sábado, 2 de outubro de 2010

O golpe no Equador na visão da mídia brasileira

Colaborou o leitor Germano, de Campinas


A vagabundagem da imprensa brasileira extrapola fronteiras.

Amante da ditadura militar que torturou, mutilou e matou milhares de pessoas no Brasil, a grande mídia, que deu apoio ao golpe de 64, e que nos editoriais elogiava o governo de exceção, continua com o mesmo pensamento de antes. O golpe para a chamada "grande" imprensa no Brail, não é um problema. Desde que ele seja perpetrado pela direita contra um governo eleito pelo povo, e de esquerda.

Temos muito a aprender com a tentativa de golpe no Equador. A primeira coisa é perceber que os aríetes foram meros policiais.  Mas os mentores foram outros, muito mais poderosos. 

Exatamente igual se pretende no Brasil. Claro que seguramente por aqui os milicos não irão para a rua reivindicar seu poder, abertamente. A mídia e os poderosos contrariados por 8 anos de governo popular são muito mais sutís. Primeiro, criam um "clima" favorável (como no Equador). Depois, mostram que somente retirando o governo eleito pelo povo ignorante, é que o país melhorará.

E a retirada não precisa se dar sequer, pela força. Ela poderá ser pacífica e apoiada mesmo pelo povo, que já terá sido previamente "conscientizado" da necessidade.

O fora Collor não nos deixa mentir. 

Independente de se gostar ou não do Collor (eu não gosto), urge verificar que juridicamente falando, tudo aquilo foi um grande circo armado para ganhar apoio popular, por algo que já havia sido decidido nos bastidores. Collor havia pisado nos calos errados. E por isso, tinha que sair.

Afinal, o bicho chamado ser humano pouco se lixa para a tal democracia. Se a ditadura lhe favorecer, ele apoiará. Essa mídia fuleira que infesta nossas leituras matinais realmente não se importa com a democracia. Ela se importa com um governo que lhe garanta lucros. Para ela, e para seus amigos e clientes.

Mostra incontestável está nas manchetes de nossos diários. Praticamente nenhum chamou a tentativa de golpe contra o Presidente eleito pelo povo do Equador, de golpe.

Eram meros "protestos".

Ora, protestos vimos por aqui, esses dias, com a greve dos bancários. Protestos vemos nas passeatas pelos direitos das minorias. A tentativa de derrubada de um governo, para o Estadão, por exemplo, nada de maior significa. É só um protesto, mesmo.

A imprensa internacional chamou o ocorrido como deveria. Até mesmo os veículos conservadores.
Todo mundo disse que era golpe.



Na visão da imprensa vassala do Brasil, se fosse uma tentativa de tirar a direita do poder, se justificaria inclusive, o paredão aos golpistas. Com fuzilamento, naturalmente.

Nada além disso, importa.

Essa é a democracia brasileira, preconizada por nossas pseudo elites.

Vergonhosa.
anais politicos

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