sábado, 29 de janeiro de 2011

"BBB11" é pornô soft em horário nobre!

THALES DE MENEZES - da Folha.com

A missão: assistir a uma transmissão do "Big Brother Brasil". Como se chama isso? Episódio? Capítulo? Não sei se essas nomenclaturas de seriado servem também a um reality show.

Enfim, uma hora da noite de quinta-feira seria dedicada à tarefa. Algo estranho para mim, porque o último (e único) BBB que mereceu alguma atenção de minha parte foi um dos primeiros, aquele vencido por um baixinho chamado Domini (ou algo assim).



Na época, eu era um dos editores da revista "Playboy" e os leitores começaram a pedir compulsivamente que Sabrina Sato saísse nua na capa. Prova de que o fetiche da japonesinha é mesmo forte.

Depois disso, nunca mais vi o programa e ficava sabendo a respeito pelas garotas que deixavam a casa e faziam ensaios (depois da "Playboy", eu trabalhei na "Vip"). Algumas ficaram amigas da redação e contavam fofocas do "confinamento", provavelmente mais saborosas do que aquilo que aparece na TV.
Fred Rozario/TV Globo 
Dois participantes saem do "Big Brother Brasil 11" e dois novos entram
Dois participantes saem do "Big Brother Brasil 11" e dois novos entram

Durante a exibição a que assisti, apenas três rostos eram familiares: Pedro Bial (que eu ainda associo mais a coberturas bacanas como a queda do Muro de Berlim, do que a esse papel que ele assume hoje), Bruno e Marrone. Os sertanejos deram um show na casa. Independente da qualidade deles (ou da falta de), parece ser uma escalação acertada, já que todos os brothers sabiam o repertório inteiro da dupla.

Depois do show, a festa seguiu e aí creio ter testemunhado a verdadeira e atual vocação do BBB11. As cenas poderiam rivalizar com os clipes de pornô soft que o Multishow exibe depois da meia-noite, do tipo "sexo implícito".

Muita pegação e beijos, que esquentavam conforme a hora no relógio no canto tela avançava e os olhos dos confinados iam ficando mais caídos, mais derrubados pelo álcool. Um rapaz chamado Cris foi deitado nas almofadas por algumas sisters que se dedicaram a uma brincadeira inocente: em rodízio, passavam doce de leite nele e subiam em cima para lamber. Pelos outros cantos da casa, muita gente sentada no colo de alguém e trocando beijos molhados.

No dia seguinte, o mesmo Cris tratou de provar que é mentira essa história que os brothers são um bando de gente sem talento que fica o dia todo sem fazer nada. Segundo testemunhos das sisters ao Bial (na parte exibida ao vivo) e os trechos gravados durante a tarde na piscina, ele parece ser um talentoso passador de bronzeador em meninas deitadas de bumbum para cima. Era merchandising do bronzeador, lógico, mas ainda pornô soft.

Esses flagrantes de pegação são de gosto duvidoso, mas pelo menos não são entediantes como as conversas de Bial com o bando, enrolando o telespectador até a tal Prova do Líder. Nesta semana, foi um jogo bobinho de sorte, que pareceu o antigo Stop! ou outras atividades igualmente bobinhas que toda turma faz quando está de férias na praia e chove, como a brincadeira de adivinhar nome do filme por mímica.

Não sei o que é ser líder, mas deve ter uma importância imensa pela comemoração louca do vencedor, Igor. Entre os competidores machos, ele parece fazer o tipo "regular", não se encaixando nos grupos de gays ou dos rinocerontes de sunga, a genial definição do Simão para os fortões da casa.

Falando em padrões, há uma gordinha na turma, até onde eu sei algo pouco comum na escalação do programa. Ela teve dois momentos de atenção: foi para uma praia (não entendi bem o motivo, talvez tenha recebido esse "prêmio" em uma tarefa anterior) e, na madrugada da festa caipira, assaltou a cozinha e comeu oito fatias de pão torradas com manteiga. Um clichê vivo do mundo dos gordinhos, que serviu de motivo para piadas óbvias do Bial.

No resumo, o BBB é mesmo uma grande perda de tempo para quem espera alguma mais esperta na TV. Serve para a Globo faturar e para lançar umas garotas bonitas em revistas masculinas. Nesse aspecto, para falar a verdade, esta edição do programa é uma decepção. Entre as sisters, a única que não vai exigir milagres do Photoshop é a tal de Talula. O resto não deve vender muito nas bancas. 

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