sábado, 15 de maio de 2010

LULA TEM APOIO DE FRANÇA E RÚSSIA PARA NEGOCIAR COM O IRÃ

O presidente brasileiro, Luiz Inacio Lula da Silva, esteve em Moscou nesta quinta-feira (13) e desembarca em Teerã no domingo com uma missão que gera urticárias, principalmente em Washington: achar uma saída negociada e pacífica para a crise nuclear iraniana, desarmando a pressão por sanções, que os Estados Unidos querem para "o quanto antes". A tarefa não é fácil. Mas Lula já obteve o apoio da França e da Rússia, que antes apoiavam a linha dura americana.


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O presidente russo, Dmitry Medvedev apoiou na quarta-feira que a proposta do Brasil e da Turquia, de enriquecimento do urânio iraniano no exterior. "Se esse tipo de proposta tiver o apoio de todos os participantes desse processo, não será uma saída ruim para a situação", disse Medvedev, em Ancara (Turquia), onde discutiu o tema, preparando seu encontro com Lula nesta sexta-feira.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, manifestou oficialmente também na quarta-feira "o total apoio da França aos esforços empreendidos pelo Brasil para convencer as sutoridades iranianas de responder plenamente às demandas da comunidade internacional sobre o dossiê nuclear". Ele e Lula conversaram por telefone às vésperas da turnê do presidente brasileiro, que inclui igualmente o Catar.

Frente pró-sanções está abalada

A diplomacia dos Estados Unidos torceu o nariz para a iniciativa brasileira. Os EUA pretendem que o Irã desista de seu programa nuclear. Teerã proclama que ele não possui fins militares, visando a produção de energia (o país é pobre em recursos hídricos) e o emprego na medicina. Os EUA questionam a sinceridade da afirmação, em um bateboca que recorda o famoso caso das supostas armas de destruição em massa iranianas.

Há duas semanas Washington vinha insistindo que o tempo das negociações passara e era preciso votar rapidamente, na ONU, sanções contra a nação iraniana. Mas as manifestações da Rússia e da França, assim como a resistência da China, abalaram a frente pró-sanções.

Diante disso, o governo americano teve que conter o seu ímpeto sancionador. Um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado, que pediu para ficar no anonimato, comentou que "devemos interpretar a visita de Lula como uma última tentativa de diálogo".

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