quarta-feira, 12 de maio de 2010



Nós temos um exemplo de como esse pessoal do "Cansei" pode ser perigoso

Há algo de muito grave sendo progressivamente estimulado pelas redações e muito pior do que o velho partidarismo que a cada dia fica mais indisfarçável nos veículos de imprensa.
 
Eu falo da freqüência com que são emitidas opiniões pelos ditos formadores de opinião da velha mídia defendendo o sectarismo e a intolerância e carregadas de preconceito e racismo.
 
Além da reação a qualquer transformação no país que leve a uma diminuição das desigualdades sociais ou de correção de distorções históricas, tornaram-se freqüentes editoriais em TV, jornais e rádios criminalizando movimentos sociais, estudantis e pela reforma agrária e pregando a discriminação de minorias.
 
Isso sem falar no flagrante revisionismo histórico para dar sustentação à decisão equivocada do STF de perdoar os crimes de tortura e assassinato praticados pelo estado durante a ditadura militar.
 
A declaração em “off” do Boris Casoy humilhando o “cidadão de segunda classe” lixeiro foi diferente da opinião do Alexandre Garcia sobre o direito de um soropositivo ter descendentes?
 
O Arnaldo Jabor defendeu o fim da velha esquerda e eles ainda têm a cara de pau de se reunir para falar de liberdade de imprensa e democracia.
 
Os setores mais conservadores e intolerantes da sociedade estão finalmente “colocando as manguinhas de fora” e se expressando com desenvoltura. Parece que depois do fim da ditadura permaneceram hibernando por duas décadas esperando que o pudor de defender a intransigência e discriminação se diluísse.
 
Não há mais sequer o cuidado de se desculpar quando confrontados com a reação dos ofendidos pelos seus excessos, se consideram hoje imune às críticas, afinal o que pode ser mais fácil do que acusar seus críticos de querer calar a imprensa. É desonesto, mas funciona.
 
Confesso que me assusta essa escalada na defesa de pontos de vistas que incentivam a intolerância e o preconceito. É preocupante quando a velha mídia começa a dar a mão com tanto vigor aos setores mais reacionários da sociedade, principalmente quando se sente perdendo espaço no poder.
 
O pior é que não se acham no dever nem de dar explicações à sociedade. A liberdade de expressão é usada como argumento pra tudo, mesmo quando o defendido for algo indefensável que vai de encontro, por exemplo, a declaração universal de direitos humanos.
 
Os deformadores de opinião não acham que lixeiros tenham o direito desejar felicidades aos seres superiores da elite nacional, ou que possa existir diversidade de opiniões, ou que os pobres, soropositivo ou não, possam procriar. Pra que? Que horror! Como diz o Paulo Henrique Amorim.

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