passar a companhia para o capital estrangeiro, bolaram um plano de publicidade "global", cujo fulcro era mudar o sufixo "bras" para "brax", a fim de torná-lo mais palatável para os gringos.
Em vez de Petrobras, petróleo do Brasil, Petrobrax, petróleo para os capitalistas internacionais.
É de doer a sanha entreguista dos tucanos.
Mais que constrangimento, causa vergonha que um partido político seja assim como o PSDB, capaz de se empenhar com tanta ênfase à destruição da riqueza nacional.
E isso com amplo respaldo dos meios de comunicação, o braço mais visível e beligerante da oposição brasileira, que abre todo o espaço do mundo para esse repertório de mentiras que os próceres tucanos e assemelhados não se cansam de repetir.
A campanha que eles movem contra a Petrobras é de um cinismo extremo, só pode ser fruto de personalidades corroídas pelo fracasso, incompetência e oportunismo.
Além disso, mostra de modo explícito que os tucanos não têm nenhum programa de governo para contrapor  ao desenvolvido pela presidente Dilma, e que, mais uma vez, vão basear a sua campanha presidencial  em alguns slogans que o tempo sepultou bem fundo.
Os tucanos querem salvar a Petrobras...
Fariam bem se começassem a parar de mentir sobre o que pretendem fazer com ela se num dia muito improvável estiverem à frente de seu destino.
cronicasdomotta

O dia em que o tucanato tremeu




A entrada de Lula no xadrez eleitoral de 2014 tem o poder de redefinir todo o quadro eleitoral, mexendo com todas as principais peças do jogo

Lula Miranda, Brasil 247

Li, aqui mesmo no Brasil 247, que o PT em seu último programa de TV teria insinuado, ou “deixado no ar”, a possibilidade do ex-presidente Lula sair candidato ao governo de São Paulo em 2014. Foi o que bastou para se ver tucano de alta plumagem tremer e esboçar aquele indisfarçável sorriso amarelo, sem graça. Foi o que bastou, por outro lado, para deixar os petistas alvoroçados, entusiasmados sentindo que o seu “Neymar” iria entrar em campo novamente – e para ganhar.

Se for para valer, será de fato uma jogada de mestre. A entrada de Lula no xadrez eleitoral de 2014 tem o poder de redefinir todo o quadro eleitoral, mexendo com todas as principais peças do jogo: nos estados e até mesmo na, até então tida como certa, candidatura de Eduardo Campos ao Planalto. Se Lula sai em São Paulo Campos muito provavelmente adiará suas ambições palacianas e sairá para o Senado. Podem anotar aí.

A candidatura de Lula ao Palácio dos Bandeirantes tem força suficiente/bastante inclusive para embalar candidaturas em outros estados. Como, por exemplo, a candidatura de Lindbergh Farias no Rio de janeiro. Isso a despeito da vontade do próprio Lula e de sua amizade com Cabral – que arriscou demais e deu um passo em falso na precipitada e insensata ameaça de “moratória” nesse episódio da disputa pelos royalties. Essa movimentação “tectônica”, causada pela candidatura de Lula em SP, vai gerar uma avassaladora onda vermelha pelo país afora. Um verdadeiro tsunami pode atingir o Brasil.

Some-se a essa “onda” a melhoria no cenário econômico, já à vista logo ali no horizonte, a impulsionar ainda mais a popularidade de Dilma e veremos acontecer com o PT fenômeno semelhante ao que ocorreu com o PMDB em 1986. Vale lembrar que naquele ano, impulsionados pelo plano Cruzado, esse partido elegeu praticamente todos os governadores do país – com exceção apenas do estado de Sergipe, que ficou com o PFL, parceiro na coalizão governista à época. A parceriaLula & Dilma será, novamente, arrebatadora.

Afinal, cá entre nós, imaginem comigo: de um lado um político da estatura de Luiz Inácio Lula da Silva; do outro um político da estatura de um Alckmin, que foi apelidado, não à toa, claro, de “picolé de chuchu”. Acrescente-se ainda a essa injusta e incomparável métrica a fadiga de material causada por 20 anos de (des)governo tucano em SP. Quem você escolheria? Em quem você votaria?”

Petrobras vai investir US$ 236,7 bilhões nos próximos cinco anos





Nielmar de Oliveira, Agência Brasil

“O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o plano de negócios e gestão da empresa para o período 2013-2017 que prevê investimentos de US$ 236,7 bilhões. O volume é superior ao do plano anterior (2012-2016) de US$ 236,5 bilhões. O fato relevante sobre o novo plano de negócios e gestão foi divulgado no começo da noite do dia 15.

A Petrobras informa que manteve no seu planejamento a continuidade do plano anterior, mantendo as metas de produção de óleo e gás natural; a não inclusão de novos projetos, exceto para exploração e produção de óleo e gás natural no Brasil; e a ampliação do escopo do Programa de Desinvestimentos (Prodesin).

A área de Exploração e Produção (E&P) continuará demandando o maior volume de recursos, US$ 147,5 bilhões, ou 62% do total a ser investido. Em seguida, vem a área de Abastecimento e Refino com US$ com US$ 64,8 bilhões, 27% do total; e Gás e Energia com US$ 9,9 bilhões, 4%.

Na área Internacional estão previstos investimentos de US$ 5,1 bilhões, 2% do volume global; e na Petrobras Biocombustíveis, US$ 2,9 bilhões, 1%, praticamente o mesmo percentual da BR Distribuidora, US$ 3,2 bilhões.

A empresa informou, ainda, que a carteira de projetos em implantação vai totalizar US$ 207,1 bilhões e contempla todos os projetos já contratados e todos os projetos de E&P no Brasil.

Estimativas da empresa indicam que o Programa de Desinvestimento (Prodesin), que objetiva contribuir para a financiabilidade dos investimentos para os próximos cinco anos, por meio da venda de ativos no Brasil e no exterior, deverá gerar recursos para o caixa da companhia da ordem de US$ 9,9 bilhões em 2013.

A empresa manteve as metas previstas de produção de petróleo e gás natural para o período, confirmando a curva de produção estabelecida no plano anterior, mantendo inalteradas as metas e ratificando sua exequibilidade. A meta de produção de óleo e LGN (líquido de gás natural) no Brasil é 2,5 milhões barris de petróleo por dia, em 2016; 2,75 milhões barris de petróleo por dia, em 2017; e 4,2 milhões barris de petróleo por dia, em 2020.

Nos anos de 2016 e 2017 a maioria dos projetos do pré-sal e da cessão onerosa entrará em operação, resultando em aceleração do crescimento da produção. O pré-sal representará 35% da produção total em 2017.”

O PAPA FRANCISCO E O JORNAL NACIONAL



JN esquece do jornalismo e presta enorme serviço à igreja católica
A exemplo de quarta-feira, 13, quando foi eleito o novo papa, o Jornal Nacional de ontem também foi quase todo dedicado ao assunto. Com a íntegra em mãos, planejava contar quantas vezes, em 33 minutos de noticiário, determinadas palavras apareceriam. Desisti após o primeiro bloco, quando já se somavam 23 “papas”, sete “Jesus Cristo”, seis “missa” e uma pilha de “cardeais”, “igreja”, “basílica”, “deus”, “cúria”, “senhor” etc. Montei então o roteiro de frases abaixo, todas ditas pelos apresentadores William Bonner (nos estúdios da Globo no Rio) e Patrícia Poeta (no Vaticano) e pelos repórteres da Globo que fizeram a cobertura por lá, na Argentina e em Jerusalém. Lembro que todo material abaixo vinha acompanhado da entonação certa, trilha “emocionante”, edição cuidadosa, sorrisos etc. As frases estão colocadas em ordem de aparição:
“O primeiro dia do novo papa, a primeira missa”
“Como o papa se tornou conhecido pela simplicidade”
“Um papa matutino”
“Começou impondo um estilo novo ao papado e recusou o carro oficial”
“´Também sou um peregrino´, disse”
“Comportou-se como um padre, quase um pai de família. Nem usou o trono para a homília”
“Tem a simplicidade evangélica de João 23 e o sorriso paterno de João Paulo I”
“O papa Francisco começa a conquistar um certo fascínio que já existia entre os cardeais”
“O colégio, num grande e inteligente gesto, em poucas horas mudou o rosto da igreja”
Aí entra ao vivo Don Odilo Scherer, que respondeu a 4 perguntas rápidas. Terminou a última, sobre a “torcida brasileira” a seu favor, dizendo que “os cardeais deveriam escolher aquele que deus indicasse”. Ao que Patrícia Poeta emenda, emocionada: “Que assim seja”.
Vem então uma reportagem sobre beatificação de João Paulo 2: “O papa peregrino, João Paulo 2º, pregou com gestos a humildade … tinha sorriso sereno e cativante … enorme carisma de se comunciar com as multidões… apenas 6 anos depois de sua morte, a igreja concluiu a beatificação, último passo, antes de torná-lo santo … O clamor começou logo após sua morte, em abril de 2005. Depois, veio a descoberta do primeiro milagre. A cura de uma freira francesa, que sofria de mal de parkinson”.
[O milagre entrou dessa forma, como uma notícia banal, sem a palavra “suposto” ou “segundo a igreja”]. E termina assim a matéria de João Paulo 2º: “A imagem de um dos papas mais adorados da história recente é o reflexo também do que a igreja busca com a escolha de agora: a força de um líder carismático e amado”.
Continuam as frases do JN:
“O moderado e humilde Jorge Bergoglio”
“Antes mesmo de se tornar papa, Jorge Bergoglio já era conhecido por cultivar hábitos simples”
“Nos primeiros gestos, nas primeiras palavras, já um jeito próximo, natural. ‘Irmãos, irmãs, boa noite’. Ali estava não mais o Jorge, mas o Francisco”
“O nome já era um recado, mas era necessário mais. E para esse papa, o mais era o menos. Despojado, sem joias, apenas a batina branca”
“Repare no crucifixo, é de aço, nem mesmo é de prata”
“[Deixou que] vários cardeais se apertassem no elevador com ele”
“O papa preferiu ir de ônibus com os cardeais, deixando o carro especial do pontífice seguir vazio”
“De onde vem essa inspiração, esse sentimento de humildade? Até agora, o próprio papa não falou nada sobre isso”
“Francisco parece já ter definido como prioridade do seu papado a solidariedade para os que mais precisam”
“Ontem ao se despedir do publico, dizendo ´boa noite, bom repouso´, parecia um pai que vela pelos filhos. Sua santidade. Santa simplicidade”
Começa um bloco sobre a vida de Jorge Bergoglio na Argentina. O JN lembrou rapidamente das críticas mais fortes que pesam sobre o novo papa, seu suposto apoio à ditadura no país vizinho:“Durante a década de 1970, na ditadura argentina, Bergoglio era a principal autoridade eclesiástica do país. Um jornalista o acusou num livro de ter dado informações que levaram à prisão de 2 padres jesuítas, que supostamente teriam ligações com grupos de esquerda. Em sua defesa, Bergoglio disse que há um documento que prova o contrário, ele pediu a renovação dos vistos de permanência no país de um deles. Já um biógrafio do papa diz que ele agiu secretamente para ajudar a retirar perseguidos politicos da Argentina”. Esse pedaço “crítico” do noticiário, que durou pouco mais de um minuto, termina assim: “Papa Francisco tem posição semelhante a de Bento XVI: é contra o uso de preservativos”.
Voltam as frases:
“Na terra santa, as pessoas rezaram e se disseram contentes com a escolha de um papa humilde, de nome Francisco”
“Por todo oriente médio foi assim: atenções voltadas para o homem de fala suave e olhar sereno”
“Já que estamos falando de carisma, o que chamou a atenção hoje aqui nas ruas do Vaticano foi o número de fieis tirando fotos, entrando nas lojas e perguntando se tinha um santinho, um terço, uma lambrança do novo papa. Isso horas depois dele ter sido eleito. E quem procurou muito, acabou encontrando. Eu achei, nós procuramos bastante e achamos, tá aqui: “Habemus Papam Franciscum [e mostra um santinho com a cara do argentino]. Tá aqui Bonner, tô mostrando pra vocês”
No bloco final, a ameaça de um pouco de jornalismo: “Apesar de tanto segredo, a imprensa daqui começa a publicar alguns detalhes do conclave que elegeu o novo papa. De acordo com o que um respeitado vaticanista declarou a um jornal italiano, a primeira votação apresentou o italiano Ângelo Scola, o canadense Mark Ouellet e Jorge Bergoglio com mais votos”. Patrícia Poeta, contudo, desconversa: “Mas isso não importa mais”. E volta ao normal:
“Em mais uma demonstração do bom humor que estamos começando a conhecer, o papa brindou com os cadeais que o escolheram”
Por fim, recebe os cumprimentos do parceiro de mesa e editor do JN, William Bonner, que encerra assim o jornal:
“Missão cumprida, Patrícia. Para você e para toda nossa equipe que fizeram esse trabalho belíssimo aí no Vaticano, parabéns”.

Fonte:  Conversa Afiada

quinta-feira, 14 de março de 2013

Governo cria empresa para fomentar inovação tecnológica




Danilo Macedo e Heloísa Cristaldo, Agência Brasil

“O governo federal anunciou hoje (14) a criação da Empresa Brasileira para Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que visa a fomentar o processo de cooperação entreempresas nacionais, principalmente pequenas e médias, e instituições tecnológicas ou instituições privadas sem fins lucrativos voltadas a pesquisa e desenvolvimento (P&D).

A Embrapii será uma organização social (OS) e tem investimentos previstos de R$ 1 bilhão para este e o próximo ano. Os recursos vêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e dos parceiros envolvidos. A iniciativa do governo será implementada por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Ministério da Educação (MEC)

 “[A Embrapii] Nada mais é do que uma estrutura ágil que vai fazer o casamento entre as demandas das empresas. Um agente para estabelecer a química, um catalisador que vai estabelecer uma química entre a demanda empresarial e a infraestrutura tecnológica. Foca na demanda industrial e também um estímulo às instituições de P&D existentes no país”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, durante reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff.

A nova organização é inspirada nos moldes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), considerada uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento e destaque do país no setor do agronegócio. O projeto piloto da Embrapii envolve o Instituto Nacional de Tecnologia, do Rio de Janeiro, na área de biotecnologia, o Instituto de Pesquisa Tecnológica, de São Paulo, em energia e saúde, e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).”

Manifestações de apoio e repúdio ao novo papa dividem argentinos



Logo após o anúncio, fiéis católicos se reuniram nas escadarias da Catedral de Buenos Aires
Logo após o anúncio, fiéis católicos se reuniram nas escadarias da Catedral de Buenos Aires
Buzinaços foram ouvidos nas ruas de Buenos Aires logo após o anúncio da escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, como novo papa. Mas as comemorações logo deram lugar às manifestações de apoio ou repúdio ao novo pontífice. Logo após o anúncio, fiéis católicos se reuniram nas escadarias da Catedral de Buenos Aires, no centro da cidade. Com bandeiras azuis e brancas, as cores da Argentina, gritavam: “O papa é argentino” e “Salve Bergoglio”.
A catedral fica a poucos passos da sede da Presidência da República, a Casa Rosada, e em frente à Praça de Maio, símbolo dos protestos em defesa dos direitos humanos e contra os crimes da ditadura, com a qual o agora papa Francisco foi acusado de colaboração por um jornalista local. Nas ruas, a euforia durou poucos minutos. O clima ainda era de surpresa e, ao mesmo tempo, de orgulho com o nome de um papa argentino. “Temos rainha (princesa Máxima, mulher do príncipe herdeiro da Holanda), temos Messi e agora o papa”, disse a comerciante Maribel Cortinez, de 36 anos.
- Ele nos acolheu, nos abraçou e se emocionou com cada um de nós quando perdemos nossos filhos naquela tragédia de Cromañon – disse, na quarta-feira, o pai de uma das vítimas do incêndio em uma discoteca que deixou dezenas de mortos em 2004, em Buenos Aires. Nas principais emissoras de rádio e de televisão do país, como os canais TN e C5N, comentaristas destacavam a “austeridade” de Bergoglio, que costumava viajar de metrô e de trem na capital argentina, e suas homilias criticando a exclusão social e a corrupção nos governos. “Um povo que não cuida de suas crianças e de seus idosos é um povo em decadência”, disse ele em uma missa.
Casamento gay
Suas declarações polêmicas incluíram a condenação publica ao então projeto do casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovado em 2010 no país, transformando a Argentina no primeiro país da região a adotar a medida. “Não sejamos ingênuos, não se trata de simples luta política, mas a pretensão destrutiva ao plano de Deus, o de um homem e uma mulher crescerem e se multiplicarem”, afirmou.
Os sacerdotes que trabalharam com ele, em Buenos Aires, onde nasceu e foi cardeal, disseram à imprensa local que “ele condenou as críticas e a falta de respeito aos gays”. Outro tema controverso foi seu papel durante a ditadura argentina (1976-1983), com acusações de que teria sido “omisso” ou “cúmplice” naqueles anos de chumbo e, principalmente, suas diferenças públicas com o governo do ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), morto em 2010, e de sua mulher e sucessora, a presidente Cristina Kirchner.
Em um discurso, transmitido ao vivo pelas emissoras de televisão do país, nesta quarta, Cristina Kirchner disse que espera que ele “defenda o diálogo” e “os excluídos”. Mas quando ela citou o nome do papa Francisco, setores da platéia vaiaram e outros aplaudiram. Cristina fez um gesto pedindo silencio, e lembrou que Francisco “é o primeiro papa latino-americano”. “É um dia histórico para a América Latina. Desejamos ao papa Francisco toda a sorte do mundo nesta missão pastoral”. O público, então, aplaudiu.
Ditadura
O porta-voz da Presidência, Alfredo Scoccimarro, disse que a presidente comparecerá à posse do novo papa, no Vaticano. Analistas disseram às rádios locais que a presidente “não compareceria à posse caso Bergoglio tivesse vínculos com a ditadura”. A polêmica sobre o posicionamento de Bergoglio durante a ditadura foi destaque nas redes sociais. “Um cardeal que não excomungou (o ex-ditador Jorge Rafael) Videla nunca será um papa para todos e todas”, escreveu em seu mural no Facebook a transexual Melisa Stella Saagratta.
A denúncia sobre os supostos vínculos de Bergoglio com o regime militar foi feita pelo jornalista Horacio Verbitsky, no livro El Silencio. Segundo ele, testemunhos de vítimas do regime indicavam em 1976 Bergoglio, então chefe da congregação jesuíta na Argentina, teria retirado a proteção a dois sacerdotes de sua ordem que realizavam tarefas sociais em bairros pobres de Buenos Aires.
Os dois religiosos – Orlando Yorio e Francisco Jalics- foram detidos em 1976 e ficaram presos por cinco meses na Escola Mecânica da Marinha, local conhecido por ter sido um dos principais centros de tortura durante a ditadura argentina. Bergoglio posteriormente rechaçou as acusações. “Fiz o que podia, com a idade que tinha e os poucos relacionamentos com que contava, para advogar por pessoas sequestradas”, disse. Ele afirmou que não havia respondido às acusações imediatamente para “não fazer o jogo de ninguém, não porque tivesse algo a ocultar”.
O cardeal também foi chamado como testemunha em processos relacionados à ditadura, como o caso do desaparecimento de uma mulher grávida, filha de uma das cofundadoras da organização Avós da Praça de Maio, ou o sequestro e assassinato de um padre francês na província de La Rioja, em 1976.
- Segundo a fonte que se consulte, Bergoglio pode ser definido como o homem mais generoso e inteligente que já existiu ou um maquiavélico que traiu seus irmãos e os entregou ao desaparecimento e à tortura aos militares – escreveu Verbitsky. O Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel, que recebeu o prêmio por seu ativismo durante o último regime militar, disse à agência britânica de notícias BBC  que “o papa (Francisco) não tinha vínculos com a ditadura”.
O escritor Ceferino Reato, autor do livro Disposición final, no qual Videla reconhece o desaparecimento de vítimas da ditadura, disse à BBC Brasil: “Bergoglio é austero, atento com o cotidiano dos pobres, apóia fortemente o trabalho dos sacerdotes nas favelas. É um homem inteligente e a favor do diálogo com o judaísmo e o islamismo. Sobre as acusações sobre seus vínculos com a ditadura, Bergoglio disse que, ao contrário, que ele se preocupou com estes sacerdotes (dois jesuítas) e conseguiu que a Marinha os liberasse”, disse.
Reato afirmou que “uma das criticas de Bergoglio ao casal Kirchner (Nestor e Cristina Kirchner) é que defende os direitos humanos agora, na democracia, mas não o fez durante a ditadura”, afirmou o escritor.
“Caráter forte”
Especialista em questões sobre a Igreja Católica, José Ignácio López disse à imprensa argentina que Bergoglio “sempre denunciou a corrupção” no país. “De (ex-presidente Carlos) Menem até hoje, ele sempre denunciou a corrupção, condenou a inflação e esteve ao lado dos familiares das vítimas da tragédia da (discoteca Republica) Cromañon e da tragédia do trem na estação Once (na capital argentina, em 2012, que matou 51 pessoas)”, afirmou López.
Setores da oposição ao governo central afirmam que “ninguém do governo compareceu nestas tragédias, mas ele sim”. O padre Alejandro Bunge, professor da UCA (Universidade Católica Argentina), disse que Bergoglio tem “gênio forte, ouve muito, mas não deixa de dizer o que pensa de forma direta”.
O rabino Abraham Skorka, reitor do Seminário Rabínico Latino-americano, em Buenos Aires, contou à imprensa local que costuma conversar com Bergoglio e que ele “ouve os diferentes credos”. “E que Deus o abençoe, porque merece estar ali”, disse. A série de comentários sobre o novo papa incluiu declarações de apoio de políticos da oposição ao governo da presidente Cristina Kirchner, com quem Bergoglio mantinha diferenças públicas.
- Quando saiu o anúncio do nome de Bergoglio como papa, a bancada do governo na Câmara dos Deputados parecia que estava num velório. Por favor, é o primeiro papa latino-americano e deveríamos estar comemorando  disse a deputada Elisa Carrió, da opositora Coalición Cívica. O deputado e cineasta Fernando “Pino” Solanas, do Projeto Sur, afirmou “lamentar” que o governo atual “não tenha dialogado com Bergoglio, homem preparado, defensor dos excluídos e do diálogo com os diferentes setores e credos”.
Antes de ser papa, Bergoglio foi definido como “muito argentino” e “muito portenho” na biografia “El Jesuíta” (“O Jesuíta”) assinada pelos jornalistas Sergio Rubin e Francesca Ambrogetti, de Buenos Aires. “Torcedor do time de futebol San Lorenzo, apaixonado por tango e leitor do escritor Jorge Luis Borges”, descreveram.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Novo papa é associado a sequestros de jesuítas e bebê durante ditadura argentina



Anunciado hoje (13) como novo papa em uma votação tida como surpreendente, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio é investigado dentro de seu país pela colaboração com a ditadura. Nos dois processos mais famosos, responde pela ajuda que teria dado ao sequestro e à tortura de dois jesuítas e à apropriação de bebês, prática comum do último regime militar (1976-83).
A participação de Bergoglio no governo responsável pela morte de 30 mil pessoas é antiga e famosa, mas os sinais mais claros surgiram ao longo da última década, quando, após a derrubada de leis que protegiam os repressores do passado, foi possível dar início a julgamentos. O próprio cardeal se orgulhava das boas relações com o comandante da Marinha Emilio Massera, integrante da primeira Junta Militar e responsável, em 1955, por derrubar Juan Perón durante a autodenominada Revolução Gloriosa – um golpe de Estado, na realidade.
Foi na Marinha que se formou o principal campo de concentração do regime iniciado em 1976. A Escola de Mecânica (Esma, na sigla em castelhano) recebeu 5 mil prisioneiros, e menos de 200 deles saíram com vida. A causa Esma é uma das principais iniciadas nos últimos anos, e tem resultado em desdobramentos que alcançaram Bergoglio.
Ciente disso, e ansioso pela possibilidade de assumir o papado em caso de renúncia de Joseph Ratzigner, Bento XVI, Bergoglio encomendou em 2010 uma operação de "limpeza" de seu nome. Segundo reportagem do jornal argentino Página12, o livro El Jesuíta foi escrito com a intenção de desfazer as más impressões criadas em torno do religioso pelo período em que comandou a Companhia de Jesus, entre 1973 e 1979.
Em 2010, juízes do Tribunal Oral Federal número 5 foram até a sede do arcebispado de Buenos Aires tomar o depoimento do cardeal, acusado de trabalhar pelo sequestro e pela tortura de dois jesuítas em 1976. Naquele momento, Bergoglio comandava a Companhia de Jesus em San Miguel, e uma série de testemunhos o conectam ao crime. 
Francisco Jalics e Orlando Yorio, as próprias vítimas do sequestro, acusam Bergoglio de havê-los denunciado, em uma operação policial na qual desapareceram Mónica Candelaria Mignone,María Marta Vázquez Ocampo e Martha Ocampo de Vázquez. Em 2011, o jornalista Horacio Verbistky descobriu um documento do Ministério das Relações Exteriores e Culto da Argentina que corrobora a suspeita. Naquele momento, Jalics, húngaro, havia feito um pedido de renovação de seu passaporte. O informe da chancelaria aponta que Bergoglio apontou que havia “suspeitas de contato com guerrilheiros” e “conflitos de obediência”. A solicitação do jesuíta foi negada.
Em 2010, o médico Lorenzo Riquelme, então com 58 anos, declarou que o grupo que o sequestrou e torturou saiu da sede da Companhia de Jesus. Militante da Juventude Peronista e do movimento cristão, Riquelme deu a declaração com base no que foi dito a sua mulher, também raptada. Ela trabalhava no Observatório de Física Cósmica de San Miguel, que passou de um reduto peronista a um lugar de atuação de homens infiltrados da Marinha e sob controle de Bergoglio. 
Mom Debussy, um jesuíta que tinha a confiança de Bergoglio, afirmou que algumas vezes o cardeal lhe contou sobre os projetos de Massera, sempre demonstrando simpatia pelo regime, e que pretendia vender à Marinha o Observatório de Física. Debussy disse ainda que os trabalhadores do Observatório eram demitidos pelo religioso depois de voltar das sessões de tortura.
Outro documento oficial, datado de 1976, narra o que o líder religioso defendeu a comandantes militares. Advogou esclarecer a posição da Igreja Católica, de suporte ao regime, afirmando que “de nenhuma maneira pretendemos formular uma posição de crítica ao governo”, dado que um fracasso “levaria, com muita probabilidade, ao marxismo”. 
Em 2011, veio à tona a possível participação de Bergoglio em um caso de sequestro de bebês, uma prática adotada pelo regime, que executou várias mulheres grávidas ou com filhos pequenos. O Tribunal Oral Federal número 6 convocou o cardeal a depor no processo de Estela de la Cuadra, uma das fundadoras das Avós da Praça de Maio. Segundo Estela, o agora papa tem relevantes informações sobre o desaparecimento de sua sobrinha, Ana, roubada dos braços da mãe em uma delegacia de La Plata, cidade vizinha a Buenos Aires. 
No mesmo ano, a Justiça francesa determinou que o Judiciário argentino tomasse o depoimento de Bergoglio pela suspeita de participação no desaparecimento de um padre francês que morou na Companhia de Jesus. O testemunho de uma monja em 1984 já indicava a relação do então chefe da congregação com o sequestro que resultou nas mortes de Gabriel Longueville e do sacerdote Carlos de Dios Murias.
Por João Pereshttp://www.aldeiagaulesa.net/2013/03/novo-papa-e-associado-sequestros-de.html

Saiba o que é verdade e mentira] Pastor Marco Feliciano é racista, não tem apoio dos evangélicos e pediu senha do cartão de um fiel?




 

marco feliciano1 200x133 [Saiba o que é verdade e mentira] Pastor Marco Feliciano é racista, não tem apoio dos evangélicos e pediu senha do cartão de um fiel?A enxurrada de acusações contra Marco Feliciano incluem denúncias de racismo, homofobia, e até intolerância. De um lado, os ativistas gays e demais manifestantes, do outro, o pastor que fez declarações polêmicas.
Pastor pentecostal renomado no meio evangélico, Feliciano exerce seu primeiro mandato como deputado federal, eleito com mais de 212 mil votos, sendo o terceiro mais bem votado no estado de São Paulo em 2010.
Em sua caminhada política, travou debates e discussões com o colega parlamentar Jean Wyllys, por suas posturas contrárias à prática homossexual, e saiu em defesa do pastor Yousef Nadarkhani, buscando intermediações com a Embaixada do Irã.
Figura controversa e de declarações muitas vezes desmedidas, o pastor tem tentado rebater as acusações feitas contra ele de forma tranquila. Boa parte das declarações atribuídas ao pastor são publicadas numa página no Facebook, que se autointitula oficial, mas que na verdade é falsa.
Dias atrás, Feliciano rebateu o princípio de que seria racista divulgando uma foto em sua verdadeira página, abraçado ao padrasto e à sua mãe, ambos negros.
“Feliciano é, pois, enteado de um negro, filho de uma negra e, segundo os critérios que orientam as leis de cotas no Brasil, também é… negro! Não obstante, querem acusá-lo de racismo por uma frase tonta escrita no Twitter”, escreveu o jornalista Reinaldo Azevedo em sua coluna no site da revista Veja.
A acusação contra o pastor foi feita por causa de uma publicação em que ele dizia que um dos descendentes de Noé, seu filho Cão, teria sido amaldiçoado e mudado para a África, citando ainda que isso era uma passagem bíblica.
A frase isolada do contexto foi o suficiente para que a mídia o acusasse de racismo. “Há um monte de branco raivoso apontando o dedo para o negro Feliciano. Já demonstrei aqui que ele apenas citava uma passagem do Gênesis — e ainda errava sobre a origem bíblica dos africanos. Na democracia, as pessoas são livres para falar e escrever tolices”, afirma Azevedo, deixando claro sua discordância a respeito da visão de Feliciano sobre a passagem bíblica, mas ressaltando seu direito à liberdade de expressão sem ser taxado de racista.
O jornalista pontua ainda que a “patrulha”, termo usado por ele para se referir aos manifestantes que acusam Feliciano de racismo, homofobia e intolerância, teve seus argumentos derrubados: “Quando afirmei que aquele seu tuíte não era expressão de racismo, eu o fiz com base apenas no seu conteúdo e na referência bíblica. Agora, diante desse fato [padrasto e mãe negra], a acusação fica ainda mais ridícula. Já tinham quebrado a cara, nesse particular, com Bolsonaro. Ele também seria um racista militante… Até que se descobriu que sua mulher é o que a própria militância chama ‘negra’”, pontua Azevedo.
Em meio à onda de acusações contra Feliciano, um vídeo com pedido de ofertas durante um culto foi usado como forma de ridicularizar o pastor. Na ocasião, um fiel havia colocado seu cartão de débito no meio das ofertas e Marco Feliciano pediu a senha, dizendo que sem ela não adiantaria.
No meio cristão, diversas pessoas ponderaram que embora não concordassem com a prática, aquilo não era motivo de desqualificar Feliciano enquanto deputado. Um dos que argumentaram nesse sentido foi o pastor Rubens Teixeira, que criticou o “tom pejorativo e jocoso” usado pela mídia.
“Como não sou da igreja dele, não tenho nada a ver com o método que ele se utiliza para pedir ofertas. As pessoas têm o direito de fazer o que quiserem com os seus patrimônios, inclusive as daquela igreja. Se o pastor Marco Feliciano e seus membros tivessem vergonha ou achassem que estavam fazendo algo errado ao pedirem e doarem ofertas, eles não o fariam sendo filmados”, ponderou.
Em seu site, o próprio Marco Feliciano posicionou-se sobre o caso através de sua assessoria, e “declarou que apenas estava brincando ao anunciar o nome do irmão Samuel Souza no microfone a fim de devolver o cartão que chegou dentro da salva de ofertas recolhidas na manhã daquele domingo, e poderia ter chegado ali por engano, já que as salvas recolhem somente ofertas em dinheiro”.
A nota continua com um depoimento do proprietário do cartão: “Na ocasião eu não tinha nenhum recurso para ofertar, mas meu desejo era muito grande de colaborar devido à necessidade de nossos missionários e crianças [...] Senti vontade de ofertar novamente, porem sem mais recursos disponíveis resolvi fazer um ato profético de consagrar simbolicamente a minha conta corrente, coloquei meu cartão nas salvas de oferta e com fé acreditei que isso abençoaria minhas finanças [...]Na época eu nem esperava em casar, nem pretendente tinha (risos), ganhava muito pouco como eletricista. Em um ano minha vida deu uma reviravolta, conheci uma pessoa maravilhosa, nos casamos, tenho uma linda casa toda mobiliada, não pago aluguel e consegui emprego como inspetor de manutenção elétrica”, disse Samuel Souza.
Em meio ao auge da divulgação das acusações, a Rede Fale divulgou um documento manifestando sua opinião contrária a Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Em resposta, o pastor Silas Malafaia publicou em seu site uma crítica à postura adotada pelo movimento: “Fico de boca aberta de ver pastores a serviço da ideologia da esquerda que nos odeia, e que defendem todos os temas contrários aos princípios da Palavra de Deus. Com todo respeito, não sei se é inocência ou oportunismo”, disse o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Malafaia menciona ainda em seu texto, um dado político da questão: “Durante 16 anos o Partido dos Trabalhadores (PT) presidiu a CDHM. Nesse período, esta comissão foi usada tremendamente para apoiar a causa do ativismo gay. Por motivos inconfessáveis eles não a quiseram mais, e, na partilha política, a comissão ficou com o Partido Social Cristão”.
Silas Malafaia se arriscou ainda a brincar com o visual do pastor Marco Feliciano ao comentar as declarações que serviram de combustível para os protestos: “O Pr. Feliciano fez duas declarações infelizes, mas ele não pode ser julgado como homofóbico ou racista. Primeiro porque nunca bateu ou mandou matar gay, e segundo que ele é de origem negra (mesmo tendo cabelo esticado hahaha), e seu padrasto é negro”, comentou.
Sobre as declarações da apresentadora Xuxa, que o chamou de “monstro”, o pastor Marco Feliciano afirmou através de sua assessoria que irá processá-la: “Já estou com um dossiê pra entregar a polícia federal com dezenas de páginas impressas com ameaças de morte. Me ajudem em oração! E sobre o que disse Xuxa, minha assessoria jurídica prepara o processo. Durmam em paz”.
Pelo lado espiritual, vídeos com profecias sobre problemas que Feliciano enfrentaria em sua caminhada começaram a ser repercutidos nas redes sociais. No primeiro deles, o pastor Luiz Antônio afirma que seu ministério sofreria ataques, e no segundo, afirma que Deus conhece o coração de Feliciano e que sabe o que ele tem passado. Confira:
Em reunião na tarde desta terça-feira, 12 de março, a bancada do PSC na Câmara anunciou que não vai retirar a indicação do Pastor Marco Feliciano à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. O partido reafirmou o apoio ao deputado.

Marcos Feliciano é o efeito colateral do Estado laico brasileiro


A eleição do Deputado Federal Marcos Feliciano (PSC) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, excetuando o perfil homofóbico e racista do parlamentar, registra um problema secular em nosso país. Somos mesmo um Estado laico?


Christian Lindberg Lopes do Nascimento, Vermelho

Desde 1889, com a Proclamação da República, nossa Carta Magna enuncia a laicidade do Estado brasileiro, muito embora, no mundo real, essa medida não garanta a própria execução. 

Certamente o mal-estar criado na Câmara dos Deputados é a ponta do iceberg desse problema real.

Somos um país majoritariamente católico apostólico romano, entretanto, na última década, temos visto a ascensão de seitas neopentecostais, sendo que algumas delas expressam sentimentos desarmônicos com o mundo contemporâneo.

Sou simpático da tese que a separação entre Estado e Religião é fundamental para garantir a paz. Os liberais, a exemplo de John Locke, em meados do século 17, já arguiam nessa direção. Os positivistas e os marxistas são mais enfáticos e radicais na sua argumentação. Foi esse espírito que guiou o caráter legal da laicidade do Estado brasileiro.

Porém, do ponto de vista filosófico, os protestantes (luteranos e calvinistas), como também os católicos, compartilharam desse ideal republicano. Mas na prática não tem sido assim. Os católicos, após o ano de 1889, instituíram diversas escolas secundárias com o objetivo de formar a elite dominante do país ancorada nos valores cristãos. Reside aí o nascedouro das escolas salesianas.

Por outro lado, os protestantes, embora admitam a separação entre o Estado e a Religião, defendem que a vida secular não é superior, muito menos independente da vida religiosa. Pelo contrário, a harmonia e a paz buscada para este impõe condições para aquele. Lutero, no livro intitulado Sobre a autoridade secular, chega a afirmar que as leis positivas servem para governar os não-cristãos, já que a palavra divina regula os cristãos e suas ações.

Já Calvino, no livro Sobre o Governo Civil, me parece ser mais radical. Argumenta que a função do magistrado é legitimada pelas Sagradas Escrituras e por Deus, obrigando-o a seguir a palavra divina. Estabelece também que o governo civil é composto por três partes: a primeira é a do magistrado, responsável para defender as leis; a segunda são as próprias leis ao qual o magistrado age; e a terceira é a do povo, que é governado pelas leis e obedece ao magistrado. Por fim, afirma que o poder terreno é inferior ao divino, logo, ao poder de Deus.

Provavelmente resida em Calvino a influência para a crescente atuação dos líderes religiosos protestantes no âmbito político e institucional. Digo isso porque estes indivíduos agem de forma organizada, a ponto de instituírem uma forte bancada religiosa no Congresso Nacional, polemizando debates como a pesquisa com células troncos, a união civil entre pessoas do mesmo sexo, etc.

Percebe-se, portanto, que a batalha para instituir, de fato e de direito, o Estado laico no Brasil não é uma tarefa fácil. Criar mecanismos legais para que isso ocorra torna-se urgente. Vetar a concessão de rádios e televisões, acabar com a isenção fiscal dos centros religiosos ou a proibir que elas obtenham lucro, impedir que líderes religiosos exerçam cargos nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), extinguir os colégios e as universidades confessionais podem ser bandeiras reivindicatórias para os militantes da separação do Estado com a Religião.”

Pesquisa aponta que Brasil liderará criação de emprego no continente em 2013




Levantamento aponta que oferta de emprego no país crescerá 30%, em resultado contrário ao mau desempenho europeu


O Brasil liderará a criação de emprego no segundo trimestre de 2013 no continente americano, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (12/03) pela empresa norte-americana de consultoria Manpower.

De acordo com a consulta, elaborada em 42 países e territórios do mundo, dez deles na América, a oferta de emprego no Brasil crescerá 30%. No continente, também aparecem com destaque Panamá (25%), México (18%) e Peru (17%).

A pesquisa, de apenas uma pergunta sobre a expectativa de aumento, manutenção ou queda dos postos de trabalho, foi respondida por quase 66 mil diretores de recursos humanos, entre os quais, em nível global, os resultados mostram que "a incerteza ainda pesa na confiança dos empregadores".

"As tendências líquidas do emprego são mistas e parece que vários gerentes ainda estão à espera de uma solução mais clara para a crise de dívida soberana na Europa", revela o documento apresentado em entrevista coletiva no Panamá pelo gerente regional de Vendas da Manpower América Central, o mexicano Erik López.

Colômbia e Argentina, com uma expectativa de crescimento da oferta trabalhista de 16%, Canadá com 15%, Costa Rica e Estados Unidos com 13% e Guatemala com 12%, são os demais mercados examinados pela empresa no continente americano.

Enquanto isso, na região da Ásia e do Pacífico o país que liderará o crescimento da demanda de trabalhadores de abril a junho é Taiwan, com 33%, seguido de Índia (30%), Nova Zelândia e Japão (23%), China (18%), Cingapura (17%), Hong Kong (9%) e Austrália (8%).

Os 24 países consultados na Europa, no Oriente Médio e na África são liderados pela Turquia, com 18%, seguida por Israel (13%) e Bulgária (12%), enquanto nos últimos lugares estão Holanda (5%), Itália (10%) e Espanha (11%).”