sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Credit Suisse: 8% têm 85% da riqueza; 71% de miseráveis, só 3%

ricosepobres


Por Fernando Brito, em seu blog

O El País publicou onte, 14, que, pela primeira vez, o 1% mais rico da população do mundo concentra mais riqueza que todos os outros 99% dos habitantes do planeta.

Não é mais retórico, é estatístico e não vem de comunistas, mas do ortodoxo banco Credit Suisse.

Vou traduzir o gráfico aí de cima de um jeitinho que até aquele amigo do Rodrigo Constantino poderia entender.

Temos 100 biscoitos para dividir entre 100 pessoas.

Oito pessoas vão ficar com 85 biscoitos.

Vinte e uma pessoas ficarão com 12 biscoitos.

E setenta e uma pessoas vão se digladiar pelas migalhas de três biscoitos.

Se este é o melhor sistema econômico que a humanidade pode alcançar, Alckmin pode relaxar, porque virá um novo dilúvio por aí, sem direito à arca de Noé.

Não se conhece nenhuma sociedade animal onde haja tamanha desigualdade.

É este o modelo que os “sábios” querem nos fazer seguir, dizendo que as bolachas vão ser maiores e aquelas três... hummm… vão nos dar migalhas melhores.

BRASIL DEBATE E A RENDA: 0,9% DOS BRASILEIROS DETÊM 60% DA RIQUEZA

Brasil Debate e a renda: 0,9% dos brasileiros detêm 60% da riqueza


Róber Iturriet Avila - Os dados da riqueza do Brasil e a estrutura tributária
Com base em dados do IRPF, é possível estimar que, em 2012, os 50% dos brasileiros mais pobres detinham 2% da riqueza, 36,99% ficavam com 10,60% e 13,01% com 87,40%. Uma parcela menor entre os mais ricos, 0,21%, era dona de 40,81% do total
Nesse mesmo espaço, no mês passado, informações acerca da riqueza pessoal do Brasil foram expostos, a partir das declarações de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Os números de patrimônio eram desconhecidos até então, havia apenas uma estimativa no Atlas da Exclusão Social no Brasil, um estudo realizado entre 2003 e 2005. Essa pesquisa apontou que 5 mil famílias se apropriam de 40% do fluxo de renda e detêm 42% do patrimônio brasileiro.
O levantamento foi efetuado ancorado no censo demográfico e nas pesquisas de orçamentos familiares. Houve ainda um estudo com a distribuição patrimonial com dados do Tribunal Superior Eleitoral.
Em que pesem as limitações na interpretação do que o IRPF retrata, como a defasagem no valor de riqueza declarada, a contabilização de patrimônio em nome das empresas e a não separação dos bens de cônjuges, esses números são os mais precisos existentes no Brasil.
Em 2012, 25,6 milhões de pessoas declararam imposto de renda no País.
Esse contingente representava 13,01% da população total. Como as posses dos não declarantes persistem indisponíveis, convém detalhar a metodologia da estimativa realizada.
Em termos internacionais, os 50% mais pobres obtêm 4% da riqueza em países menos desiguais, como a França, por exemplo. Já os 10% dos franceses mais ricos possuíam 62% da riqueza em 2011, de acordo com Thomas Piketty.
Nos Estados Unidos, os 50% mais pobres detêm 2% da riqueza enquanto os 10% mais ricos possuem 72%.
Frente ao histórico da formação socioeconômica brasileira, podemos partir da referência internacional de que os 50% mais pobres possuem 2% do patrimônio brasileiro.
Sobretudo ao se constatar que está nessa monta quem recebeu até R$ 1.095,00 em 2013, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio. Daqueles que figuram entre os 13,01% da população que declaram imposto de renda, 4,88% somam um patrimônio de 0,004% do total notificado.
Em assim sendo, todo o patrimônio declarado está concentrado com 8,13% da população. Era necessário chegar ao patrimônio de quem está acima dos 50% mais pobres e abaixo dos 13,01% mais ricos, sabendo-se que esses tiveram um rendimento mensal entre R$ 1.095,00 e R$ 1.499,16.
Foi deduzido, com o risco de superestimar, que esses não declarantes possuem um patrimônio equivalente à média das quatro primeiras faixas patrimoniais dos declarantes (até R$ 30.000,00). Diante dessas considerações, o quadro de 2012 é seguinte:
– os 50,00% mais pobres detêm 2,00% da riqueza
– 36,99% dos brasileiros detêm 10,60% da riqueza
– 13,01% possuem 87,40% da riqueza
Para se chegar às comparações internacionais dos 10%, 1% e 0,1% mais ricos, é preciso efetuar adaptações, já que os informes da Receita Federal do Brasil estão agregados.
Com a base existente, é possível apontar a participação dos 8,13%, 0,9% e 0,21% mais ricos.
– 8,13% das pessoas possuem 87,40% da riqueza
– 0,9% detêm 59,90% do total
– 0,21% detêm 40,81% da riqueza dos brasileiros
Em 2012, 0,21% da população representou 406.064 declarantes. Em 2006, o corte mais elevado ficou a partir R$ 1,5 milhão em bens, mas abarcou 156.084 indivíduos (0,08% da população daquele ano) que contemplavam 36,12% do total de patrimônio notificado à Receita.
Entretanto, nesse mesmo ano, o patrimônio médio desses indivíduos foi de R$ 5,4 milhões, sinalizando que a concentração está em grupo menor de pessoas.
Uma das referências quantitativas importantes na literatura é a participação dos 0,01% mais ricos. Esse corte analítico não é possível de ser realizado, embora seu conhecimento desnudasse o patrimônio dos 19.500 indivíduos mais ricos do País.
Os que estão no topo da pirâmide social obtêm seus rendimentos, sobretudo, do capital. Sabidamente, a estrutura tributária brasileira está centrada no consumo.
Em 2012, 49,73% da arrecadação adveio dos bens e serviços, 17,84% da renda, 3,85% da propriedade, 26,53% da folha de salários e 2,04% de outros meios.
Ao se efetuar comparações internacionais de impostos sobre herança, por exemplo, é possível compreender a exacerbada concentração da riqueza brasileira.
No Reino Unido, a alíquota é de 40,00%; na França 32,50%; nos Estados Unidos 29,00%; na Alemanha 28,50%; na Suíça 25,00%; no Japão 24,00%, no Chile 13,00%; já no Brasil o tributo é de 3,86%.
Há aqui também uma discussão filosófica, pois mesmo com uma concepção de que a riqueza guarda relação com o mérito individual, não há mérito em ser filho de pessoas abastadas.
Tendo em conta que os rendimentos do capital remuneram os que estão no topo, é interessante observar como é a tributação a esse grupo.
Averiguando-se as alíquotas máximas de dividendos de alguns países, é verificado que na Dinamarca é de 42,00%, na França de 38,50%, no Canadá de 31,70%, na Alemanha é de 26,40%, na Bélgica é de 25,0%, nos Estados Unidos de 21,20% e na Turquia 17,50%.
Já no Brasil, os dividendos são isentos de imposto de renda, a alíquota é 0,00%.
Adicionalmente, há a possibilidade de as empresas deduzirem das receitas tributáveis os “juros sobre o capital próprio”. O juro do capital próprio é tributável ao acionista, mas com uma alíquota menor do que a máxima que os trabalhadores pagam.
Em linha semelhante, os rendimentos de aplicações financeiras em renda fixa e variável possuem tributação menor do que a alíquota máxima do rendimento do trabalho.
O conhecimento dos dados de imposto de renda que a Receita Federal do Brasil disponibilizou não apenas favorecem o conhecimento de nosso País, como também contribuem para subsidiar o debate da justiça fiscal.
Referências
BRASIL. Receita Federal do Brasil. Disponível AQUI. Acesso em 10 dez. 2014
CASTRO, Fábio Avila.  Imposto de renda da pessoa física: comparações internacionais, medidas de progressividade e redistribuição. 2014.115f. Dissertação (Mestrado) ― Departamento de Economia, Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
Róber Iturriet Avila – É economista, pesquisador da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Texto postado originalmente em:
http://www.viomundo.com.br/denuncias/brasil-debate-absurda-concentracao-de-renda-09-dos-brasileiros-detem-60-da-riqueza.html

OTAN convoca às armas



Por Manlio Dinucci, Il Manifesto - Tradução: Vila Vudu

O Conselho do Atlântico Norte reuniu-se em Bruxelas, reunião de urgência, dos ministros da Defesa, "num momento decisivo para nossa segurança". A OTAN está "fortemente preocupada ante a escalada da atividade militar russa na Síria", especialmente o fato de que "a Rússia não está lá para atacar o grupo Estado Islâmico (EI), mas para atacar a oposição síria e civis."

A OTAN não especifica qual a "oposição síria" que estaria sendo atacada pela Rússia. Dia 16 de setembro o Pentágono teve de admitir que conseguira treinar na Turquia, ao custo de 41 milhões de dólares, não mais de 60 combatentes cuidadosamente selecionados, os quais, contudo, no instante em que foram infiltrados na Síria sob a sigla "Novo Exército Sírio" foram "quase completamente varridos pelas forças da Frente al-Nustra".

A "oposição síria" que a OTAN tanto cuida de proteger é constituída dessa galáxia de grupos armados, a maioria dos quais são mercenários ex-combatentes de vários exércitos pelo mundo, pagos pela Arábia Saudita e outras monarquias do Golfo, muitos dos quais passaram pelos campos de treinamento da CIA e das Forças Especiais dos EUA na Turquia.

A fronteira entre esses grupos e o EI é muito fluida, a ponto de frequentemente as armas entregues à "oposição" acabarem em mãos do grupo Estado Islâmico. O único objetivo que os une é o objetivo, que se harmoniza com a estratégia de EUA/OTAN, de derrubar o governo eleito de Damasco.

A acusação feita à Rússia, de que estaria atacando deliberadamente civis na Síria (mesmo que não se possa excluir a morte de civis nos ataques concentrados contra o Estado Islâmico) brotam de uma OTAN que em várias guerras é responsável por vários massacres de civis (dos quais o mais recente aconteceu em Kunduz no Afeganistão).


Basta recordar que, contra a Iugoslávia em 1999, a OTAN empregou 1.100 aviões que, durante 78 dias, fizeram 38 mil ataques, nos quais foram lançadas 23 mil bombas e míssies, que até hoje causam vítimas e mortos civis por causa do urânio baixo enriquecido e substâncias químicas liberadas das refinarias bombardeadas.

Na guerra contra a Líbia, em 2011, a aviação de EUA/OTAN realizou 10 mil ataques, com mais de 40 mil bombas e mísseis. E às vítimas desses bombardeios devem-se somar outras, ainda mais numerosas, do caos resultante da demolição do Estado líbio.

A OTAN que denuncia a penetração acidental de aviões russos no espaço aéreo turco, chamando-a de "violação do espaço aéreo da OTAN", nem assim consegue esconder o verdadeiro problema: o fracasso de seus próprios planos, que foi determinado pela decisão dos russos de realmente atacarem o grupo Estado Islâmico, que a Coalizão dos EUA (oficialmente, não é a OTAN quem promove a atual intervenção na Síria) finge que ataca, mas só seleciona alvos secundários.

Não se pode explicar de outro modo como colunas de centenas de caminhões e caminhonetes carregadas de mantimentos continuem a ser entregues da Turquia, diretamente para os centros controlados pelo Estado Islâmico (como o comprovam inúmeras imagens de satélite), nem como colunas de veículos militares do EI continuem a deslocar-se livremente, a descoberto.

Sobre esse cenário, os ministros do Exterior da OTAN, reunidos ontem em Bruxelas, anunciaram que o Plano "Prontidão para a Ação" [orig. Readiness Action Plan] será reforçado.

Depois de ativar em setembro seis "pequenos quartéis-generais" na Bulgária, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Romênia, destinados a uma integração mais estreita de forças, agora a OTAN decidiu abrir mais dois, na Hungria e na Eslováquia, e "pre-posicionar material militar na Europa Oriental, para poder reforçar rapidamente, se necessário, os aliados orientais". Também ficou decidido reforçar a "força de resposta", aumentada com 40 mil homens.

O secretário-geral Stoltenberg fez, quanto a isso, anúncio importante: a Alemanha assumirá em 2019 o comando da "Força de ponta de alta rapidez operacional", a qual, como o demonstra o exercício Trident Juncture 2015, pode ser projetada em 48 horas "em qualquer local a qualquer momento". E a Grã-Bretanha "enviará mais tropas em rotação para os países Bálticos e para a Polônia para treinamentos e exercícios". O engajamento suplementar anunciado pela Alemanha e Grã-Bretanha na OTAN, por ordem dos EUA, confirma que as grandes potências europeias, que vez ou outra têm interesses específicos contrários aos dos EUA, rapidamente se enquadram, quando a hegemonia do 'ocidente' é ameaçada.

Os ministros da Defesa da OTAN anunciam "passos suplementares para reforçar a defesa coletiva", não só na direção oriental mas também para o sul. "Nossos comandantes militares" – comunica Stoltenberg – "confirmaram que temos o que é preciso para deslocar a Força de Resposta também para o sul".

A OTAN portanto está pronta para outras guerras no Oriente Médio e no Norte da África.

O BRASIL E A REPÚBLICA DE SALÉM - Uma reflexão do Mestre Santayana


Por Mauro Santayana, em seu blog

O Ministro Teori Zavascki retirou da Operação Lava-Jato a investigação de questões relativas à Eletronuclear. 


O fez porque o caso envolve o senador Edson Lobão, que tem foro privilegiado.


Mas poderia tê-lo feito também devido a outros motivos. A Eletronuclear não possui instalações no Paraná, nem vínculos com a  Petrobras, e não se sustenta a tese, que quer dar a entender o Juiz Sérgio Moro, de que tudo, das investigações sobre o Ministério do Planejamento, relacionadas com a Ministra Gleise Hoffman, à Eletronuclear, Petrobras, hidrelétricas em construção na Amazônia, projetos da área de defesa, da indústria naval, e qualquer coisa que envolva a participação das maiores empresas do país em projetos e programas estratégicos para o desenvolvimento nacional, "é a mesma coisa" e culpa de uma "mesma organização criminosa", estabelecida, há alguns anos, com o deliberado intuito de tomar de assalto o país.


Pode-se tentar impingir esse tipo de fantasia conspiratória, reduzindo a oitava maior economia do mundo - que em 2002 não passava da décima-quarta posição - a um mero bordel de esquina invadido por uma maquiavélica e nefasta quadrilha de assaltantes, quando esse discurso se dirige para a minoria conservadora, golpista, manipulada e desinformada que pulula nos portais mais conservadores da internet brasileira e dá um trocado para a faxineira bater panela na varanda do apartamento, quando começa a doer-lhe a mão.


Mas essa tese não "cola" para qualquer pessoa que tenha um mínimo de informação de como funciona, infelizmente, o país, e sobre o que ocorreu com esta Nação nos últimos 20 anos.


Operação caracteristicamente midiática, alimentada a golpe de factoides, da pressão sobre empresas e empresários - até mesmo por meio de prisões desnecessárias, e, eventualmente, arbitrárias - e de duvidosas delações premiadas, a Lava-Jato, se não for rigorosamente enquadrada pelos limites da lei, se estabelecerá como uma nova República do Galeão, de Curitiba, ou de Salém.


Uma espécie de Quinto Poder, acima e além dos poderes basilares da República, com jurisdição sobre todos os segmentos da política, da economia e da sociedade brasileira, com um braço doutrinário voltado para obter a alteração da legislação, mormente no que diz respeito ao enfraquecimento das prerrogativas  constitucionais, entre elas a da prisão legal, da presunção de inocência,  da apresentação de provas, que precisa produzir, para uma parcela da mídia claramente seletiva e partidária, sempre uma nova "fase" - já lá se vão 19 - uma nova acusação, uma nova delação, para que continue a se manter em evidência e em funcionamento.


Tudo isso, para que não se perceba com clareza sua fragilidade jurídico-institucional, exposta na contradição entre a suposta existência de um escândalo gigantesco de centenas de bilhões de reais, como alardeado, na imprensa e na internet, aos quatro ventos, que se estenderia por todos os meandros do estado brasileiro, em contraposição da franca indigência de provas robustas e incontestáveis, reunidas até agora, e do dinheiro efetivamente recuperado, que não chega a três bilhões de reais - pouco mais do que o exigido, em devolução pela justiça, apenas no caso do metrô e dos trens da CPTM, de São Paulo.


Uma coisa é provar que dinheiro foi roubado,  nas estratosféricas proporções cochichadas  a jornalistas - ou aventadas em declarações do tipo "pode chegar" a tantos bilhões - dizendo em que contrato houve desvio, localizando os recursos  em determinada conta ou residência, mostrando com imagens de câmeras, ou registros de hotel, e listas de passageiros, que houve tal encontro entre corruptor e corrompido.


Outra, muito diferente, é, para justificar a ausência de corrupção nas proporções anunciadas todo o tempo, estabelecer aleatoriamente prejuízos "morais" de bilhões e bilhões de reais e nessa mesma proporção, multas punitivas, para dar satisfação à sociedade, enquanto, nesse processo, que se arrasta há meses, caminhando para o segundo  aniversário, se arrebenta com vastos setores da economia, interrompendo, destruindo, inviabilizando e transformando, aí, sim, em indiscutível prejuízo, centenas de bilhões de reais em programas e projetos estratégicos para o desenvolvimento e a própria  defesa nacional.


Insustentável, juridicamente, a longo prazo, e superestimada em sua importância e resultados, a Operação Lava-Jato é perversa, para a Nação, porque se baseia em certas premissas que não possuem nenhuma sustentação na realidade.


A primeira, e a mais grave delas, é a que estabelece e defende, indiretamente, como sagrado pressuposto, que todo delator estaria falando a verdade.


Alega-se que os réus "premiados", depois de assinados os acordos, não se arriscariam a quebrar sua palavra com a  Justiça.


Ora, está aí o caso do Sr. Alberto Youssef, já praticamente indultado pelo mesmo juiz Moro no Caso do Banestado, da ordem de 60 bilhões de reais, para provar que o delator premiado não apenas pode falar o que convêm, acusando uns e livrando a cara de outros, como continuar delinquindo descaradamente - por não ter sido impedido de seguir nos mesmos crimes e atividades pela Justiça - até o ponto de, estranhamente, fazer jus a nova "delação premiada" mesmo tendo feito de palhaços a maioria dos brasileiros.


A segunda é a de se tentar induzir a sociedade - como faz o TCU no caso das "pedaladas fiscais", que vêm desde os tempos da conta única do Banco do Brasil - a acreditar que toda doação de campanha, quando se trata do PT, seria automaticamente oriunda de pagamento de propina de corrupção ao partido, e que, quando se trata de legendas de oposição - mesmo que ocupem governos que possuem contratos e obras com as mesmíssimas empresas da Lava-Jato - tratar-se-ia de doações  honestas, impolutas e desinteressadas.


Corrupção é corrupção. E doação de campanha é doação de campanha. Até porque as maiores empresas e bancos do país, que financiam gregos e troianos, o fazem por um motivo simples: como ainda não possuem tecnologia para construir uma máquina do tempo, nem para ler bolas de cristal,  elas não têm como adivinhar, antes da contagem dos votos, quem serão os partidos vitoriosos ou os candidatos eleitos em cada pleito.


Se existe suspeição de relação de causa e efeito entre financiamento de campanha e conquista de contratos, simples.


Em um extremo, regulamente-se o "lobby", com fiscalização, como existe nos Estados Unidos, ou, no outro, proíba-se definitivamente o financiamento empresarial de campanha por empresas privadas, como está defendendo o governo, e não querem aceitar os seus adversários.


O que não podem esperar, aqueles que escolheram, como tática, a criminalização da política, é que a abertura da Caixa de Pandora, ao menos institucionalmente, viesse a atingir apenas algumas legendas, ou determinados personagens, em suas consequências, como é o caso do financiamento privado de campanha.


Vendida, por outro lado,  como sendo, supostamente, uma ação emblemática, um divisor de águas no sentido da impunidade e de se mandar um recado à sociedade de que o crime não compensa, a justiça produzida no âmbito da Operação Lava-Jato está, em seus resultados, fazendo exatamente o contrário.


Quem for analisar a última batelada de condenações, verá que, enquanto os delatores "premiados", descobertos com contas de dezenas de milhões de dólares no exterior, com as quais se locupletavam nababescamente, gastando à tripa forra,  são liberados até mesmo de  prisão domiciliar e vão ficar soltos, nos próximos anos, sem dormir nem um dia na cadeia, funcionários de partido que "receberam", em função de ocupar o cargo de tesoureiro,  doações absolutamente legais do ponto de vista jurídico, terão de passar bem mais que umas décadas presos  em regime fechado, mesmo que nunca tenham apresentado nenhum sinal de enriquecimento ilícito.


Com isso, bandidos contumazes, já beneficiados, no passado, pelo mesmo juiz, com acordos de delação premiada, que quebraram, ao voltar a delinquir, seus acordos feitos anteriormente com a Justiça,   ou que extorquiram empresas e roubaram a Petrobras, vão para o regime aberto ou semi-aberto durante dois ou três anos, para salvar as aparências, enquanto milhares de trabalhadores estão indo para o olho da rua, também porque essas mesmas empresas - no lugar de ter apenas seus eventuais culpados condenados - estão, como negócio, sendo perseguidas e ameaçadas com multas bilionárias, que extrapolam em muitas vezes os supostos prejuízos efetivamente comprovados até agora.


A mera ameaça dessas multas, com base nos mais variáveis pretextos, pairando, no contexto midiático, como uma Espada de Dámocles,  antes da conclusão das investigações, tem bastado para que a situação creditícia e institucional dessas companhias seja arrebentada nos mercados, e projetos sejam interrompidos, em um efeito cascata que se espalha por centenas de médios e pequenos fornecedores, promovendo um quase que definitivo, e cada vez mais irrecuperável desmonte da engenharia nacional, nas áreas de petróleo e gás, infraestrutura, indústria naval, indústria bélica, e de energia.


O Juiz Moro anda reclamando publicamente, assim como o Procurador Dallagnol - até mesmo no exterior - do "fatiamento" da Operação Lava-Jato.


Ora, não se pode criar uma fatia a partir de algo que não pertence ao bolo.


Inquéritos não podem ser abertos por determinada autoridade, se não pertencem à jurisdição dessa autoridade.


Continuar produzindo-os, sabendo-se que eventualmente serão requeridos ou redistribuídos pelo Supremo, faz com que pareçam estar sendo criados apenas com o intuito de servirem, ao serem eventualmente retirados do escopo da Lava-Jato, de "prova" da existência de uma suposta campanha, por parte do STF, destinada a dar fim ou a sabotar, aos olhos da opinião pública, o "trabalho" do Juiz Sérgio Moro e o de uma "operação" que se quer  cada vez mais onipresente e permanente nas manchetes e na vida nacional.


Ao reclamar do suposto "fatiamento" da  Operação Lava-Jato, com a desculpa de eventual prejuízo das investigações, o Juiz Sérgio Moro parece estar tentando, da condição de "pop star" a que foi alçado por parte da mídia,  constranger e pressionar, temerariamente, o Supremo Tribunal Federal - já existe provocador falando, na internet, em resolver o "problema" do STF "a bala" - valendo-se da torcida e do apoio da parcela menos informada e mais manipulada da opinião pública brasileira.


Com a agravante de colocar em dúvida, aos olhos da população em geral, o caráter, imparcialidade e competência de seus pares de outras  esferas e regiões, como se ele, Sérgio Fernando Moro, tivesse surgido ontem nesta dimensão, de um puro raio de luz vindo do espaço,  sem nenhuma ligação anterior com a realidade brasileira, para ser o líder inconteste de uma  Cruzada Moral e Reformadora Nacional - o único magistrado supostamente honesto, incorruptível  e comprometido com o combate ao crime desta República.

Maria Fernanda Arruda: Relembrando a farra do PROER


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A farra do Proer
O inesquecível PROER: em 1995 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro e, na calada de uma madrugada de um sábado de novembro, assinou uma medida provisória instituindo o PROER, um programa de salvação dos bancos que injetou 1% do PIB no sistema financeiro – dinheiro que abandonou o sofrido Tesouro Nacional, para abastecer cofres privados, começando pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. Não é mesmo FHC?
O Proer demonstrou em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.
E agora, FHC, você vem aqui querendo falar o que…?

Milhão de corrupto é manchete que esconde Bilhão de sonegador


POR FERNANDO BRITO

Pouquíssimo destaque teve na mídia e muita distorção no que foi noticiado sobre a divulgação dos maiores devedores de impostos federais, ontem, um gesto do Ministro da Fazenda, tantas vezes criticado aqui, que merece aplausos entusiasmados.
Na Folha, nada no impresso e agora à tarde, uma materinha. No Estadão, outra matéria mixuruca. No Valor, uma restrita aos assinantes.
Os débitos inscritos na dívida ativa – isto é, apenas os que já passaram por todas as fases de contestação administrativa, e não incluem as centenas de bilhões de reais discutidas nos Carf, os conselhos administrativos colocados sob suspeita na Operação Zelotes – e não confessados e parcelados , suspensos judicialmente ou cobertos por garantias legais, somam R$ 228.978.531.085,02. R$ 229 bilhões de reais, para falar em um número que possamos entender, embora, meros mortais, nem sejamos capazes de imaginar o que seja.
Repito, sem contar o que se parcelou e sem os R$ 60 bilhões suspensos na Justiça ou com garantias dadas. Ou dívidas gigantes, como os famosos R 18,6 bilhões do Itaú, que ainda não tiveram vencidos os recursos administrativos.
Isso representa 4,5% do Produto Interno Bruto brasileiro e, se pago em oito anos, mesmo sem juros, seriam capazes de, sozinhos, assegurarem mais do que 0,5% de superávit primário, até o ano de 2024.
Como o superávit primário é o grande e maior valor proclamado pelos nossos homens do capital e seus porta-vozes midiáticos, exigir o pagamento desta bolada deveria ser uma causa daquelas capaz de deixar a Lava-Jato com estatura de recolhimento de trocados.
Mas não é.
Ao contrário, estabelecem uma confusão entre quem deve e se recusa a pagar e aqueles que aceitaram a cobrança e a estão pagando. O que é, afinal, o que se deseja.
Assim, os jornais dão destaque às dividas da Vale (R$ 42 bilhões) e da Petrobras (R$ 15,6 bilhões).
A Vale tem parte da dívida (R$ 32 bi)sendo discutida judicialmente – o que é seu direito – e o restante parcelado ou com bens e receitas dados em garantia. A Petrobras parcelou integralmente seus débitos e os vem pagando.
Misturar tudo num saco só é proteger quem sequer reconhece seus débitos ou – como deve fazer quem acha que não deve – os contesta na Justiça.
Mas é muito curioso que boa parte das grandes empresas listadas como devedores – por exemplo, o Bradesco, com débitos não contestados de R$ 3,43 bilhões – publiquem, a cada trimestre, lucros equivalentes ao que negam ao Fisco.
É preciso urgentemente mudar a estutrura de funcionamento da Receita e dos ritos de cobrança dos impostos, que não podem ficar para as calendas gregas, como não ficam para os microcontribuintes como eu ou você.
Há um mês, mostrou-se aqui a reação dos grandes devedores à divulgação, como é dever do serviço público, da condição de devedores.
E o absurdo que é manter uma máquina fiscal caríssima para recolher migalhas fiscais, enquanto o grosso escapa na eternização das cobranças.
[Em 2014] R$ 144 bilhões lançados [em autuações] sobre 14.298 pessoas jurídicas. E R$ 7 bilhões lançados sobre 351.534 pessoas físicas. E olhem que destes R$ 7 bilhões, quase um terço (R$ 2,1 bi) foram sobre proprietários ou dirigentes de empresas, que deixaram de pagar sobre, principalmente, venda ou permuta de ações ou cotas de participação societária.
A sonegação – repito, a que é detectada e objeto de autuação fiscal – atinge estes valores monstruosos, mas não chama a atenção de nossa imprensa, que sai em defesa do “contribuinte”, usando a multidão de pessoas que, por erro ou desencontro numa despesa médica irrisória cai na “malha fina” como colchão para a grossa fuga de impostos que não está, de forma alguma, no pequeno contribuinte.
Quem quiser entender porque fazem tamanha onda com a CPMF, que não dá, por ano, 10% do que se sonega, tem aí uma boa pista para compreender.
http://analisedeconjuntura.blogspot.com.br/2015/10/milhao-de-corrupto-e-manchete-que.html

A besta-fera não tem filhos?


As imagens que circulam nas redes sociais são inacreditáveis: a molecada protestando contra o fechamento de escolas no Estado de São Paulo, mostrando, com isso, um alto grau de cidadania e exercendo um direito absolutamente garantido pela Constituição, e a Polícia Militar tratando-os como bandidos.

Esses estudantes covardemente agredidos pela PM são menores de idade, a maioria talvez na faixa dos 14 a 17 anos, que estão dando, em várias cidades paulistas, um exemplo de como um governo sem nenhuma preocupação com o social, deve ser combatido: nas ruas, com manifestações pacíficas, fazendo pressão, usando argumentos.


Contra esses atos que, em qualquer democracia mequetrefe deveriam ser encarados com total tranquilidade, aparece uma Polícia Militar sem nenhum preparo psicológico ou profissional, agindo como se estivesse combatendo o mais cruel dos inimigos, o mais sórdido bando de delinquentes e os criminosos mais sanguinários.

Não sei, mas desconfio, que grande parte desses policiais tem família, tem filhos que estudam em escolas públicas - talvez mesmo em algumas dessas que o governador Alckmin pretende fechar.

Também acredito que o secretário de Educação, aquele sujeito com cara de nazista do qual não lembro o nome, e até o próprio governador, foram, algum dia, adolescentes com sonhos de construir uma vida digna, de progredir interiormente, de passar esta existência num mundo em que as pessoas tenham oportunidade de ser felizes.

Mas é justamente essa convicção que me confunde e me faz refletir sobre o que leva um ser humano a ser tão cruel, tão insensível e tão inconsequente em seus atos.

Bater em professores, bater em estudantes adolescentes, bater em sindicalistas, bater em cidadãos comuns que nada mais fazem do que exercer o seu direito de protestar contra o que acham errado, humilhar e assassinar jovens negros da periferia porque eles são jovens, negros e pobres...

A Polícia Militar, pelo menos essa força descontrolada, acima das leis, que decide sobre quem deve viver ou morrer, essa besta-fera fascista que amedronta o mais pacato indivíduo, é o exemplo perfeito do que este país pode vir a ser se os bárbaros que tentam, por todos os meios, sequestrá-lo, vencerem esta guerra que iniciaram contra a civilização.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Doze indícios de lavagem cerebral



Lavagem cerebral não é algo restrito apenas aos movimentos e organizações religiosas. Ela pode estar acontecendo com qualquer pessoa, em qualquer lugar, em qualquer tipo de organização seja ela espiritual, militar, política, educacional ou empresarial. Por isso, analise e teste os doze indícios citados abaixo, com sorte você poderá acordar a tempo de se livrar ou amenizar os danos causados por uma  sutil – mas danosa- lavagem cerebral .
1. OS OPOSITORES SÃO  O “MAL”
Nesse tipo de estratégia , qualquer pessoa que se oponha ou critique o grupo- ou o líder- é  considerado alguém sob o domínio do mal, da ilusão ou do “ego”. Já os adeptos da organização- e seu(s) lídere(s)- se consideram “livres” disso. Esta atitude, dá a si mesmo uma sensação de liberdade e consequente felicidade. Pois se os outros são escravos do tal “ego” que bom fazer parte de uma organização livre de tal “mal”. Essa ilusória sensação de felicidade e liberdade torna a pessoa emocionalmente vulnerável e disposta a trabalhar para a organização/líder “salvador (a)” como forma de agradecimento e reconhecimento.
2. RENDA-SE!
Essa é uma das frases preferidas dos líderes espirituais mal intencionados: “renda-se, não resista!” O motivo é óbvio. Se você não se rende como poderá ser manipulado? E se você , por algum motivo, demonstrar algum traço de resistência, eles tentam derrubá-la com o velho clichê: “é seu ego que tá resistindo! Abandone-o e renda-se!”. Ou seja, é um assalto espiritual descarado.
3. O ABANDONO DA MENTE REFLEXIVA
Outra estratégia sutil é confundir propositadamente a mente com o pensamento. Tradicionalmente, na cultura oriental, os mestres verdadeiros pregam o silêncio da mente- que surge naturalmente- como pré-requisito ao despertar. Isso nada tem a ver com desprezar ou endemonizar a mente. Os líderes charlatães usam dessa estratégia de forma deturpada para impedir o pensamento reflexivo, a dúvida e a desconfiança que podem surgir na mente dos candidatos, neófitos e seguidores .
4. VOCÊ NUNCA VAI ENTENDER UM MESTRE!
Outra estratégia comum nas organizações e movimentos religiosos- principalmente os de inspiração oriental. Essa frase é usada para justificar alguma atitude estranha ou suspeita por parte do tal “mestre” ou “guru”. Ou seja, se o mestre é infinitamente superior a você, quem é você para criticar, julgar ou analisar as atitudes dele? É assim que o líder se sente à vontade para cometer todo tipo de abusos incluindo pedofilia, estupros,  bacanais, orgias, roubos, enganações, explorações etc etc etc.
5. “VOCÊ É LIVRE”… SÓ QUE NÃO!
Em geral os tais gurus fajutos pregam a liberdade- contanto que a pessoa obedeça as diretrizes do grupo e esteja sob o comando do líder. Ou seja, você é livre para fazer o que quiser, desde que continue na organização mantendo-a com seu trabalho, dedicação e dinheiro- caso tenha. Em suma não é liberdade, pois ela está condicionada a sua permanência no grupo, movimento ou organização. Inconscientemente a vítima é levada a acreditar que enquanto fizer parte do grupo estará livre- se sair cairá na escravidão da mente, das ilusões, do mal etc etc.

6. A VERDADE ÚNICA E ABSOLUTA!          
Os líderes carismáticos querem fazer crer que são detentores da verdade única e absoluta, por isso desprezam os ensinamentos de qualquer outra fonte. Através desta estratégia, eles se previnem contra ensinamentos que poderiam -de alguma forma -confundir, alertar ou influenciar alguém contra a organização. É bom lembrar que mesmo aqueles que aparentemente são mais tolerantes e universalistas- no fundo concentram em si a exclusividade das interpretações e direcionamento espiritual.
7. DESPREZO PELO CONHECIMENTO
Saber os limites e funções do conhecimento não é o mesmo que desprezá-lo. Os verdadeiros mestres e líderes sempre alertam para os limites do conhecimento. Os mestres fajutos enfatizam seu total desprezo. A razão é simples: a leitura abre a mente para novas percepções e visões. Isso seria um risco para o domínio mental exercido pelo tal “mestre” e sua organização . Estes desprezam as leituras para se certificarem que a vítima terá apenas o líder e seus ensinamentos como principal e único referencial.
8. NÃO EXISTE “ALGUÉM” AÍ!
Ora, é preciso minar uma possível resistência desde o começo. Ao enfatizar a ausência de um “alguém” quebra-se parte da força da pessoa que já entra na organização como sendo um “objeto”, uma “coisa”- abalando assim sua auto-estima. Afinal de contas, coisas são facilmente manipuláveis- enquanto que uma “pessoa” é mais difícil de ser controlada. Isso nada tem a ver com o que foi dito pelos grandes mestres- pelo contrário- é a deturpação deliberada de verdades eternas a serviço da exploração e manipulação mental.
9. TESTEMUNHOS POSITIVOS
Essa é uma estratégia simples mas muito útil. Pede-se a alguém do grupo para fazer um breve testemunho sobre as vantagens e benefícios de se fazer parte do movimento. Esse testemunho pode ser presencial- durante as reuniões- ou escrito em blogs e propagandas de divulgação dos eventos da organização. O processo é o mesmo do conhecido jogo da “pretinha”  em que a pessoa tem que descobrir onde está a bolinha ou a carta e no qual tem sempre alguém muito feliz ganhando muito dinheiro- previamente combinado- é claro. Inconscientemente a mente pensa assim  “Ora, se os outros encontraram a felicidade, quero encontrá-la também”. E aí começa a desejar a mesma felicidade que os outros dizem sentir e para alcançar isso estarão dispostos a muita coisa.
10.  SÍNDROME DO POVO ESCOLHIDO
Essa estratégia é famosa, antiga e poderosa pois reforça na mente do sujeito a sensação de ser alguém privilegiado, especial e superior- o que causa uma prazerosa sensação de satisfação. Algumas vezes isso é dito de forma explícita, noutras de forma velada e sutil. Frases como “ temos a sorte de ter encontrado tal mestre…”. “ Temos a o privilégio de fazer parte de tal grupo”, “ Foi Deus/a Graça que nos escolheu para este trabalho”, “Somos o futuro da humanidade…” E assim por diante , reforçam a síndrome do povo “eleito”.
11. ÊNFASE NA FELICIDADE!
Essa estratégia é uma das mais poderosas e perigosas.  Ela apela para um sentimento universal: a busca pela felicidade.  Ora quem não quer ser feliz? Então o que fazem os líderes e suas organizações? Usam e abusam desta palavra em seus sites, fotos, blogs, discursos, propagandas, folders e campanhas em geral. Não somente isso,  o líder se apresenta sempre sorridente e feliz. E também os colaboradores e adeptos mais próximos. A ideia é passar a imagem de que a felicidade está ali . O pior de tudo é que quando a pessoa entra no grupo, passa a se sentir “out” caso não sinta a mesma coisa. Então sua mente usa um mecanismo de defesa para não se sentir-se mal: passa a produzir uma felicidade mental fajuta e superficial que durará um bom tempo até que- por alguma graça, acidente ou sorte- a pessoa de repente acorde para o fato de estar ela mesma criando um sentimento que no fundo é falso.
12. TUDO É UMA BRINCADEIRA!
Quando os líderes e colaboradores são confrontados  e não têm para onde correr, se saem com essa pérola: “tudo é uma brincadeira! Nada é real! Não estamos aqui. Tudo é uma ilusão!” É o último recurso de quem não tem mais argumentos: desqualificar a realidade óbvia! Ora, se tudo é uma grande “brincadeira” e nada está acontecendo então não tem porque sair da organização, ou desmascarar o charlatão! Vamos comer uma pizza, beber um refrigerante e rir juntos! Esqueça toda essa história de exploração, gurus, organização etc etc. Vamos festejar e celebrar… Uma forma simples de desarmar qualquer sujeito mais esperto, desconfiado e resistente.
Faça você mesmo o teste: se a tal organização, movimento ou grupo que você faz parte tiver pelo menos cinco das dez características apontadas, cuidado: você pode estar sendo vítima de uma lavagem cerebral. É claro que, dependendo do nível de domínio mental a que você foi submetido, você não vai perceber nada e, talvez, até condene e critique este artigo. Possivelmente o líder irá rir e fazer chacota, juntamente com você e alguns dos seus companheiros. Todavia, se um dia você “acordar”, “despertar” para a realidade dos fatos, não vai poder dizer que ninguém o avisou.
Fonte indicada: Alsibar
via http://www.contioutra.com/dose-indicios-de-lavagem-cerebral/