segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Italiano diz ter desenvolvido técnica para 'hipnotizar' tubarões


Mergulhador italiano diz que faz "massagem" no nariz de tubarões para deixá-los relaxados
"Um mergulhador italiano afirma ter descoberto uma técnica para "hipnotizar" tubarões.

Da BBC

Riccardo Sturla Avogadri tirou fotos e gravou vídeos onde aparece com as mãos na cabeça de um tubarão imóvel para provar a eficiência de sua técnica. E também exibe suas "habilidades" para turistas e curiosos.

Ele disse ao programa de rádio Outlook, da BBC, que sua técnica permite colocar os tubarões em "transe", de forma que possam ser examinados por pesquisadores e cientistas sem o estresse da captura.

Segundo o italiano, o primeiro passo para imobilizar um tubarão consiste em atraí-lo usando barulho, comida ou produtos químicos. Para o tubarão branco ele usa sangue de foca, por exemplo.

Avogadri diz que, em geral, a isca fica em uma caixa que permite ao peixe sentir o odor e até ver a comida – embora ele não possa mordê-la.

Técnica

De acordo com o italiano, quando o tubarão se aproxima em uma posição boa e com velocidade adequada, é possível colocá-lo em relaxamento.

Ele diz colocar as mãos em uma posição específica, que faz com que os animais pensem que seus dedos são peixes.

"Eu faço o tubarão tentar morder minhas mãos. Essa é a parte mais difícil e perigosa, porque se eu for muito rápido o tubarão vai embora e se eu for muito devagar ele me morde".

Avogadri conta que mergulha protegido por uma roupa especial feita de aço.

Caso seja mordido, os dentes do tubarão não perfuram o traje.

Segundo ele, antes de morder, o animal abre a boca para deixar a água entrar e obter oxigênio por meio das guelras. O peixe em seguida fecha a boca e só depois dá a mordida.

"Eu consigo imobilizar o tubarão quando ele está com a boca fechada. Nesse momento, ele não está respirando e eu coloco a mão no nariz dele e começo a fazer uma espécie de massagem", diz.

De acordo com o italiano, a massagem estimula um órgão sensorial do tubarão chamado ampola de Lorenzini. "Eles gostam quando você faz movimentos circulares, começam a sentir uma sensação boa", conta.

Mergulhador usa traje de aço para nçao sofrer ferimentos lidando com tubarões

"Eles tentam fugir durante uns cinco ou seis segundos, mas quando sentem essa sensação e percebem que não há perigo, muitas vezes param."

Depois de colocar o tubarão em "transe" com a massagem, Avogadri diz que começa a retirar parasitas da pele do peixe.

"O animal pode ir embora, mas percebe que fiz uma coisa boa para ele e por isso, volta – talvez pense que sou uma espécie de 'estação de limpeza'."

Movimentos

Segundo o mergulhador, os tubarões não podem permanecer muito tempo parados - eles precisam estar constantemente em movimento para respirar.

Para superar esse problema, Avogadri diz que movimenta o animal na direção da superfície.

Com isso, aproveita para exibir o peixe para turistas que mergulham usando equipamentos simples, como snorkels e máscaras.

O italiano admite que não é possível aplicar a técnica em todos os tubarões, mas garante que nunca teve um acidente grave.

"As vezes estou no meio de um grupo de 20 tubarões e tenho de perceber quais são mais confiantes. Quando acho um bom tubarão, tento atraí-lo".

55 motivos para se arrepender de 2015

Edival Lourenço, Revista Bula

2015 está sendo um ano particularmente penoso. A política ruim interferindo na economia e a economia atrapalhada interferindo na política. E tudo isso interferindo na vida da gente de forma esmagadora. Muitas dessas coisas estão em nosso foco de preocupação, mas fora de nossa área de atuação. Se pudéssemos ter feito alguma coisa teria sido muito pouco. Mesmo assim sobra uma porção coisas para se arrepender. Para facilitar suas escolhas de arrependido, aí vai uma lista de possíveis arrependimentos e começar um ano novo mais leve:

1 — Deveria ter sonegado mais, assim a quadrilha oficial teria roubado menos;
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2 — deveria ter acordado mais cedo, assim teria ficado mais tempo à toa;
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3 — deveria ter feito menos check-ups, assim teria evitado tantos remédios inúteis ou até prejudiciais;
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4 — deveria ter caminhado menos, assim teria poupado minhas articulações;
5 — deveria ter bebido mais, assim teria aborrecido menos;
6 — deveria ter acendido mais velas, não as bentas para o santo, mas as de citronela para o mosquito do chikungunha, assim teria sofrido menos;
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7 — deveria ter cantado mais e amado mais e não entrar 2016 com déficit no PIB (Participação Individual na Bimbada);
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8 — deveria ter gastado mais, agora poderia justificar minha bancarrota com a quebra do País;
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9 — poderia ter lido menos jornais, assim poderia ter enganado menos;
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10 — poderia ter te conhecido antes e ter chegado em 2015 já te esquecendo;
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11 — deveria ter olhado menos para a tela do smartphone e mais para apaisagem ao redor;
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12 — deveria ter ligado menos o wi fi e mais a transcendência;
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13 — deveria ter usado mais meu instinto de direção e menos o GPS;
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14 — deveria ter usado mais a tecnologia para me ampliar e menos para me substituir;
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15 — deveria ter chorado menos por desgraças que não aconteceram;
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16 — deveria não ter levando em conta fatos que pareciam inevitáveis;
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17 — deveria ter votado nulo, assim teria menos sentimento de culpa pela desgraceira geral;
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18 — deveria ter mudado de país, assim teria lembranças de um país menos ruim;
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19 — deveria ser mais ignorante, assim me acharia menos babaca;
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20 — deveria ter ficado mais perto de minha mãe, assim ela teria me dado uns trocadinhos a mais (de carinho);
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21 — deveria ter corrido mais, assim teria apanhado menos;
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22 — deveria ter atrasado mais para os encontros de responsabilidades, assim teria comprometido menos;
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23 — deveria ter sorrido mais das desgraças dos outros, porque das minhas estão sorrindo até agora;
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24 — deveria ter ficado mais indeciso, até os problemas se resolverem, só aí tomar a posição mais cômoda;
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25 — deveria ter depilado mais, assim teria me enrolado menos nos cabelos das pernas;
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26 — deveria ter firmado mais na hora de aplicar golpe;
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27 — deveria ter guardado mais para os momentos de folgança;
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28 — deveria ter duvidado mais da certeza e acreditado mais na dúvida;
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29 — deveria ter distraído mais e não ter visto a Seleção Canarinho ser surrada de 7 X 1 pela Alemanha;
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30 — deveria ter acreditado que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega… e come;
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31 — deveria ter importado menos com as coisas grandes, porque a vida é pequena e as coisas pequenas já são o bastante;
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32 — deveria ter casado menos e namorado mais;
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33 — deveria ter lido mais livros e visto menos televisão;
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34 — deveria ter calado mais e falado menos inconveniências;
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35 — deveria ter levitado mais e tido menos os pés no chão;
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36 — deveria ter viajado mais e ter morado menos;
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37 — deveria ter plantado menos, colhido menos e desperdiçado menos;
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38 — deveria ter desmatado mais as idéias que querem uma árvore a menos;
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39 — deveria ter enterrado o corpo no espírito do tempo;
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40 — deveria ter magoado menos com o espírito de porco que habita meu corpo (corpo & porco, mais que um anagrama, é maldição e bênção);
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41 — deveria ter realizado menos e sonhado mais;
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42 — deveria ter voado mais e caminhado menos;
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43 — deveria ter brindado mais e escrito menos reclamações ao PROCON;
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44 — deveria ter ido mais ao pesque — pague com meu neto e menos a Nova York com meu sócio;
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45 — deveria ter raciocinado menos e curtido mais;
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46 — poderia ter preocupado menos com o topete e ocupado mais com a saúde mental;
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47 — deveria ter lido mais o Alcorão e menos a Bíblia, assim teria tido a chance de alguma ideia nova;
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48 — deveria ter lido menos manual de instalação e mais literatura ficcional;
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49 — deveria ter murchado a barriga e inflado o cérebro, para compreender a nova estação que vem vindo;
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50 — deveria ter tido mais compaixão e menos arrogância;
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51 — não deveria ter confundido lado oposto com apostolado;
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52 — deveria ter entendido que “tudo que é sólido desmancha no ar”;
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53 — deveria ter entendido que o que é já foi e que será já era;
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54 — deveria ter estocado mais vento para tomar impulso e saltar diretamente para 2017;
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55 — deveria ter visto mais o sol se pôr, a lua passear no céu e o sol nascer, assim teria escrito menos bobagens.

O que faltou no release sobre as vendas de Natal nos shoppings


A notícia, amplamente divulgada - e celebrada - pelos jornalões, dias atrás, de que as vendas deste Natal nos shopping centers caíram espantosos 1% em relação ao mesmo período do ano passado, merece alguns comentários.

O primeiro deles: a informação foi extraída de um press release da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings, a Alshop - um release muito mal feito, por sinal. Os jornalões simplesmente extraíram do texto oficial da entidade o que quiseram, dando destaque, evidentemente, ao número negativo.

Ninguém se preocupou em perguntar aos diretores da Alshop algumas coisinhas básicas para que a notícia tivesse condições mínimas de ser publicada.


Uma delas é sobre se essa queda de 1% ocorreu em vendas físicas, volume de mercadorias, ou em valores. Provavelmente foi em valores, mas o texto não informa. 

Outro dado interessante para que o público ficasse sabendo se a retração foi ou não relevante seria saber se os lojistas aumentaram os preços de seus produtos neste fim de ano.

O release cita, en passant, o impacto que a megapromoção chamada "Black Friday" provocou nas vendas do comércio físico, mas não se aprofunda no assunto, nem traz nenhum número sobre ele - por outras fontes, ficamos sabendo que as vendas do comércio eletrônico aumentaram incríveis 26% no Natal.

O público também agradeceria se alguém explicasse a importância dos shopping centers no universo do comércio varejista brasileiro atual - se a fatia que eles ocupam cresceu, diminuiu, ficou estável; qual o perfil do público que compra nesses locais etc e tal.

Os últimos parágrafos do release contradizem o restante, que enfatiza os efeitos nocivos no setor da "crise" vivida pelo Brasil: informam que, neste ano, foram inaugurados 19 shopping centers no Brasil, e que a previsão para os próximos três anos é de que mais 114 empreendimentos sejam erguidos.

Ou é muito otimismo ou é muita mentira...

A seguir, o release da Alshop na íntegra:

PIOR NATAL DOS ÚLTIMOS 10 ANOS

ALSHOP ANUNCIA OS NÚMEROS DO VAREJO DE SHOPPING CENTER EM 2015

Tido como termômetro nacional para a indústria de shopping centers e o varejo em geral, o caderno "Desempenho do Varejo de Shopping e da Indústria de Shopping Centers em 2014/2015 – ALSHOP / IBOPE", trouxe números expressivos: de janeiro a dezembro de 2015, as vendas totais em shopping centers totalizaram R$ 145 bilhões, correspondendo a um aumento de 1,7% em relação a 2014. Em termos reais (descontada a inflação) as vendas caíram 2,82%. As vendas no período natalino - de 1º a 24 de dezembro - caíram 1% em relação à 2014.

Esses números consideram os 19 novos shopping centers, galerias, shoppings de atacado e rotativo, além dos que já operavam em 2014, e sintetiza um ano de instabilidade econômica, em que os varejistas tiveram estoques altos e os consumidores seguraram o dinheiro que tinham dentro do bolso.

"O setor varejista é muito sensível à atividade econômica. Com a atual conjuntura, já poderíamos prever que não seria possível as vendas crescerem", avaliou Nabil Sahyoun, presidente da Alshop. Ele enumera os fatores que contribuíram para a queda nas vendas: "com o crédito mais escasso, juros mais altos, dólar ao redor de R$4 e inflação elevada, não tem como obter resultado positivo nas vendas de Natal. O desemprego maior e as incertezas da economia e da Política também contribuíram para que o consumidor não gastasse".

NATAL

"A Black Friday, realizada na última semana de novembro reduziu o fluxo nos shoppings no Natal. Os valores dos presentes também ficaram entre 10% e 15% menores - o ticket médio foi cerca de R$ 100", pontua Luís Augusto Idelfonso, Diretor de Relações Institucionais a Entidade.

Mas há números positivos: as categorias de Perfumaria e Cosméticos, vestuários e Óculos, Bijuterias e Acessórios anotaram aumento nas vendas - com 8%, 5% e 3% respectivamente. As vendas de Joias e Relógios e itens de tecnologia e comunicação também se destacaram, com crescimento de 3,2% e 1,7%. Na outra ponta da tabela, as compras de eletrodomésticos caíram 2%, enquanto a categoria de móveis e artigos do lar amargou 13,3% negativos.

INDÚSTRIA DE SHOPPINGS

2015 viu a inauguração de 19 novos shopping centers no Brasil, chegando ao total de 893 empreendimentos em operação. Houve a abertura de 7 malls na região Nordeste; 2 na região Norte; 8 no Sudeste; 1 no Sul e 1 no Centro Oeste. Também houve o crescimento no número de lojas em operação, tanto nos novos empreendimentos quanto pela expansão dos que já estavam operando. Foram 1042 novas lojas, totalizando 139.738 pontos de venda.

Esses locais foram responsáveis por 1.332.910 empregos diretos (1.245.480 funcionários em lojas e 87.430 na operação dos malls), o que representa 30.400 novos postos gerados em 2015.

Os shoppings somaram uma frequência mensal de 470 milhões de pessoas - o que representa 2,3 vezes a população nacional. A previsão é de que 114 novos empreendimentos sejam inaugurados nos próximos 3 anos.
http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2015/12/o-que-faltou-no-release-sobre-as-vendas.html

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Dez dicas para não ser um leitor-cobaia nas redes sociais

 


Dez dicas rápidas para você, leitor de redes sociais, não ser enganado na guerra cotidiana por corações e mentes que esta deflagrada na internet. Porque, em uma guerra, a verdade (se é que ela ainda existe) é sempre a primeira vítima:

1) Olhe sempre a data do texto — Há muita gente que, por inocência ou sacanagem, reposta links antigos como se o fato tivesse acabado de acontecer. Como o momento em que um fato ocorre é importante para a sua compreensão, a impressão que fica é que o problema se repete por incompetência de alguém num eterno Dia da Marmota.

2) Anônimo é coisa do capeta — A chance de uma denúncia anônima e sem a fonte da informação circulando no WhatsApp ser séria é a mesma de um jabuti escalar um poste de luz sozinho. Se recebeu, demonstre nojinho e desconfie.

3) Fora de contexto, sem chance — Quando alguém tenta desacreditar uma ideia, pinça uma frase ou uma imagem fora de seu contexto e a utiliza para construir seu argumento. Como parte das pessoas foi condicionada a agir como gado diante do discurso de quem confia, acaba acreditando no novo significado que o sujeito tentou impor com essa descontextualização. Ou seja, na dúvida, Google nele.

4) Não seja otário, leia — Ler um texto até o final é fundamental. O título, a foto e legendas não são capazes de trazer toda a complexidade de um argumento. Se não tiver tempo para ler, não compartilhe ou curta. Você pode, sem querer, estar difundindo uma peça de racismo ou de violência contra a mulher.

5) Desconfie dos argumentos de autoridade — Não é porque o papa ou a bispa Sônia disseram algo que você tem que acreditar. O mesmo vale para o presidente da sua associação de moradores ou o diretor do seu sindicato. Exija confirmação dos fatos ou vá atrás dela.

6) Cuidado com falsa relações de causa e consequência — Um fato que acontece depois do outro não necessariamente foi causado pelo primeiro. O atropelamento de um pônei não é, necessariamente, a causa de uma tempestade. Da mesma forma, a chegada de imigrantes não é necessariamente a causa de desemprego.

7) Não se deixe levar por quem escreve bonito — O texto pode até estar te xingando de uma forma doce e você nem vai perceber se não observar atentamente o significado das palavras que o autor escolheu. Além disso, fique atento: não é porque a pessoa escreve com certeza absoluta no que diz que está certa.

8) Cuidado com os sites fantasmas —– Não é porque um site publicou um assunto com uma abordagem com a qual você concorde que ele é honesto ou faz bom jornalismo. Procure um “quem somos'' ou um “expediente'' e veja quem trabalha lá. Se não encontrar, desconfie.

9) A imagem nem sempre vale mil palavras — Até uma criança não alfabetizada é capaz de manipular uma foto com aplicativos online. Então, por que você acredita que uma imagem é uma prova irrefutável de um argumento? Ao mesmo tempo, ao editar um imagem, deixando partes dela de fora, exclui-se desafetos ou cria-se a impressão de multidões onde elas não estavam.

10) Leia coisas com as quais discorda — Não é porque você não concorda com uma opinião ou informação presentes em um texto bem fundamentado que ele não merece ser lido. Considere que o mundo é mais complexo do que você pode imaginar e que a pluralidade de ideias, desde que não desejem a morte de ninguém, ajuda a crescermos como sociedade. O contrário disso se chama ditadura.

Via Contexto Livre

Por Leonardo Sakamoto 

A CONSTITUIÇÃO PROÍBE, NINGUÉM LIGA: MAIS DE 90% DA DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA É DE JUROS SOBRE JUROS.


O companheiro José Safrany Filho me chamou a atenção para uma entrevista muito esclarecedora que a CartaCapitalpublicou no último mês de junho: "A dívida pública é um mega esquema de corrupção institucionalizado". Lamentando ter passado batido na época, penitencio-me agora.

Foi concedida por Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento Auditoria Cidadã da Dívida. É longa, mas merece ser lida na íntegra, com máxima atenção (acesse aqui).

Eis alguns trechos marcantes:

"Que dívida é essa que não para de crescer e que leva quase a metade do Orçamento? (...) Depois de várias investigações, no Brasil, tanto em âmbito federal, como estadual e municipal, em vários países latino-americanos e agora em países europeus, nós determinamos que existe um sistema da dívida. (...) É a utilização desse instrumento, que deveria ser para complementar os recursos em benefício de todos, como o veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro. Esse é o esquema que identificamos onde quer que a gente investigue.

"...não tem nenhuma aplicação do mundo que pague mais do que os títulos da dívida brasileira. É a aplicação mais rentável do mundo. 

"Desde o Plano Real, o Brasil produz superávit primário todo ano. (...) O que quer dizer isso, superávit primário? Que os gastos primários estão abaixo das receitas primárias. Gasto primários são todos os gastos, com exceção da dívida. É o que o Brasil gasta: saúde, educação... exceto juros. Tudo isso são gastos primários. Se você olhar a receita, o que alimenta o orçamento? Basicamente a receita de tributos. Então superávit primário significa que o que nós estamos arrecadando com tributos está acima do que estamos gastando, então está sobrando uma parte... 

"...essa parte do superávit paga uma pequena parte dos juros porque, no Brasil, nós estamos emitindo nova dívida para pagar grande parte dos juros. Isso é escândalo, é inconstitucional. Nossa Constituição proíbe o que se chama de anatocismo. (...) Você está transformando juros em uma nova divida sobre a qual vai incidir juros. É o tal de juros sobre juros. Isso cria uma bola de neve que gera uma despesa em uma escala exponencial, sem contrapartida, e o Estado não pode fazer isso. (...) A divida brasileira assumiu um ciclo automático. Ela tem vida própria e se retroalimenta. Quando isso acontece, aquele juro vai virar capital.  E, sobre aquele capital, vão incidir novos juros. E os juros seguintes, de novo vão se transformados em capital. É, por isso, que quando você olha a curva da dívida pública, a reta resultante é exponencial. Está crescendo e está quase na vertical. O problema é que vai explodir a qualquer momento.

"[A] dívida elevada tem justificado um continuo processo de privatização. (...) Entrega de patrimônio cada vez mais estratégico, cada vez mais lucrativo. Nós vimos há pouco tempo a privatização de aeroportos. Não é pouca coisa os aeroportos de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro estarem em mãos privadas. O que no fundo esse poder econômico mundial deseja é patrimônio e controle. A estratégia do sistema da dívida é a seguinte: você cria uma dívida e essa dívida torna o pais submisso. O país vai entregar patrimônio atrás de patrimônio. Assim nós já perdemos as telefônicas, as empresas de energia elétrica, as hidrelétricas, as siderúrgicas. Tudo isso passou para propriedade desse grande poder econômico mundial. E como é que eles [dealers] conseguem esse poder todo? Aí entra o financiamento privado de campanha. É só você entrar no site do Tribunal Superior Eleitoral e dar uma olhada em quem financiou a campanha desses caras. Ou foi grande empresa ou foi banco. 

"O que é a auditoria? É desmascarar o esquema. É mostrar o que realmente é dívida e o que é essa farra do mercado financeiro, utilizando um instrumento de endividamento público para desviar recursos e submeter o País ao poder financeiro, impedindo o desenvolvimento socioeconômico equilibrado. Junto com esses bancos estão as grandes corporações e eles não têm escrúpulos. Nós temos que dar um bastanessa situação. E esse basta virá da cidadania. Esse basta não virá da classe politica porque eles são financiados por esse setor. Da elite, muito menos porque eles estão usufruindo desse mecanismo. A solução só virá a partir de uma consciência generalizada da sociedade, da maioria. 

"Nós estamos diante de um monstro mundial que controla o poder financeiro e o poder político com esquemas fraudulentos. É muito grave isso. Eu diria que é um mega esquema de corrupção institucionalizado. 

"...pelo que já investigamos em termos de origem da dívida brasileira e desse impacto de juros sobre juros, você chega a estimativas assustadoras. (...) Nos últimos anos, metade do crescimento da divida é nulo. (...) Essa foi a grande jogada do mercado financeiro no Plano Real, porque eles conseguiram gerar uma dívida maluca. No início do Plano Real os juros brasileiros chegaram a mais de 40% ao ano. Imagina uma divida com juros de 40% ao ano? Você faz ela crescer quase 50% de um ano para o outro. E temos que considerar que esses juros são mensais. O juro mensal, no mês seguinte, o capital já corrige sobre o capital corrigido no mês anterior. Você inicia um processo exponencial que não tem limite, como aconteceu na explosão da dívida a partir do Plano Real. Quando o Plano Real começou, nossa dívida estava em quase 80 bilhões de reais. Hoje ela está em mais de três trilhões de reais. Mais de 90% da divida é de juros sobre juros (o grifo é meu).

"O que a gente critica no governo Lula é que, para pagar a dívida externa em 2005, na época de 15 bilhões de dólares, ele emitiu reais. Ele emitiu dívida interna em reais. A dívida com o Fundo Monetário Internacional era 4% ao ano de juros. A dívida interna que foi emitida na época estava em média 19,13% de juros ao ano. Houve uma troca de uma dívida de 4% ao ano para uma de 19% ao ano. Foi uma operação que provocou danos financeiros ao País. E a nossa dívida externa com o FMI não era uma dívida elevada, correspondia a menos de 2% da dívida total. E por que ele pagou uma dívida externa para o FMI que tinha juros baixo? Porque, no inconsciente coletivo, divida externa é com o FMI. Todo mundo acha que o FMI é o grande credor. 

"[Sobre as consequências das políticas de austeridade impostas à Grécia, pois a Fattorelli foi convidada pelo Syriza para ajudar a investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida pública grega, conforme se pode ver no vídeo abaixo] Os casos aqui da Grécia são alarmantes. (...) Mais de 100 mil jovens formados deixaram o país nos últimos anos porque não têm emprego. Foram para o Canadá, Alemanha, vários outros países. A queda salarial, em média, é de 50%. (...) A maioria dos empregos foram flexibilizados, as pessoas não têm direitos. Serviços de saúde fechados, escolas fechadas, não tem vacina em posto de saúde. Uma calamidade terrível. Trabalhadores virando mendigos de um dia para o outro. Tem ruas aqui em que todas as lojas estão fechadas. Todos esses pequenos comerciantes ou se tornaram dependentes da família ou foram para a rua ou, pior, se suicidaram. O número de suicídios aqui, reconhecidamente por esse problema econômico, passa de 5 mil. Tem vários casos de suicídio em praça pública para denunciar".

http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2015/10/nos-estamos-diante-de-um-monstro.html

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Brasil tem de reviver como Nação


Ao longo da 1ª metade do Século XX, o Brasil fez notáveis progressos através da industrialização e do fortalecimento das instituições financeiras públicas. Também, na área social, com a decretação do salário mínimo (1930) e da legislação trabalhista (1932, consolidada em 1943). Economia e relações sociais são interdependentes.
2.  Entretanto, esses avanços – interrompidos de 1946 a 1950, quando a política do País se submeteu facilmente ao império angloamericano e à polarização ideológica da Guerra Fria – não foram suficientemente retomados e atualizados, sequer com a volta de Getúlio Vargas à presidência da República em 1950, pelo voto direto do povo.
3. Isso porque, diante disso, a intervenção do poder mundial tornou-se maciça e sustentada por abundante corrupção, que penetrou em todos os campos estratégicos, com o objetivo de fazer abortar o surgimento de uma potência industrial no Hemisfério Sul.
4. Essa intervenção logrou derrubar o presidente e inaugurou uma era, que completou 61 anos, de sucessivas renúncias à autonomia econômica e política do Brasil.
5. A desnacionalização da indústria, política oficial desde janeiro de 1955, conduziu à desindustrialização e causou déficits externos, originadores da dívida externa e depois da dívida pública interna.
6. A política de destruição da Nação foi grandemente radicalizada por meio das três primeiras eleições diretas, sob a Constituição de 1988, regime de aparente democracia: a de Collor em 1989 e as duas de FHC, 1994 e 1998, que desencadearam verdadeiros tsunamis de entreguismo e institucionalizaram a devastação socioeconômica do País.
7. A corrupção, em todas suas acepções, já havia formado maioria folgada dos constituintes, para inserir na Lei Básica normas estratégicas contrárias aos interesses nacionais.
8. Os analistas viciados no engano de qualificar tudo sob o prisma ideológico esquerda/direita, definiram como “Centrão” os constituintes “centro-direita” favoráveis a essas normas, que poucos da “esquerda” combateram.
9. Nem um só parlamentar denunciou a aprovação do art. 164, nem a inserção no texto constitucional, por meio de fraude, de cláusula no inciso II, parágrafo 3º do art. 166, que elimina limites à aprovação de verbas para o serviço da dívida. O art. 164 põe o Tesouro Nacional à mercê dos bancos.
10. O peso do dinheiro concentrado e da mídia antibrasileira nas eleições continuou a eleger Congressos cada vez mais alheios aos interesses do País, a ponto de terem aprovado dezenas de emendas à Constituição, favoráveis aos concentradores financeiros estrangeiros e locais.
11. Ora, o processo de degradação econômica, política e cultural teve início nos anos 50, quando o Brasil não havia construído infraestruturas econômica e social de país desenvolvido.
12. Pior: a maioria das que se implantaram, após 1955, foi planejada em favor dos carteis transnacionais aqui instalados para obter lucros ilimitados da extração dos abundantes recursos naturais e do controle do mercado consumidor.
13. A de transportes já era deficiente e não foi corrigida, ficando ainda mais lastimável, considerado o crescimento econômico, ainda expressivo até o final dos anos 70, graças a estes fatores: inércia da industrialização anterior; crescimento demográfico; os fabulosos recursos naturais do País; haver, até então, recursos de monta para investimentos públicos, pois as finanças do Estado ainda estavam em processo de serem arruinadas pelo modelo dependente, causador das exações referentes ao serviço da dívida.
14. Como lembrou o professor de tecnologia Weber Figueiredo, o presidente Vargas, em 1950, dada a insuficiência de trens em face da demanda de passageiros, mandara ampliar o sistema ferroviário. Havia 676 trens e transportavam-se mais de 500 mil passageiros/dia. Hoje são 450mil e pouco mais de 100 trens, muitos daquela longínqua época. Numerosas conexões no interior foram suprimidas em São Paulo e outros Estados.
15. Os transportes no Brasil retratam a situação de um país ao qual foi negada permissão para desenvolver-se. Tudo serve aos carteis transnacionais do petróleo/indústria automotiva. Predominam as rodovias. Não há linhas de metrô que atendam minimamente a demanda das regiões metropolitanas. As principais ferrovias são de natureza colonial: transportam aos portos colossais quantidades de minérios: Belo Horizonte/Vitória; Carajás/Itaqui.
16. Onde houve desenvolvimento, houve uso intenso das aquavias, como os cinco grandes lagos que ligam, nos EUA, Meio Oeste, Costa Leste e Canadá. Inglaterra, França, Alemanha construíram densas malhas de rios navegáveis e canais. Em 1900, já tinham boas ferrovias e ainda as estendem e aperfeiçoam. A China constrói ótimas ferrovias e trens de alta velocidade em todo seu extenso e acidentado território.
17. As ferrovias para transportar matérias-primas minerais e agrárias remetem ao modelo econômico que não valoriza os recursos naturais do País nem os processa em indústrias de capital nacional, porque acabou com elas, ao entregar o mercado às transnacionais.
18. Esse modelo causa mega-catástrofes irreparáveis, como a do rompimento das barragens de dejetos das minas, em Mariana, MG, operadas pela Samarco, controlada pela transnacional anglo-australiana Billiton, com participação da Vale.
19. Dada a corrupção e a obtusa mentalidade entreguista, nenhum dos poderes – a nível federal, estadual e local – exige reais controles de segurança, nem se mostra inclinado a acabar com os intoleráveis abusos. Chegam ao ridículo de participar de entrevistas midiáticas junto com executivos da transnacional transgressora.
20. O desastre econômico e ambiental remete, por sua vez, à privatização da portentosa Vale Rio Doce, em 1997, no esquema que entregou patrimônio de dezenas de trilhões de dólares, por 3 bilhões, “pagos” com títulos podres e compensados por créditos fiscais e outras benesses.
21. Da Serra de Carajás transportam-se diariamente 576 mil toneladas do melhor minério de ferro do mundo, com o que ela tende a acabar em 80 anos.
22. O saqueio mineral é subsidiado pela isenção tributária na exportação (Lei Kandir, LC 87, 13.09.1996, aplicável também ao agronegócio) e premiado por taxação ínfima na extração.
23. A CFEM (Compensação Financeira pela Extração Mineral) -  calculada sobre o líquido (a ETN arranja e superfatura despesas minimizar o faturamento  bruto) -  cobra estas alíquotas:  alumínio, manganês, sal-gema e potássio: 3%; ferro, fertilizantes e carvão: 2%; ouro: 1%; pedras preciosas,  carbonados e metais nobres: 0,2%.
24. Foram extraídas, em 2013, das “nossas” minas de ferro 370 milhões de toneladas, 90% para exportação e 10% para o mercado interno. Com a acelerada desindustrialização, a dependência do exterior continua crescendo, e, mesmo com preços em queda, os minérios metalúrgicos respondem por 13% do valor total das exportações.
25.  Na agricultura o quadro é semelhante: 55% das terras são usados para cultivar soja - metade da qual se destina à exportação – causando pauperização dos solos – e contaminação de aquíferos – decorrente do intenso uso de fertilizantes químicos, sementes transgênicas e pesticidas altamente tóxicos.
26. As exportações agrárias somaram, em 2014, US$ 96,7 bilhões = 43% das exportações totais do País, de US$ 225,1 bilhões, que equivalem a míseros 10% das exportações da China!
27. O caos agrário liga-se à miséria da energia, via setor sucroalcooleiro, formado por enormes usinas e plantations, a maioria já desnacionalizada, a exportar açúcar e álcool (6,1% das exportações totais), segundo o interesse dos patrões transnacionais.
28. Esse esquema prevalece contra a correta ideia original do programa do álcool (1974), que incluía agricultura familiar, descentralização, culturas alimentares combinadas e aproveitamento de óleos vegetais – como dendê, macaúba, pinhão manso etc. -  para substituir o diesel do petróleo, além do erguimento da química do álcool e dos óleos vegetais.
29. Além de se fazer tudo errado no biodiesel, engodo para ocultar a mão pesada das transnacionais – governantes das poluidoras fontes fósseis – as “alternativas” preferidas têm sido as dependentes de tecnologia e equipamentos importados, como a eólica.
30. Ainda sobre a infraestrutura de energia, não é de omitir a devastação em curso, desde Collor e FHC, a qual desnacionalizou o grosso da geração e distribuição da hidroeletricidade, e instituiu um sistema de precificação, impossível de entender, para propiciar indecentes lucros aos beneficiários, que já elevou as tarifas, em 150% acima da inflação. No processo, sugaram-se as estatais, a ponto de pôr a Eletrobrás em situação falimentar.

A infraestrutura do modelo dependente (Conclusão)


31. Além dos aumentos de tarifas, que superam 150%, em termos reais, decorrentes do sistema elétrico corruptíssimo, adotado em seguida à privatização, paira sobre a cabeça dos consumidores residenciais novo aumento na tarifa de eletricidade em 2016.
32. Foram eximidas deste, por decisão da Justiça (sic), as grandes usuárias de energia, as mineradoras e indústrias químicas transnacionais, beneficiárias, há muitos decênios, de tarifas subsidiadas.
33. Esse é mais um exemplo do modelo montado para arrancar o solo, o subsolo e as águas do País, juntamente com nutrientes e minérios, a fim de exportar tudo com subsídios governamentais, a preços ridiculamente baixos, e sem reparação pelos irreparáveis e colossais danos ambientais.
34. Nos combustíveis líquidos, predominam os fósseis, não-renováveis, conforme a matriz ditada pelos carteis mundiais da energia – os mesmos que suscitam a devastação de países inteiros do Oriente Médio para dominar fontes de petróleo e gás natural, rotas marítimas e dutos.
35. O petróleo penetrou também na geração elétrica, afora o carvão, e o Brasil quase estagnou na hidroeletricidade, em que dispõe de formidável vantagem natural, deixando de investir, a partir do final dos anos 70.
36. Por que? Porque o modelo econômico dependente causa penúria, devido aos preços altos dos bens e serviços, geradores de ganhos que não ficam no País: daí, escassez de divisas e crescimento da dívida externa.
37. Além disso, na mentalidade dos subordinados aos concentradores financeiros mundiais, a infraestrutura não dispensa equipamentos importados, de alto custo, pagos em dólar. Assim, abortou-se o desenvolvimento das excelentes tecnologias e bens de capital que se acumulavam na engenharia de pequenas centrais hidrelétricas.
38. Quando, sob os últimos Executivos federais, se tentou recuperar parte do terreno perdido na hidroeletricidade, usinas geradoras e linhas de transmissão foram enormemente retardadas, encarecidas e prejudicadas, por interferências de ONGs, fundações e governos estrangeiros, entidades como IBAMA, FUNAI e Ministério Público.
39. Ademais de subaproveitar as quedas, suprimiram-se e reduziram-se eclusas, em prejuízo também dos transportes fluviais.
40. Sempre em benefício dos carteis transnacionais foram instaladas centrais térmicas a óleo combustível de petróleo, que elevam, brutalmente, os custos da eletricidade. Também, a gás, até para processar o da Bolívia, então controlado por Enron, Shell e BP (a Petrobrás pagando os dutos).
41. Uma das finalidades de superdimensionar a indústria automotiva transnacional -  sugadora de subsídios federais, estaduais e municipais, e de sobrepreços abusivos -  foi dar mercado a gasolina e diesel de petróleo.
42. Esses deveriam ter sido substituídos pelo etanol (inclusive bagaço-de-cana) e pelos óleos vegetais, econômicos, limpos e eficientes para também para gerar eletricidade.
43. São melhor alternativa que a energia eólica. Nesta investem-se dezenas de bilhões de reais, enquanto nada para valer, nem correto, é aplicado em óleos vegetais: mais um indicativo de que o modelo dependente pretere indústrias intensivas de mão-de-obra, em detrimento da criação de empregos, inviabiliza tecnologias nacionais e favorece o uso de equipamentos e tecnologias importados.
44. Nos transportes, intra e interestaduais, e urbanos, quase tudo depende de veículos automotores: usuários extorquidos por sobrepreços pelas montadoras transnacionais; altos custos de combustíveis e lubrificantes; pedágios instalados em estradas construídas com dinheiro público; rodar sobre asfalto deteriorado ou atolar-se nas estradas de terra.
45. Shangai já passa de 500 km de linhas de metrô, e Londres tem 400 km. São Paulo, 80 km. Nem vale a pena falar das outras cidades brasileiras.
46. Collor, com desprezo ao Brasil, extinguiu a única companhia brasileira de navegação marítima. As empresas de navegação aérea foram eliminadas (Panair do Brasil, 1965). Nos anos 1990, com FHC, foram inviabilizadas VARIG, TRANSBRASIL e VASP.
47. Não há mais nenhuma de capital nacional. A CELMA, da VARIG, com valiosa tecnologia em motores e peças, foi entregue à transnacional GM.
48. A privatização foi desastrosa também nas telecomunicações: os brasileiros pagam as tarifas mais caras do mundo. Foi perdido até o estratégico controle, da ex-estatal EMBRATEL, para a MCI International, dos EUA.
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Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo, Alemanha e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
http://www.desenvolvimentistas.com.br/blog/benayon/2015/12/02/o-brasil-tem-de-reviver-como-nacao/