sábado, 11 de dezembro de 2010

Um dilema para Dilma

Reportagem de quinta-feira (9) do Jornal Nacional sobre o crescimento do PIB no penúltimo trimestre pode ser interpretada como prova definitiva de que Globo, Folha, Estadão, Veja e suas ramificações combaterão Lula até o último dia de seu governo – e não se tratará de uma saudável fiscalização da imprensa, mas de combate político-partidário.
Impressionou a reportagem daquele telejornal sobre a economia. Transformou boas notícias em más notícias. A queda do ritmo da economia no terceiro trimestre, apresentada sob insinuação de que revelaria debilidade do crescimento sustentado, ganhou destaque. Abaixo, a reportagem. Continuo em seguida.
Falou-se sobre queda no ritmo da indústria, por exemplo, justamente em um momento em que a indústria costuma desacelerar. E o que é pior: no âmbito de medidas decididas tomadas pelo governo – inclusive durante a campanha eleitoral, na forma de aumento dos juros – para reduzir o ritmo do crescimento.
De forma quase inacreditável, o principal telejornal da Globo compara o crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre justamente com o crescimento de países que têm tido imensa dificuldade para crescer, como os Estados Unidos, o México ou o Chile.
Tratou-se de uma comparação descabida porque a economia brasileira vem recebendo estímulos do governo para diminuir sua taxa de crescimento – para controlar a inflação – e a economia americana, por exemplo, vem recebendo-os em sentido contrário. Crescemos sem querer no nível em que americanos crescem querendo e necessitando crescer mais.
Nas reportagens sobre o PAC, destacam o número de obras em vez de o empenho de recursos, ou seja, enquanto mais de oitenta por cento dos recursos ao programa terão sido investidos até o fim do governo Lula, essa imprensa destaca que o número de obras inconclusas – apesar de em execução devido à liberação de recursos – ficou pouco abaixo de quarenta por cento.
Estamos chegando a 2011 em uma fase inigualável de nossa história. O Brasil dos próximos anos tende a melhorar para todos, a distribuir renda, a fazer subirem os salários, a se impor como player global, a promover avanços revolucionários nos indicadores sociais, mas nada disso é informado à sociedade.
Há um quê de melancolia no noticiário. Destacam-se supostas e absurdas “rupturas” de Dilma Rousseff com o modelo de Lula com base em uma ou duas declarações que ela tem dado sobre diplomacia e comunicação. Surge um discurso, aliás, que poderia justificar uma redução da tensão entre essa imprensa e o novo governo, mas que não irá durar.
Tenta-se enquadrar a presidente eleita. A tese de que ela não levaria adiante as medidas para regular a comunicação – o que seja, levar adiante, por exemplo, a proibição decidida à propriedade cruzada de meios de comunicação – serve como uma proposta de redução do bombardeio se tais medidas não forem tomadas.
A grande questão política no ano que vem, portanto, será a postura que Dilma deverá adotar em relação à mídia conservadora. Se der sinais de que aceitará a proposta de não ser bombardeada em troca de não incomodar o setor, poderá ter um primeiro ano de governo mais tranqüilo.
Apesar de Lula ter sido acusado de ser excessivamente pragmático com a mídia, ela entende que não foi bem assim. Medidas para criar supostos “órgãos de controle da mídia”, a inaceitável (pela direita) questão das cotas para negros e a redução dos negócios com os americanos, entre outras, foram medidas que desencadearam a guerra midiática que se vê.
A decisão de Dilma sobre a proposta midiática pautará a situação política do país pelos próximos anos. Poderemos ter mais um governo sofrendo sabotagens diárias – ao arrepio do interesse da maioria de que o país vá bem –, com as inegáveis conseqüências deletérias previsíveis, ou a paz dos cemitérios.
Que escolha você faria, leitor? E qual acha que Dilma fará?
blog da cidadania

2011: o que nos espera, ou desespera

A esquerda brasileira deve se preparar para uma luta titânica nos próximos meses e anos vindouros. A calmaria atual, só perturbada pelas conjecturas em torno do novo governo, é só a bonança que antecede a tempestade.
Quando José Serra decidiu não enfrentar Lula diretamente na eleição de 2010, ele traçou o destino de sua campanha. Esta só poderia se dar pela desqualificação da candidata da situação, Dilma Roussef. De si mesmo, Serra não podia mostrar muita coisa, pois não queria exibir o anti-Lula que, na verdade, era. Das duas, ambas só poderia, portanto, ou se afirmar esvaziando Dilma, ou preenchendo o perfil desta de coisas negativas.

Esvaziar Dilma, embora tentado, mostrou-se difícil. As insinuações de que ela seria um “poste”, de que seria apenas uma “sombra” do presidente Lula, etc., esbarraram no crescimento pessoal da candidata que foi ganhando, ainda que de forma lenta, gradual, e não muito segura, cada vez mais personalidade e luz própria na disputa.

Restou, portanto, como mais tentador e promissor, o caminho do ataque cada vez mais indiscriminado contra tudo e contra todos que pudessem ajudar Dilma, inclusive, ela própria. Desse caminho pedregoso escolhido por Serra e seu marketing, saíram “achados” como os de acusar Evo Morales de subserviência, senão cumplicidade, com o narcotráfico, e as pesadas pedradas (essas sim não eram bolinhas de papel) do aborto, da corrupção em seu gabinete, etc.

Serra teve ajuda nisso: a mídia sempre-alerta se encarregou de começar a caça a algo no passado de Dilma que lhe sujasse as mãos, de sangue, ou de dinheiro subtraído a bancos, ou de outras fontes, durante a ditadura militar. Isso também não deu em nada. Nem mesmo os papéis revelados pelo Wikileaks, onde antigo embaixador dos EUA levanta suspeitas sobre a participação de Dilma no “planejamento de assaltos a banco” e ao famoso “cofre do Ademar” chegam a levantar qualquer acusação digna de ser levada a sério. 

Por outro lado, a “candidata terceira-via”, Marina da Silva, e a CNBB, adotaram a política de maior inspiração em Pôncio Pilatos do que no Cristo, lavando vergonhosamente as mãos diante da enxurrada de acusações e assacações que começaram a se avolumar, uma, na esperança de captar votos que de Dilma emigrassem por questões religiosas, outra no propósito de manter cativo seu rebanho em sua histórica disputa com o Estado secular, coisa que no Brasil remonta ao século XIX.

Foi este conjunto de fatores, com raiz na escolha do candidato Serra quanto ao estilo de sua campanha, que escancarou a porta para a participação cada vez mais intensa da extrema direita na campanha eleitoral, com um espaço que antes era mais restrito. Essa participação se deu em três frentes: a dos viúvos da ditadura, a da Opus Dei concentrada entre bispos da CNBB/São Paulo, e a daqueles que se sentem ameaçados em seus privilégios por verem pobres ou ex-pobres comprando/passeando em shopping-centers ou viajando de avião. 

Isso deu à campanha de 2010 o tom odioso, vulgar baixo que ela teve, da direita para a esquerda, não o contrário. Além das filipetas derramadas a partir dos púlpitos religiosos que estavam em conluio com esse verdadeiro pacto demoníaco de extrema-direita, esta descobriu de imediato a internet como veículo de difamação. Enquanto isso, boa parte da nossa esquerda titubeava no partidor, como costuma fazer quanto às comunicações. O que salvou um pouco do espaço foi a comunidade dos que chamo blogueiramente de “os irregulares de Baker Street”, lembrando os jovens de rua que ajudavam o famoso detetive de Conan Doyle em suas investigações.

A questão é que essa direita, desperta de sua letargia, veio para ficar, e vai entrar no espaço político sempre que estiver disposta a desqualificá’-lo, como tentou fazer em 2010. Bom, deve-se reconhecer que, como os adeptos do Tea Party em relação ao Partido Republicano tradicional, eles podem tanto ajudar como atrapalhar seus aliados, por não terem, no fundo, compromisso com eles nem com o seu espaço político. Mas certamente estarão, sempre que puderem, envenenando o espaço político geral com a sanha de seus preconceitos. Com relação a Dilma, estarão naquela palavra de ordem antigamente lançada contra Juscelino: não deve se candidatar; se candidata, etc. até o se empossada, não deve governar.

Assim sendo, a esquerda deve se preparar para uma luta titânica nos próximos meses e anos vindouros. A calmaria atual, só perturbada pelas conjeturas em torno do novo governo, é só a bonança que antecede a tempestade. O arco contra Dilma reuniu uma frente que vai dos liberais do The Economist e do Financial Times, passando pelo Papa e pelos reacionários de Wall Street, até os porões ainda vivos da ditadura. 

Souberam mobilizar as frentes comunicativas ao seu dispor, coisa em que a esquerda claudica tradicionalmente. Estão vivos: esse é o perigo que nos aguarda. Mas sabemos que a vida é um combate, etc. Vamos a ele, assim como viemos até aqui.

Às leitoras e aos leitores que nos acompanharam até aqui em 2010, desejamos um Feliz Natal e um Ano Novo recheado do bom combate. Até o ano.

Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.

O que o brasileiro procura

Como pode ser constatado AQUI o brasileiro não procura a felicidade nem a paz, procura a Larissa Riquelme. Então .

Suponho que o fato da página estar em grego não vai incomodar ninguém...

esquerdopata

Mec planeja aumentar investimento para 7% do PIB

Brasília Confidencial

“Sete por cento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser direcionado à educação. Esta é a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) segundo proposta apresentada pelo Ministério da Educação (MEC) à Casa Civil. O plano será lançado nos próximos dias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, começa a tramitar no Congresso Nacional. Hoje, o País investe 5% do PIB em educação. Nos últimos cinco anos, o crescimento foi de 0,2 ponto percentual anualmente.

O próximo PNE vai definir as metas que o Brasil deve atingir em educação nos próximos dez anos. Segundo o ministro Fernando Haddad, o patamar de investimento de 7% do PIB deve ser atingido na próxima década, “mas quanto antes melhor”.

As bases do PNE foram traçadas durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), da qual participaram cerca de três mil representantes de movimentos sociais, governos, pesquisadores, estudantes, professores e pais para discutir as prioridades do setor.

A Conae recomenda que o investimento em educação seja elevado para 7% até 2011 e atinja 10% em 2014. O PNE 2001-2010, que ainda está em vigor, também estabelecia uma meta de investimento de 7% do PIB, mas o dispositivo foi vetado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.”

Empresas barram campanha publicitária que questiona existência de Deus


Hélio Schwartsman, folha.com

“Empresas de mídia barraram uma campanha publicitária com dizeres contra a religião patrocinada pela Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos). As firmas se recusaram a veicular os anúncios mesmo depois de o contrato já ter sido assinado. A Atea estuda as medidas judiciais cabíveis.

As peças de propaganda, com frases como "Religião não define caráter" e "A fé não dá respostas; ela só impede perguntas", deveriam circular em ônibus de Salvador, São Paulo e Porto Alegre pelo período de um mês. A recusa ocorreu primeiro em São Paulo e depois em Salvador, sob a alegação de que as mensagens poderiam violar dispositivos das respectivas leis de publicidade em espaços públicos. Há informações ainda não confirmadas de que a empresa de Porto Alegre também vai romper o contrato.

"As seguidas recusas de prestação de serviço são uma confirmação contundente da força do preconceito contra os ateus, e da necessidade de acabar com ele. Nossas peças nada têm de ofensivas, e o teor de suas críticas empalidece frente às copiosas afirmações dos livros sagrados de que ateus são odiosos, cruéis, maus e devem ser eliminados. Existe um duplo padrão em ação aqui", diz Daniel Sottomaior, presidente da Atea.”
Foto: Divulgação
Matéria Completa, ::Aqui::

Campanha ateísta em ônibus... no Brasil!

Esta notícia é bem bacana. A Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) finalmente conseguiu fazer a campanha das propagandas em ônibus no Brasil. A partir de semana que vem, dia 13 de dezembro, aparecerão nas cidades de Salvador e Porto Alegre ônibus com propagandas com frases como “Religião não define caráter” e “A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas.” As propagandas ficarão nos ônibus por cerca de um mês.
O mote da campanha é o slogan "Diga não ao preconceito contra ateus", que aparece em quatro peças diferentes acompanhando imagens e frases polêmicas. Uma delas afirma "A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas". Em outra aparecem Adolf Hitler e Charles Chaplin ilustrando o texto "religião não define caráter".
A campanha traz ainda a foto de um avião atingindo o World Trade Center com os dizeres "Se Deus existe, tudo é permitido" - em referência à famosa citação em contrario do romance "Irmãos Karamazov", de Dostoievski. Outra peça afirma "Somos todos ateus com os deuses dos outros", mostrando imagens de um deusa hindu, um deus egípcio e um deus palestino - Jesus.
“O prazo pode se estender, se tivermos doações”, diz Daniel Sottomaior.
Somos cerca de 2% dos brasileiros, ou 4 milhões de ateus. Mas muitos têm medo de se expor devido ao preconceito de amigos, chefes e familiares. Isso tem que acabar.
site da Atea diz: “A campanha dos ônibus não procura fazer desconversões em massa. Nossos objetivos são conseguir um espaço na sociedade que seja proporcional aos nossos números, diminuindo o enorme preconceito que existe contra ateus, e caminhar rumo à igualdade plena entre ateus e teístas, que só existe quando o Estado é verdadeiramente laico — o que está muito, muito longe de acontecer.”
Esse tipo de campanha começou em 2009 no Reino Unido, terra de Richard Dawkins, e se espalhou por inúmeros países com resultados distintos. A campanha deu certo nos Estados Unidos e na Espanha, causando polêmica, mas a veiculação foi proibida na Itália e a veiculação foi recusada na Austrália pela empresa que seria responsável.
A campanha era para ocorrer na cidade de Sâo Paulo mas, depois de conhecer o conteúdo dos anúncios já após a assinatura do contrato, a empresa que os veicularia se negou a fazê-lo alegando legislação que proíbe temas religiosos. Bom, contanto que nenhum religioso possa fazer propaganda nesses ônibus, pra mim tá bom. Senão, é processo neles.
Foram gastos cerca de 10 mil reais na campanha. Metade vieram de pequenas doações no site da Atea e a outra metade veio de um mecenas paulista que quis permanecer anônimo.
O legal mesmo é que pegou bem na época do Natal, uma época onde as pessoas tendem a ficar mais chatas com esse negócio de religião. Mas acho que, além de ônibus, deviam fazer outdoors também.
By: Blog do Nitoso

A torcida por Dilma

Os próximos anos e o novo governo são aguardados com otimismo pela larga maioria dos brasileiros
Para a maioria das pessoas, as eleições vêm e vão. Durante certo período, normalmente nos dois ou três meses que as antecedem, elas se interessam, se motivam, acompanham o noticiário. Discutem com os amigos, põem adesivos nos carros, assistem aos programas eleitorais (na maior parte das vezes, para se divertir um pouco).
À medida que o tempo passa e a data se aproxima, consolidam tendências a votar em determinado candidato, se decidem e, quando chega a hora, votam. Ficam curiosas enquanto a apuração avança e contentes ou tristes quando sai o resultado.
No dia seguinte, tudo começa a voltar ao normal. As conversas escasseiam, os plásticos são retirados dos automóveis. A política reocupa seu lugar na vida cotidiana, raramente grande, salvo para a pequena parcela muito politizada.

Balanço dos 4 anos do PAC

A liberdade não tem preço. Para todas as outras coisas: Visa e MasterCard

By: DoLaDoDeLá

Abestalhado do FHC aconselha retirarem as ferraduras dos pés: "PSDB precisa calçar as sandálias da humildade

O partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB), que governou o país por oito anos, vive hoje um purgatório sem fim - a julgar pelo enredo repetitivo que alimenta o projeto para o Palácio do Planalto. Seus principais personagens seguem no conflito pelo poder próprio. O futuro é incerto. A arte de perder continua.
Mesmo conquistando oito estados importantes nas últimas eleições e com a expressiva marca de 44 milhões de votos para José Serra - o último dos fundadores presidenciáveis -, os tucanos amargam, na verdade, o gosto da derrota. O PT se coloca no papel de mãe. Ao PSDB, resta o semblante do padrasto "gente fina", que nada mais tem a acrescentar - pelo menos do ponto de vista presidencial. Em uma única sentença, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso definiu o tumulto das eleições de 2010 para seu partido: "O PSDB precisa calçar as sandálias da humildade".
Alguns dos envolvidos já sumiram do mapa e não quiseram comentar o tema. Simão Jatene, que retornou ao governo do Pará, estava na África; Marconi Perillo, eleito em Goiás, em Jerusalém; Alberto Goldman, governador de São Paulo, não quis falar; diversos outros políticos de peito amarelo-bandeira saíram em revoada. Entre os quais, Geraldo Alckmin, governador eleito de São Paulo.
O PSDB perdeu para Lula, para um governo que é aprovado pela maioria dos brasileiros (afinal, a economia vai bem). Perdeu para uma estrutura na máquina do poder. E também para si mesmo. E a derrota poderia ter sido menor com a resolução das intrigas internas no partido.
Se a coerência das santidades já considerava o fracasso mesmo antes do dia do juízo final, um telefonema entre Aécio Neves e José Serra, líderes da oposição, uma semana antes de ocorrer o segundo turno, deu a síntese da ópera: "Depois das eleições, não quero olhar na sua cara!", ouviu-se de um dos lados. Mas, antes de esclarecer a fúria, cabe retornar um pouco aos acontecimentos.
No primeiro turno, a candidata Dilma Rousseff teve, em Minas Gerais 46,9% dos votos, o mesmo percentual que obteve no restante do Brasil. O candidato tucano ficou com com 30,7%, contra 32,6% no restante do pais. O estado, portanto, é considerado ferramenta- chave na equação eleitoral, já que os resultados lo- cais refletem assombrosamente o plano nacional. É a chamada "geografia do voto". E é preciso reverter os resultados no quadro marcado. E para tanto, as participações de Aécio Neves e de seu pupilo, Antônio Anastasia, governador reeleito por Minas, eram mais que necessárias.
Dias depois do final do primeiro turno, em um megaevento realizado em Belo Horizonte o ex-governador mineiro reuniu cerca de 450 prefeitos e deputados eleitos. "Vamos virar esta eleição", afirmou o secretário-geral Rodrigo de Castro, que saiu das urnas com o título de deputado federal mais votado no estado.
A pedido do ex-governador paulista, Aécio viajou ao Nordeste para ajudar na mobilização nacional. E prometeu dar a "vitória a Serra em Minas". Horas depois, no entanto, Anastasia rebateu: "Ninguém tem bola de cristal", dizendo "não poder garantir" nada. Sem o afinco do comprometimento dos mineiros, que venceram tudo dentro de casa, a derrota estava desenhada. No curso desse processo, até surgiu a denúncia de desvio de dinheiro na principal obra tucana em São Paulo, o rodoanel metropolitano Mário Covas.
Na véspera do segundo turno, em Belo Horizonte, Aécio organizou a maior carreata realizada durante toda a campanha. Na manhã típica mineira, com os termômetros na marca dos 30ºC, milhares de pessoas tomaram as ruas para saudar os homens da coligação "O Brasil Pode Mais". Ao lado de seu anfitrião e do professor Anastasia, Serra dava fim a uma campanha difícil. O presidente Itamar Franco - a quem o ex-governador de São Paulo declarara que "o Brasil devia muito" - fechou o retrato dos medalhões que, do alto da caçamba de uma caminhonete 4x4, acenavam para a massa. Os cerca de três quilômetros percorridos do Palácio das Mangabeiras até o centro da capital mineira, na Praça da Savassi, levaram mais de uma hora. Abraços emocionados dos caciques após a execução do Hino Nacional. Ao final dos disparos dos rojões, todos seguiram juntos para a coletiva de imprensa, na sede do governo.
Matéria da Rolling Stone de dezembro / 2010
By: Brasil, mostra a tua cara!

O melhor vídeo de 2010, segundo o You Tube

O You Tube elegeu o vídeo Embrace Life (Abrace a Vida) como o melhor de 2010. Trata-se de uma campanha da britânica Sussex Safer Roads Partnership para incentivar o uso do cinto de segurança dos automóveis.

As imagens mostram na sala de uma casa um pai que finge dirigir em câmera lenta e, ao perder o controle do carro, ele é salvo pelo abraço (metáfora do cinto) da filha e da mulher.
O vídeo já foi premiado com um Leão de Bronze em Veneza. Agora, receberá do Youtube 87 mil euros, cerca de R$ 204 mil. Foi assistido mais de 12 milhões de vezes.


 jose luiz ribeiro da silva

Dilma Rousseff, na saúde e na doença

Não foi só a saúde da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que foi alvo da curiosidade do governo americano. A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, também teve detalhes do seu estado de saúde investigados pela embaixada americana em meados do ano passado, quando sofreu de câncer linfático.
Documentos publicados hoje pelo WikiLeaks também revelam que o ex-embaixador americano em Brasília, John Danilovich, relatou que ela havia planejado três assaltos quando era integrante da organização VAR-Palmares.
Dilma Rousseff nega qualquer participação em ações armadas durante o regime militar.
Ao todo, o WikiLeaks publica hoje 9 documentos que mostram como a representação americana acompanhou de perto a trajetória de Dilma e o processo eleitoral brasileiro – que, aliás, a própria Hillary Clinton classificou de “bizantino”.

Chineses explicam o caso WikiLeaks


Com textolivre

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

De olho em Ubatuba

De “Super” em “Super”...
Reprodução 
Página ‘Atrações’, no site Super Verão Ubatuba (www.superverao.com.br). - Imagem: © Reprodução


“Dudu” vive pregando peças na população local e nos visitantes. Essa história de “Super Verão Ubatuba” está muito mal contada. Depois dele comunicar que realizaria o “evento”, agora me deparo com o site www.superverao.com.br que apresenta a Prefeitura Municipal de Ubatuba apenas como “apoiadora” (?).
E pasmem! Uma das “atrações” do “Super” é o Parque de Diversões Trombini! Isso mesmo! O negócio rechaçado da orla da praia do Cruzeiro (Iperoig), no Centro, para que “Dudu” fizesse a tal “Praça de Eventos” que hoje ele cede, sem licitação, mas sempre alegando interesse “de algum” público.
Infelizmente, os “fiscais do povo”, umbiguistas de plantão, se fazem de cegos, surdos e mudos quando há necessidade de levantarem as nobres bundas das cadeiras para defenderem interesses diversos aos deles. É nisso que dá vivermos em terras onde pensam que o mesmo dito-cujo cria “os abençoados” e “os malditos”.
Enviado por Rui Alves Grilo

9 de Dezembro - Dia de combate à corrupção

Você quer mudança? Então, mude.


Educar o povo brasileiro


Chegamos ao fim de 2010, e ao fim da primeira década do século XXI, vislumbrando um país diametralmente diferente daquele que chegou ao novo século. Em 2000, éramos um país sem perspectiva. O fim da hiperinflação em meados da década que terminava – uma década começa e termina nos anos com dois zeros na casa da dezena de sua representação numérica – não conseguira nos fazer progredir economicamente e tampouco distribuir renda.

Hoje, dez anos depois do início do novo século – e, não nos esqueçamos, de um novo milênio, o que contém um simbolismo altamente significativo –, tornamo-nos um país em que as perspectivas saltam sobre nós, de tantas que são. Todavia, culturalmente o Brasil ainda é um país extremamente atrasado. E na base desse atraso cultural está um conservadorismo que oscila entre o patético e o deprimente, sobretudo para quem quer acreditar que um novo país esteja surgindo.
Artigo do diretor do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, publicado no Correio Brasiliense de hoje (8/12) revela um dado que, à primeira vista, é desanimador, mas que representa, apenas, a apuração de um problema na cultura brasileira que, devido à sua dimensão, assusta, mas que pode, sim, ser revertido, ainda que tal feito deva tardar um bom tempo até acontecer.
Coimbra lembra pesquisa do instituto que preside feita no mês passado, portanto após a eleição presidencial, que revela que o brasileiro, antes de tudo, é um conservador nato. Temas considerados “morais”, tais como aborto – que é um problema de saúde pública –, homossexualidade – que é uma escolha legítima e constitucional do cidadão – e uso de drogas – que é outro problema de saúde que se tornou problema de Segurança Pública devido à vã tentativa de se proibir o uso de certas substâncias e de se liberar outras – aparecem na pesquisa de uma forma preocupante.
Segundo o Vox Populi:
1-      82% dos entrevistados são de opinião que o aborto não deve deixar de ser considerado crime;
2-      72% acham que o governo não deve propor mudanças na legislação que o descriminalizem;
3-      60% entendem que a união civil de pessoas do mesmo sexo não deve ser permitida;
4-      72% acham que o governo não deve propor leis que descriminalizem o consumo de drogas
E a conclusão de Coimbra sobre a pesquisa é de uma precisão cirúrgica:
“(…) As variações socioeconômicas e regionais nas respostas são pouco relevantes, embora aconteçam nas direções esperadas. Pessoas de escolaridade mais alta, com maior renda, mais jovens, moradores de áreas urbanas e de estados mais desenvolvidos, tendem a ser menos hostis a mudanças, mas nunca em proporções elevadas (a aceitação de que o aborto não seja considerado crime é de 10% entre pessoas de baixa ou nenhuma escolaridade, mas vai a apenas 20% nas de alta escolaridade). Ou seja, se quisermos falar em conservadorismo, trata-se de um fenômeno majoritário na sociedade inteira (..)”
A pergunta que surge é sobre por que um povo que precisa tanto de mudanças se aferra a dogmas religiosos e moralistas que estão na base da ideologia que moldou o país que mantém esse povo na miséria desde sempre? Por que em um momento de ruptura com o dogma de que só doutores poderiam governar bem um país, em um momento em que a mudança é o nome do jogo que está sendo jogado, o conservadorismo – o que seja, o apreço pelo “tradicional” – continua tão forte inclusive entre os que apóiam politicamente a mudança?
A explicação está naquele esquerdista que prega valores moralistas e ultra-religiosos de repúdio ao aborto e à homossexualidade, mas que defende valores progressistas como distribuição de renda, igualdade racial e de gênero etc. Porque a cultura brasileira foi impregnada por esses valores ao longo de séculos, e muitos ainda mantêm os valores dentro dos quais foram criados por país conservadores, ainda que tenham se deixado seduzir por valores humanistas ao amadurecerem.
Outro fator de peso na construção da mentalidade conservadora do brasileiro é o baixo nível cultural que, a despeito dos níveis de escolaridade, permeia todas as classes sociais, todas as regiões, ambos os gêneros, todas as faixas etárias e todas as regiões geográficas do país. Mesmo entre os mais ricos e escolarizados, a cultura geral é baixíssima. Entre empresários, por exemplo, enorme parte deles é de homens sem qualquer refinamento cultural ou preocupação intelectual, que lêem a Veja e acreditam que estão consumindo cultura.
O povo brasileiro está entre os que menos lêem no mundo e esse não é um fenômeno restrito às camadas populares, pois devido ao gigantismo do país e de sua população nossas classes média alta e alta encerram contingentes que, somados, superam as populações de vários países. Ainda assim, o Brasil tem um dos menores mercados editoriais do mundo.
Chegamos à segunda década do século XXI em condições de educar este povo, para que, mais esclarecido, ultrapasse valores medievais e se insira na moderna sociedade contemporânea da informação, na revolução dos costumes que o conhecimento da história revela inexorável em sua marcha cadenciada através da odisséia humana.
Temos riqueza e pujança econômica suficientes, hoje, para tornar o Brasil um país culto e educado. Só depende das escolhas políticas que continuarmos fazendo durante a década que começa. Se mantivermos no poder grupos políticos dispostos a apostar alto no social a despeito da gritaria de uma casta que se sente ameaçada pela distribuição de renda, poderemos nos tornar uma das maiores potências do novo milênio.
blog da cidadania

Piada do Dia - Escolhendo o Restaurante

Um grupo de amigos de 40 anos discutiam e discutiam para escolher o restaurante onde iriam encontrar-se para jantar.
Finalmente, decidiram pelo Restaurante O Caipira porque as empregadas usavam mini-saias e blusas muito decotadas, e os garçons eram jovens e atenciosos.

Dez anos mais tarde, aos 50 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram e discutiram para escolher o restaurante.
Finalmente, decidiram-se pelo restaurante O Caipira porque a comida era muito boa a havia uma ótima seleção de vinhos.

Dez anos mais tarde, aos 60 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram e discutiram para escolher o restaurante.
Finalmente, decidiram-se pelo restaurante O Caipira porque ali podiam comer em paz e sossego e havia sala de fumantes.

Dez anos mais tarde, aos 70 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram e discutiram para escolher o restaurante.
Finalmente, decidiram-se pelo restaurante O Caipira porque lá havia uma rampa com corrimão na entrada e até um pequeno elevador.

Dez anos mais tarde, aos 80 anos, o grupo reuniu-se novamente e mais uma vez discutiram e discutiram para escolher o restaurante.
Finalmente, decidiram-se pelo restaurante O Caipira. Todos acharam que era uma grande idéia porque nunca tinham estado lá antes.

passeandopelocotidiano

Fleetwood Mac - Dreams

Cerveja nossa de cada dia!!

Uma loura muito falsa e ordinária


A cerveja: bebendo gato por lebre

O Brasil é o quarto maior produtor de cerveja, com pouco mais de 10 bilhões de litros por ano. A China é o maior de todos, com 35 bilhões, e os EUA são o segundo, com 24 bilhões. A Alemanha vem em terceiro, com uma produção apenas 5% maior que a brasileira.

Segundo norma autorregulatória da indústria cervejeira alemã, a cerveja é composta única e exclusivamente por apenas três elementos, cevada, lúpulo e água, tendo como interveniente um fermento.

Tradicionalmente, o termo malte designa única e precisamente a cevada germinada.

O malte pode substituir a cevada total ou parcialmente. A malandragem começa aqui. Com frequência, lê-se em rótulos de cervejas a expressão "cereais maltados" ou simplesmente "malte", dissimulando assim a natureza do ingrediente principal na composição da bebida.

Com a aplicação desse termo a qualquer cereal germinado, a indústria cervejeira pode optar por cereais mais baratos, ocultando essa opção.

O poder da indústria cervejeira no Brasil (lobby, tráfico de influência etc.) deve ser imenso. Basta lembrar que convenceram as autoridades (in)competentes nacionais de que não estavam violentando normas que regulam a formação de monopólios ao agregar Brahma e Antártica - o que constituiria então cerca de 70% do consumo nacional - com o argumento de que só assim poderiam concorrer no mercado globalizado. Mas depois foram gostosamente absorvidas por uma multinacional do ramo, certamente uma forma sutil de realizar a concorrência prometida. E não foi tomada nenhuma providência.

Aliás, sempre que aparecia no cenário uma empresa nascente que, pela qualidade, pudesse despertar no brasileiro uma eventual discriminação quanto ao sabor, era ela acuada por todos os meios possíveis e finalmente absorvida, e sua produção, reduzida ao mesmo nível da mediocridade dos produtos das duas gigantes.

Aparentemente, o receio era o de que a população cervejeira, ao ser exposta a diferentes e mais sofisticados exemplos, desenvolvesse algum bom gosto e, consequentemente, passasse a demandar cerveja de qualidade.

A cerveja brasileira (com pequenas e honrosas exceções) é como pão de forma: mata a sede, mas não satisfaz o paladar exigente.

Para esclarecer a questão da má qualidade da cerveja brasileira, vamos fazer alguns cálculos.

A produção nacional de cevada tem ficado nos últimos anos entre 200 mil e 250 mil toneladas, das quais entre 60% e 80% são aproveitados pela indústria cervejeira. Essa produção agrícola tem sido suplementada por importação de quantidade equivalente. Em média, portanto, cerca de 400 mil toneladas de cevada são consumidas na indústria da cerveja no Brasil, presumindo-se que quase toda a importação tenha essa finalidade.

O índice de conversão entre a cevada e o álcool é, em média, de 220 litros por tonelada. Como as cervejas brasileiras têm um teor de álcool de 5%, podemos concluir que seria necessário que houvesse pelo menos seis vezes a quantidade de cevada hoje disponível para a indústria nacional da cerveja.

Portanto, a menos que um fenômeno semelhante àquele do "milagre da multiplicação dos pães" esteja ocorrendo, o álcool proveniente da cevada na cerveja brasileira representa cerca de 15% do total.

Há pouco mais de duas décadas foi publicado um relatório de uma tradicional instituição científica do Estado de São Paulo segundo o qual análises de cervejas brasileiras mostravam que um pouco menos que 50% do conteúdo da bebida era proveniente de milho (obviamente sem considerar a água contida).

Como o índice de conversão de grão em álcool para o milho é 80% maior que para a cevada, podemos considerar que a conclusão do relatório em questão atua como álibi, pois satisfaria normas vigentes.

Isso também explica a preferência dos produtores de cerveja pelo milho, pois os preços da tonelada dos dois cereais são aproximadamente os mesmos, apesar de consideráveis oscilações.

Esses números permitem, todavia, concluir que o milho (e outros eventuais cereais que não a cevada) constitui, em peso, quase três quartos da matéria-prima da cerveja brasileira, revelando sua vocação para homogeneização e crescente vulgaridade.

Outro determinante da baixa qualidade da cerveja brasileira é a adição de aditivos químicos para a conservação. O mal não está só nessa condição, mas na sua necessidade. O lúpulo em cervejas de qualidade, sejam "lagers", sejam "ales", é o componente responsável pela conservação - além, obviamente, de suas qualidades de paladar.

Depreende-se daí que os concentrados de lúpulo usados na cerveja brasileira são de baixa qualidade. O que é inexplicável e de lamentar, entretanto, é que as autoridades brasileiras, tão zelosas para com alimentos corriqueiros, sejam tão omissas quando se trata da bebida nacional mais popular e de maior consumo e permitam que o cidadão brasileiro beba gato por lebre.

Artigo do físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp.

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Diário Gauche