quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mercadante chama Alckmin para debate no 2º turno, tucano evita petista

Aos leitores. Saiu no UOL do Grupo Folha


  • Candidatos ao governo de SP participam do debate da TV Globo, último antes das eleições
    Candidatos ao governo de SP participam do debate da TV Globo, último antes das eleições
Em debate transmitido na noite desta terça-feira (28) na TV Globo, Aloizio Mercadante (PT) voltou a alfinetar o adversário Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a estratégia tucana de evitar o confronto na disputa pelo governo de São Paulo. “No segundo turno ele não vai ter como fugir do debate”, atacou o petista.
Os candidatos ao Palácio dos Bandeirantes participaram do último debate realizado antes das eleições, que ocorrem neste domingo (3). Estavam presentes Geraldo Alckmin (PSDB), Aloizio Mercadante (PT), Celso Russomanno (PP), Paulo Skaf (PSB), Fabio Feldmann (PV) e Paulo Bufalo (PSOL).
“Eu queria registrar que o Geraldo Alckmin teve duas oportunidades de perguntar para mim e não perguntou. O programa dele passou o tempo inteiro me atacando e na hora de chegar aqui, olhar no olho, não tenho a oportunidade do debate", disse Mercadante. "O PT, que quer fazer o controle sobre a imprensa, restringir o direito de imprensa, agora quer restringir o meu direito de perguntar. Todos temos direitos iguais", rebateu Alckmin no início do terceiro bloco.
As reclamações de Mercadante geraram reação na plateia quando Bufalo respondeu ao mediador a quem seria destinada sua pergunta: "A minha pergunta é dirigida ao candidato Mercadante, para que não haja lamentações", disse, arrancando risadas do público presente.
Nosso Estado de gente trabalhadora, independente,
é um Estado que ajuda
o Brasil, e que tem a tradição de votar com caráter
e vontade própria
Geraldo Alckmin (PSDB), em suas considerações finais
Mercadante continuou. "Quero registrar que Alckmin teve a quarta oportunidade de perguntar para mim, e não perguntou. E fez o ataque ao PT pelas costas, quando deveria fazer para mim".
Progressão continuada x segurança
Os dois primeiros blocos do debate refletiram o que ocorreu nos encontros anteriores entre os candidatos. Enquanto Alckmin evitou fazer perguntas diretas a Mercadante, o adversário petista aproveitou para, junto a Russomanno, criticar a gestão tucana em São Paulo.
“Eu não consigo aceitar que essas crianças saiam da escola como estão saindo”, disse Mercadante sobre a educação no Estado. Alckmin rejeitou as críticas à progressão continuada. "O governo federal avalia as escolas do Brasil. Quais são os três melhores sistemas do Brasil? São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais. Os três têm progressão continuada", disse. "Alguns querem fazer a repetência continuada com o filho do pobre (...) isso aqui [críticas à progressão continuada] é uma discussão eleitoreira, de véspera de eleição", afirmou.
Eu sei que o povo brasileiro demorou muito tempo para perder o medo e confiar no Lula. E no dia que confiou e mudou, o Brasil mudou para melhor (...) É essa experiência de governo que eu quero trazer para São Paulo
Aloisio Mercadante (PT), em suas
considerações finais
“Não consigo aceitar a situação que está a polícia”, continuou o petista, criticando os atuais salários da corporação. Russomanno completou: “A situação é triste. A gente vai dar condições para a polícia trabalhar. Eu não quero mais ver a polícia se enfrentando por causa de salário. É um Estado que não consegue gerir a segurança pública”, alfinetou, classificando de “quadro de horror” a saúde em SP.
Alckmin, por sua vez, evitou rebater as críticas e focou em números. “São Paulo cresce mais do que o Brasil, tem os menores impostos. Franca hoje é a cidade que mais gera emprego no país. Nós vamos desenvolver ainda mais”, afirmou Alckmin. “Estado da Alice no País das Maravilhas, porque Franca é o que tem menos representação. O senhor só anda pelas cidades grandes”, disse Russomanno. “Seus números são fantasiosos. O senhor conhece número para chuchu”, ironizou.
Pedágios x greves
Na primeira parte do debate, Mercadante e Russomanno uniram-se nas críticas aos pedágios. Ao responder a pergunta de Paulo Skaf sobre emprego, Mercadante citou aumento das contratações no governo Lula para criticar o tucano. “Em São Paulo é uma indecência. Mas, mais importante que emprego é a educação. Não dá pra continuar com a aprovação automática. Em 16 anos, eles não fizeram uma escola de qualidade”, disse petista.
Já em questão sobre o tema desenvolvimento econômico, Russomanno afirmou que pedágios e ICMS afastaram investimentos e empresas do Estado. “Há 16 anos, estamos assistindo essa política de um novo pedágio a cada 40 dias”, respondeu Mercadante citando as palavras do adversário pepista.

Já sobre habitação, Alckmin questionou Skaf sobre seus projetos. “São Paulo acumulou um déficit de mais de um milhão de moradias”, criticou o candidato do PSB. “Eu gastaria menos em publicidade, o que precisaria era fazer mais casas”, completou.Alckmin também foi questionado por Paulo Bufalo sobre as greves no Estado. “Praticamente não tivemos greve. Sou filho de funcionário público. O Estado tem valorizado”, disse o tucano, argumentando que seu governo investiu em aumento de salários e em formação. “Sou professor. Confesso que queria ter esses benefícios, aqui se negocia com o cassetete na mão”, rebateu Bufalo. “Essa não é a realidade que nós vemos”.
Alckmin lidera a corrida eleitoral no Estado, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada na sexta-feira (24). O tucano aparece com 48% seguido do petista, que foi de 24% para 26%. Russomanno aparece em terceiro lugar com 8% das intenções de voto. Paulo Skaf (PSB) aparece com 3% e Fábio Feldmann (PV) com1%.
Nota do Contramaré: Como não acredito no Ibope e Datafolha, fico com o Vox Populi: 46%( Alckmin) à 40%( Mercadante+Russomano+ Skaf) levando pro 2º turno. Vamo que vamo !!!

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