Do que foram os anos de política neoliberal no Brasil? Da pauperização da classe média que dela resultou?
De quantos colegas competentes foram demitidos ou convencidos a se demitir do serviço público na ilusão de que o “mercado” os acolheria, e só encontraram pobreza e abandono?
Dos professores das universidades públicas que, em virtude dos salários praticamente congelados, preferiram se aposentar e buscar emprego nas universidades particulares?
De como foram contratados professores em caráter precário ganhando até 500 reais por mês nas universidades públicas, esvaziando com isto as reivindicações dos professores de carreira?
De como ficaram sucateadas as repartições públicas, em que tudo faltava, não só pessoal como o material básico de limpeza? Do exército de terceirizados que, recebendo salários miseráveis, veio ocupar o lugar de seus colegas na administração dessas mesmas repartições e só fizeram a fortuna dos empresários desse ramo?
Das filas enormes em frente aos guichês do INSS por falta de pessoal para o atendimento?
De como caíram monumentos históricos por falta de pessoal especializado em restauração e conservação que nunca foram contratados naqueles anos sombrios?
Das tantas vezes em que pegou um táxi e o motorista era um engenheiro ou economista de uma estatal que tinha sido vítima do “enxugamento” da máquina pública?
Das fábricas fechadas e do aspecto deprimente que tomou a Avenida Brasil, outrora rica e ocupada por tantos negócios promissores?
Da miséria em que vivia o povo do Nordeste sem o mínimo do necessário para sobreviver e que hoje vive em casas de alvenaria com luz elétrica, geladeira e televisão? Das tantas meninas prostituídas pelas condições miseráveis de suas famílias? Dos índices de mortalidade infantil que então tínhamos?
Dos tantos jovens que optaram pelo crime porque não tinham qualquer perspectiva de inserção no mercado de trabalho por conta de uma política econômica que considerava isto apenas um efeito perverso de um modelo que um dia ia fazer do Brasil um país rico?
É muito importante que você se lembre que aquele Brasil da desesperança e do pessimismo só foi superado no segundo governo de Luís Inácio Lula da Silva.
Só foi superado quando assumiu as rédeas do governo uma mulher identificada com os ideais do desenvolvimentismo, tal como pensado por Celso Furtado e pelo que havia de melhor no pensamento político, econômico e científico que estava em plena florescência no Brasil antes do Golpe Militar de 1964.
Aquele Brasil de um povo humilhado e sem expectativas do segundo governo de Fernando Henrique Cardoso só foi superado quando Dilma Roussef assumiu a Casa Civil.
Só foi realmente superado quando o governo Lula finalmente levou adiante um projeto de real redistribuição da riqueza; de elevação gradativa do salário mínimo; de fortalecimento das instituições públicas; de valorização dos professores; de eficiência da máquina pública a partir da criação de um quadro de funcionários concursados; de enriquecimento das empresas estatais que são patrimônio de todos os brasileiros.
É um quadro de melhora na qualidade de vida que atingiu a todos e que só infelicita aos preconceituosos que colocam acima da felicidade e do bem-estar do povo de seu país os modismos de uma elite fútil e inconsciente e o discurso do falso moralismo dos que pretendem inviabilizar a era de progresso e desenvolvimento que iniciamos.
É preciso lembrar sempre que foi a partir do momento em que Dilma Roussef assumiu o papel de protagonista do governo Lula que o Brasil entrou nessa nova era.
Se você lembra de tudo isto e não quer o retrocesso que o abandono desse projeto representaria para o seu país, garanta a vitória de Dilma Roussef no Primeiro Turno, com o seu voto, o de toda a sua família, o de seus colegas e o voto de todas as pessoas com quem falar.
Isabel Lustosa, cientista política e historiadora da Fundação Casa de Rui Barbosa
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