terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fim dos tempos

A aniversariante São Paulo ganha espaço em todas as mídias. Pesam-se os prós e contras da metrópole, os amores e os ódios que seus moradores sentem por ela, os seus encantos e desencantos.
No fim, porém, vence o irracional, o emotivo, e invariavelmente, a balança pende para o mais desbragado sentimentalismo: "Ah!, São Paulo é feia, triste, cruel, desumana etc etc, mas não sei viver longe dela" - é esse o mantra repetido por todos os "analistas" da cidade.
Convenhamos: haja masoquismo!
São Paulo é mesmo tudo isso de ruim que já foi dito sobre ela, com um agravante: nada se faz para que fique melhor. 
Parece que se incorporou nos seus habitantes a certeza de que, a cada dia, tudo vai piorar: o trânsito, a violência, as enchentes, a indiferença das autoridades em relação ao sofrimento dos munícipes, o preconceito com os pobres, pretos, nordestinos, desamparados e desprotegidos de toda a espécie. 
É uma relação e tanto de iniquidades, mas, se sabe, tudo nesta cidade é grandioso, superlativo, inconcebível...
Não há salvação à vista. O destino da megalópole foi traçado há muito por gente a mais diversa. Poetas, inclusive, que cantavam as belezas de uma "terra da garoa".
Garoa, que se transformou em chuva, que virou temporal, tempestade repleta de raios, relâmpagos e trovões. 
Há em nossa imaginação sinal mais inequívoco de que o Apocalipse se aproxima?
Crônicas do Motta

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