terça-feira, 29 de agosto de 2017

Marx não fala de classe operária em O Capital


É inegável que as velozes e radicais mudanças por que passa o “mundo do trabalho” vêm causando grande confusão na esquerda. Mas muito dessa confusão poderia ser evitada se alguns conceitos fossem mais precisos.

É o caso da ideia de que a única parte da classe trabalhadora capaz de abalar o poder do capital seria a classe operária.

Esse equívoco costuma ser produto de algumas leituras distorcidas de “O Capital” a partir de erros de tradução. Nos 150 anos da publicação dessa grande obra de Karl Marx vale a pena destacar, por exemplo, as observações feitas pelo historiador Marcelo Badaró no artigo “A classe trabalhadora: uma abordagem contemporânea à luz domaterialismo histórico”:

Nas línguas neolatinas, tendemos muitas vezes a traduzir (...) a expressão alemã empregada por Marx, Arbeiterklasse, ou o correlato inglês working class, por classe operária. Tal tradução aparece muitas vezes associada à ideia de que o verdadeiro sujeito revolucionário é o operário industrial – trabalhador produtivo...

Este entendimento restritivo e equivocado é responsável por muitas crises da esquerda nas últimas décadas: “A classe operária desapareceu ou tornou-se residual. Portanto, adeus à revolução!” Conclusões desse tipo soam como música aos ouvidos dos capitalistas.

Enquanto isso, o capital arranca imensas taxas de lucro de milhões de trabalhadores de serviços, como teleatendimento e fast-food. Explora multidões em pequenas oficinas ou grandes fábricas que integram cadeias de produção espalhadas pelo planeta. Todas ligadas a grifes tão modernas quanto escravocratas, como Nike ou Apple.

Ou seja, o constante surgimento de candidatos ao papel de sujeito revolucionário estava previsto em O Capital. Mais importante, eles estão aí, na vida real.

http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2017/08/marx-nao-fala-de-classe-operaria-em-o.html

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Conheça Fufuca, deputado que comandará a Câmara na ausência de Maia

Pepista terá de coordenar votações como da reforma política

Ele
O deputado André Fufuca (PP-MA) deverá assumir interinamente a Presidência da Câmara nesta 3ª feira (29.ago.2017). Será a primeira vez que ele comandará a Casa fora do período de recesso.

O motivo da substituição é a viagem de Michel Temer à China. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ficará na Presidência. E o 1º vice-presidente, Fábio Ramalho estará na comitiva que acompanha Temer à Ásia.

Fufuca só comandou sessões inexpressivas. Esteve oficialmente à frente da Câmara durante uma semana no recesso de julho, quando os trabalhos são interrompidos.

Nesta semana, ele terá a missão de liderar os deputados durante votações importantes da Casa. As principais são de dois projetos da reforma política: o que cria cláusula de desempenho e proíbe coligações partidárias, de relatoria da deputada Shéridan (PSDB-RR); e o que estabelece um fundo público para campanhas e altera o sistema eleitoral, de Vicente Cândido (PT-SP). Este tem sofrido resistência e ainda é motivo de impasse.

A Câmara tem pressa em analisar as propostas. O Congresso – Câmara e Senado – precisam aprovar as propostas até a primeira semana de outubro para as regras valerem já para 2018. Além do afastamento de Maia, o feriado de 7 de setembro tende a reduzir os trabalhos da Casa.

Outro ponto com o qual Fufuca pode lidar é a possibilidade de nova denúncia contra Michel Temer. Um eventual pedido do Procurador Geral da República ainda deve passar pelo STF, mas a chance de chegar à Câmara afeta os ânimos dos deputados.

Quem é Fufuca

Formado em medicina, está em seu primeiro mandato na Câmara Federal. Foi deputado estadual pelo PSDB no Maranhão de 2011 a fevereiro de 2015. Seu pai, atual prefeito de Alto Alegre de Pindaré, é apelidado de “Fufuca”, o que fez com que o deputado fosse chamado de “Fufuquinha”.



Completou 28 anos neste domingo (27.ago), dois dias antes de ganhar o comando temporário da Câmara.

Eleito pelo PEN, hoje é de um partido do centrão, o PP. Votou a favor da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff, em abril de 2016. Em agosto, foi contra o prosseguimento da denúncia de Michel Temer. Foi um dos 43 congressistas que não participaram da votação que cassou o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em setembro do ano passado. Apesar de estar presente na sessão, foi impedido de registrar o voto por oficialmente estar de licença por motivos de “interesse particular”. Veja aqui seu perfil no site da Câmara.

Durante a discussão do processo de Cunha no Conselho de Ética, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) foi contra a entrada de Fufuca no colegiado por ser ligado a Cunha. “O deputado Fufuca chama Eduardo Cunha de ‘papi’ nos corredores da Casa”, disse Delgado.

Fufuca negou e chamou pessebista de “canalha”. “Hoje demonstra que é um verdadeiro moleque. Não queira macular minha imagem pela minha juventude. Vossa Excelência é o exemplo que até os canalhas envelhecem. Nesta Casa ninguém me viu usar de ato de bajulice. Até porque venho de um Estado em que usar esse termo ‘papi’, com todo o respeito, é até afeminado” , afirmou. Assista:



Já nas redes sociais (Facebook e Twitter), suas publicações são mais amenas. Em geral, com mensagens motivacionais ou lembrando datas comemorativas, como o Dia do Café.


Naomi Matsui

O que está por trás do espancamento de Gilmar por seus antigos amigos na mídia e “nas ruas”


Manifestação do Vem Pra Rua em SP com 17 pessoas repetindo o que mandam
Gilmar Mendes.

Esse você conhece. A melhor definição dele é a do professor Dalmo Dallari: a degradação do Judiciário.

Você já sabia.

A novidade é que os amigos de Gilmar estão fingindo que não sabiam.

A Veja deu uma capa o chamando de “juiz que discorda do Brasil” e a Globo o critica dia sim, dia sim também. Dá pena ver Merval Pereira criticando o chegado.

No domingo, alguns poucos gatos pingados arregimentados pelo Vem Pra Rua (de onde ainda vem o dinheiro para carros de som, bandeiras etc?) estavam nas ruas com faixas xingando o ministro do STF e repetindo como papagaios o que leram e ouviram em sua dieta indigente de notícias.

Para resumir: Gilmar soltou os empresários Jacob Barata Filho e Lélis Marcos Teixeira. Gilmar é o inimigo número 1 da Lava Jato. Gilmar é o anti Sergio Moro e o anti Marcelo Bretas (o equivalente carioca ao savonarola de Curitiba).

Até ontem, GM era o herói dessa gente.

Tucano assumidíssimo, fiel protetor de Aécio, principal propagador do termo “cleptocracia” para definir o governo do PT, ele jogou a pá de cal em Dilma Rous­seff ao impedir a posse de Lula como ministro da Casa Civil.

O que aconteceu?

O motivo para a mudança de espírito é a mesma que o fizeram amado: Lula.

A própria Veja explica num parágrafo de sua reportagem de capa (o grifo é nosso):

A prisão em segunda instância, aliás, será o próximo embate para o qual Gilmar Mendes está se preparando. Em outubro de 2016, o Supremo entendeu que um réu sentenciado em segunda instância já podia começar a cumprir a pena, deixando de ser necessário que se esgotasse toda a sucessão de recursos que, antigamente, costumava chegar até o STF, retardando indefinidamente a prisão de condenados. A decisão virou uma espada de Dâmocles sobre a cabeça de muitos acusados, e boa parte deles, sentindo a amea­ça da lâmina, resolveu selar acordos de delação e contar tudo o que sabia. Em conversas reservadas, o ministro Edson Fachin, relator dos casos da Lava-­Jato no STF, já revelou seu receio de o plenário do tribunal voltar atrás na decisão de autorizar a execução da pena após sentença de segunda instância. Gilmar Mendes, que outrora defendia a antecipação da pena, está em campanha aberta para que a prisão só seja cumprida após o julgamento dos recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que funciona como uma espécie de terceira instância. Os condenados ganhariam tempo, e a medida teria efeito suprapartidário. Lula, outro desafeto de Gilmar Mendes, seria o grande beneficiário da mudança.

Se o habeas corpus dos baratas no Rio vale para eles, vale para Lula e os outros. A Lava Jato não poderá prender Lula mesmo que a condenação seja confirmada pelo TRF-4 — o que é batata.

No Estadão de hoje, Sergio Moro faz uma nova queixa. “Não penso que as questões devem ser tratadas a nível pessoal, mas institucional”, diz. “Respeito o ministro Gilmar Mendes e espero que, ao final, ele, pensando na construção da rule of law, mantenha o precedente que ele mesmo ajudou a construir.”

Gilmar está amparado na Constituição: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

Nós concordamos que Gilmar é tudo o que você pensa. Mas, nesse caso, ele tem razão. 

Vale acionar Brizola: “Quando vocês tiverem dúvidas quanto a que posição tomar diante de qualquer situação, atentem… se a Rede Globo for a favor, seja contra. Se for contra, seja a favor”.


A Globo está do mesmo lado desses artistas. A língua portuguesa, não



Kiko Nogueira
No DCM

Kiko Nogueira
No DCM

Enquanto a realidade se transforma, a verdade evolui


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Enquanto a realidade se transforma, a verdade evolui

Por Fernando Soares Campos - CPLP - Brasil - Portal do jornal russo Pravda, edição em português , 20.08.2017

Trecho:

A transformação da realidade e a evolução da verdade

Antoine-Laurent Lavoisier, reconhecido como o "pai" ou "fundador" da química moderna, pôde, através de seus trabalhos de pesquisa, enunciar uma lei que ficou conhecida como Lei da Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier.

"Numa reação química que ocorre num sistema fechado, a massa total antes da reação é igual à massa total após a reação".





reação".

Ou,

"Numa reação química a massa se conserva porque não ocorre criação nem destruição de átomos. Os átomos são conservados, eles apenas se rearranjam. Os agregados atômicos dos reagentes são desfeitos e novos agregados atômicos são formados".

Ou ainda, sob conceito filosófico,

"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".

Daí se conclui que "nada pode surgir do nada; e nada pode transformar-se em nada".

A partir dessa constatação, entendemos que os elementos que constituem o nosso corpo material (o ente material) são eternos, indestrutíveis, eles apenas reagem entre si e se transformam (durante e após o ciclo vital). Assim sendo, considerando suas existências concretas, podemos dizer que eles encerram em si (ou simplesmente representam) a realidade.

O ente psíquico, etéreo, autoconsciente, individual, único, unido ao nosso corpo material, é igualmente eterno, indestrutível, entretanto este, à medida que aprofunda seu autoconhecimento, é capaz de criar mecanismos próprios para controlar seus desejos e impulsos afetivos e emotivos; adquire conhecimentos através de processo mental (cognição) em que aplica a percepção, atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem; desenvolve métodos próprios para o aprendizado de determinados sistemas e soluções de problemas; nele não ocorre a simples transformação de seus elementos, mas, sim, o progresso quantitativo e qualitativo de conhecimentos e o aperfeiçoamento do emprego de suas principais funções (cognição, volição, afeto e motivação), portanto o ente psíquico evolui, podemos também afirmar que, por ele desejar conhecer a verdade e persegui-la, esta evolui consigo. 

LEIA COMPLETO: http://port.pravda.ru/cplp/brasil/20-08-2017/43860-realidade-0/


via: http://assazatroz.blogspot.com.br/2017/08/enquanto-realidade-se-transforma.html