quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

UM IDEÁRIO PARA A REVOLUÇÃO DO SÉCULO 21

Em sua coluna dominical -- Adeus, Fidel; adeus, silêncio? --, o veterano jornalista Clóvis Rossi aborda as "reformas econômicas que transformarão a ilha caribenha", que formam, no 6º Congresso do Partido Comunista Cubano.

Segundo ele, o corte de um quinto dos postos de trabalho no setor público e o estímulo à criação de um setor privado capaz de absorver tais trabalhadores implicarão a abertura do regime cubano: "às reformas econômicas que serão lançadas hoje seguir-se-á a prazo relativamente curto a reforma política".

Ele especula que a construção do porto de Mariel, financiada pelo Brasil, "só tem sentido se for para exportar para os Estados Unidos".

E,  como queria demonstrar, conclui: "Se é assim, implica o restabelecimento de relações, com todo o cortejo de consequências".

Se os palpites de Clóvis Rossi estiverem certos, preparemo-nos para a grita ensurdecedora da imprensa burguesa, festejando a capitulação da pequenina ilha asfixiada pelo embargo comercial estadunidense.

E vamos, sim, dar nossa resposta a esta zombaria do jornalista:
"Na hora em que a esquerda continua sob os escombros do Muro de Berlim, começa a cair mais um muro. Talvez seja a hora de construir algo com tantos tijolos".
 BECO SEM SAÍDA

Já faz quase um século que os movimentos revolucionários desviaram por atalho que acabou conduzindo a um beco sem saída.

O desvio foi decidido às vésperas da revolução soviética, quando o Partido Bolchevique discutiu dramaticamente se valia a pena tomar-se o poder num país atrasado, contrariando duas premissas marxistas: a da revolução internacional e a da construção do socialismo a partir das nações economicamente mais pujantes (e não o contrário!).

Prevaleceu o argumento de que, embora a Rússia não estivesse pronta para o socialismo, serviria como um estopim da revolução mundial, começando pela revolução alemã, prevista para questão de meses. Então, o atraso econômico russo seria contrabalançado pela prosperidade alemã; juntas, efetuariam uma transição mais suave para o socialismo.

Deu tudo errado. A reação venceu na Alemanha, a nova república soviética ficou isolada e, após rechaçar bravamente as tropas estrangeiras que tentaram restabelecer o regime antigo, viu-se obrigada a erguer uma economia moderna a partir do nada.

"...finalmente, um tirano
substitui o Comitê Central..."
Quando o ardor revolucionário das massas arrefeceu -- não dura indefinidamente, em meio à penúria --, a mobilização de esforços para superação do atraso econômico acabou se dando por meio da ditadura e do culto à personalidade.

A Alemanha nazista era o espantalho que impunha urgência: mais dia, menos dia haveria o grande confronto e a URSS precisava estar preparada. O stalinismo foi engendrado em circunstâncias dramáticas.

A república soviética acabou salvando o mundo do nazismo -- foi ela que quebrou as pernas de Hitler, sem dúvida! --, mas perdeu sua alma: já não eram os trabalhadores que estavam no poder, mas sim uma odiosa  nomenklatura.

Concretizara-se a profecia sinistra de Trotsky: primeiro, o partido substitui o proletariado; depois, o Comitê Central substitui o partido; finalmente, um tirano substitui o Comitê Central.

Com uma ou outra nuance, foi este o destino das revoluções que tentaram edificar o  socialismo num só país: ficaram isoladas, tornaram-se autoritárias e não tiveram pujança econômica para competir com o mundo capitalista, acabando por sucumbir ou por se tornarem modelos híbridos (como o chinês, que mescla capitalismo na economia com stalinismo na política).

E AGORA, JOSÉ?

Agora, só nos resta voltarmos ao princípio de tudo: Marx.

Reassumirmos a tarefa de engendrar  uma onda revolucionária que varrerá o mundo.

Esquecermos a heresia de solapar o capitalismo a partir dos seus elos mais fracos, pois o velho barbudo estava certíssimo: as nações economicamente mais poderosas é que determinam a direção para a qual as demais seguirão, e não o contrário.

Isto, claro, se tivermos como meta a condução da humanidade a um estágio superior de civilização. Pois o cerco das nações prósperas pelos rústicos e atrasados já vingou uma vez, quando Roma sucumbiu aos bárbaros... e o resultado foi um milênio de trevas.

Se, pelo contrário, quisermos cumprir as promessas originais do marxismo, as condições hoje são bem propícias do que um século atrás:
"...só unidos e solidários os
homens conseguirão sobreviver..."
  • o capitalismo já cumpriu seu papel histórico no desenvolvimento das forças produtivas e está tendo sobrevida cada vez mais parasitária, perniciosa e destrutiva -- tanto que mantém a parcela pobre da humanidade sob o jugo da necessidade quando já estão criadas todas as premissas para o  reino da liberdade, e o 1º mundo sob o jugo da competitividade obsessiva, estressante e neurótica, quando já estão criadas todas as premissas para uma existência fraternal, harmoniosa e criativa;
  • os meios de comunicação que ele desenvolveu, como a internet, facilitam a disseminação e coordenação dos movimentos revolucionários em escala mundial, de forma que um novo 1968, p. ex., hoje seria muito mais abrangente (está longe de ser utópica, agora, a possibilidade de uma onda revolucionária varrer o mundo);
  • a necessidade de adotarmos como prioridade máxima a colaboração dos homens para promover o bem comum, em lugar da ganância e da busca de diferenciação e privilégio, será dramatizada pelas consequências das alterações climáticas e da má gestão dos recursos imprescindíveis à vida humana, gerando crises tão agudas que só unidos e solidários eles conseguirão sobreviver.
Nem preciso dizer que a forte componente libertária original do marxismo tem de ser reassumida, pois os melhores seres humanos, aqueles dos quais precisamos, jamais nos acompanharão de outra forma (esta é uma das conclusões mais óbvias a serem tiradas dos acontecimentos das últimas décadas).

A bandeira da liberdade deve ser empunhada de novo pelos que realmente a podem concretizar, não pelos que só têm a oferecer um cativeiro com as grades introjetadas, pois a indústria cultural as martela dia e noite na cabeça dos  videotas.

É este o edifício sólido que podemos começar a construir com os tijolos dos muros tombados.

QUEM SE SUBMETE PASSIVAMENTE À ESCALADA DE ABUSOS ACABA ASSISTINDO IMPOTENTE À PRÓPRIA DESTRUIÇÃO

Na fábula da rã do escritor suíço Olivier Clerc, o batráquio, ao cair num caldeirão de água fria e limpa, instantaneamente fica feliz com seu destino.


Logo mais alguém acende o fogo para aquecer o caldeirão e a água começa a atingir temperatura mais agradável para a rã. Melhor ainda!

Gradativamente a água fica mais quente e ela vai tentando se acomodar à nova temperatura até que, atingido o ponto de ebulição, morre cozida. 

Vivemos um momento social no qual se nos estão sendo impostas as perdas das poucas conquistas anteriores em nome da tentativa de manutenção do sistema.

Os aposentados do INSS têm uma pensão miserável depois de trabalharem por toda uma vida e agora lhes é proposto um aumento do tempo de contribuições para a aposentadoria como forma de sobrevivência financeira da dita cuja (se estivéssemos no poder, como nós comportaríamos diante da imposição da lógica financeira?).

Muitos coitadezas dependentes do SUS morrem nos corredores dos hospitais sem que lhes seja prestado atendimento minimamente decente.

Os que precisam acionar a justiça comum e, principalmente, os juizados de pequenas causas não têm os seus reclamos apreciados em tempo hábil, porque não há estrutura funcional que garanta a fluidez dos processos.
A íntegra desta reportagem pode ser acessada aqui

A violência urbana faz com que vivamos cercados por grades de ferro e eletrônicas, aparelhos de filmagens, guardas armados, como se estivéssemos em prisões domiciliares; enquanto isto, a polícia faz greve.

Ainda chocados com o massacre bestial de 56 presidiários em Manaus, ficamos sabendo que outros 33 presidiários foram mortos em Roraima, numa prova inconteste de que há uma situação generalizada de descontrole. O presidente Temerário e a ministra do STF se reúnem, perplexos, diante da explicitação da barbárie. 

Os professores fazem greves em todos os estados da Federação, reivindicando salários dignos e condições de trabalho adequadas para a função fundamental de educar a grande maioria da população.

A corrupção política é escancarada no noticiário televisivo, envolvendo todos os partidos políticos, sem exceção (e sem que daí decorra um questionamento institucional!). 

De um modo infelizmente majoritário, as pessoas continuam achando que o capitalismo é ontológico, natural.

Há também os que, mesmo sabendo tratar-se de uma etapa histórica, não se colocam a possibilidade de advento de outra etapa, pois ainda veem a atual como um ganho civilizacional.  

Existe, por último, uma porção bem menor de pessoas que, cientes da natureza destrutiva e autodestrutiva do capitalismo, o querem superar.

O capital, como as famosas pirâmides financeiras, promove inicialmente uma sensação de crescimento eterno, até a hora da verdade, quando a falência se torna evidente, com prejuízos generalizados. 

Daí tantas pessoas, por inconsciência ou comodismo, quererem apenas reformar o capitalismo e torná-lo menos desumano. O caminho ideal, na visão elas, seriam mudanças (que equivalem a meros paliativos) sem uma ruptura com a lógica vigente. 

A suposição de que o capitalismo tenha jeito não passa de um rotundo engano, mas é compreensível que as pessoas não se deem conta da sua negatividade, uma vez que nem na mídia, nem nas escolas e universidades (com raras exceções) se aprofunda essa questão. O sistema capitalista é intrinsecamente totalitário, ainda que se apresente sob o manto de uma bandeira democrática; esta nada mais é do que a expressão da negação da liberdade.

A passividade decorre da percepção incorreta da realidade em que vivemos e sob a qual padecemos.. 

Se a chamada esquerda estivesse no poder burguês, como administraria os problemas acima citados, cuja realidade e dramaticidade saltam aos olhos, diante da impositiva lógica econômico-financeira? 

Estaríamos traindo nossos principais valores e bandeiras caso deixássemos de negar o poder e de nos insurgirmos contra ele. Mas, depois que se jura a Constituição e se conhecem as mordomias dos palácios, é muito difícil voltar à austeridade revolucionária; o reformismo oferece todo tipo de paga e de mimo para quem tem vontade fraca.

São tantas as mazelas sociais do capitalismo que não caberia enumerá-las neste espaço. Mesmo assim, a propaganda oficial do Tribunal Superior Eleitoral ainda nos incentiva (e obriga) a votar como exercício da cidadania democrática

A passividade de ação é tão negativa como a ação inconsciente na qual não se saiba para onde ir, como ir e pra que ir. A revolta contra as perdas que nos impõem não podem vir acompanhadas de reivindicações que se constituem em causa dos problemas (mais empregos, p. ex.). 

Os exemplos históricos estão aí para nos provar. Os heroicos ideais da revolução bolchevique, que neste ano completa um século, resultaram num capitalismo liberal com governo totalitário, gerido pelo ex-chefe da KGB Vladimir Putin, amigo de um apresentador de reality shows chamado Donald Trump. É mole?

Tal qual a rã na fábula acima citada, devemos aguentar o aquecimento da água numa passividade acomodada até sermos cozidos? 
Os versos célebres ao lado, que Eduardo Alves da Costa dedicou a Maiakovski (e cuja autoria costuma ser erroneamente atribuída ao grande poeta russo), deram a resposta: quem se submete passivamente à escalada de abusos acaba assistindo impotente à própria destruição!
https://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2017/01/quem-se-submete-passivamente-escalada.html


Você ainda não o que é Shilda? ou O outro lado do papel higiênico


Temer, Gilmar e a Schilda, por Eugênio Aragão


schilda

Vamos todos fingir que é normal o presidente do Tribunal Superior Eleitoral pegar carona com um sedizente presidente da república (com letras minúsculas mesmo) para ir a Lisboa, supostamente para participar das cerimônias funerais do maior democrata português da contemporaneidade. É normalíssimo, porque o tal presidente do tribunal é quem vai pautar um processo que pode significar o fim do que se usou chamar, na mídia comercial, de “mandato” do sedizente presidente da república. O tal presidente de tribunal é inimigo notório da companheira de chapa do sedizente presidente que urdiu um golpe para derrubá-la. Mas, claro, tem toda isenção do mundo para julgar ambos.“Nada haverá de suspeito”, como diria o insuspeito jornalista Ricardo Noblat. Quem ousaria dizer o contrário?

A carona (ou boleia, como diriam nossos irmãos lusos) veio a calhar. É, antes de mais nada, uma bela viagem 0800, com todos custos cobertos por mim, por você, por nós, obsequiosos bobões. A ideia é só aproximar réu e julgador e – por que não? – usufruir um pouquinho do que a capital portuguesa tem de melhor a oferecer: as tabernas, o fado, as ginjinhas, as pataniscas de bacalhau ou os famosos pastéis de Belém. Nestes tempos bicudos, nada melhor que uma “escapadela” para enfrentá-los com maior disposição. Ninguém é de ferro. As exéquias do democrata lusitano certamente são a menor das preocupações do réu e de seu julgador, pois vê-los prestar suas últimas homenagens ao gigante da política portuguesa parece tão obsceno quanto fosse ver Lula prestá-las a Augusto Pinochet.

Vamos todos fingir que neste país chamado Brasil há um patriótico chefe do ministério público, que faz muito bem em ir a Davos. Lá vai cantar uma ode ao combate à corrupção que se usou chamar de sistêmica ou organizada pelas bandas de cá. Ou, quiçá, até de uma forma de governança. Isso também é normalíssimo, porque em Davos se reúnem bancos e fundos de envergadura global para traçar estratégias sobre novos investimentos e analisar a conjuntura política e econômica no planeta. Claro, faz sentido. Com as proezas ditas de si e de seu poderoso órgão acusador, vai atrair enorme interesse por investimentos nobres em seu país. Finjamos que grandes empresas adoram investir em economias tingidas de corrupção sistêmica, certificada pelo chefe da acusação.

O poderoso órgão de acusação, regiamente sustentado com nossos impostos, como é sabido também, sacrificou no altar da moral purgatória mais de um milhão de empregos e pôs fim a um projeto de desenvolvimento nacional e de uma sociedade inclusiva. Mas, claro, tudo com a melhor das intenções. Fez um nobre serviço à democracia do tal Brasil, permitindo ao réu a caminho de Lisboa instalar-se no poder sob as bênçãos de seu julgador caroneiro, para liquidar, num verdadeiro off-sale, os ativos econômicos do país, as jóias da família. Disso empresários em busca de lucros gostam. Mas esse deve ser o menor problema do chefe do ministério público, pois vê-lo em Davos parece tão obsceno quanto ver George Soros num Encontro Nacional dos Procuradores da República em Comandatuba.

Vamos todos fingir que temos um preocupado ministro da justiça que declara publicamente apoio ao governo do Amazonas para debelar, em seu sistema penitenciário, a guerra assassina entre facções de traficantes. Normalíssimo, oras. O azarado ministro, de boa-fé, não se lembrou ter negado o pedido desesperado de uma governadora, de uso da Força Nacional que, talvez, pudesse ter salvo a vida de trinta e poucos brasileiros em Roraima, massacrados na vindita de uma facção contra outra, que dizimara quase sessenta concidadãos em Manaus.

É aceitável, afinal, que o governador do Amazonas, destinatário do apoio do tal ministro da justiça, tenha sido financiado em sua campanha eleitoral pela empresa copiosamente remunerada para administrar a penitenciária onde trucidaram os quase sessenta brasileiros. Faz todo sentido, por isso, que pontifique: “nenhum dos mortos era santo!”, como se aplaudisse os padrões da administração penitenciária contratada de seu doador. E faz todo sentido que o tal governador se julgue Deus, para condenar os trucidados ao fogo eterno. Não é que ele mesmo poderia estar lá, se fossem levar a sério, no tribunal do julgador caroneiro, o imperativo de cassação de seu mandato por compra de votos? Deixá-lo falar de falta de santidade é tão obsceno quanto imaginar o cramunhão ser canonizado.

A literatura popular alemã contém antiquíssimo anedotário de autoria controvertida sobre uma cidadezinha chamada Schilda. Seus habitantes, os ingênuos Schildbürger, são os protótipos de néscios que fazem, com naturalidade, tudo de forma a nada dar certo. Inventaram um papel higiênico que se pode usar nos dois lados: a prova de sua eficiência está na mão… O Brasil de nossos fingimentos virou uma enorme Schilda.Fazemos os maiores absurdos, mas não perdemos a esperança ingênua de acertar. E não entendemos quem ouse não concordar.

Um julgador pegar carona com um réu a ser por ele julgado; um chefe do ministério público ir a Davos para ajudar a atrair investimentos numa economia que chama de podre, ou um ministro da justiça se esquecer de que negara meios a uma governadora para evitar um massacre, mas que agora, diz, vai dá-lo a um outro governador que faltou bater palmas para o banho de sangue no xilindró sob sua responsabilidade: tudo isso não é muito diferente do uso de papel higiênico nos dois lados. Mas quem fica com as mãos borradas somos nós que fingimos estar tudo bem.

Bem vindos à Schilda brasileira!

http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2017/01/voce-ainda-nao-o-que-e-shilda-ou-o.html

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

O que é o populismo


O que é o "populismo"? Por qual razão há cada vez mais movimentos políticos acusados de ser "populistas"?

O populismo (do Inglês populism, tradução do Russo narodničestvo) é uma atitude política e cultural que exalta princípios e programas geralmente baseados no Socialismo, mas não numa forma específica do mesmo.

Na América Latina designa um conjunto de práticas políticas que consiste no estabelecer uma relação directa entre as massas e uma liderança política sem a mediação de instituições políticas como os partidos. Em qualquer caso, o termo é utilizado em forma menosprezativo: os movimentos acusados de ser populistas recusam tal adjectivação.

O populismo antes

A origem do populismo pode ser encontrada no bonapartismo (altura de Napoleão I) e na Revolução Francesa, especialmente em facções que tinham sido fortemente influenciadas pelas ideias políticas do filósofo Jean-Jacques Rousseau, como os Jacobinos.
Populistas na Ucrânia em 1868
No entanto, o termo "populista" nasceu com o movimento desenvolvido na Rússia na segunda metade do século XIX e que propunha uma melhoria das condições de vida das classes rurais e dos servos, através da criação dum Socialismo baseado na comunidade rural russa, em contraste com a sociedade industrial ocidental.

Um Partido do Povo (People's Party) foi fundado em 1891 nos Estados Unidos por grupos de trabalhadores e agricultores que lutavam para a livre cunhagem da prata, a nacionalização dos meios de comunicação, limitações na Finança, impostos de herança mais favoráveis, eleição do Presidente, vice-Presidente e Senadores com voto popular direto.

O termo passou depois a ser utilizado em relação às práticas políticas de Juan Domingo Perón (o "Peronismo"), o bolivarianismo e o chavismo, já que muitas são enfatizadas as consultas e os plebiscitos populares para que as pessoas possam decidir directamente nos limites da Constituição.
O populismo hoje

O amplo uso que os políticos e os meios de comunicação fazem do termo "populismo" tem ajudado a divulgar um significado fundamentalmente desprovido de significado: o actual "insulto" de "populista" pouco ou nada tem a ver com o movimento originário, tendo perdido com o tempo também as referencias aos princípios socialistas.

Hoje é "populista" quem é um político com uma linguagem não-ortodoxa e agressiva, que demoniza as elites e exalta "o povo"; o termo é utilizados entre os adversários políticos para denegrir os outro; "populismo" é muitas vezes considerado pelos políticos quase como sinónimo de "demagogia", o que é um erro (demagogia: uma forma de actuação política na qual existe o interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que provavelmente nunca serão realizadas, apenas para conquistar o poder político).

Na realidade, o sentido moderno de "populismo" é extremamente vago, tornando-o conveniente como uma categoria residual boa para catalogar uma variedade de esquemas difíceis de ser classificados de maneira mais precisa. No entanto, há alguns elementos em comuns: o nacionalismo, a retórica anti-imperialista, o apelo constante às massas e o poder dum líder carismático. Pelo que, no populismo moderno entram Benito Mussolini, Hitler, Salazar, os já citados Perón e Chaves, Nasser no Egipto, Nehru, na Índia.

Em qualquer caso, a utilização do termo "populista" se encontra em constante crescimento tal como a literatura dedicada ao fenómeno. Qual a razão? Provavelmente há mais do que uma explicação: eis algumas das possíveis.
As razões do populismo

Um dos problema é que o mundo político está atrasado: raciocina segundo esquemas do século
passado (ou ainda mais velhos). As democracias contemporâneas também ficaram paradas: um atraso mental que obriga a raciocinar como se estivéssemos ainda no século XX, ou até no XIX. Oferecem soluções ambiciosas mas totalmente desligadas da realidade.

Isso abre um imenso espaço de frustração entre os cidadãos, os quais voltam às origens: pedem uma política que fique mais perto deles, das suas necessidades.

Outro problema é o facto da Economia e da Finança ter tomado posse da discussão política nos Parlamentos: hoje tudo o é Dívida Pública, orçamento de Estado, interesses das multinacionais, de bancos e Finança. Criou-se uma política escrava duma forma mental que tem como única base o lucro, o que contrasta com a vida real, onde os problemas que devem ser encarados têm outros objectivos.

Mais: consequência parcial (mas não exclusiva) do ponto anterior é a clara sensação de que o mundo político-empresarial represente hoje uma casta, um bloco de interesse fechado que opera de forma impune e não no interesse da sociedade soluções.

Depois não podemos esquecer a falta de alternativas: o actual sistema democrático é visto como único percurso possível, mas ao mesmo tempo é evidente que o mesmo é a causa das inúmeras falhas presentes na sociedade, falhas que não podem ser solucionadas sem pôr em causa todo o sistema democrático tal como é conhecido hoje. E dado que nenhum sistema gosta de auto-destruir-se, as falhas são aceites como partes inevitáveis do sistema, o que alimenta ainda mais a frustração dos cidadãos.

Por fim: o atraso das massas. E as massas somos nós.
Muitos entre os cidadãos continuam a raciocinar como se o tempo não tivesse passado: há ainda fascistas, comunistas, socialistas, conservadores, pessoas que seguem o partido porque convencidas de que este tem as chaves para melhorar a situação. O debate no interior da sociedade (e não em âmbito estritamente político) é quase nulo, delegado a uma minoria que, paradoxalmente, é a parte mais conservadora neste aspecto (independentemente da sua posição política, que pode ser tanto fascista quanto comunista, só para fazer um exemplo).
Anti-política? Nem por isso...

É neste quadro que surgem os movimentos "populistas", muitas vezes definidos como "anti-políticos". Erro: não apenas não são partidos "anti-política" mas até são o que mais perto há da verdadeira política, entendida como esforço para individuar soluções mediante a troca de opiniões, tendo em consideração ideias novas e soluções concretas, sem a pesada capa duma ideologia.

Questões reais exigem respostas reais e, possivelmente, rápidas.

Pegamos num típico caso de "populismo" moderno: o sucesso do movimento Frente Nacional de Marine Le Pen na França. Enquanto as Mentes Pensantes de Bruxelas elaboram inúteis planos para solucionar a crise migratória na Europa, enquanto o Presidente Francês Hollande tenta mediar entre a necessidade de maior segurança no País dele dum lado e o mais progressista "sejam todos bem vindos" do outro, a Frente Nacional elegi a questão da segurança nas ruas como objectivo prioritário e propões soluções práticas.

Podemos concordar ou não com tais soluções, mas não é possível negar que a Frente Nacional apresenta soluções realísticas, simples de entender e de imediata aplicação. Exactamente o que falta às ruminações mentais dos burocratas de Bruxelas ou ao Presidente Hollande.

Há partidos "populistas" um pouco em todos os lados: o Danish People’s Party na Dinamarca, o Finns Party na Finlandia, o Sweden Democrats na Suécia, o já citado Front National na França, o Alternative für Deutschland na Alemanha, o UKIP no Reino Unido, o Movimento Cinque Stelle em Italia, o Podemos em Espanha... são um perigo do ponto de vista democrático?
O erro de base

Um artigo do The Guardian, assinado por Cas Mudde, Professor de Negócios Estrangeiros na Universidade da Geórgia (EUA), autor dum livro no qual são analisados os partidos populistas europeus:
Até um par de anos atrás, o consenso entre as elites europeias de Esquerda e Direita era que o populismo era maioritariamente mau. Foi descartada como uma "patologia da democracia" ou, como tinha escrito o historiador americano Richard Hofstadter em 1960, "o estilo paranoico da política". A ascensão de movimentos populistas tem visto uma mudança no debate público, especialmente empurrado pelos seguidores de Chantal Mouffe e do falecido Ernesto Laclau, que argumentam como o populismo constitui, na verdade, a essência da política democrática. [...]

O principal problema é que o populismo é uma ideologia monista e moralista, que nega a existência de divisões de interesses e opiniões dentro do "povo" e rejeita a legitimidade dos adversários políticos. Como os populistas são a vox populi, ou seja, a voz de todas as pessoas, qualquer indivíduo com uma visão diferente fala por "interesses especiais", ou seja, da elite. Dado que a distinção fundamental é entre as pessoas "puras" e a elite corrupta, qualquer compromisso levaria à corrupção do povo e, portanto, é rejeitado. Esta posição inflexível leva a um cultura política polarizada, em que o não-populista se transformar em anti-populista.

O populismo tende a ficar feio quando chega ao poder. Se tem que dividir o poder com os não-populistas, os efeitos, positivos ou negativos, tendem a ser pequenos (pensemos aos Governos Schüssel com a Direita populista radical FPO, na Áustria). [...]

No entanto, a actual situação da Hungria e da Venezuela mostra o que o populismo pode fazer quando toma o controlo total de um País. Apoiados por maiorias impressionantes em eleições populares, os líderes populistas como Viktor Orbán e Hugo Chávez têm introduzido novas constituições que minam um número significativo de freios e contrapesos da democracia liberal.[...]

Em suma, o populismo democrático é uma resposta não-liberal ao liberalismo antidemocrático. Critica a exclusão de questões importantes da agenda política por parte das elites e apela à sua re-politização. No entanto, isso tem um preço. A visão ou preto ou branco e as posições inflexíveis do populismo conduzem a uma sociedade polarizada Porque, é claro, ambos os lados compartilham a responsabilidade e o extremismo maioritário nega legitimidade aos opositores e enfraquece os direitos das minorias.

Muito engraçado, sem dúvida. Mas errado.

Em primeiro lugar: definir como negativas "maiorias impressionantes" frutos de "eleições populares" é, no mínimo, alucinante. Significa negar aos cidadãos o direito de escolher com (quase) uma só voz o seu próprio governo. É anti-democracia ao estado puro. O problema do populismo não é este, como é óbvio, mas uma tal afirmação tem sentido desde que nas democracias, especialmente as dos últimos anos, é "necessário" que haja uma forte oposição, por razões que não vamos tratar nesta sede.

A seguir: o autor toma como exemplo um par de casos-limites, Chávez na Venezuela e Orbán na Hungria (que, dito entre nós, tão ruim não é). Na Italia, o Movimento Cinque Stelle nunca pensou em limitar os poderes da oposição, pelo contrário, pede o cada vez maior respeito da Constituição.

Mas o erro do autor e da maioria dos críticos do populismo é outro e é fundamental: o populismo não ultrapassa uma democracia onde os partidos, populistas ou não, têm demasiado poder. Um partido populista, uma vez chegado ao poder, após algum tempo será um partido como qualquer outro, com interesses pessoais, corrupção, formação duma elite que domina todas as escolhas do movimento. Isso porque é o nosso sistema "democrático" que cria todas as condições para que isso aconteça.

E a razão principal, como veremos num próximo artigo, o erro conceptual que estraga todo o andaime democrático, é a mesma existência dos partidos políticos, sejam eles "normais", sejam eles "populistas".


Ipse dixit.

Fonte: The Guardian
http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2016/11/o-que-e-o-populismo.html#more

A origem do Isis


Cada vez que houver um atentado, os diários ocidentais difundem logo a teoria do ataque islâmico, as vezes mesmo antes da polícia fazer qualquer declaração ou bloquear um suspeito.

Foi o caso de Berlim, onde houve 12 mortos no mercado de Natal; foi o mesmo em Nice, onde outro camião atirou-se na terrorista promenade matando 86 pessoas; é assim também no caso do mais recente ataque numa discoteca na Turquia.

Obviamente, se cair um avião russo no Mar Negro a causa é um erro do piloto. Mas este é outro discurso.

No dia 20 de Dezembro, o The Washington Post titula: "Ataque de caminhão pode ser parte da estratégia Isis para afiar divisão entre muçulmanos e outros". Pelo que, nem tinham passado 24 horas do massacre e o diário Washington Post já identificava mandantes e estratégia. Apesar da falta de provas.


A "análise" do Washington Post não explica por qual razão o Isis deveria atingir um País que até agora desempenhou apenas um papel menor nas operações anti-Califado, nem a lógica que alegadamente deveria ficar por trás dum fosso ainda maior entre muçulmanos e Ocidente. Pensamos nisso: uma vez que o tal "fosso" ficasse bem profundo, quais as consequências? O que temos até agora, no Ocidente, é uma crescente desconfiança em relação aos muçulmanos, com o eleitorado que enverga por escolhas cada vez mais nacionalistas, que vota quem promete "fechar as fronteiras" (Trump nos EUA, Marie Le Pen em França, etc.). Pelo que: qual seria a vantagem para o ISIS? Resposta: nenhuma.

Mas na propagação do mito do Isis, o Washingon Post vai mais longe: no artigo sugere que o Isis estaria a tentar bloquear o fluxo de refugiados dos seus territórios de origem para Países, como a Alemanha, que têm uma política de portas abertas para recebê-los. Pena que estas "portas abertas" não existam: e é simples verificar isso após alguns meses passados em Italia, onde a falta de cooperação por parte dos outros Países da União Europeia para "absorver" as vagas dos imigrantes é um problemas bem tangível.

Na verdade, o Washington Post e os outros "especialistas" entrevistados evitam cuidadosamente observar e comentar o óbvio: o terrorismo é a grande arma do Capitalismo (ou melhor: aquela coisa na qual vivemos e que insistimos a definir como "Capitalismo"). Alvos dos ataques nunca são os centros do poderes, as sedes dos grandes bancos ou das corporações, os lugares da política ou da Finança; pelo contrário, são atingidos elementos dispensáveis como são os cidadãos comuns.

Depois temos a cansada retórica da narrativa oficial: no caso de Berlim, só para fazer um dos mais recentes exemplos, há o terrorista que milagrosamente foge de todas as câmaras de Berlim, consegue atravessar meia Alemanha, entra na França, muda de comboio, chega em Italia, Temos o documento regularmente encontrado pelas autoridades. E temos o tiroteio final no qual o terrorista morre (e é bom lembrar que os mortos não falam). Um filme já visto várias vezes.
Os documentos

E pensar que explicar o Isis seria simples, muito simples. Seria suficiente que o Washington Post e os outros diários publicassem um par de documentos; nada de entrevistas com os grandes "especialistas", só um par de documentos.

O primeiro é um memorandum da DIA, a agência de inteligência da Defesa dos Estados Unidos, datado de 2012. Eis o texto:
Se a situação se desenvolve, há a possibilidade de estabelecer um declarado ou não declarado reino Salafista no leste da Síria (Hasaka e Der Zor), e isso é exatamente o que as potências que suportam a oposição [da Síria, ndt] querem com o fim de isolar o regime sírio, que é considerado o foco estratégico da expansão xiita (Iraque e Irão).
Quais são "as potências que suportam a oposição"? É o mesmo relatório que explica:
O Ocidente, os Países do Golfo e a Turquia apoiam a oposição, enquanto a Rússia, a China e o Irão apoiam o regime.
O segundo documento é de 2014. É um e-mail entre o Assessor do Presidente, John Podesta, e o ex-Secretário de Estado, Hillary Clinton. Eis o texto:
[...] Temos que usar os nossos meios diplomáticos e de inteligência tradicional para exercer pressão sobre os governos do Qatar e da Arábia Saudita, que estão a fornecer apoio financeiro e logístico ao Isis e aos outros grupos radicais sunitas da região de forma clandestina.
Estes dois documentos devem constituir a base de qualquer raciocínio sobre o "terrorismo islâmico", tanto no Ocidente quanto em outras partes do Mundo. Depois podemos acrescentar mais pormenores, como a Turquia que recebia o petróleo do Isis, as viaturas do Estados Islâmico fornecidas pelo Departamento da Defesa dos EUA (as famosas Toyota) e mais ainda; mas a base está toda aí, no facto dos EUA terem apoiado, de forma directa e indirecta, a formação do Califado com o fim de abater o regime sírio.

O Isis é um útil "inimigo"criado pelo Ocidente a partir do zero para atingir os seus objectivos geopolíticos: e até quando Washington e os seus aliados considerarem o Califado conveniente, irão mantê-lo em vida, para ser usado tanto como uma força mercenária em guerras onde não há intervenção directa do Ocidente, quanto como um pretexto para uma intervenção militar directa do mesmo Ocidente. A estratégia da tensão deverá ser mantida, assim os ataques "islâmicos" como os de Bruxelas, de Paris, de Nice, de Berlim, da Turquia, continuarão a ocorrer.


Ipse dixit.

Fontes: The Washington PostJudicial Watch (documento Pdf, inglês), Wikileaks
http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2017/01/a-origem-do-isis.html#more

A riqueza do mundo


O banco Credit Suisse publicou o relatório anual acerca da distribuição da riqueza no planeta. E não,
não há boas notícias.

Na pirâmide da distribuição, o 1% da população detém 51% da riqueza do mundo; o 10% detém 89%, enquanto o resto do planeta possui apenas 1% do total da riqueza planetária.

Assumindo que não intervenha nenhuma mudança, espera-se que nos próximos cinco anos irão aparecer outros 945 bilionários, elevando o total destes super-ricos para quase 3.000 pessoas: mais de 300 novos milionários na América do Norte com a China que alcançará o total de 420 super-ricos.

Credit Suisse estima que a riqueza global total seja agora de 334 trilhões de Dólares, cerca de quatro vezes o PIB anual do mundo. Após o final do século, houve no início um rápido aumento da riqueza global, em particular no caso da China, da Índia e de outras economias emergentes, responsáveis por 25% do crescimento da riqueza; a riqueza global diminuiu em 2008 e apresentou uma recuperação bastante lenta, com uma taxa significativamente mais baixa quando comparada com o período pré-crise financeira.

 Mudanças anuais na riqueza global nos anos 2000 - 2016
Na verdade, a riqueza tem vindo a diminuir em todas as regiões desde 2010, expecto na América do Norte, na Ásia e na China. Tendo como base a população composta apenas por adultos, o adulto médio tem ficado mais pobre neste período.

Nos últimos 12 meses, a riqueza global cresceu apenas 1,4%, limitando-se a manter o ritmo com o crescimento da população. Como resultado, em 2016 a população mundial não se tornou mais próspera, enquanto a desigualdade cresceu.

Na pirâmide da distribuição da riqueza, como afirmado, 1% dos adultos possui 51% da riqueza do mundo inteiro, enquanto a metade inferior da pirâmide representa os indivíduos que possuem apenas 1%. E 10% da população adulta possui 89% de toda a riqueza do planeta.

A principal razão para essa enorme desigualdade é que há muitas pessoas pobres no mundo. E isso apesar de não ser tão difícil pertencer ao grupo da população mais rica: uma vez que as dívidas forem subtraídas, uma pessoa só precisa de 3.650 Dólares para ficar na faixa dos "mais ricos". No entanto, são precisos cerca de 77.000 Dólares para ser membros daquele 10% dos detentores da riqueza global e 798.000 Dólares para fazer parte daquele 1% que constitui o topo da pirâmide.

A pesquisa mostra que 3.5 bilhões de pessoas (73% de todos os adultos do mundo) têm uma riqueza abaixo de 10.000 Dólares em 2016. Isso enquanto 900 milhões de adultos (19% da população mundial) ficam na faixa de 10.000-100.000 Dólares.
Níveis de riqueza em 2016
Os pobres estão concentrados na Índia, na África e nos Países asiáticos. Mas há também um número significativo de pobres (até para os padrões globais) na América do Norte e na Europa, com 9% dos norte-americanos, a maioria parte com património líquido negativo, na parte inferior da pirâmide e com 34% dos europeus sempre na metade inferior. Essas pessoas não só não têm riqueza, mas têm dívidas.

Na Índia as coisas não estão melhor: tem apenas 3,1% das pessoas na "classe média" global (a faixa entre 10.000 e 100.000 Dólares), e esta percentagem manteve-se inalterada ao longo do último ano. Pelo contrário, a China tem 33% da população na tal "classe média" global, dez vezes a Índia, e esta proporção dobrou desde 2000. Isso mostra a expansão económica sem precedentes da China, que retirou centenas de milhões de pessoas da pobreza, embora a desigualdade seja de facto aumentada.


Número de milionários segundo o País
(% do total mundial)
Voltando aos dados globais, o número de milionários, que caiu em 2008, mostrou uma rápida recuperação após a crise financeira e agora é mais do que o dobro quando comparada com o ano de 2000. Hoje há 32,9 milhões de milionários globais, ou seja de adultos com mais de 1 milhão de Dólares em propriedades ou poupança líquida. Mas existem apenas 140.000 pessoas em todo o mundo que têm mais de 50 milhões de Dólares. E só 3.000 (escassos) bilionários. São estes últimos que possuem o mundo.


Ipse dixit

Fonte: Credit Suisse
http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2017/01/a-riqueza-do-mundo.html