quinta-feira, 13 de maio de 2010

AULA DE JORNALISMO

Redação, CartaCapital

“Estrela de mais um seminário montado para exaltar a liberdade de expressão, parte de um esforço repetitivo dos meios de comunicação que pretende convencer o público da existência de algum risco autoritário no Brasil, o veterano repórter Carl Bernstein acabou relegado a segundo plano na cobertura do evento.


 Os jornais preferiram declarações do ministro do STF Carlos Ayres Britto, para quem a liberdade de imprensa tem precedência sobre os demais direitos. E se esbaldaram com as diatribes de Carlos Alberto Zuloaga, vice-presidente da Globovisión, que repudiou com razão os ataque anacrônicos de Hugo Chávez aos veículos, mas foi convenientemente poupado de comentar o vezo antidemocrático da mídia venezuelana, arquiteta do fracassado golpe contra o presidente em 2002.

A Bernstein os jornais dedicaram menções ligeiras ou textos de pé de página. Entende-se. O célebre repórter do Washington Post que, em parceria com o colega Bob Woodward, desvendou os mistérios do caso Watergate e provocou a renúncia do presidente dos EUA Richard Nixon, não disse o que os organizadores do seminário queriam ouvir, apesar da objetividade com a qual listou os reais problemas a afligir a mídia na atualidade. Eis algumas de suas reflexões:

“Devemos encorajar uma nova cultura de responsabilidade, do contrário não seremos levados a sério quando trouxermos questões relativas à liberdade de expressão”.

“Se usarmos mal essa liberdade, serviremos ao interesse da ignorância e da tirania.”

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