domingo, 14 de agosto de 2011

Machu Picchu não era uma cidade de verdade!




Machu Picchu
Machu Picchu, a mais famosa cidade da civilização Inca, no Peru, não era realmente uma cidade, de acordo com um estudo.
De acordo com Giulio Magli, da Universidade Politécnica de Milão, na Itália, o local era um centro de peregrinação simbolicamente ligado à noção do cosmos do povo Inca.
Magli afirma que Machu Picchu era um contraponto à Ilha do Sol, uma pequena ilha rochosa localizada na parte sul do lago Titicaca: “A ilha tinha um santuário muito importante, e era destino de peregrinações.
 Acreditava-se que uma rocha da ilha era local de nascimento do sol, e também da civilização Inca”, diz.
O povo Inca, que foi rapidamente derrotado com a chegada dos colonizadores espanhóis em 1533, acreditava que o sol era seu ancestral direto. Cercada pelo rio Urubamba e localizada entre duas montanhas – Huayna Picchu e Machu Picchu – a cidade tem aproximadamente duzentas estruturas de pedra, e era habitada por 750 pessoas.
Depois de ter sido abandonada na época da conquista dos espanhóis, a cidade ficou perdida por aproximadamente quinhentos anos. Até pouco tempo atrás se acreditava que o explorador estadunidense Hiram Bingham teria encontrado as ruínas de Machu Picchu em 1911, mas estudos recentes sugerem que a cidade teria sido descoberta em 1867 por Augusto Berns, um explorador alemão. 

Cidade de peregrinação? 

Existem várias teorias sobre a função da cidade de Machu Picchu. Ela já foi identificada como local de surgimento do povo Inca e também como o seu local de último convívio.
Uma teoria muito apoiada por estudiosos afirma que o local era uma propriedade privada do imperador Pachacuti, que teria construído a cidade por volta de 1460.
“Qualquer interpretação sobre a cidade não é nada mais que especulação. Machu Picchu continua um mistério: não sabemos como os Incas a chamavam, não sabemos quando e por que foi construída, nem por que foi abandonada”, diz Magli. Os estudos dos pesquisadores italianos, no entanto, trazem uma nova ideia sobre o local após analisar o desenho da cidade, seus locais de acesso e a posição do lugar em relação aos ciclos de corpos celestiais durante o domínio Inca e comparando-os a locais de peregrinação do povo Inca no lago Titicaca.
Esta comparação sugere que o caminho até a cidade foi concebido como uma réplica do caminho percorrido pelos primeiros Incas. A peregrinação até Machu Picchu segue um caminho que sobe por uma trilha difícil, em vez de uma rota alternativa, muito mais simples, pelas margens do rio Urubamba. “Os visitantes talvez deixassem suas oferendas na parede. Muitas pedras, grande parte de obsidianas (pedra vulcânica) foram recuperadas nesta região”, afirma Magli.
De acordo com Magli, a cidade também se encaixa nos ciclos celestiais que apareciam no céu na época dos Incas. Na época, a Via Láctea era vista como um “rio celestial”, que teria como o seu contraponto terrestre o rio Urubamba: “Machu Picchu ficava localizada entre o rio celestial e o terrestre. Fazia parte da trajetória percorrida pelo sol”, afirma Magli. 
Segundo Jean-Pierre Protzen, arquiteto da Universidade da California (EUA), o estudo traz uma nova dimensão ao local, e que a ideia de que o local era usado para peregrinação, e não como propriedade da realeza é interessante, mas faz um alerta: “Não temos motivos para acreditar que a cidade não poderia ser as duas coisas”.

Fonte: MPSNBC

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