sábado, 2 de outubro de 2010

Como a Folha ouviu o telefonema Serra/Gilmar

“Meu presidente !”

É do conhecimento do mundo mineral que a repórter Catia Seabra deu o drible da vaca no Serra.
Um passarinho pousou na janela lá de casa e descreveu a cena.
Catia foi cobrir um trepidante encontro de José Serra com três eleitores paulistanos.
Um comício serrista típico!
Tinha a companhia do fotógrafo Moacyr Lopes Junior.
Catia ouviu Serra dizer “meu presidente!”
Sentiu que o Enola Gay tinha acabado de despejar a bomba atômica.
Piscou o olho para o Moacyr e se afastou ostensivamente.
O que deve ter tranquilizado o Zé Baixaria, no ato de praticar uma baixaria.
E Moacyr, sorrateiramente, colocou-se bem atrás do Serra.
Moacyr ouviu tudo.
Tim-tim por tim.
Com aquela dicção paulistana do Serra – sílaba por sílaba, como se o interlocutor fosse surdo ou imbecil.
Ouviu o Serra pedir ao Ministro Gilmar Dantas (**) que prejudicasse a eleição e, de preferência, melasse a eleição.
Sim, porque se a votação estava 7 a 0, tudo o que o Gilmar poderia fazer, naquela altura, para ajudar o Serra, era adiar a votação, confundir os eleitores e os juízes – e, portanto, melar a eleição.
Permitir que Serra ganhasse no tapetão, como Bush ganhou, com o voto da Suprema Corte.
(Sem comparar o Antonin Scalia ao Gilmar – é a distância que vai de Diamantino, MT, à Atenas de Péricles).
Hoje, a Folha reafirma a existência do telefonema.
É a ultima página do melancólico fim do Zé Baixaria.
E a ante-penúltima página da biografia do Gilmar Dantas, um especialista em telefonemas históricos.
Dr Corrêa, cadê o áudio do grampo?
Muitas outras páginas ainda Gilmar Dantas escreverá.
Até que o novo Senado vote seu impeachment, como sugeriu desde cedo este ordinário blogueiro.
Em tempo: em quem você acredita, amigo navegante: no Serra, no Gilmar ou no Moacyr?
Em tempo 2: no dia 4 de outubro, não vai ter mais nenhum assessor para o Serra dizer: “me acha o Gilmar!”. Ele próprio vai ter que fazer a ligação.

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